16 de novembro de 2022

Leituras concluídas - Outubro/2022

 

Olá, queridos!

É inacreditável como o ano já está chegando ao fim, verdade?! Foi um ano... estranho. Complicado de diversas formas. Estive e estou de luto. Dia 14 de dezembro completará um ano que minha Luana se foi. Tive que aprender a sobreviver sem ela. Sorrir de novo. Retomar os estudos. Trabalhar. Ler... Fiz tudo isso. Mas de maneira "incompleta". Não me entreguei cem por cento a nada. Na verdade, em muitos momentos estive ausente. É difícil de explicar. Só posso dizer que desejo o fim de 2022. 

Porque eu quero recomeçar. Quero ser de novo aquela que se entregava com ganas aos estudos. Que trabalhava com a alma naquilo que estava fazendo e não apenas cumprindo seu dever. Que lia mergulhando profundamente nas histórias e "vivendo" tudo com os personagens. Eu quero. Muito. 

Perdas fazem parte deste mistério lindo e terrível que é a vida. E Luana, minha Luana, sempre será a melhor parte de mim. Sempre será o meu anjinho. Mas eu preciso voltar a viver. Ela nunca iria querer me ver assim. Iria querer que eu fosse feliz. 

Vejo o término de 2022 como o fim de um ano de luto. E 2023 como o recomeço que necessito. Jamais deixarei minha Luana no passado, como nunca deixei minha avozinha, a quem perdi há 20 anos... Elas sempre serão parte da minha vida. O que quero deixar para trás é o luto. 

Este era um post para falar dos livros que li em outubro, certo? E falei tudo isso porque o luto afetou imensamente as minhas leituras e o blog como um todo. Eu apareci por aqui ao longo do ano, mas não por inteiro. Quase não fiz resenhas. Quase não me doei às leituras. E prometo a vocês que ainda leem o que escrevo (risos) que tudo será diferente em 2023. 

O blog faz parte de mim. Sei que faz anos que blogs "saíram de moda" e resenhas agora são vistas em vídeos no Youtube ou lidas no Instagram. Mas eu sou do blog.rs E sempre serei. Escrever aqui me faz bem. E vou continuar... enquanto o Blogger existir.

Mas vamos finalmente às duas leituras que concluí no mês de outubro! 




Literatura norte-americana
Título Original: Sheikh Without a Heart 
Tradutora: Celina Romeu
Editora: Harlequin
Edição de: 2013
Páginas: 158 (e-book)

Sinopse: Um ousado microbiquíni com lantejoulas não era o traje que Rachel Donnelly queria estar usando para conhecer o sheik Karim al Safir. Especialmente por ele ser tão belo... e estar completamente vestido!
Karim não consegue acreditar que aquela é a mãe de seu sobrinho recém descoberto. Sua inquietação diante da visão do corpo seminu de Rachel é uma ameaça à sua reputação de sheik de coração de pedra, mas ele fará jus a ela para assegurar que o herdeiro do trono seja criado em Alcantar.




Comecei a leitura deste livro com a clara intenção de me desligar do mundo por algumas horas... e funcionou.rs Cheguei a considerar fazer resenha sobre ele, mas o tempo passou e acabei desistindo, o que com certeza não foi culpa do livro! 

À primeira vista parece ser o tipo de história fútil e cheia de clichês... realmente é recheada deles (risos), mas é mais profunda do que vocês possam imaginar. De início, eu quis matar o mocinho. Sua arrogância me dava nos nervos, mas conforme a autora constrói sua personalidade e vemos o desenvolvimento do seu interesse pela mocinha e pelo sobrinho... tudo vai mudando. 

Karim não é frio como aparenta e nem se considera tanto assim a última coca-cola do deserto.rsrs De verdade, eu amei a construção do romance entre os dois! Foi lindo ver como ele teve que deixar de lado seu orgulho e todas as regras que foi educado para seguir... pois se agisse como "deveria" teria que fazê-la sofrer... Eu apreciei demais esta história! E não é nenhuma surpresa: Sandra Marton é uma autora que consegue criar histórias lindas mesmo em cenários aparentemente superficiais. Costumo gostar demais das histórias dela. E recomendo MUITO este livro!





Literatura Portuguesa
Editora: Companhia das Letras
Edição de: 1998
Páginas: 64

Sinopse: "E a ilha desconhecida, perguntou o homem do leme, A ilha desconhecida não passa duma ideia da tua cabeça, os geógrafos do rei foram ver nos mapas e declararam que ilhas por conhecer é coisa que se acabou desde há muito tempo..."





Esta ediça que tenho de O conto da ilha desconhecida não possui sinopse, apenas este trechinho do livro que coloquei acima. É um livro que adquiri por puro acaso. 

Tinha chegado cedo para um compromisso profissional no final do mês passado, em Bangu, um bairro aqui do Rio de Janeiro. Lá tem uma biblioteca municipal, e do lado tem um museu de bairro. Eu fiquei encantada pelo pequeno museu, tão cheio de história, preservando a história local. Cheguei a comprar o livro Fazenda Bangu, que é o primeiro de uma série em construção, e tinham alguns livrinhos à venda, numa espécie de sebo. Foi assim que adquiri este pequeno conto do José Saramago, juntamente com dois livros da Rachel de Queiroz. 

Consegui entender o conto? Eu diria que não.kkkkkkk... É bem curtinho, mas nenhuma leitura de Saramago é fácil, seja por um motivo ou outro. Em Ensaio sobre a cegueira, o livro mais doloroso que li dele, a dificuldade fica por conta da densidade emocional. Por ser um livro extremamente forte, de uma crueza que nos tira o fôlego. Em O conto da ilha desconhecida, todavia, encontrei dificuldades pelo jogo de palavras frequente, o duplo sentido... Não consegui captar a mensagem do livro.kkkkkkk... 

Fiquei com a "sensação" de que o autor queria passar a mensagem, através da louca história de um rapaz que queria viajar em busca de uma ilha desconhecida, de que era necessário conhecermos a nós mesmos e que isso só seria possível se víssemos além de nós. Se saíssemos de nós, sabe. Só que não sei se esse é realmente o sentido do livro.kkkkk Fiquei muito confusa e foi até divertido ficar assim de perdida após a leitura. Eu gostei.rs


Além destes dois livros, eu li cinco contos muito bons, a maioria em conjunto com as minhas amigas do trabalho. "O Coração Denunciador" foi uma releitura, na verdade. Já havia lido este conto do Edgar Allan Poe algum tempo atrás e resolvi reler com as meninas. Mas o conto que me impactou profundamente nem fez parte do nosso projeto de leituras coletivas: foi A tortura pela esperança, de Villiers de L'isle Adam. Fiquei um longo tempo pensando nele, no sentimento de angústia que me provocou. Senti um pouco de claustrofobia, um sufocamento, sabe?! Não recomendo para pessoas que não gostam de ler histórias sobre lugares fechados, labirintos ou coisas do tipo. 




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