21 de março de 2011

O Amor do Pirata - Johanna Lindsey

Tempo de leitura:

Ladys Escravas e Lordes Tiranos


Século XVIII. (1767). Caribe (Saint Martin) / França.


Ela:

Bettina Verlaine, loira de olhos azul-esverdeado, tem 19 anos. Francesa, é fruto de uma aventura extra matrimonial que sua mãe teve com um marinheiro irlandês. Ainda que o marido de sua mãe não o soube-se, trata-a com indiferença por não ser um varão.

Ele:

O Capitão Tristán Matisse, com olhos azuis e uma cicatriz na cara. Sua mãe foi violada e assassinada na França por um nobre espanhol. Dedica-se à pirataria, enquanto tenta vingar-se perseguindo o assassino de sua mãe, que contínua com suas incursões.

Sua história:

Bettina se dirige ao Caribe para reunir-se com seu noivo, um conde. Durante a viagem é seqüestrada por Tristán, que no princípio pensa em pedir um resgate por ela, finalmente decide ficar com ela como sua amante levando-a para sua ilha particular.




Palavras de uma leitora...


Sabe... Antes de falar sobre a história, gostaria de falar de uma coisa que pra mim não fez muito sentido...rsrs... Quando a Bettina fugiu pela segunda vez, eu lembrei de uma música tão linda que não ouvia faz mais de um ano, eu acho. Só que essa música não é ideal para essa história. A música fala de um amor lindo, você sente o amor, a emoção... já a história... bem...rsrs... Enfim... Aí quando a Bettina estava dando à luz e o Tristán escutou o gemido angustiado dela, eu lembrei novamente dessa música. Na verdade, só de uns trechos dela.



Vou colocar aqui só para que vocês saibam qual é. É a música "Só Por Você" cantada pela Marina Elali:


"Ainda lembro do som da chuva lá fora e como eu quis me entender com você. Mas o rancor foi quem falou e eu fui embora... Você nem soube o que eu ia dizer. E nesse instante o que lhe doeu mais... Foi pensar que eu nunca fosse voltar."


- Essa música definitivamente não combina com a história, mas... sei lá... ela indo embora de novo e depois dando à luz no final do livro... por algum motivo que eu desconheço, esse trecho da música invadiu meus pensamentos...rsrs... E eu não resisti e acabei colocando a música pra tocar e estou escutando até agora...rsrs...



*PODE CONTER SPOILER!!!!


- Bem... É muito complicado falar desse livro. Eu ainda não tenho uma opinião totalmente formada. Estou me decidindo ainda. O livro está bem na corda bamba ainda... Tenho somente dois motivos para perdoar o livro e nenhum pra perdoar o mocinho. Está difícil... No final da resenha digo se perdoei ou não o livro. Quanto ao Tristán... Sinto dizer que ele não conseguiu ganhar meu perdão. Na verdade, ele não merecia nem o da mocinha, pois não pediu perdão. Fez de conta que tudo que ele tinha feito era certo. Pela lógica absurda dele, violar não é um crime. Tudo bem... Pela lógica de quase todos os homens da época, (digo "quase" todos, pois quero acreditar que existiam homens bons na época que não pensavam de maneira tão bárbara) uma mulher que fosse "encontrada" por um determinado homem pertencia a esse homem mesmo que a tal mulher já fosse comprometida com outro. A vontade dela não importava. O homem que a "encontrou" tinha direito de fazer o que quisesse com ela, pois ela agora lhe pertencia. Ok. Tudo muito correto pra eles... porém o Tristán, mais do que qualquer outro homem desse livro, tinha motivos mais do que suficientes para NÃO violar a Bettina. Sabe qual é o motivo principal???? A mãe dele foi violada e ele assistiu tudo... Ele viu o sofrimento da mãe e eu não consigo entender ainda como ele pôde fazer o mesmo com a Bettina. E ele perseguia o infeliz que violentou e matou sua mãe. O Tristán passou mais de doze anos perseguindo esse monstro, pois queria vingança. Então... Por quê???? Porque ele não teve piedade da Bettina? E acreditam que ele se julga diferente do principal agressor da sua mãe???!!! Ele acha que é melhor... Explico os motivos daqui a pouco. Mas eu não penso como ele, não. Para mim ele é igual. O fato dele não tê-la matado não o torna menos culpado. Ele pode não ter ferido a mocinha fisicamente, mas atormentou sua mente... e isso pra mim basta para que ele não tenha direito ao perdão. As violações constantes + as humilhações que ele lhe fez passar + a tortura psicológica = mocinho que não tem direito ao meu perdão. Não me convenceu em nenhum momento. Apesar de eu enxergar o amor dele em alguns momentos, não encontrei nenhum motivo para perdoá-lo. Ele podia até realmente amá-la, mas isso não o impediu de humilhá-la e nem o fez abrir mão do seu desejo e deixá-la em paz. Pelo contrário, perdi as contas de quantas vezes ele se aproveitou dela, estuprou mesmo. Ela lutava o quanto podia contra ele e nada fazia ele voltar atrás... Nada! Ele é um miséravel que merecia era ficar a vida inteira sozinho, isso sim!






"Ai, por favor, Tristán, não me faças isto. Lhe peço uma vez mais, por favor, poupa-me desta vergonha! - rogou ela inutilmente."


- Bem... não quero colocar a cena completa. Mas esse é o pedido que a mocinha lhe faz. Ela pede que ele não abuse dela (estou tentando evitar a outra palavra), que lhe poupe. E vocês acham que ele lhe dá ouvidos???!!! Claro que não! Só se importa com seu próprio desejo e que se dane ela! E não pensem que ele agiu com cuidado, não, pois não foi assim. Foi sem violência, sem agressão física, mas foi com fúria, raiva, pois ela disse algo que ele não gostou. E a maioria das vezes foi assim: ela o desafiava e ele agia com raiva... apenas usando-a mesmo. Usando seu corpo e não se importando com o que ela iria sentir. Somente num livro de romance mesmo que a vítima não ficaria traumatizada e ainda iria se apaixonar por seu agressor! Gostaria de saber aonde está o "romance" em ser estuprada. Não é romance! Não há amor no estupro, gente! É violência! Simplesmente isso! Já estou perdendo minha paciência com os livros que colocam estupro como algo aceitável! Quem ama não machuca de propósito, não faz o que o Tristán fez... e o que os mocinhos de vários outros livros que já li fizeram... Isso não é amor... Pelo menos não a forma de amor saudável... é algo absurdo, de uma mente egoísta ou doente. E como o Tristán não é doente, fico com o egoísmo mesmo.


Sabe... Hoje eu não estou com paciência para tolerar esse tipo de coisa, não. Fico pensando no que aconteceu nessa história... nas violações constantes... era todo dia... não sei como a Bettina suportou... E me pergunto o que se passava pela mente da autora. Já falei aqui antes sobre um seriado muito bom que fala das vítimas especiais (o nome do seriado é Law & Order SVU), e esse seriado fala principalmente das vítimas do estupro. Ele passa as emoções das vítimas... e acredite! NÃO são nada boas... Elas não se apaixonam por seus agressores e não desejam passar a vida inteira ao lado deles... Elas sofrem pelo que aconteceu e é impossível que eu venha a achar normal e aceitável num livro de amor algo tão bárbaro. Sei que já perdoei livros que tinham estupro por parte do mocinho. Sei disso. Mas o livro teve algo que me fez perdoá-lo... "O Amor do Pirata" tem? Sim. Tem duas coisas que podem me fazer perdoar o livro, mas não o mocinho como já sabem. Eu quero mais é que o Tristán vá para o inferno! O nome dele deveria ter sido outro, sabe? rsrs... Enfim...


Depois de ler esse livro eu fiquei pensando bastante no tema "estupro" e estou cada vez menos inclinada a ficar perdoando livros que tenham isso. As autoras estão fantasiando o assunto e diminuindo sua importância. Estão fazendo com que seja algo normal quando feito por alguém que as mocinhas amam ou passam a amar depois. E isso é loucura! É absurdo! A pessoa que comete esse crime nos livros (os mocinhos-vilões) deveriam pelo menos pagar de alguma forma. No caso do primeiro livro que li dessa autora "Assim Fala o Coração", o Rowland pelo menos pagou. Ele sofreu e quase perdeu a vida duas vezes, pelo que me lembro. Já o Tristán não pagou de nenhuma forma. Foi tudo muito normal, muito aceitável e acho que foi isso que me deixou mais revoltada: tratar o assunto como algo normal.


Eu, definitivamente, tenho que dar um tempo em livros com esse tema e o tema agressão. Se eu não fizer isso vou lançá-los sem dó nem piedade nas piores categorias do blog. E não irei me importar se é de uma autora que eu goste! Estou sem paciência para esses "assuntos tão normais"... rsrs... Mas acho que agora preciso avançar na explicação sobre o livro, certo? Estou batendo demais na mesma tecla...rsrs...


- Bem... Segundo a sinopse o livro se passa no século XVIII. Conta a história de uma jovem de 19 anos que estava indo para Saint Martin para se casar com seu prometido. Naquela época, era o responsável pela jovem (pai, irmão tutor...) que escolhia seu futuro marido. E com Bettina não foi diferente, apesar de todas as súplicas da mãe dela. Ela cresceu ouvindo que esse dia iria chegar e que ela teria que aceitar seu destino. Iinclusive, foi enviada para um convento onde aprendeu tudo que deveria saber para ser uma boa esposa... enfim... Ela estava resignada. Tinha decidido que iria fazer o possível para amar seu futuro marido e seguiu seu destino... mas aí um infeliz que soube que um tal barco levava uma jovem muito bonita, resolveu alterar totalmente a vida de Bettina... Agora ela não seria violada por um marido desconhecido... ia ser violada por um pirata desconhecido. Bem... Acho que se o livro merece ser salvo é somente por causa da Bettina. Ela tem coragem mesmo quando tem medo...rsrs... Não é tola como algumas mocinhas. Não! Ela lutou! Lutou muito contra o mocinho e quase o matou (eu adoraria que ela tivesse conseguido... bem... somente se ela conseguisse escapar antes que aquele Jules acabasse com ela). Ela não se apaixonou logo de cara pelo homem que usava seu corpo. O amor dessa mocinha na verdade só apareceu depois que ela engravidou e eu acredito que o motivo tenha sido a gravidez mesmo...rsrs... Bem... A Bettina odiou verdadeiramente o Tristán. Eu fiquei admirada! E sabe o que prova seu ódio? Os olhos dela. Quando está infeliz, assustada ou furiosa, os olhos da Bettina ficam verdes. Quando está feliz e amando... seus olhos ficam azuis... São mutantes de verdade. E os olhos dessa mocinha passaram a maior parte do livro verdes. E se isso não fosse prova suficiente, temos suas ações.


Quando foi sequestrada pelo Tristán e soube por ele próprio qual seria seu destino, ela ficou furiosa e o odiou. Também decidiu que lutaria o quanto pudesse contra ele, mas o sujo miserável a privou disso também, pois ameaçou a vida de supostos prisioneiros para poder fazê-la não lutar. Ele disse que se ela lutasse, ele deixaria sua tripulação assassinar os tais prisioneiros. Não existia prisioneiro nenhum, mas a Bettina não sabia disso. Ela acreditava que o Tristán tinha levado para seu barco os homens que estavam no barco que levava a Bettina para Saint Martin. E o Tristán foi muito convincente e covarde. Ele disse coisas horríveis para fazê-la ceder. Disse que seus homens eram cruéis (como a Bettina podia saber que não era totalmente verdade???? Eles eram piratas!!!) e que gostavam de se divertir enquanto matavam suas vítimas... Ele falou que eles fariam assim: arrancariam uma orelha, depois a outra, os dedos, os pés... Cruel, certo? Demais! A mocinha ficou horrorizada e cedeu por medo. Quem ler a cena verá que foi por medo. Ela não teve opção. Mas quando soube que ele mentiu, ela o atacou com verdadeira fúria... Aquilo sim era ódio! Ela pegou um punhal e se ele não segura com força seu braço, teria morrido naquele instante. Ela foi com tudo, disposta a matá-lo mesmo. Gostei disso. Essa é uma atitude normal dada as circunstâncias. Quem pode culpá-la por querer matar o homem que fez "aquilo" com ela? Ninguém. Aí... Quando não conseguiu matá-lo, ela continuou atacando-o. E houve um momento no qual o atingiu na cabeça e ele caiu inconsciente... Ela pensou que ele estava morto. E o que ela fez? O que uma pessoa normal faria dada as circunstâncias...rsrs... Tentou fugir! Eu achei aquilo realmente de acordo com a situação dela. Ela não se importou se ele estaria morto ou não, pois verdadeiramente o odiava. Ela só se importou em escapar do seu tormento. Ele procurou aquilo.


Houve momentos nos quais a Bettina agrediu o Tristán e teve aqueles também nos quais ela o denunciou, embora não tenha obtido o que desejava: que ele fosse preso ou executado pelo que fez. Mas ela denunciou. Agiu! O denunciou quando fugiu pela primeira vez e depois o denunciou duas vezes quando fugiu pela segunda vez. Mas ninguém fez nada para puni-lo. Mas ela agiu e isso bastou para que ela ganhasse meu respeito. Se eu decidir perdoar o livro será por causa da Bettina.



Um pequeno resumo:


Ela sabia que um dia "aquilo" aconteceria e por isso não se surpreendeu quando seu pai lhe informou que ela se casaria em breve. A única coisa que a deixou alterada foi saber que teria que ir pra muito longe de sua mãe. Ela não queria deixar a França, mas não tinha escolha e por isso resolveu aceitar seu destino e começar a preparar o enxoval.


Um mês depois, Bettina já seguia para a ilha onde vivia seu futuro marido... toda sua vida havia ficado pra trás. Sua mãe, seu país amado, sua casa... sua triste infância. Mas ela não estava perdendo muito mesmo. Não havia encontrado felicidade na casa onde vivia e sua mãe, que era a única pessoa que ela não queria deixar pra trás, a visitaria sempre que possível. Talvez ela até pudesse encontrar felicidade ao lado de seu futuro marido. Talvez pudesse até amá-lo... Estava disposta a tentar.

Bettina passou um mês no mar e durante aquele tempo ocorreu algo que a deixou profundamente traumatizada: um dos marinheiros que estava no barco, entrou em seu camarote, segurou seus ombros com força e ficou olhando pra ela... ela gritou quando o viu entrar e isso alertou o capitão do barco... e aí veio o momento traumatizante... Aquele homem foi cruelmente açoitado quase até a morte. Ela não suportou assistir e passou mal... daquele momento em diante passou a ter um medo terrível do açoite.

Quando estava quase chegando ao seu destino, Bettina foi surpreendida pelo inesperado: um barco pirata resolveu atacar seu barco. Ela ouviu horrorizada, de seu camarote, o momento no qual o barco inglês venceu. Poucos minutos depois, ela era prisioneira do capitão Tristán Matisse.

Bettina ficou em estado de choque. Não sabia o que pensar e sentia um medo terrível. Mas seu medo e sua fúria aumentaram no instante em que ela soube quais eram os planos de Tristán.

Ela estava disposta a perder lutando, mas Tristán não estava com vontade de lutar contra ela e por isso usou de ameaças para fazê-la se render. Bettina cedeu, mas jurou que um dia ele pagaria por todo mal que estava lhe fazendo... e ao descobrir que ele havia mentido somente pra conseguir o que queria, Bettina arriscou a própria vida disposta a acabar com ele...

A partir desse momento, muita coisa ainda acontece... Tristán continua ameaçando e usando Bettina, nossa heroína consegue escapar duas vezes e volta a ser capturada... Com o passar da história é ainda mais humilhada por ele... E no meio de tanta crueldade e sofrimento... há lugar para o amor???!!!


- Bem... Meu resumo foi bem pequeno, pois já falei demais...rsrs... Contei muita coisa mesmo, mas não quero contar exatamente tudo... Existe um momento no qual o Tristán resolve humilhar a Bettina de uma outra maneira, mas eu não vou dizer qual foi. E esse é um dos motivos que me fazem não acreditar que a Bettina passou a amá-lo depois. A autora pode ter tentado nos fazer acreditar nisso, mas eu acredito em outra coisa...rsrs... Eu e a Monica até estávamos falando dessa doença esses dias... e é o que eu acho que se aplica no caso da Bettina. Acho que ela ficou doente... Já ouviram falar da Síndrome de Estocolmo???!!! É quando vítimas de sequestro, estupro, víolências domiciliares, entre outros... passam a sentir afeto por seus carrascos, agressores... Definitivamente, a autora dessa vez não me convenceu. No caso do livro "Assim Fala o Coração", eu cheguei a acreditar que a Brigitte realmente passou a amar o Rowland, mas no caso da Bettina, não. Ela lutou muito contra ele e agiu verdadeiramente contra ele... mas com o passar do tempo e as constantes palavras de sua mãe e da  Madeleine (elas diziam que ela tinha que aceitar as coisas como eram, que tinha que "aproveitar" a situação, que o Tristán tinha direito de fazer o que fazia... É um aburdo, não é???!!!), a Bettina foi se acostumando... quando descobriu que estava grávida foi que ela "admitiu" (não acredito nisso, não...rsrs...) que tinha se apaixonado pelo Tristán. Mas há um momento no livro que explica essa súbita paixão da Bettina... Esse momento envolve cárcere privado e outras "coisas". Não vou falar das outras coisas, pois vou deixar vocês se chocarem quando lerem...rsrs... Eu não gostei nada do que ele fez. Bem... Depois que a Bettina escapa pela segunda vez e o monstro a encontra, ele decide puni-la de outra forma. A prende dentro do camarote por duas semanas. Ela não podia ter contato com outras pessoas. Durante essas duas semanas ela só teve contato com o Tristán, sabe? Se ela quisesse conversar ou desabafar teria que ser com ele. Não pôde ver sua mãe nem a Madeleine ou qualquer outra pessoa... só ele. Acho que a intenção do Tristán era mesmo deixá-la dependente dele. Era impossível ela não se apegar. Houve um momento que a própria Bettina disse que tinha "fome" de companhia. Que precisava falar com alguém... E com quem ela falou????!!! rsrs.... Existia outra pessoa?! Não. Só ele. Quando chegou novamente na ilha, ele a prendeu por mais uma semana. Por isso eu acredito que o afeto da Bettina é resultado dessa doença.

"- Não! - gritou ela, e tratou de sair da cama, mas num segundo ele estava sobre ela.



- Será sensata, ou quer remendar seu vestido pela terceira vez amanhã? - perguntou ele.


- Vai pro inferno! - gritou ela furiosamente.


Bettina começou a lutar, mas as mãos de Tristán imobilizaram seus pulsos. Levantou-as acima de sua cabeça, deixando-a indefesa exceto as pernas, que estavam travadas por suas saias. O peso dele a paralisou, e de repente Bettina se sentiu sufocada. Seguiu ofegando por liberar-se, mas ouvia Tristán rir.


- Você ri!


Então Bettina gritou, com um uivo ensurdecedor de fúria, mas Tristán cobriu sua boca com a sua. Quando Bettina virou a cabeça para o outro lado para evitar os lábios dele, ele soltou suas mãos e reteve seu rosto, machucando os lábios com um beijo brutal, no entanto, afastou seus lábios dos dela e gritou de dor quando ela afundou suas unhas em suas costas.


- Vai pro diabo, maldita gata! - grunhiu. Reteve seus pulsos com uma mão e com a outra lhe arrancou o vestido até a cintura. Olhando-a friamente, observou a expressão cheia de terror da moça enquanto terminava de rasgar seu vestido. Depois rompeu o suave tecido de sua anágua até que a nudez da moça apareceu à vista. Tristán levantou as pernas da moça sobre seus ombros e as sustentou assim com seus fortes braços. Penetrou nela cruelmente e violou seu corpo com fúria.


Quando terminou, seu agastamento diminuiu. Deixou-a livre e se acomodou a seu lado sem se importar que ela recomeçasse seus ataques. Mas ela ficou ali estendida olhando o teto. Nem sequer se moveu quando ele a cobriu com o cobertor. [...]

Bettina lhe voltou as costas e deixou que as lágrimas silenciosas corressem por suas faces."

- Pois é! rsrs... estou fazendo de propósito. Só estou colocando aqui os motivos pelos quais o mocinho-monstro merece desprezo. Não vou colocar nada que ele fez de bom, pois não foi suficiente pra mim...rsrs... Ele teve seus momentos de "bondade", mas nem chega perto de compensar todo mal que ele fez pra Bettina. Ele destruiu sua vida e a deixou doente (não acredito que ela passou a amá-lo!!! Nada pode me convencer...rsrs...). Ele realmente passou a amá-la? Talvez sim. Não me importa... rsrs... Tudo bem! A cena na qual ele pede pra ela ficar no sofá com ele já que não poderiam dormir no mesmo quarto (o motivo é uma longa história que tem a ver com um segredo que não quero revelar), me convenceu do amor dele. Naquela época a gravidez dela já estava bem avançada e ele não podia violá-la (lá vem eu de novo! Mas não vou chamar "aquilo" de fazer amor), mesmo assim ele queria tê-la bem perto. Me convenceu do seu amor, mas não me deu motivos que fossem suficientes para perdoá-lo. Infelizmente, essa é a verdade. Tenho que ser sincera, certo? Pois bem... Acreditei no amor dele, NÃO acreditei no amor da mocinha (era doença!!!) e...  NÃO PERDOEI O LIVRO!!! Sinto muito de verdade. Mas não dá. Não encontrei romance nesse livro. O que mais há é estupro, humilhação, o sofrimento da mocinha... não posso perdoar. Realmente fico triste por isso. Não é mentira. Se vocês pensam que eu gosto de mandar algum livro pra categoria "romances que odiei", estão muito enganados. Eu não gosto. Quando criei essa categoria foi quando encontrei aqueles livros que ultrapassaram os limites e com esse acontece isso. Para mim, ultrapassou. Excesso de violação. Aquilo durou quase o livro inteiro. Só houve três vezes nas quais ele não a violou. E eu perdi a conta de quantas vezes foi estupro. Foram muitas mesmo.

- Não tenho nada contra a autora. Realmente gosto do trabalho dela e ainda pretendo ler outros livros da Johanna, mas esse ultrapassou o limite pra mim. Não deu pra eu aceitar as coisas que aconteceram nesse livro.

- Se alguém já leu esse livro e não concorda comigo, pode colocar sua opinião livremente nos comentários. Não me importo. Mas minha opinião não muda, ok? Bem... Não recomendo o livro. Mas essa é minha opinião pessoal e talvez você leia o livro e ache que eu exagerei, enxergue o romance que eu não enxerguei, entre outras coisas... Isso pode realmente acontecer, pois gosto é algo muito complicado. Ninguém é igual. Tem também a questão da época na qual o livro se passa... eu tentei considerar, mas acabei não suportando o que o Tristán fez...rsrs... Não deu, gente!

- Esse livro foi uma indicação da Monica. Eu havia lido uns pequenos trechos do livro e depois o deixei de lado. A Monica o leu e pediu que eu lesse o livro, pois queria saber minha opinião...Vocês já conhecem minha opinião, certo? rsrs... Bem... Não posso dizer que essa foi uma leitura agradável, pois não foi...rsrs... Mas eu fui avisada! Já sabia o que me esperava.

E deixo pra vocês também a opinião da Monica sobre o livro. É tão bom quando eu sei que não sou a única a detestar algum livro....kkkk.... Assim eu sei que não fiquei maluca...rsrs...

"estou lendo o livro que vc mencionou Amor de Pirata, odeio esse homem com todas as minhas forças.Que homem asqueroso.Deus como ele foi capaz de tanta maldade.Olha ele merecia sofrer muito.Estou chocada, o mais espantoso é que segundo a autora a mãe dele foi violada e morta e por isso ele busca pelo homem que fez isso e faz o mesmo? Deus do céu,que vontade de matá-lo com minhas próprias mãos.



Estou na parte em que ela foge e ele tem um pesadelo com a forma como morreu seu pai e foi violada e morta a sua mãe.Interessante a pergunta dele,será que não terei paz ? Deus ele acha que tem direito a ter paz,no que ele é melhor que os homens que violaram e mataram a sua mãe.Não aprendeu nada? Não entendeu que aquilo foi cruel? Que homem odioso.


O amor dele me convenceu,entretanto não posso perdoa-lo,não mesmo,me sinto tão irritada desde que comecei a ler esse livro que tive uma crise de enxaqueca como não tinha há muito tempo,nossa acho que me alterei mais do que o normal e não me pergunte porque,pois não sei te dizer,simplesmente me aborreceu demais saber que uma mulher era violada constantemente por um homem,ainda mais por saber que esse homem buscava um outro por fazer a mesma coisa a sua mãe.Fiquei ansiosa quando ouvi Batisda perguntar se por acaso ele era melhor do que ele já que fez o mesmo com Bettina,achei um cúmulo ele responder que ele era diferente por que não matou a seu marido,porque a manteve com ele,porque não a compartilhou,porque não a matou,porque ela estava grávida do filho dele e porque iria casar com ela.Será mesmo que ele pensa que estava fazendo um grande favor a ela.E francamente não sei se estou num mau momento,mas não consigo aceitar que uma mulher se apaixone por um homem como esse,simplesmente não posso aceitar,eu teria me jogado do primeiro penhasco.Que ódio!!! E como as coisas eram aceitas naquela época,Deus a mulher era mesmo de segunda classe,porque ninguém a defendia,tudo parecia completamente normal.São dois pesos e duas medidas,ela seria açoitada até a morte por ter supostamente matado ao homem que a violou continuamente.Mais o tal homem era quase um herói por tomar aquilo que era segundo ele fruto do seu roubo.Deus não posso aceitar isso,acho que nem nascendo de novo sou capaz."


- Eu esqueci de explicar porque o Tristán se julgava melhor do que o homem que violou e matou sua mãe, mas a Monica explicou nesses trechos o motivo. Perceberam qual é? Vou destacar aqui: "ele era diferente por que não matou a seu marido, porque a manteve com ele,porque não a compartilhou,porque não a matou,porque ela estava grávida do filho dele e porque iria casar com ela". Segundo o cafajeste, ele era melhor por esses motivos.


E vou colocar aqui a mesma informação que coloquei na resenha do livro "Assim Fala o Coração":

O livro faz parte de uma série que não é realmente uma série, mas pode ser vista como uma. O nome da série é Ladys Escravas e Lordes Tiranos e segue abaixo os livros que fazem parte dela (a lista pode ser alterada, pois livros novos podem passar a fazer parte dela):


1-Assim Fala O Coração


2-A Noiva Em Cativeiro


3-Escrava do Desejo


4-Fogo Secreto


5-O Amor do Pirata.


OBS: não é necessário seguir a ordem, pois não prejudica em nada a leitura. São histórias diferentes e apenas correlacionadas.

















Uma leitora que se envolve profundamente com as histórias que lê, que é apaixonada por músicas, filmes... uma romântica incurável.Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

8 comentários:

  1. Oi, Luna. Eu gosto muito do original dessa música, da Lara Fabian. Aliás quando eu oiço a Lara Fabian cantando Love By Grace sempre lembro daquela cena da novela em que a Camila (era Camila, não era? rsrs) raspa os cabelos. :)

    Eu vou fugir desse daí. Deus me Livre! Não quero ler, não. kkk beijão

    Carla

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  2. Olá Carla!

    Não conheço a original dessa música, não, mas vou procurar.

    Sobre a Camila: é Camila sim! Essa novela foi muito linda mesmo. Ai! O que a Camila passou não foi fácil... e eu tinha medo de que ela acabasse morrendo, mas pelo que lembro (não lembro de muita coisa) ela não morre. Essa cena foi mesmo muito triste... ela não merecia ter uma doença tão terrível, mas ela foi muito valente.

    Sobre o livro: kkkkk.... Faça isso mesmo se não quiser se aborrecer terrivelmente com o livro...rsrs... Se quiser ler um livro bom da autora (na minha opinião), leia "Uma Doce Inimizade".

    Bjs!

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  3. Oi,Luna. Gostei muito do seu comentário e estou adorando seu blog, você colocou com todas as palavras e muito mais o que eu senti quando li esse livro. Até agora não entendo como ela pode ficar com ele,e como ela aceitou tudo, eu na pele dela teria largado ele, viveria minha vida sem ele, pois ele iria sofrer muito porque percebesse que ele ama ela, mas isso não justifica as monstruosidades que ele fez. Ainda me dá raiva quando lembro desse livro, mas eu acredito que na verdade ela nunca amou ele e nem amará e que ela achou que não tinha outra alternativa, como ia ter um filho dele resolveu continuar com a vida do jeito que está, porque como naquela época a mulher não tinha voz ela achou melhor ter um pai pro seu filho, eu acho que é isso, pois eu não me conforme que ela ame ele, isso eu não acredito, pois se fosse nos dias de hoje ele estaria na cadeia, com certeza, e o que me dá mais ódio ainda é ele querer se justificar que tudo que ele fez é correto, e que ele é diferente do vilão que ele persegue, só sendo doida pra gostar de um homem desses, aí que ódio
    Pronto desabafei, rsss. Me arrependo de ter lido esse livro, mesmo adorando os livros da Johanna, tem uns mocinhos que eu não me conforme e tem umas mocinhas que nem sei como elas perdoam
    Bjs, Cinthia

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  4. Olá, Cinthia!


    Muito obrigada! :)


    Entendo tudo que você disse e seu desabafo. Esse livro provoca muitos sentimentos negativos na gente, nos faz sentir ódio e nos deixa em choque. Não dá para acreditar no que o Tristán diz, faz ou pensa. Ele não é normal. É egoísta, cruel e maluco. E na minha opinião a Bettina sofreu da Síndrome de Estocolmo, pois não é normal uma mulher se apaixonar por um homem que não parava de a fazer sofrer. Ele estava sempre a estuprando, sempre a maltratando de alguma forma, humilhando, controlando, mostrando que a vida dela lhe pertencia, que ela estava nas mãos dele e ele poderia fazer o que quisesse com ela. Ela se apegou ao seu sequestrador, seu estuprador, porque ele mexeu demais com a mente dela. Porque assumiu o controle pela mente dela também e deixou seus sentimentos todos confusos. Sinto pena dela.

    Bjs!

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  5. Esse foi um livro que por ficar presa na ilha, no desespero, ela entra no mar e tenta se afogar? faz tantos anos que li, que não me lembro mais..

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  6. Olá, Susan!

    A verdade é que também não lembro.kkkkkkk... Li este livro há uns seis anos e me recordo bem de certas cenas impactantes, mas essa que você mencionou, não. Acho que não se trata do mesmo livro, todavia não tenho certeza.

    Bjs!

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  7. Eu ainda não li o livro e não estou defendendo de maneira nenhuma esse tipo de comportamento mas, infelizmente pra época, acredito que isso era mais do que natural, não existia direito e liberdade para as mulheres é só por isso que eu aceito ler esse tipo de livro, mas é óbvio q isso não ameniza a agonia que as cenas causam, eu as vezes deixo de ler um livro assim, com temática pesadas, por me identificar muito com a causa, é um pesadelo se imaginar nessas circunstâncias,agora qdo o livro é atual é difícilimo de engolir, pois sabemos que hoje a informação suficiente pras pessoas entenderem que esse tipo de relacionamento não é natural e sadio, enfim posso ter entrado em contradição,mas como eu falei lá em cima são livros de época diferente!!!

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  8. Olá, Karen!

    Eu entendi o que você quis dizer. Também tenho em mente que tais atitudes eram normais em épocas como as do livro. Ninguém via nada de mal em estuprar, agredir, humilhar as mulheres. E se era o marido que fazia mais aceitável ainda. É absurdo, mas as coisas eram assim. No entanto, não dá engolir. Não consigo. A violência é inaceitável em qualquer época, não importando se as pessoas tinham noção ou não disso nos séculos anteriores. A violência não deixa de ser violência por conta disso e quando a autora nos traz certas situações como romance, para que vibremos pelo casal e consideremos tudo normal, sinto asco. Não desce.kkkkkk... Não consigo. Alguns casos eu até perdoei, mas a maioria não.

    Concordo completamente: nos livros atuais não dá! Relacionamento abusivo não é romântico. Estupro não é sinônimo de amor, o homem não agride porque ama. São conceitos que todos já deveríamos ter entendido, mas parece que a sociedade está regredindo. Não suporto pegar um livro atual em que o autor romantiza a violência contra a mulher. Quase tenho um ataque.kkkkk...

    Bjs!

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