29 de março de 2018

A Revolução dos Bichos - George Orwell

(Título Original: Animal Farm: a Fairy Story
Tradutor: Heitor Aquino Ferreira
Editora: Companha das Letras
Edição de: 2007)

Cansados da exploração a que são submetidos pelos humanos, os animais da Granja do Solar rebelam-se contra seus donos e tomam posse da fazenda, com o objetivo de instituir um sistema cooperativo e igualitário, sob o slogan "Quatro pernas bom, duas pernas ruim".

Mas não demora muito para que alguns bichos - em particular os mais inteligentes, os porcos - voltem a usufruir de privilégios, reinstituindo aos poucos um regime de opressão, agora inspirado no lema "Todos os bichos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros."

A história da insurreição libertária dos animais é reescrita de modo a justificar a nova tirania, e os dissidentes desaparecem ou são silenciados à força. 



Palavras de uma leitora...


- Confesso para vocês: depois de ler romances tão maravilhosos nos últimos tempos eu não estava no clima para ler um livro com "pegada" política. Sobretudo considerando a atual situação política do país. Não era o tipo de leitura que eu queria fazer no momento, mas como o livro fazia parte do meu Desafio Mensal e o mês já está chegando ao fim não tive muita escolha.rsrs

Ao iniciar a leitura tinha uma boa noção do que encontraria. Todavia, por mais que esperasse me deparar com determinadas cenas de tortura e assassinatos, tão típicos de governos totalitários, nada me preparou para o que eu senti. Porque o livro desperta "memórias". De épocas que eu não vivi, mas estudei profundamente, revi em livros de ficção como A Menina que Roubava Livros e O Cavaleiro de Bronze, não ficção como O Diário de Anne Frank e filmes como O Menino do Pijama Listrado e Zuzu Angel. Além de documentários ao longo dos anos. Quanto mais lemos A Revolução dos Bichos mais evidente se torna a semelhança com diversos governos ditatoriais que marcaram o mundo e provocaram milhões de mortes. Que destruíram vidas de pessoas que o tempo tratou de condenar ao esquecimento. 

Não irei me aprofundar em temas políticos, mas uma coisa que me revolta bastante é ver determinados comentários na internet e fora dela (até mesmo de parentes) defendendo a volta de uma ditadura. Vocês já se depararam com textos assim? Eu já, para meu desespero e profunda decepção com a natureza humana. Me pergunto se essas pessoas têm alguma noção do que estão dizendo, se realmente sabem o que significa uma ditadura. Vários são os argumentos, mas essas pessoas parecem ignorar algo primordial: direitos humanos são violados quando uma ditadura é estabelecida. Sua opinião? Pode te condenar à morte se um governo ditador assim o decidir. Pessoas desaparecem, são torturadas, assassinadas por traições fictícias. Não se iluda: ditadura alguma consertaria um país. Muito pelo contrário. 

"O Homem é o nosso verdadeiro e único inimigo. Retire-se da cena o Homem e a causa principal da fome e da sobrecarga de trabalho desaparecerá para sempre."

- Tudo o que os animais da Granja do Solar conheciam era uma vida de sofrimento. Trabalhavam de sol a sol e viam os frutos de seus esforços serem consumidos desenfreadamente pelos seres humanos, enquanto eles ficavam com o resto dos restos e, às vezes, nem isso. Pelo simples fato de serem animais eram escravizados, maltratados e humilhados. Estavam cansados daquela vida de miséria, mas não sabiam como acabar com tudo aquilo. Porque o Homem era mais forte, inteligente e reprimiria facilmente qualquer tentativa de revolta. Mas, um dia, alguém apareceu com a solução. 

Após um sonho estranho, o Major, um porco sábio e ancião, reuniu todos os animais da Granja com a profecia de que chegaria um tempo em que todos os animais seriam livres, tratados como iguais. Que a fome e os maus-tratos seriam apenas uma lembrança ruim. Mas que, para isso, era necessário que os animais se reunissem e se rebelassem para derrotar o gênero humano. Pouco tempo depois, o Major veio a falecer, porém a semente plantada por suas palavras ficou no coração daqueles animais e instigou alguns, guiados por seus próprios interesses, a tramar o necessário para concretizar a tal profecia. 

Num momento de particular agonia dos animais, que estavam passando fome por negligência do dono da granja, os porcos, considerados os mais inteligentes da espécie animal, incitaram a rebelião que, por pegar de surpresa os moradores do local, foi bem-sucedida. Bola-de-Neve, o porco carismático e aparentemente preocupado com a população, bem como Napoleão, astuto e observador, sabiam bem o que estavam fazendo. Tinham o apoio do povo que os idolatrava. Era o cenário perfeito para um jogo de poder. 

"[...] jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais."

No início, as coisas foram um verdadeiro mar de rosas. Qualquer animal, desde o mais belo cavalo até o pequenino rato possuía os mesmos direitos. Todos eram iguais e os frutos dos seus trabalhos pertenciam à coletividade. Havia equilíbrio, justiça, solidariedade. A felicidade se espalhava pela granja e os animais tinham a tão sonhada paz. Mas então...

... O leite retirado das vacas se tornou exclusivamente dos porcos. Nenhum animal poderia comer maçãs, pois os porcos, líderes da rebelião por serem os únicos que possuíam inteligência, precisavam mais delas do que os outros. Claro que tais privilégios não eram concedidos por vaidade ou egoísmo. Não. Tudo era pelo bem do povo. Os porcos comiam melhor e viviam em condições mais favoráveis, bem como tomavam todas as decisões, pelo bem dos outros animais. Eles eram completamente altruístas. 

E o que começou como uma sucessão de pequenos privilégios não demorou a se agravar. Mas o estopim veio quando Bola-de-Neve, o porco que queria melhorar a educação e as condições de trabalho (em tese) entrou em choque com Napoleão, o porco astuto, que em silêncio criava um exército pessoal e forte. Sabendo que Bola-de-Neve ganhava o apoio e simpatia dos demais, Napoleão decidiu instituir, a partir daquele momento, um governo intimidador, que venceria pelo medo. Acusando o adversário de diversas mentiras, o expulsou da Granja, utilizando seu exército para reprimir qualquer palavra em contrário. Logo em seguida, direitos começaram a ser suprimidos, vozes foram caladas, animais foram torturados e assassinados. E tudo era justificado com muita lábia e persuasão. 

"Ninguém mais que o Camarada Napoleão crê firmemente que todos os bichos são iguais. Feliz seria ele se pudesse deixar-vos tomar decisões por vossa própria vontade; mas às vezes poderíeis tomar decisões erradas, camaradas; e então, onde iríamos parar?"

Alguns animais, como o burro Benjamim, já não tinham mais qualquer ilusão: sabiam que tinham sido enganados e que qualquer coisa que lhes fosse dita tinha um tom de ameaça. Dominados, controlados por Napoleão e seus aliados, não tinham outra escolha senão se sujeitar à nova ordem. Sim, até existia outra alternativa: contrariar seu líder e morrer. Todavia, o pior era que a maioria dos animais sequer conseguia notar em que condições estava vivendo. Tão profundamente alienados e controlados estavam que não eram capazes de ver

"E assim prosseguiu a sessão de confissões e execuções, até haver um montão de cadáveres aos pés de Napoleão e um pesado cheiro de sangue no ar [...]"

- Inebriado pelo poder, querendo cada vez mais e com a política de eliminar qualquer um que ousasse pensar por si mesmo ou ganhasse a simpatia do povo que ele tinha controlado pelo pavor, Napoleão avançou o seu domínio, não se contentando apenas em possuir a Granja e todos os animais que viviam ali, mas unindo-se a outros líderes para expandir o seu controle e atingir outras fazendas. 

- Mentiras levantadas contra desafetos, traições fictícias punidas com a morte, condenações e execuções sem o devido julgamento, confissões provocadas por tortura... Isso com certeza te lembra não apenas um, mas diversos governos opressores que espalharam sangue ao longo dos anos, destruíram vidas por ambição, por poder. Sei que o autor provavelmente (leia-se: com certeza!) tinha em mente um determinado país ou regime político quando da criação de seu livro, sei que o livro foi vendido e utilizado como arma contra determinada ideologia política, mas ao lê-lo vi a síntese da maldade humana, um resumo chocante do que pode acontecer (e já aconteceu ao longo da História) quando entregamos o poder nas mãos das pessoas erradas, quando nos deixamos ser alienados, quando paramos de pensar por nós mesmos e seguimos a maré, apoiando e votando sem utilizar o cérebro. Muitos governos totalitários tiveram o apoio da população no princípio. As desgraças vieram depois.

"Aquelas cenas de terror e sangue não eram as que previra naquela noite em que o velho Major, pela primeira vez, os incitara à rebelião. [...] não podia compreender por quê - havia chegado uma época em que ninguém ousava dizer o que pensava, em que cachorros rosnadores e malignos perambulavam por toda parte e todos eram obrigados a ver camaradas feitos em pedaços após confessar os crimes mais chocantes."

- Este livro não me fez bem. Ainda assim, não me arrependo de lê-lo, pois ele nos provoca reflexões, nos faz pensar em assuntos que muitas vezes preferimos ignorar. A verdade é que vivemos num mundo em que muitos encontram-se tão alienados que, obviamente, não percebem. E seguindo essa maré, eu me pergunto, onde iremos parar... 

"As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco."

24 de março de 2018

A Verdade sobre Amores e Duques - Laura Lee Guhrke

(Título Original: The truth about love and dukes
Tradutora: Thalita Uba
Editora: Harlequin
Edição de: 2018)

Querida Conselheira Amorosa... - Livro 1

Henry Cavanaugh, duque de Torquil, anseia por uma vida ordenada e previsível. Mas era impossível com a família que tinha. Apenas a mãe facilitava a sua vida... até ela se apaixonar por um artista e decidir seguir o conselho amoroso de lady Truelove, largando tudo para seguir os desejos do coração. Agora Henry vai exigir que a mulher mexeriqueira que deu aquele conselho imprudente o ajude a impedir que o nome da sua família acabe na lama. 

Irene Deverill é o que a sociedade londrina considera uma ovelha negra: dirige o jornal da família, é uma solteirona e tem orgulho disso! Mas ninguém sabe que ela possui um grande problema nas mãos: o duque de Torquil demanda que ela o ajude a resolver os problemas da sua família. Esse relacionamento forçado fará Irene descobrir que Henry é mais do que um "lírio do campo" e que ele é capaz de despertar nela sentimentos que nunca pensou possuir.


Palavras de uma leitora...


- Não há nada melhor do que ler um livro maravilhoso... Há quem seja viciado em seriados, jogos, novelas, viajar, etc e tal, mas, gente, eu trocaria tudo por um livro. Sempre! Não é à toa que quando minha família quer "abrandar" meu coração após ter aprontado algo me dá livros de presente.kkkkkkkk... Meus familiares criticam o fato de eu passar tanto tempo lendo, mas sempre recorrem ao meu amor pela leitura para deixar meu coração mole. E funciona, claro!kkkkk...

Mas este livro maravilhoso, A Verdade sobre Amores e Duques, não foi um presente da minha família, mas sim uma cortesia da editora Harlequin e uma das minhas maiores apostas de leitura do ano. O único problema é que agora quero ler tudo o que autora já escreveu! Gente, a Laura Lee Guhrke já tem uma nova fã, alguém que vai amar seus livros incondicionalmente até o fim da vida. Sim, essa fã é emotiva, exagerada, irracional muitas vezes e ficou ainda pior depois de ler esta história. Mas como não se apaixonar? Como não enlouquecer com o duque maravilhoso que ela criou e em muitas situações me lembrou o Sr. Darcy de Orgulho e Preconceito?! Eu gritei tanto com alguma cenas, desabafei no WhatsApp com uma amiga, chegando a dizer que o Henry estava me matando com toda sua paixão pela mocinha da história. Eu estava rendida, nada que ele pudesse fazer seria capaz de diminuir o meu amor por ele. 

- Vocês sabem que quando recebi o pacote com dois livros enviados pela Harlequin no início deste mês, só tive olhos para o da capa azul. Lembram disso?! Eu mal notei o livro A Verdade sobre Amores e Duques, pois a capa de Amor em Manhattan me arrebatou e me fez iniciar a leitura logo em seguida. Somente depois que terminei de me deliciar com aquele livro que parei para olhar para a história do Henry e da Irene e pensei: "Por que não lê-la agora? Quem sabe não é mais uma história que me deixará apaixonada?" Então me decidi... e foi uma das mais acertadas escolhas de leitura do ano. Foi... inesquecível. Nem sei por onde começar a falar deste livro. 

Tudo o que Henry, duque de Torquil, queria era ter uma vida tranquila, perfeitamente organizada, sem grandes aborrecimentos. Mas nada disso era possível, pois junto com o título e todas as propriedades que herdara do pai vieram as obrigações. Ele era responsável pelas irmãs, pela irmão mais novo, pelo cunhado que ficara viúvo há pouco tempo, pelos sobrinhos pequenos e incontroláveis e muitas outras pessoas que dependiam de suas escolhas e proteção. Nunca era possível pensar apenas em si mesmo. Cada passo, cada mínimo erro poderia refletir na vida de muita gente. Assim, desde muito cedo, aprendeu a deixar de lado qualquer emoção e fazer somente aquilo que a sociedade exigia dele. Existia quem o visse como um homem sem coração, severo, intransigente. E ele gostava de ser assim. Somente uma pessoa conhecia o seu passado e o quanto ele pagara caro por um único momento de descuido. E justamente aquela pessoa, quem ele jamais imaginaria que lhe daria qualquer dor de cabeça, o estava colocando à prova como ninguém.

Receber a notícia de que sua mãe, a duquesa viúva, pretendia se casar com um artista, provocando um escândalo que afetaria a vida de toda a família já seria um choque e tanto. Mas ser informado através de um jornal de fofocas era pior ainda. Ela nem sequer teve a coragem de falar com ele abertamente. Preferiu fugir, deixando nas mãos dele a responsabilidade de amenizar o escândalo e tentar conter o incêndio que ela provocara. Mas claro que ele não suportaria aquilo sozinho. Não mesmo. Descontaria toda sua frustração na maldita atrevida que metera na cabeça de sua mãe, uma mulher respeitável e ajuizada, a ideia louca de fugir por amor, mandando ao diabo tudo o que era conveniente. Ele não poderia matar Irene, como talvez desejasse, mas a faria entender que seus conselhos podiam trazer consequências desastrosas. E que era sua obrigação consertar toda aquela confusão. 

O primeiro encontro entre os dois não é dos melhores. Antes de conhecê-lo, Irene se julgava uma mulher bastante serena, gentil e amável, dona de um temperamento fácil, alguém que jamais seria acometida por fortes emoções. Mas bastaram poucos minutos na presença daquele arrogante insuportável para ela sentir, pela primeira vez, o que era desejar esganar outro ser humano. Quem ele pensava que era para entrar em sua casa lhe dando ordens? Dizendo o que ela deveria fazer ou deixar de fazer? E ainda enfatizando quão diferente eram seus mundos e que ela, dona de um jornal, era bem inferior a ele? Ela o chamaria de Sua Graça sim... no dia em que porcos começassem a voar. 

"- A senhorita não faz a menor ideia do que significa ser um duque.
- E o senhor não faz a menor ideia de como é trabalhar para se sustentar.
- Nem gostaria de saber. 
- Uma declaração que não me surpreende nem um pouco. Pela aparência de suas roupas, o trabalho não lhe cairia bem."

Após toda a troca de ofensas e de ambos deixarem mais do que claro o que pensavam um do outro, Irene acreditou que nunca mais veria aquele homem insuportável em sua frente. Mas isso era apenas o que ela pensava. Porque as artimanhas do duque não demorariam a fazê-la passar duas semanas em sua casa, tendo a ameaça de fechamento do seu jornal pairando sobre sua cabeça. Como não matá-lo? Como passar aquelas duas semanas suportando-o sem que um dos dois acabasse cometendo um crime?rs

"- Um dia desses, Irene, a impertinência será o seu fim.
- Tenho certeza de que o senhor tem razão - respondeu ela, tentando parecer devidamente repreendida. - Mas, francamente, papai, duque ou não o que aquele homem poderia fazer comigo?"

- O que vocês acham que ele poderia fazer?! :D Roubar seu coração, deixá-la loucamente apaixonada por ele, por mais impossível que isso pudesse parecer.rsrs Quando conheci o Henry e vi a forma como ele falou com a mocinha na primeira vez que eles se viram, eu fiquei irritada. Muito. Pensei que estava encarando outro maldito Arthur na minha vida de leitora, mas, graças a Deus, estava enganada.kkkkkkkk... Bastou avançar um pouco mais na leitura para perceber tudo o que este mocinho tão cabeça-dura, arrogante e contido escondia por trás de sua fachada de homem mau. Não demorou para que eu começasse a me lembrar do sr. Darcy e a forma como tanto orgulho e preconceito aproximava e afastava ele da sua amada Elizabeth. Aqui temos algo semelhante. Claro que a história não é igual, mas para ficarem juntos e serem felizes, Irene e Henry precisarão superar seus próprios orgulhos e derrubar, com muita força de vontade, todos os preconceitos que possuem. E são muitos, acreditem! Ela despreza o mundo dele. Jamais desejaria participar de tanta hipocrisia, da sociedade que ele tanto parecia amar. Ele, por sua vez, via com desdém o fato dela ter uma profissão e ainda por cima ser uma feminista assumida, defensora dos direitos das mulheres e do voto feminino. Suas ideias modernas iam na contramão de tudo o que o duque acreditava. Para ele, Irene era perigosa com sua visão absurda de mundo, mas nada disso seria da sua conta se as palavras dela não tivessem "envenenado" sua mãe e abalado o mundo dele.rsrs

"- Meu Deus - disse Irene, engasgada -, seu coração bombeia sangue ou água gelada? Ou talvez o senhor não tenha coração.
Outra faísca de emoção passou por aquele semblante implacável, mas se foi em um instante, varrida para longe com sua resposta gélida.
- Meu coração, srta. Deverill, não é da sua conta.
- Graças a Deus - resmungou ela."

- É fascinante acompanhar a troca de farpas entre esses dois, principalmente porque o duque é um homem reservado, que não suporta demonstrar os próprios sentimentos e luta sempre para manter uma fachada impassível. Ele gosta de manter distância. Irene, por outro lado, não perderia nenhuma oportunidade de provocá-lo e tirá-lo do sério.rs Quanto mais austero o duque conseguisse ser pior seria a provocação dela e não é em todos os momentos que ele consegue manter a calma, acreditem!kkkk Amo vê-lo perder o juízo! Suspiros...

Conforme avançamos na leitura, conhecemos o outro lado do Henry... aquele que ele esconde até de si mesmo. Ao forçar a mocinha a ficar em sua casa por duas semanas a intenção dele era que ela aproveitasse esse tempo para convencer sua mãe a voltar atrás e não se casar com o tal artista interesseiro. Porque ele culpava Irene pela decisão de sua mãe. Mas isso, na verdade, meus queridos, era pura mentira! Ele estava apenas se enganando. A verdade é que quando conheceu nossa mocinha modernista e sem papas na língua, ele ficou encantado e aproveitou a menor desculpa para tê-la por perto... ainda que jurasse até a morte que não foi assim.rs Irene poderia até irritá-lo, mas ele não conseguia ficar longe dela. Era impossível. Ia além de tudo o que ele pudesse suportar. 

"- Se existe alguém que testa os seus limites, provavelmente sou eu.
- Sim - reconheceu ele, desviando o olhar e pegando a taça de vinho. - De maneiras que a senhorita sequer pode imaginar."

E quando todo o sentimento dele vem à tona... Bye, bye reserva e todo o gelo nas veias! Quem diria que aquele homem todo sério pudesse ser capaz de tão... fortes emoções? O título do meu blog descreveria com perfeição como ficaram as emoções do mocinho após aceitar em seu coração que a amava. Que não imaginaria a vida ao lado de outra mulher. 

"Henry, ela descobriu, era tão frio quanto um incêndio. Quem diria?"

- Verdade, quem diria?!rsrs É lindo acompanhar a maneira como os sentimentos surgem entre os dois e como vão se transformando até chegar ao amor. À primeira vista eles se odeiam. Todavia, ainda ali algo aconteceu no interior do nosso mocinho, algo que o levou a armar para que a mocinha ficasse em sua casa, não importam quantas desculpas ele inventou para convencer a si mesmo que seus motivos foram outros. A gente sabe que ele quis ficar bem perto dela. E conforme eles vão convivendo Irene não desperta apenas sua irritação, mas também seu instinto protetor. Porque ele não suportava que alguém se atrevesse a deixá-la constrangida ou dizer palavras ofensivas para ela... e sua cunhada sentiu na pele o que era ser a causa de sua fúria. Como eu amei a cena em que ele colocou a cobra da Carlotta em seu devido lugar! 

"Você se entranha, Irene, nos alicerces da minha existência."

- Como eu disse, as coisas entre o casal não serão fáceis. Mesmo após eles se renderem ao que sentem. Cada um tem seus próprios ideais, seus princípios e opiniões sobre o que é certo ou errado. As ideias políticas e revolucionárias de Irene serão um desafio e tanto para o relacionamento entre os dois, bem como o lado conservador e tradicional do Henry provocará sérios choques de opiniões. Mas nada, absolutamente nada, é capaz de deter o sentimento cada vez mais forte que os une, o amor que os arrebata e confunde. Querem ler uma linda e divertida história de amor? Apostem com tudo neste livro! E ainda serão presenteados com uma das declarações de amor mais lindas que já li! Sério, gente! A cena na qual o Henry abre o coração por inteiro... Minha nossa! Eu não sabia se gritava, ria, chorava ou fazia tudo isso ao mesmo tempo!kkkkkk... Que cena, meu Deus! Só digo uma coisa: ela estava lá triste e de repente pegou uma carta nas mãos... o choque de ler aquelas palavras a deixou trêmula, gelada e emocionada, quase não respirava... então escutou a voz dele... Olhou para cima e lá estava ele... o que vem a seguir... Vocês não podem perder esta leitura! É belíssima! Vou sonhar com o final deste livro! Vou ter sonhos maravilhosos! :) 

*Este livro foi recebido em parceria com a editora Harlequin.  

18 de março de 2018

Amor em Manhattan - Sarah Morgan

(Título Original: Sleepless in Manhattan
Tradutor: William Zeytoulian
Editora: Harlequin
Edição de: 2018)


Para Nova York, Com Amor - Livro 1


Um romance brilhante sobre três amigas que decidem abraçar a vida – e o amor –  na cidade mais romântica do mundo.

Calma, competente e organizada, Paige Walker adora um desafio. Depois de passar a infância em hospitais, ela quer mais do que tudo provar seu valor – e que lugar poderia ser melhor para começar sua grande aventura do que Nova York? 

Só que abrir a própria empresa não é nada comparado a esconder sua paixonite por Jake Romano, o melhor amigo do seu irmão e o solteiro mais cobiçado de Manhattan. E quando Jake faz uma excelente proposta para a empresa de Paige, a química entre eles acaba se tornando incontrolável. Será que é possível convencer o homem que não confia em ninguém a apostar em um felizes para sempre?

O primeiro livro da série Para Nova York, com amor traz um enredo empolgante e divertido, com personagens superando situações inusitadas em busca do seu final feliz.



Palavras de uma leitora... 


- Quem acompanhou meu drama no facebook sabe que o livro A Promessa da Rosa me destruiu. Fiquei realmente no chão com tudo o que aconteceu, com a humilhação que a Kathe passou, com a maneira como amar a pessoa errada a fez perder tudo o que tinha, até a si mesma. E depois... eu travei. Não conseguia ler nada. Tentei vários gêneros diferentes e só conseguia continuar sofrendo por causa daquele livro. Três dias se passaram... 72 horas sem ler nada. Aí, recebi uma surpresa da Harlequin... E o que havia no pacote? Dois livros. Mais que isso: um desses livros era azul. AZUL! 

Vocês sabem, não é?rsrs Azul é minha cor preferida. Um romance já me atrai, mas quando a capa é tão linda e em tons tão irresistíveis de azul, meu coração quase para. Eu só tinha olhos para este livro.kkkkkk... Eu notei o outro livro que estava no pacote, mas meus olhos se voltavam para este. Eu precisava lê-lo. Sua capa me prometia uma história maravilhosa, que me faria parar de chorar por uma história cruel e me faria rir e me emocionar com um verdadeiro amor, onde o cara não destroçaria a mulher para depois ainda dizer que a amava. O livro me fazia promessas. E eu acreditei nelas. Me decepcionei?

Como responder esta pergunta?! Bem... Sabe o Skoob? Lá eu avalio os livros que leio. O máximo de estrelas que uma pessoa pode dar é 5. Isso me deixou muito frustrada ao concluir a leitura de Amor em Manhattan. Fiquei furiosa com o Skoob.rs Porque é inadmissível você só poder dar 5 estrelas para uma história que merece muito mais. :D Respondi a pergunta, verdade?rs

- Esta história roubou meu coração, gente! Eu vivi momentos preciosos, que já garantem ao livro um lugar especial na minha lista de melhores do ano. Sei que estamos em março, mas já estou selecionando os livros para o post de melhores de 2018. Quem manda a história ser apaixonante?! Ler este livro me encheu de bons sentimentos, de esperança, de vontade de rir... me fez até ver o mundo de maneira mais colorida, para vocês terem uma noção! Mais que uma história de amor entre um homem e uma mulher, é uma história de amizade, de família, de recomeços, superação... De acreditar que o céu é o limite e você sempre pode conseguir o que deseja, desde que não tenha medo de correr atrás, arriscar sabendo que tudo pode dar errado, mas também pode dar completamente certo. É impossível ler este livro e não se deixar contagiar por ele. Paige, Eva, Frankie, Matt e o meu Jake tudo-de-bom-e-muito-mais me conquistaram. Invadiram meu coração sem pedir licença. E vieram para ficar. :)

"Leve esse coração com você, querida, e pense nele como um reforço quando o seu coração de verdade estiver em apuros."

Paige havia nascido com um sério problema no coração, algo que controlou sua vida durante muitos anos e fez com que todos que a cercavam não medissem esforços para protegê-la. Seus pais viviam em função dela, seu irmão levava a palavra "superprotetor" bem a sério e até mesmo seus professores tinham medo de que ela fosse quebrar a qualquer momento. E foi aos 17 anos de idade, quando estava internada no hospital para mais uma cirurgia de risco, cheia de medo e querendo mostrar a todos que era corajosa e que não precisavam se preocupar, que ela se apaixonou. 

Ele era o melhor amigo do seu irmão. E ela não teve intenção de amá-lo, mas quando ele quebrou todas as regras do hospital, invadindo seu quarto fora do horário de visitas, com roupa de médico e aquele sorriso irresistível, ela perdeu o coração para sempre. Diferente dos outros que a sufocavam com sua preocupação, Jake não tentava protegê-la. Ele agia como se ela fosse uma mulher normal e não uma menina entre a vida e a morte. Isso era reconfortante. Tudo o que ela precisava. 

Naquele dia eles conversaram por horas. Ele contou para ela coisas que nunca tinha contado para ninguém e isso acabou por alimentar ainda mais os sentimentos que Paige sentia por ele. A maneira como Jake a olhava... a forma como confiava nela para dividir seus segredos... isso devia significar alguma coisa. E foi guiada por este instinto que, ao se recuperar da cirurgia e finalmente se ver livre daquele problema no coração, ela foi atrás dele. E confessou seus sentimentos. 

Foi a pior decisão que tomou. Ser rejeitada por Jake abalou profundamente a confiança dela e mais do que isso foi a bondade que ele demonstrou, a paciência. Ele não foi cruel. Simplesmente disse que não sentia o mesmo. 

Vários anos depois, com ele ainda fazendo parte de sua vida por causa da amizade com seu irmão, e a relação deles tumultuada pela insistência dele em irritá-la a cada oportunidade, Paige acredita que está bem. Está vivendo a melhor fase de sua vida. Vive na melhor cidade do mundo, cheia de vida e agitação, como sempre tinha sonhado, tem um emprego incrível (por mais que sua chefe seja uma vaca) e ainda por cima trabalha e mora bem próxima de suas melhores amigas. Não precisava de mais nada. Talvez montar seu próprio negócio um dia. Mas homens? Para que uma mulher necessita deles? Ok, eles têm lá suas utilidades às vezes, mas ela estava bem como estava. Pelo menos, quando Eva não decidia abrir a boca para falar de romantismo e encontrar o príncipe encantado. E era muito difícil fazer Eva ficar calada. Enquanto Paige era a amiga responsável, pé no chão, Eva era puro sonhos e contos de fadas. Mas nem isso era capaz de abalar a confiança que Paige adquiriu ao longo dos anos. E estava realmente feliz. 

Naquele dia em especial, podia se permitir estar nas nuvens como Eva sempre estava. Afinal de contas, seria promovida! Já pensava no jantar de comemoração, na festa que faria com suas amigas. O que não poderia imaginar era o que lhe aguardava ao chegar no prédio em que trabalhava. 

Em vez de ser promovida, como sua chefe prometera, depois de todos os clientes que ela conseguiu, Paige foi demitida. A Estrela Eventos a dispensou, bem como a suas amigas. Era para ser o melhor dia da sua vida, mas se tornou um verdadeiro pesadelo. 

E tudo o que ela realmente não precisava era dele. Aparecendo em sua casa, enfurecendo-a como sempre e tendo ideias absurdas... Mas, peraí! Talvez as ideias de Jake não fossem tão ruins assim. Ele era um idiota? Com certeza! A tinha rejeitado? Ela não poderia esquecer. Mas se filtrasse 70% do que ele dizia, os trinta por cento restantes até que faziam sentido. Por que esperar para montar seu próprio negócio se tinha exatamente tudo o que precisava bem ali? Era verdade que ser demitida foi um golpe e tanto, mas tinha dois braços, duas pernas, amigas leais e talentosas e toda a habilidade necessária para ir à luta. Tudo bem que não tinha o dinheiro, mas isso era apenas um detalhe. Se tantas pessoas começavam seus negócios em suas próprias garagens, ela conseguiria montar sua empresa em sua cozinha. Ou na cozinha de Frankie. Mas faria dar certo. 

E o que era para ser apenas o início do negócio de seus sonhos se transforma em muito mais... porque Jake não se contentaria em dar apenas a ideia... ele abriria as portas para que desse certo e assim... acabaria permitindo que aquela porta fosse a passagem para muito mais. 

Seria loucura apostar novamente num amor que um dia a magoou? Seria preferível arriscar ou lamentar a vida inteira por não ter tido coragem de viver

"O céu é o limite. Se ele estiver longe demais, coloque saltos mais altos." - Paige.

- Sou uma apaixonada por romances, como não é novidade para ninguém, e ao longo dos anos conheci muitas mocinhas diferentes. Mas a maioria delas segue um determinado padrão: muitas vezes são virgens e se não são, ainda assim são "inocentes", ingênuas, 100% boazinhas, suas vontades são a síntese da perfeição.kkkkkkkk... Elas não falam sobre sexo, não falam sobre comida, sobre roupas, sobre o que acham bonito num homem, jamais xingam... Porque se falarem sobre sexo os mocinhos as consideram umas vadias. E falar sobre comida não é "elegante". Sobre roupas ou joias? São interesseiras e os mocinhos já acharão que elas estão planejando dar o golpe do baú. Confessem! Vocês também encontraram esse padrão em muitos romances que leram. Não em todos, mas em muitos. Mesmo quando são independentes as mocinhas seguem um ou outro estereótipo. Às vezes ignoro esses detalhes. Mas acontece que também me irrito. E quero algo mais normal. E foi com um sorriso enorme no rosto que percebi que Amor em Manhattan fugiria do padrão e nos apresentaria três amigas normais, mulheres diferentes entre si, mas comuns, como todas nós. Que têm vontades, que não têm a menor obrigação de seguir alguma ideia deturpada que a sociedade tenha. Que podem sim falar do que tiverem vontade e amar o que desejarem. 

- Quanto mais eu conhecia Paige, Frankie e Eva mais feliz ficava. Dei muitas gargalhadas com essas três amigas inseparáveis. As conversas delas eram tão naturais, tão gente como a gente. Paige era viciada em batom, sobretudo se fosse vermelho. E não tinha nenhum problema em dizer que também gostava de comprar roupas. Tinha todo o direito de querer se sentir bonita. E se quisesse beber? Bebia. Se desejasse xingar também o fazia e ninguém tinha nada a ver com sua vida. Queria ser uma mulher de negócios e o céu era o limite. Frankie era alguém mais séria, com os dois pés no chão, que ficava horrorizada com o conto de fadas que brilhava nos olhos de Eva, não confiava nos homens e achava que o amor era apenas uma palavra. O único amor no qual ela acreditava recebia o nome de amizade. Não suportava saias e se um homem se atrevesse a encostar um dedo nela sem sua permissão correria sérios riscos de ir parar no hospital, pois defesa pessoal era algo que ela sabia. Suas amigas não precisariam de segurança se a tivessem por perto. Ah, e ela não suportava batom! Eva...kkkkkkk... Me acabo de rir só de lembrar dessa maluquinha. Ela era o romantismo em forma de gente. Em tudo enxergava amor. E se via um casal apaixonado lágrimas não demoravam a cair de seus olhos. Também era uma excelente cozinheira e tinha um blog de culinária. Se Paige gostava de roupas, Eva era obcecada. Naquele momento não tinha uma vida amorosa, mas seria apenas uma questão de tempo. Queria o seu felizes para sempre e não aceitaria menos que o cara ideal. 

Mas o grupo não se limitava a essas três amigas. Matt, irmão de Paige, que morava no mesmo prédio que elas, não perdia nunca as maratonas de filmes, embora não admitisse comédias românticas, para frustração de Eva. E... tinha Jake. Que também aparecia. Sempre. O ambiente ficava mais elétrico quando ele estava presente, mas desde a noite em que ele a rejeitara, quando ela era apenas uma adolescente, Paige nunca mais se permitiu sentir nada por ele. Já tinha superado. Com certeza! Claro que sim!kkkkk...

"Um passado em comum permitia intimidade. Não queria atar os fios soltos que ligavam os dois, não queria fazer nada que pudesse aproximá-los."

- A relação entre Paige e Jake é linda desde o princípio, mesmo enquanto os dois fingem que não sentem nada e levam suas vidas de maneira separada. Ele troca de mulheres como quem troca de camisa, embora sempre as respeite, pois foi criado por uma mãe adotiva que lhe deu educação e o ensinou a jamais tratar mal uma mulher (morro de amores por esse mocinho!). Se nunca para com uma mulher é porque as escolhe cuidadosamente, sempre optando por aquelas que querem o mesmo que ele: só sexo. Nenhum envolvimento amoroso. Assumia sempre grandes riscos, mas nunca quando se tratava de relacionamentos pessoais. Amor estava fora do jogo. Jamais daria a alguém o poder de ter o seu amor porque uma vez tinha amado e jamais pode esquecer as consequências. Por isso não podia ser para a Paige o que ela merecia. Ela, por sua vez, também levava a própria vida e jurava para as amigas que nem pensava mais nele. Ambos se enganavam e mesmo quando eles faziam isso a relação deles nos fazia derreter. Porque sempre teve algo no ar, nos olhares, no cuidado que ele tinha com ela, a forma como sempre queria vê-la sorrir, saber que estava bem... Até suas implicâncias me faziam suspirar.kkkkk... Acho que o romantismo da Eva me contagiou!rsrs 

Mas quando o romance finalmente acontece, gente! Quando nossa mocinha mostra o quão decidida pode ser (ah, isso não é spoiler!), as coisas atingem um novo nível. É simplesmente incrível acompanhar essa história! Ela é completa, tem de tudo um pouco e um romance de verdade, no qual o mocinho realmente é digno de ser chamado assim. Jake não é perfeito e jamais tentou ser. Ele é um cara normal, que não vê a mocinha como alguém inferior que precisa ser pisada antes de ele se declarar. Ele a respeita como ser humano e como mulher. Acredita no seu potencial, em sua inteligência e capacidade de ser a mulher de negócios que deseja. Sempre a empurra para a frente. Sabe aquela pessoa que quer ver você avançar, que realmente se importa? Ele era assim. Mesmo que tivesse medo de amá-la, ele já a amava. E queria que ela tivesse uma vida feliz mesmo que não fosse ao seu lado. Estou quase chorando!kkkkkk... Mas é muito amor! Dá uma sensação tão boa conhecer um mocinho como o Jake depois de ter conhecido o desgraçado do Arthur (de A Promessa da Rosa, para quem não sabe). A Paige podia ser ela mesma sem reservas perto dele. Podia ser mulher sem ser julgada e condenada. Podia ser tímida, podia ser ousada... podia ser o que quisesse. Ele jamais a olharia com desprezo e acusações. Isso é um relacionamento saudável. Isso é amor. 

"Porque eu me importo com você, Paige. Eu não quero te magoar."

- Depois deste romance maravilhoso o que eu mais queria era ler a continuação da série. Mas ela ainda não foi publicada aqui. :( Acredito que a Harlequin deve publicar em breve (assim espero e desejo!). Estou em dúvida se quero que a próxima história seja sobre a Eva ou sobre a Frankie. Creio que prefiro da Frankie, pois tenho as suspeitas de que o romance dela será com o Matt. Tem uma química entre eles, por mais que não digam nada. Eles se olham e falam de maneira distinta. Tem algo ali, eu sei que tem!kkkkkkk... E o Matt... suspiros! Ele é o cara para a Frankie. Se tem alguém que a respeitaria e amaria por completo seria ele. :D Ah, e eu bem posso adivinhar quem será o par romântico da Eva! Só que não tive a oportunidade de conhecê-lo e só posso esperar que ele seja digno dela. 

- A minha vontade é continuar falando, mas a resenha já está enorme! Por isso, paro por aqui. Só o que digo: leiam esta história! Se querem um romance de verdade não irão se decepcionar! Neste livro eu encontrei tudo o que precisava para ficar curada da decepção que sofri com A Promessa da Rosa. Estou mais leve, mais tranquila e feliz. 

"Às vezes, a gente tem que tentar. Se deixarmos as grandes decisões para os homens, o mundo para de girar." 

- Tive que colocar o trecho acima!kkkkk... Amei muito! Aquele momento em que a Eva diz coisas sensatas. :D Ela é uma romântica incurável, mas isso não faz com que ela seja menos inteligente. Uma mulher pode sim ser as duas coisas. :) 

E para encerrar...

"Tem coisas que não estou pronto para arriscar, e perder você é uma delas."


*Este livro foi recebido em parceria com a editora Harlequin.  

17 de março de 2018

Lançamentos Harlequin - Março/2018



- Olá, queridos!

Tem tanto lançamento incrível este mês! Continuação da série Os MacGregors, com a história do Daniel, nosso patriarca querido! Tem Diana Palmer, para loucura de todas as suas fãs! :D E tem um lançamento que está me deixando bem doida... Suzanne Enoch com Como se Vingar de um Cretino!

Mas vamos por etapas, certo?rsrs 


LANÇAMENTOS DE BANCA


 SEM CORAÇÃO - Diana Palmer
Coleção Grandes Divas - Vol. 001

Há segredos demais nessa fazenda. 

Quando era mais nova, Gracie adorava o irmão postiço. Jason é um cowboy forte e silencioso que saiu cedo de casa para buscar a própria fortuna. Agora, rico e dono do rancho Comanche Wells, finalmente voltou para casa para descobrir que Gracie, a garotinha que conhecia desde sempre, está crescida e virou uma mulher. 

Jason percebe que está se apaixonando por essa nova versão de Gracie, mas ela tem um segredo que a deixa com medo de amar. Magoado com a rejeição, Jason vai embora e está pronto para deixar o passado - e a mulher que não pode ter - para trás. 

Gracie, acreditando que perdeu Jason para sempre, não tem mais ninguém com quem contar quando se vê em perigo. A ela só resta torcer para que seu herói venha salvá-la.



PERIGOSO SEGREDO 
Harlequin Desejo 264

ESCÂNDALO DO DESEJO - Cat Schield 
Uma gravidez inesperada pode ser o fim. Ou um recomeço. 
A discreta Mia Navarro passou a vida toda na sombra da irmã gêmea. Mas um breve caso com o famoso cantor e produtor Nate Tucker vai mudar tudo. A noite que passaram juntos durante a turnê a deixou grávida e dividida entre seu dever junto à irmã e a vida que deseja tanto. Quando Mia finalmente toma coragem para se colocar em primeiro lugar, ela deve se perguntar: contar a Nate que terão um bebê será como uma doce música ou será um descompasso na harmonia entre eles? 

BOATOS DE CASAMENTO - Sarah M. Anderson 
Uma noiva em fuga encontra o homem dos seus sonhos? 
O empresário Seth Bolton é incansável e está sempre na estrada. Por isso se surpreende com o desejo que sente ao resgatar Kate Burroughs em sua fuga. Seth nunca foi de criar raízes, por isso, o melhor que tem a oferecer é um caso sem compromisso. Apesar do bom-senso, Kate aceita a proposta. Ela aceita o que ele tem a oferecer, por quanto tempo for possível. Kate sabe que deixou o homem errado no altar, porém acredita que Seth é o homem certo, só precisa convencê-lo disso!



PURA SEDUÇÃO - Cathy Williams
Harlequin Coleção Paixões Clássicas 07

Uma sensualidade surpreendente! 
Theo Miquel não tem tempo para o amor - o trabalho é a sua vida. Ele está acostumado a namorar mulheres que parecem modelos, mas elas sempre acabam querendo um compromisso, e isso Theo não quer de jeito nenhum! Heather não faz o tipo comum do magnata. Ela é uma pessoa simples, falante e trabalha na equipe de limpeza do escritório de Theo. Apesar de não ter muita classe, há algo de interessante e apaixonante nela. Ele a considera perfeita para um caso passageiro, e Heather parece ser alguém que o obedeceria sem argumentar. Mas ele não a conhece de verdade.



BEIJOS DE UM GREGO - Kim Lawrence
Harlequin Paixão 496

Apenas uma noite de paixão. 
Precisando se distrair depois da morte do melhor amigo, o magnata grego Nik Latsis encontrou refúgio nos braços de uma estranha. Desde então, a inocência daquela mulher tem assombrado seus sonhos. Nik sabe que a única forma de acalmar seu desejo é passar mais uma noite com a misteriosa mulher, mas vai ser preciso muito mais do que apenas charme para atrair Chloe de volta à sua vida.



CONQUISTAS DO DESERTO - Abby Green
Harlequin Jessica 291

JOIA DO DESERTO 
Amante escandalosa ou rainha do deserto? 
O sheik Zafir Ibn Hafiz Al-Noury não consegue perdoar Kat Winters por terminar o noivado deles, mas não esquece as noites de paixão que dividiram. Contratá-la para promover a joia mais famosa do seu reino é a oportunidade perfeita para seduzi-la novamente. Deixar Zafir para trás foi muito difícil para Kat. A dor a tornou uma mulher mais forte, mas o fogo que ele desperta nela é ainda mais poderoso. Kat será capaz de se entregar à paixão, mesmo que isso signifique ficar vulnerável perante o homem que comanda seu coração? 

O AMOR DE UM REI
Um presente inesperado. 
O misterioso sheik Salim Ibn Hafiz Al-Noury prefere abdicar do trono a se expor ao reino. Até que uma bela diplomata é contratada para demovê-lo dessa ideia. Fins de ano sempre são tristes para Charlotte McQuillan, então uma viagem de negócios é a fuga perfeita. Mas Salim é o cliente mais desafiador que já teve, e a postura masculina e dominante desperta em Charlotte desejos que ela não imaginava. Não demora para que Salim aceite assumir o peso da coroa, mas ninguém esperava que seu primeiro decreto fosse tornar Charlotte sua rainha!



LANÇAMENTOS DE LIVRARIA


HOJE E SEMPRE - Nora Roberts
Série Os MacGregors - Livro 5

Daniel MacGregor sempre soube que construiria um império. Por isso, aos 30 anos e trabalhando para conquistar seu segundo milhão, ele decide que é a hora certa de encontrar a mulher perfeita para casar e começar uma família. As melhores candidatas são aquelas de linhagem forte, silenciosas, bonitas e que queiram ficar em casa cuidando dos futuros filhos. Anna Whitfield não se encaixa nesse perfil. 

Ela é a única mulher da turma de medicina e aspira ser uma ótima cirurgiã. A última coisa que Anna deseja é se casar e ter filhos, pois isso iria interferir na sua dedicação à carreira médica. Mas Daniel não vai deixá-la fugir da atração que sentem, mesmo que para isso tenha que ignorar seus instintos que imploram por um casamento e aceitar a proposta de Anna de apenas morarem juntos. Essa situação será um escândalo que apenas o amor poderá superar! 

Finalizando o arco da família MacGregor, Hoje e sempre vai emocionar as leitoras com uma história controversa e repleta de amor!



COMO SE VINGAR DE UM CRETINO - Suzanne Enoch

Era uma vez um notório visconde Dare, que seduziu lady Georgiana Halley e tomou sua inocência para ganhar uma aposta, e agora ele vai ter que pagar. O plano é simples: ela vai usar cada artifício de conquista que conhece para ganhar o coração de Dare, e então quebrá-lo. Mas o olhar do visconde tenta Georgiana a se entregar ao prazer mais uma vez, e quando ele a surpreende com um pedido de casamento, ela se pergunta: esse é mais um de seus jogos, ou dessa vez é amor verdadeiro?


E aí? Qual lançamento te enlouqueceu mais?! :D

12 de março de 2018

Em fevereiro... o que assisti e li...


Enquanto muitos já assistiram Cinquenta Tons de Liberdade, eu vi pela primeira vez o segundo filme da trilogia.kkkkkk... Vocês sabem que não morro de amores por essa história, que nunca li os três livros (e nem pretendo ler) e não fico aguardando ansiosa pelo lançamento dos filmes. Só soube que o terceiro estava em exibição nos cinemas porque ninguém parava de falar nisso.rsrs Mesmo assim, não fui ver. 

Eu gostei muito do filme Cinquenta Tons de Cinza. Achei bem leve se comparado com outros filmes do gênero, e com um romance fofo apesar de tudo. Mas nem por isso pensei muito na história. Logo saiu da minha cabeça e nem me empolguei quando a continuação esteve nos cinemas. 

Foi somente em fevereiro deste ano (dois anos depois de assistir o primeiro!kkkkk) que resolvi dar uma chance à continuação. Sentei na frente da TV e comecei a assistir... Ok. Tudo bem. O que achei?! Em resumo? Prefiro o primeiro. É só o que direi!kkkk...

- Fevereiro não foi um mês bom para filmes, séries ou novelas. :( Só assisti mesmo o filme que mencionei acima. O mês foi extremamente corrido e tudo foi bem apenas para a leitura. 

Li 7 livros! :D E foram leituras maravilhosas! Nenhum livro recebeu menos de 4 estrelas e isso já lhes dá uma ideia de como foram escolhas certas. Só espero conseguir ler tanto assim em março também. :)


Livros lidos

Para ler as resenhas basta acessar este link aqui



Bjs!

10 de março de 2018

Parceria Harlequin Books Brasil - 2018




Olá, meus queridos! :D


Quem acompanha o Emoções à Flor da Pele sabe que o blog é parceiro da editora Harlequin desde 2011. Sim, toda uma vida! Um sonho! Nunca vou me esquecer que a editora apostou no meu blog no início dele, quando não tinha nem 50 seguidores ainda. E todo o carinho que recebi. Eu não acreditava que a editora fosse querer ser parceira do meu blog e quando recebi o e-mail me senti no céu!kkkkkkkk... Foi a realização de um grande sonho. :)

De lá para cá muitos anos se passaram, muitas coisas aconteceram... E no início do ano os blogs parceiros receberam a informação de que a editora faria um novo processo de seleção, para renovação e novos parceiros. Como aconteceram mudanças internas na editora, ela deixou de fazer parte da editora Record e passou a ser um selo da HarperCollins Brasil, isso era até esperado. Mesmo assim, nós blogueiros ficamos surpresos, pois, diferente das outras editoras, a Harlequin não fazia renovação anual. Meu blog era permanente desde 2011, entende? Assim, quando eu soube do novo processo seletivo, fiquei em desespero!kkkkkkkk... Dei como certo que a editora não renovaria com o meu blog. E fiquei muito triste. :(

Sou leitora de livros de banca, gente! Eles fazem parte de mim, da minha essência. Comecei como leitora de banca e valorizo muitíssimo os meus amados livrinhos! Se sou uma leitora é graças a esses livros. O primeiro romance que li na vida foi De Encontro com o Amor - Barbara Freethy e a partir daí não parei mais. Conheço todo um mundo de livros de banca e se você passear pelo blog verá que existem mais de 300 deles resenhados aqui. :D

Ser parceira da Harlequin é algo maravilhoso, pois ela é a única editora que valoriza os meus preciosos livros de banca, que nunca deixou de publicá-los. É ela que publica muitas das minhas escritoras preferidas, como Candace Camp (tenho todos os livros dela que a Harlequin publicou), Lynne Graham (minha diva!), Michelle Reid, Penny Jordan e muitas, muitas outras! 

Assim, fiquei arrasada com a possibilidade do meu blog vir a não ser mais parceiro da editora. Coloquei na minha cabeça que a parceria não seria renovada e vivi semanas de tristeza.kkkkkkk... 

Quando recebi o e-mail... Pense numa pessoa que surtou! Eu não acreditava!  A HARLEQUIN TINHA RENOVADO A PARCERIA COM O MEU BLOG, com o meu cantinho querido! Eu não parava mais de sorrir!

E tinha que dividir isso com vocês, que são parte do meu blog, que fazem com que ele continue vivo. :) As palavras de vocês, os e-mails que me enviam, os comentários, as conversas no facebook... Vocês não fazem ideia do quanto são importantes para mim. 



Estes são os mais recentes livros que recebi como cortesia da editora. Lindíssimos! Em breve postarei a resenha de Amor em Manhattan, minha leitura do momento. Aguardem só um pouquinho! :D

Eles foram uma grande surpresa da editora, sabia? Como os Correios têm estado de brincadeira com a minha cara (só vêm aqui em casa quando querem, quando estão com vontade), eles tentaram estragar a surpresa (não conseguiram, claro!). Porque em vez de mandar o e-mail comunicando a parceria 2018, a editora enviou dois livros surpresa, num kit muito fofo, com uma cartinha que comemorava a parceria com o blog, comunicando nesse momento que ele havia sido selecionado. Era para ter chegado aqui na primeira semana de março, dias antes do e-mail que recebi da editora. Só que os Correios só me comunicaram a entrega ontem.kkkkkkkk.. 


Bjs!

8 de março de 2018

A Promessa da Rosa - Babi A. Sette

(Editora: Novo Século
Edição de: 2016)


Série Flores da Temporada - Livro 1


Século XIX: status, vestidos pomposos, carruagens, bailes… Kathelyn Stanwell, a irresistível filha de um conde, seria a debutante perfeita, exceto pelo fato de que ela detesta a nobreza; é corajosa, idealista e geniosa. Nutre o sonho de ser livre para escolher o próprio destino, dentre eles inclui o de não casar-se cedo. No entanto, em um baile de máscaras, um homem intrigante entra em cena… Arthur Harold é bonito, rico e obstinado.

Supondo, por sua aparência, que ele não pertence ao seu mundo, a impulsiva Kathelyn o convida a entrar no jardim – passeio proibido para jovens damas. Nunca mais se veriam, ela estava segura disso. Entretanto, ele é o nono duque de Belmont, alguém bem diferente do homem que idealizava. De um instante a outro, o que parecia a aventura de uma noite se transforma em uma paixão sem limites.

Porém, a traição causada pela inveja e uma sucessão de mal-entendidos dão origem ao ciúme e muitas reviravoltas. Kathelyn será desafiada, não mais pelas regras sociais ou pelo direito de trilhar o próprio caminho, e, sim, pela única coisa capaz de vencer até mesmo a sua força de vontade e enorme teimosia: o seu coração.



Palavras de uma leitora...



- Se você leu meu desabafo no facebook e está com medo de a resenha conter spoiler, não se preocupe! Seu medo faz todo o sentido!kkkkk... Realmente esta resenha terá. Sinto tanta raiva, uma revolta tão grande que será impossível me controlar. Todavia, eu avisarei quando o spoiler começar. Haverá um aviso em destaque, prometo! :)

Você olhou para esta capa maravilhosa e pensou: "Nossa! A história deve ser incrível, apaixonante, o tipo de livro que estou precisando ler para voltar a acreditar no amor! Já quero ler!" Pensou? Pois sinto te informar que se você iniciar a leitura com tal ideia vai sofrer uma baita decepção. Acredite! Eu estou passando por isso. Criei expectativas grandes em torno deste livro e quebrei a minha cara. Ainda não superei o tombo. Se me arrependo de lê-lo? Com toda a certeza do mundo!

Era uma vez uma linda jovem de dezessete anos, cheia de vida e sonhos, determinada a casar-se por amor. Inteligente, apaixonada por livros, História e artes, sabia que era diferente de todas as moças da nobreza britânica do século XIX. Mas não se importava. Queria viver... apaixonar-se perdidamente e ser correspondida em seus sentimentos. Será que era realmente pedir demais? Será que era um pecado tão grande desejar sentir-se amada? Não suportaria passar todos os seus anos presa a um casamento por conveniência. Não era o que queria para seu futuro. Deixou isso mais do que claro para sua família, embora soubesse que, no fim das contas, era nas mãos do seu pai que estava a sua vida e a escolha de quem a desposaria. 

Em sua primeira temporada em Londres já despertara o interesse de possíveis pretendentes, por mais que seu comportamento peculiar, sua rebeldia e seus constantes sorrisos tenham desagradado boa parte da sociedade, que só aguardava uma oportunidade de apagar a alegria de seu rosto. Os homens a devoravam com os olhos e, em sua inocência, ela nem notava. Era invejada pelas mulheres, até mesmo por aquelas que possuíam laços de sangue com ela, e não percebia. Era tão simples em sua ingenuidade, acreditando que os outros tinham a mesma generosidade e compaixão que ela... que quando finalmente notasse quem eram as pessoas ao seu redor... seria tarde demais.

Foi num baile de máscaras que ela o conheceu. Ainda estava de castigo por sua última rebeldia, mas convencera os pais a deixá-la participar daquele baile. Embora tal evento deslumbrasse as mulheres, tudo o que Kathelyn queria era visitar o escritório de seu anfitrião e conhecer suas raras obras de artes, suas antiguidades gregas. Sonhava com aquele momento. Como poderia saber? Como imaginaria que aquela noite marcaria para sempre a sua vida? 

Ele a seguiu até ali. Não tirava os olhos dela desde que a vira pela primeira vez e ficou intrigado quando ela se esgueirou por aquele corredor até o escritório do visconde. Sua curiosidade logo deu lugar para dúvidas e pré-julgamentos. 

" - Por favor, deixe-me ir.
- Diga o que fazia aqui? - ele falou próximo à sua orelha.
- Eu... Eu apenas... Queria olhar."

Ao trocar algumas palavras com ela e perceber o grande conhecimento que ela tinha sobre Artes e culturas, bem como de História, percebeu também que ela não era uma dama. E tendo tal ideia sobre ela não era nenhum insulto aproximar-se mais... e mais. 

De início, Kathelyn teve medo dele. Ele encostava as mãos nela, tocava em seu corpo e por mais que não fossem intimidades era muito mais do que qualquer homem se atrevera. Porém, algo estava se passando no seu interior. Sem saber bem o que sentia e sem defesas para um sentimento desconhecido, ela se deixou guiar por ele naquela noite... acordando somente instantes antes dele conseguir o que queria. 

Furioso por ela não ter permitido que ele a possuísse no jardim, sem nem saber seu nome ou ter qualquer consideração (pois se ela não era uma dama aquilo não seria errado), jurou para si mesmo que a arrancaria do baile à força e a faria aprender a jamais se comportar daquela maneira. Porque o certo, é claro, seria permitir que ele tomasse o que queria. 

"Iria arrancá-la do baile à força. Ensinaria àquela provocadora inconsequente que ela não poderia se divertir com qualquer homem e sair incólume."

Não sabiam a identidade um do outro, mas o destino, irônico e cruel, trataria de fazê-los se encontrar outra vez... E, agora sabendo quem ela era e que não poderia tê-la em sua cama sem um contrato de casamento, Arthur, um duque dos pés à cabeça, trata de garantir que ela seja sua, num acordo com o pai da moça. 

Ah, ele a cortejaria. A faria se apaixonar por ele, mas não abriria mão das garantias. Ela não precisaria saber que seu pai já a entregara a ele. Não havia a menor necessidade de informá-la. 

Quanto mais frequente são as visitas do duque à sua casa e os passeios que insiste em fazer com ela, maior é o envolvimento de Kathelyn. Estava se apaixonando pela primeira vez e, na doçura do primeiro amor, não se importou com mais nada. Não via nada de errado no fato dele beijá-la com paixão na frente de toda a sociedade e tocar seu corpo como se já o conhecesse intimamente... Ele seria seu marido, a tinha pedido em casamento. E se seus pais permitiam, então realmente não era errado. Não podia saber... o que seria dela se ele voltasse atrás... se rompesse o compromisso... Não. Ela não fazia ideia da tragédia que atingiria sua vida. 

Era para ser seu conto de fadas. A realização do seu maior sonho. Mas se tornaria um pesadelo do qual ela não conseguiria acordar. Porque o homem para o qual ela se entregou sem reservas, a quem deu todo seu amor e confiança, seria o vilão da sua história. O destruidor de tudo o que um dia ela teve De absolutamente tudo. Aquele que a faria conhecer o inferno. 

"[...] Caso não consiga me convencer do contrário, saiba que terminarei o que começamos aquela noite no jardim."

- Essa frase tão "linda" é dita durante uma conversa, ainda no início do relacionamento. Ele disse para a mocinha, do alto de sua arrogância e desrespeito pelas mulheres, que se ela não conseguisse provar para ele que era uma dama, ele não teria nenhum problema em terminar o que começou no jardim, na noite em que se viram pela primeira vez. Porque somente uma dama merece respeito, sabe? Se a mulher não era tão privilegiada o que merecia? Ora, ser usada por ele. Atender suas vontades. 

Embora tenha iniciado a leitura do livro cheia de expectativas, acreditando com todo o meu coração que o amaria, tudo começou a mudar logo que conheci o Arthur. Tive o pressentimento de que ele causaria muitos danos. Dava para sentir algo obscuro no personagem. Ia além da arrogância dele, de sua posição como duque e do fato de ele se prender tanto aos costumes dos seus iguais. Tinha algo nele que me fazia mal. E ao me sentir dessa forma eu me peguntei se não tinha cometido um grave erro ao iniciar esta leitura. 

Mas eu não quis acreditar no que os meus sentidos gritavam. Achei que era coisa da minha cabeça, que o mocinho iria evoluir ao longo da história e provaria que era a pessoa certa para a Kathelyn, que a amaria como ninguém e a protegeria de tudo e todos. Realmente acreditei nisso. E quando ela sofreu aquele acidente e ele ficou tão louco de preocupação, eu suspirei. Disse para mim mesma: "Viu? Para que tanto medo?! É claro que ele é maravilhoso!" Só que o que veio depois... me mostrou, de maneira bastante dolorosa, que eu deveria ter seguido os meus instintos iniciais e abandonado a leitura. Assim não teria ficado tão destroçada, tão atormentada com a série de desgraças que esse filho de chocadeira causa. 

O que disse até agora não é spoiler. 

O QUE DIREI A PARTIR DESTE INSTANTE SERÁ! DAQUI PARA BAIXO HAVERÁ SPOILER!!!! Se não quer saber segredos do livro, pare de ler a resenha imediatamente!

E se você já leu o livro e o amou, ficou perdidamente apaixonada pela história e não suportaria que alguém falasse mal dela, também recomendo que pare de ler a resenha. Porque não existe a menor possibilidade de eu não desabafar pelo menos um pouco do ódio violento que sinto por esse desgraçado, filho da p..., verme dos infernos. Não mesmo. Preciso desabafar senão não conseguirei me livrar de todos os sentimentos ruins que este livro me provocou. Da dor na qual mergulhei por culpa dele. 

"Quase qualquer coisa é perdoável quando se tem um ducado lhe amparando."

E o Arthur bem sabia disso. Conhecia todas as hipocrisias de sua época e partilhava delas. Conhecia o valor de uma mulher e como obter o que desejava. Uma coisa que ele não conhecia? O significado da palavra amor. Nem mesmo se comesse um dicionário saberia. 

Em meus anos de leitora conheci mocinhos desprezíveis, baixos, cretinos, que sapatearam em cima das mocinhas, as humilharam e as fizeram derramar lágrimas que doíam em mim. Fiz resenhas sobre muitos livros assim e quem segue meu blog desde o princípio sabe de quais resenhas estou falando. Um dos livros mais marcantes com mocinhos assim foi Amor e Vingança, único livro que li da Sophia Johnson. Por que será que nunca mais li nada da autora? Tamanho foi o ódio que aquele livro me provocou que eu jurei para mim mesma que nunca mais leria nada dela. Se todos os livros do mundo deixassem de existir e eu só tivesse livros da Sophia Johnson para ler, deixaria de ser uma leitora. E falo muito sério! Não existe a menor chance de eu voltar a lê-la. A respeito muito como escritora. Só que o mesmo direito que ela tem de escrever um "romance" sobre um homem abusivo, violento e vingativo, que no final consegue o felizes para sempre ao lado da mocinha na qual ele tanto pisou, eu também tenho de não ler tais obras. Ela escreve o que ela quer. Eu leio o que quero. Simples assim.

E me pergunto, com uma dor no coração, se a Babi A. Sette conseguirá ficar na mesma categoria que essa escritora para mim. Se também será uma escritora que me recusarei a voltar a ler... Realmente não quero que isso aconteça. Quero me apaixonar pelas obras da autora. Só que isso vai depender do próximo livro da série. Que só lerei, gente, porque já o tenho. Se fosse por A Promessa da Rosa, a Babi já teria lugar garantido entre as escritoras que não voltaria a ler nunca. Mas como tenho aqui o segundo livro da série, ela conseguiu uma segunda chance comigo. 

- O que você não faria pela pessoa que ama? Pense em alguém que você ama muito e que confia em você. Teria coragem de abandonar essa pessoa? De entregá-la de bandeja nas mãos daqueles que você sabe (e sabe muito bem) que querem devorá-la, fazê-la em pedaços e só aguardavam uma oportunidade? Trairia dessa maneira alguém que confiou tão completamente em você? Uma coisa eu tenho como certa: quem ama não trai. Sei o blá, blá, blá que algumas pessoas falariam tentando me convencer do contrário, que existem circunstâncias e circunstâncias, etc e tal. Mas é uma certeza que tenho: quem ama não trai. Porque quando você ama alguém, você pode até odiá-la, desejar esganá-la em certos momentos, gritar um monte de besteiras em momentos de raiva, mas você nunca trairia essa pessoa. Porque o amor não permite. A traição não anda junto com o amor. 

E não. Não estou falando da traição mais comum do mundo. De deitar-se com outra pessoa, render-se às tentações do corpo e quebrar as promessas que fez, enganando seu par com outra pessoa. Não. Estou falando de algo diferente e muito mais grave. Estou falando de entregar alguém que você ama, de abandonar essa pessoa à própria sorte, de destruir a vida de alguém que você dizia amar. E que te amou. Que confiou. Ninguém destrói a vida de quem ama. Então, não existe maneira da autora me convencer que o Arthur um dia amou a Kathelyn. Ele sentia desejo, cobiça, queria ser seu dono, marcá-la como sua. Mas nada disso se confunde com amor. 

"- Quem é você, Belmont? - Ela empertigou-se ao perguntar, não o deixaria ver o quão afetada estava. Não deixaria."

- Quando penso no passado da Kathelyn, em toda sua inocência, em seus sonhos de um casamento por amor, como um perfeito conto de fadas, a dor que sinto é ainda maior. Ver alguém, cujo único erro que cometeu foi confiar nas pessoas erradas, ser destruída como ela foi é insuportável. Sei que existem muitas pessoas que sentem prazer com a desgraça alheia... e não é de hoje. Lembrem-se das fogueiras, das pessoas que eram queimadas. Lembrem-se daqueles que eram guilhotinados, açoitados até a morte... até mesmo crucificados. Existiam pessoas vibrando, aplaudindo, pedindo mais. Não é de hoje que as pessoas se divertem com o sofrimento dos outros. Mas, graças a Deus, eu não sou assim. E a dor da Kathelyn me feriu. Muito. Chorei com ela, senti meu coração se romper quando o dela foi rompido. Era como se tudo aquilo estivesse acontecendo comigo. E o que mais doía, o que era realmente insuportável era saber quem era o causador de tudo aquilo. Que tinha sido o homem que ela amou que fez aquilo com ela. 

Mas, Luna, pelo amor de Deus, o que o Arthur fez de tão grave?! Por que você o odeia tanto?! Será que consigo resumir? Foram muitas as coisas que ele fez.... Mas por que o odeio? Quando foi que ele conquistou o direito de ser um dos mocinhos que eu gostaria de ver morto no final do livro? Bem... Isso aconteceu no dia em que ele entrou em contato com um jornal de grande circulação e anunciou o término do relacionamento com a Kathelyn, sem nem dizer nada para ela. 

Só isso?! Você o odeia só por que ele rompeu o noivado? Pense de novo, gente! Não estamos falando do século XXI. Estamos na Inglaterra do século XIX, no meio de uma sociedade hipócrita e predadora, que não desperdiçaria jamais a chance de destruir alguém, de arruinar por completo uma jovem, pelo simples prazer de ver a sua queda. 

Quando anunciou o noivado, o Arthur sabia que se um dia o rompesse, a Kathelyn ficaria arruinada. Não por um simples rompimento, mas por todas as exibições dele ao longo do noivado. Todas as vezes que ele fez questão de tocá-la na frente da sociedade, de beijá-la como aqueles nobres beijavam suas amantes. Ele tocava em seu corpo abertamente, rompia todas as regras e os pais da Kathe não faziam nada porque tinham a garantia de um contrato, porque sabiam que ele iria se casar com ela e assim sua filha não corria nenhum perigo real. Mas aí ele rompe. E vai embora do país logo em seguida. Sem uma palavra. Sem uma explicação. 

O rompimento foi como uma acusação. A sociedade enxergou naquele término a condenação da mocinha. Se o duque tinha terminado o relacionamento era porque ela era uma perdida, porque provavelmente tinha entregado a ele (e quem sabe quantos outros) aquilo que deveria ter resguardado. Ele continuou sendo tratado com respeito. Era o certo da história. Ela? Para todos, era uma meretriz. Uma mulher sem honra que merecia o desprezo de todos. E que deveria se contentar em esquentar a cama dos homens. Seria para sempre uma amante. Jamais uma esposa. 

"A sociedade jamais levantaria para defender uma mulher quando um homem a acusa"

A sociedade cai com tudo em cima da Kathe. Vocês não fazem ideia do que ela passou. De como foi terrível o que fizeram com ela. E o Arthur sabia que isso aconteceria. E não se importou. Mais do que isso. Mais do que não se importar foi o que ele ainda fez depois. 

Embora tenha ficado destruída pela maneira como passou a ser tratada pelo rompimento do "mocinho", embora não pudesse mais sequer sair de casa e soubesse que não poderia mais se casar ou ter filhos, que todas as suas chances estavam acabadas, ela ainda tentou pensar positivo. Sim, seus sonhos de um casamento por amor estavam mortos. Sequer um casamento por conveniência um dia teria. Mas pelo menos tinha sua família. Eles a protegeriam, ela poderia ficar dentro de casa e o amor deles lhes bastaria. Ah, quanta ingenuidade!

Ao receber o comunicado do duque (nosso querido, maravilhoso Arthur) de que tinha um mês para pagar uma fortuna como multa pelo rompimento do noivado (foi o Arthur quem rompeu, mas exigia do pai da mocinha uma indenização por isso), o pai da Kathe surtou. Jogou para cima dela toda a culpa. Que ela tinha permitido que ele a beijasse em público, que ela tinha dado liberdade a ele, que ela tinha arruinado tudo e arrastado a família para a lama. Como o escândalo que envolveu a Kathe os atingia e pagar aquela fortuna como multa seria um golpe insuperável em suas finanças, o pai, que um dia a carregou no colo, brincou com ela, leu histórias antes dela dormir e a chamou de "minha princesinha" lhe virou as costas. Não. Não só isso. A jogou na rua. Só com a roupa do corpo. Deixando claro que ela não era mais sua filha, que não tinha mais pai, mãe ou irmã. E que não poderia levar consigo nem uma peça de roupa além daquela que a vestia e um centavo sequer. Sairia daquele jeito e iria para a rua que era o seu lugar. 

"- Saia desta casa como a meretriz que você é, com a cabeça baixa, porque mesmo esse queixo erguido que a boa vida lhe deu será dobrado pelo que ela lhe reserva.
- Para onde irei? - Sai em voz alta, mas a pergunta foi feita para si mesma. O conde que ouviu respondeu-a.
- Para onde vão as mulheres sem honra, para a rua, para o bordel, para o inferno, se assim desejar."

- Ela tinha apenas 17 anos. E foi ali que morreu. Naquele dia, quando o segundo homem que amava (seu pai) também lhe traiu. Quando a jogou na rua, sem ter para onde ir e como manter-se. Sabendo (assim como Arthur sabia que a estava destruindo) que a filha provavelmente teria que se prostituir se não quisesse morrer de fome. 

E aí o livro dá um salto de três anos. 

Ela se prostituiu? Aquela menina de dezessete anos, que cometeu o grande pecado de amar e confiar num homem e na própria família, teve que virar a meretriz que todos queriam para poder não morrer de fome? Não exatamente. Mas não venham me dizer que há honra na degradação, que ela se tornou poderosa por desempenhar o papel que foi obrigada a desempenhar. Não. Eu não aceito isso. E nem ela aceitava. Porque tinha nojo de si mesma quando se olhava no espelho. E se eu não quisesse o Arthur morto antes teria desejado vê-lo queimando no inferno quando vi no que a Kathe teve que se transformar. 

Embora não tenha chegado a vender o corpo para comer ou se tornado a "protegida" de algum nobre, foi obrigada a desempenhar um papel em que era tudo isso para a sociedade. Não a da Inglaterra. Mas da Holanda e depois da França.

- Quando foi jogada na rua pela família, após a traição do Arthur, ela não sabia o que iria fazer. Sua preceptora foi a única, dentre todas as pessoas, que não a abandonou. Então, ela partiu para a Holanda, disposta a tentar que seu amigo de infância a ajudasse. E ele realmente ajudou. De verdade. Com a ajuda dele se tornou uma famosa cantora de ópera, mas teve que se proteger por trás de um papel. Kathelyn deixou de existir. Construiu uma nova identidade. Tornou-se madame Borelli, uma jovem viúva, que foi amante do príncipe da Holanda e depois se envolveu com outros nobres importantes. Na Inglaterra isso não lhe asseguraria nenhuma proteção. Mas na França tal história, tal passado era a única maneira de ela poder circular livremente. Esteve na cama de muitos, embora não tenha estado na de nenhum. Desempenhou esse papel, mesmo sentindo-se podre por dentro. Sabia que jamais tinha feito nada daquilo, que sequer tinha sido tocada dessa maneira por alguém, mas para o mundo, para aqueles que a admiravam e desejavam, ela era alguém sempre disposta a ter "um protetor". 

Bem... Ao dizer que a Kathelyn nunca foi tocada daquela maneira por ninguém, eu não quis dizer que ela não foi tocada. Minha vontade de matar o mocinho só aumenta com cada lembrança. Sabem o que aconteceu com ela antes de conseguir chegar na Holanda? Pediu ajuda aos parentes. Não tinha nenhum dinheiro, passava fome, estava fraca e suja, mal suportando. Então... depois de receber uma recusa de ajuda de muitos, chega até seu primo Rafael, que cresceu com ela, implorando que ele lhe empreste o dinheiro para a viagem. Ele a recebe bem, claro. Ela toma um banho, come uma verdadeira refeição pela primeira vez em muito tempo e ele tenta oferecer dinheiro em troca de sexo. Ela recusa. Ele a estupra. Acreditem, quando ela conta tudo isso... é uma cena que marca a nossa mente, o nosso coração. Dói profundamente apenas lembrar. 

Tão fácil sentir compaixão pelo Arthur, não é? Pobre mocinho! Se arrependeu tanto, coitado! Enxergar o sofrimento da Kathelyn, se solidarizar com quem realmente sofreu nessa história toda, ah, isso é mais difícil, certo? 

É quando está na França que seu caminho se cruza novamente com o do Arthur. E o que vocês pensam que ele faz? Aquilo era tudo o que ele poderia desejar. Se ela já tinha estado com tantos, então era realmente a vagabunda que ele sempre julgou que fosse. Mas nem mesmo a fúria por ela ter se atrevido a se entregar a outros o impediu de querer tê-la. Na verdade, o motivou mais. Queria usá-la como os outros. Queria se satisfazer e se tivesse que chantageá-la para isso, não teria o menor escrúpulo. Afinal de contas, que direito ela teria de recusá-lo? Que diferença faria mais um?

"Não era mulher para se ter como esposa.
Era mulher para ser a amante."

- Claro que ele consegue o que queria. Embora jamais tenha se entregado a outros homens, Kathelyn nunca deixou de amá-lo. Mesmo que fosse um amor profundamente machucado. Ela não conseguia se afastar. Quando ele estava perto ela deixava que ele fizesse o que queria dela. Tentava resistir, lembrar de todo o mal que ele lhe fez, mas estava presa à doença que era o seu amor por ele. Mesmo que soubesse que só queria usá-la, que a ameaçava, que não tinha um pingo de respeito por ela, ainda assim ela não era capaz de superá-lo. De dizer:  "Chega! Você vai sair da minha vida de uma vez por todas!". Não. E isso só a destrói mais. 

Até os nobres da França, que sonhavam com a chance de tê-la em suas camas, a respeitavam mais do que o Arthur. Eles a veneravam, a tratavam como uma rainha, esperando que um dia ela aceitasse algum deles como protetor. E se eram recusados, não a difamavam por isso. Enquanto o Arthur, que tanto dizia para si mesmo que a amava, estava sempre expondo-a, gritando xingamentos, chamando a atenção dos outros para ela e a humilhando publicamente. Ele causou todas as dores dela. Ela perdeu a família, os amigos (embora não fossem amigos de verdade), a reputação, a irmã (que era sua melhor amiga e ela nunca mais pôde ver)... perdeu até o direito de estar de luto pela morte da mãe. Sim. A mãe dela, que teve que ver a filha ser jogada na rua, morreu um ano depois. Seu pai enlouqueceu, perdeu tudo o que tinha. Sua irmã teve que se casar por conveniência para não se ver arruinada também. Tudo o que ela tinha se acabou por tê-lo conhecido, por tê-lo amado. E ele? Se algo mudou na vida dele foi para melhor. Ela foi a prejudicada. Ele, o vitorioso. 

Cadê o romance desta história? É uma história de amor? Só se for de um amor unilateral. O Arthur é um perfeito anti-herói. Um egoísta dos pés à cabeça, que só pensava nos próprios desejos, em suas próprias vontades e em sua suposta honra. Nunca parou para pensar no dano que causava à ela. Nunca deu a mínima para isso. Não me digam que ele se arrependeu. Que mudou. Que pagou caro por tudo o que fez ela passar, porque isso não aconteceu. Ele "se arrependeu" porque a autora precisava disso para o felizes para sempre que ela pintou. Na essência, esse personagem jamais mudou. E nenhum arrependimento basta se ele não sofreu. Se não se arrastou sobre cacos de vidro como eu queria. Se vocês me acompanham no face, sabem que eu disse que não o perdoaria nem se ele se arrastasse sobre cacos de vidro. Só que ele nem chega perto de sofrer. Ele não paga pelo que fez. 

Ah, Luna! É que você não leu o spin off, é belíssimo! Verá como mudará de opinião se ler! Não leria nem sob tortura. Para mim, chega de Arthur. Não quero nem passar perto desse spin off. 

- Não falta talento na Babi A. Sette. Ela é uma escritora extremamente talentosa, dá para perceber a cada página. E estou falando bem sério. A escrita dela é envolvente, tem um toque de poesia e é cheia de mágica, de cenas que conseguimos realmente visualizar. Compreendo por que é tão querida pelos fãs. E se um autor consegue mexer completamente com as emoções do leitor, provocar uma bagunça nos sentimentos dele, é porque é incrível. Admiro muito a escrita dela. O que detonou o livro para mim foi ela criar um traste como mocinho, um homem abusivo, que destroça por inteiro a mocinha e depois ainda se sente no direito de causar mais dor, e depois escrever um final feliz para os dois, como se tudo o que ele fez não fosse nada. Como se a família dela também não tivesse sido destruída pelo que ele fez. Foi como se tudo o que ele fez fosse certo e merecesse um prêmio por isso. 

- Li que alguns leitores acharam que tinha um grande empoderamento feminino no livro, por causa da volta por cima que a Kathelyn dá, por ela ter conseguido seguir em frente. Mas não entendo. Realmente não entendo que empoderamento foi esse, se ela teve que se sujeitar a ser vista como meretriz, se teve que fingir ser amante para ter algum espaço no mundo, alguma liberdade. Se abriu mão novamente de si mesma para ser tudo o que o Arthur queria. Se o perdoou e ficou com ele mesmo sabendo que sua vida teria sido bem diferente se jamais o tivesse conhecido. Se ela era facilmente manipulada por ele, onde estava o seu poder? Me entristeceu muito ver a Kathelyn sendo tão dependente dele, necessitando sempre de qualquer migalha que aquele homem estivesse disposto a lhe dar. 

"Chorava porque a única pessoa que ela queria que a salvasse daquela tortura, que a levasse embora para um mundo longe de tudo aquilo, era um rosto que vinha e voltava e emergia de dentro sem que ela concedesse. Era o rosto do homem que ela queria odiar naquele momento. Era o rosto de Arthur."

- Sei que a autora é brasileira, que é uma escritora nacional. E o que penso é que seus livros merecem o mesmo que os livros das escritoras estrangeiras: sinceridade. Não faço resenhas mentirosas. Digo exatamente o que senti pelo livro. Nem os livros das minhas escritoras amadas escapam de uma resenha sincera, tanto que existem livros de escritoras que amo que estão na minha lista de livros odiados. Não é porque a Babi é nacional que direi que amei um livro que eu odiei com todas as minhas forças. 

- Também sei que nunca esquecerei esta história. Que me lembrarei do sabor amargo que ela deixou na minha boca, da angústia que senti, de todas as lágrimas que derramei pela mocinha, desejando salvá-la de toda aquela situação. Espero que O Despertar do Lírio (que lerei daqui a um mês, se Deus quiser) arranque as marcas que esse livro deixou. E que salve os livros da autora para mim. Se O Despertar do Lírio não der certo, se eu encontrar nele outro mocinho do tipo do Arthur, outro canalha assim, não terão mais livros da autora em minha estante, em minha vida. 

"As pessoas acham que a rosa é comum demais. Preferem a raridade das orquídeas ou a fragilidade das camélias. O que me intriga nisso é que ela é perfeita, e, por ser perfeita, todos a querem. Então, quando a possuem, ela passa a ser vulgar. Comum."

- Não avaliei o livro no Skoob. O que não é nada bom. Só que existem tantas coisas que deveriam ser consideradas na hora de dar estrelas ao livro, que preferi não avaliar. Qualquer estrela seria algo injusto. Se eu desse uma estrela (que significa ruim no Skoob) seria injusto com a escrita da autora, pois é realmente uma escrita belíssima. Ela sabe como conduzir o livro, como desenvolvê-lo, como criar cenas envolventes. Como eu disse, quem detona o livro é o mocinho que ela criou. Então... para não ser injusta de nenhuma maneria na hora de dar estrelas preferi não dar estrela alguma. 



Leitura do mês do Desafio 12 Meses Literários. Tema escolhido: Romance de Época
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