26 de agosto de 2018

Lucíola - José de Alencar


Na melhor tradição romântica, Lucíola é um livro onde se debatem paixões tórridas e contraditórias e no qual o amor não resiste às barreiras sociais e morais. Conheça o romance da bela Lúcia, a mais cobiçada cortesã do Rio de Janeiro, e Paulo, um jovem modesto e apaixonado. Um romance que sacode a corte e provoca uma grande excitação e falatório. Emocione-se com a história da mulher que, sendo de todos, dizia não querer ficar presa a homem algum e do homem que lutava contra o amor e o preconceito. 



Palavras de uma leitora...


- A sinopse acima encontra-se no final da edição que li (sim, a capa é bem feia, mas é a edição que li!rsrs), no "Convite à leitura". Como não gostei muito dela coloquei apenas um trecho. 

Não sei se estou em condições de escrever esta resenha. Terminei a leitura ontem à noite e desde então sempre que recordo como tudo aconteceu me pego chorando outra vez. É uma história que mexeu profundamente com as minhas emoções. Que acabou comigo. Nunca na vida serei capaz de esquecer a Lúcia. Nunca mesmo. 

Tanto pela sinopse quanto pelas "palavras finais" contidas nesta edição consigo perceber a ideia que muitos na época, e talvez até nos dias atuais, tiveram da história. Que ela tinha a intenção de moralizar. Que esse foi seu objetivo. Eu, por outro lado, não concordo. É, para mim, um livro que deu voz a uma mulher desprezada pela sociedade, julgada e condenada sem que sequer soubessem o que a levou a ser o que era. Sem que a reconhecessem como um ser humano que sofria e que um dia também teve sonhos. O livro coloca em destaque um tipo de mulher com o qual nem mesmo a literatura parece se importar muito. Afinal de contas, quantas vezes você já leu um livro protagonizado por uma prostituta? Pouquíssimas vezes, com certeza. Regra geral, quando aparecem numa história elas são as destruidoras de lar, as imorais. As que gostam da perversão e não se importam com nada nem ninguém. Quando penso em alguém que enxergou numa prostituta um ser humano, que compreendeu e não julgou, penso em Jesus. O único que realmente possuía o direito de julgar, mas enxergou além da aparência. E nós, cheios de erros e defeitos, adoramos apontar o dedo como se fôssemos os donos da razão e da moral. Vi em Lúcia um ser humano muito melhor do que muitas pessoas que conheço, incluindo eu mesma. Mesmo sendo uma "pecadora" existia nela uma nobreza que muitos passam pela vida sem conhecer. Enquanto os outros se sentiam dignos em condená-la ela era, na realidade, muito superior a todos eles. 

É meio difícil dizer que darei "spoiler", uma vez que Lucíola é um livro muito trabalhado nas escolas. Mesmo que não recordasse tudo sobre a obra, lembrava de ter muitas vezes feito estudos, interpretações de texto em cima desta história. Mas caso alguém se sinta incomodado, como se eu estivesse revelando algum segredo do livro, adianto, então, que farei isso sim. Será uma resenha com spoiler. E, é claro, a resenha será longa. Não me privarei de falar de uma história que mexeu com minha estrutura. Que tocou profundamente meu coração e alterou minha vida. 

"Escrevi as páginas que lhe envio, as quais a senhora dará um título e o destino que merecerem. É um perfil de mulher apenas esboçado."

- Como costume em suas obras, José de Alencar começa a história como se estivesse falando com alguém, contando acontecimentos que seus personagens presenciaram ou dos quais até participaram na qualidade de pessoas reais. É como se não fosse ficção. Ele dá um tom de realidade ao livro. E nesta história temos o Paulo, protagonista, como um narrador-personagem, que conheceu a Lúcia, de quem o livro trata, e por ela se apaixonou. É ele que tece seu perfil. Apenas um esboço, como ele próprio diz. Algo incompleto, bem longe de poder possibilitar ao leitor conhecer todos os pormenores, mas o suficiente para nos mostrar quem foi a mulher da qual ele não era capaz de esquecer. Paulo não é um personagem perfeito. Muito pelo contrário! Terminei a leitura sem sentir pena dele. Porque, durante boa parte do livro, ele é tão baixo e sujo quanto outros personagens que protagonizaram certos acontecimentos, me provocando verdadeiro desprezo. Não fui capaz de perdoá-lo ou sentir um pingo de simpatia por ele. 

"- Quem é esta senhora? perguntei a Sá.
A reposta foi o sorriso inexprimível, mistura de sarcasmo, de bonomia e fatuidade, que desperta nos elegantes da corte a ignorância de um amigo, profano na difícil ciência das banalidades sociais. 
- Não é uma senhora, Paulo! É uma mulher bonita."

- Paulo estava há pouco tempo na corte do Rio de Janeiro. Aos 25 anos de idade e vindo de um local diferente, um tanto provinciano, demorou para compreender que a mulher que tanto o fascinava era uma cortesã. Mas nem mesmo quando seu "amigo" fez questão de corrigi-lo ele foi capaz de livrar-se da atração que ela lhe despertava. Havia em Lúcia algo de distinto. E não podia deixar de pensar que já a conhecia. Ao serem apresentados, com Sá desempenhando com perfeição o papel de um completo lixo, Paulo comportou-se educadamente, embora pensasse que a imagem exterior que ela mantinha, que poderia confundi-la com uma "mulher de bem", escondia a podridão do seu interior. E não demorou a acreditar que possuía direitos. Porque uma vez que ela era de quem pagasse também poderia ser dele. 

"Se eu amasse essa mulher, que via pela terceira ou quarta vez, teria certamente a coragem de falar-lhe do que sentia; se quisesse fingir um amor degradante, acharia força para mentir, mas tinha apenas sede de prazer;"

- Inicialmente, a dignidade que parecia vir de algum recanto daquela mulher, o obrigou a comportar-se de uma forma bem diferente da que desejava. Não conseguiu ser direto, indo visitá-la como quem faz a corte a uma jovenzinha casadoura. Todavia, a vergonha por estar agindo de uma maneira que ela não merecia o faz explodir e exigir dela o que realmente queria, tomando liberdades que ela não tinha lhe dado, mostrando para ela que o teatro que até aquele momento ele fizera apenas estava adiando suas reais intenções. Embora em segredo, Lúcia já o amava e lhe magoou profundamente que ele fosse só mais um... apenas mais um que a via como objeto. No fundo do seu coração ela desejara o impossível. Quis acreditar que seria diferente. Que ele a enxergaria como realmente era. Que, talvez, apenas talvez, a amaria. E quando ele a tocou de uma forma que não tocaria uma mulher "decente", a dor em seu coração tornou impossível conter as lágrimas. 

"Duas lágrimas em fio, duas lágrimas longas e sentidas, como dizem que chora a corça expirando, pareciam cristalizadas sobre a face, de tão lentas que rolavam."

Então ela foi o que ele queria. Desempenhou o papel que desde os quatorze anos era obrigada a representar. Foi a mulher que os homens buscavam. A perdida. A sem honra ou sentimentos. Que via no dinheiro a sua paixão. E que por ele seria capaz de fazer o que quisessem. Foi o que o Paulo desejou, embora seu coração se despedaçasse, embora algo em seu interior, que durante tanto tempo agonizara, finalmente morresse. 

"Mas a senhora lê e eu vivia; no livro da vida não se volta, quando se quer, a página já lida, para melhor entendê-la; nem pode-se fazer a pausa necessária à reflexão. Os acontecimentos nos tomam e nos arrebatam, às vezes, tão rapidamente que nem deixam volver um olhar ao caminho percorrido."

- Por mais que não entendesse o que a fizera chorar e não estivesse sequer disposto a analisar as contradições daquela mulher, Paulo ficou um tanto perturbado, o que não o impediu de ter o que tanto quis. Ela agiu como ele esperava... lhe deu o prazer inesquecível, que a tornara sua obsessão. Porque quanto mais tinha dela mais queria e sentia ciúmes e queria ser o único em sua vida, ao mesmo tempo que temia que seu interesse tão claro por Lúcia o tornasse objeto de chacota dos seus iguais. A via em segredo, como algo sujo. E se os outros lhe perguntassem fingia sequer conhecê-la. Mas especialmente Sá, quem ele tanto chamava de amigo, começa a juntar as peças e ver naquela relação um espetáculo que ele não perderia a oportunidade de apreciar. Então planeja um jantar no qual faria os dois "se conhecerem melhor". E embora Paulo imaginasse que seu amigo convidaria a Lúcia e que algo tinha em mente, não podia sequer suspeitar tudo o que se passaria naquela noite. 

Lúcia estava esplêndida como sempre, ofuscando as outras cortesãs presentes no jantar. Tudo começaria tarde e iria até a alta madrugada. Em seus olhos ele podia notar alguma coisa que não conseguia distinguir. Ela estava um tanto diferente. Mais amarga, mais sarcástica. Como se quisesse lhe dizer algo, mas ainda não tivesse a coragem ou não valesse a pena. Quando sentado ao seu lado, ele desabafa que gostaria de estar em qualquer outro lugar com ela, Lúcia lhe responde amargamente, dizendo ser apenas uma mulher, como outra qualquer, da qual ele poderia obter o prazer anonimamente. Como quando aprecia alguma iguaria da qual desconhece até mesmo o nome. Que importava que fosse ela? Ela não era mais que um objeto comum, segundo as palavas dela. 

"[...] Demais, quando tiver bebido alguns copos de clicot e sentir-se eletrizado, saberá o senhor de quem são os lábios que toca? Qual? É uma mulher! Uma presa em que ceva o apetite! Que importa o nome? Sabe porventura o nome das aves e dos animais que lhe preparam esta ceia? Conhece-os?... Nem por isso as iguais lhe parecem menos saborosas.

Estas palavras, assim lidas friamente, nada são comparadas com a voz amarga e sibilante que as pronunciava. Soltavam-se de seus lábios, e caíam no meu espírito, tão impregnadas de ondas de sarcasmo, que deixavam passando uma impressão cáustica e dolorosa."

- Esta noite é um marco na "relação" entre os dois. Tudo que se passa... altera o rumo das coisas. De um lado, ele sentia ainda mais desprezo pela mulher que o enfeitiçava e por outro sentia pena, de quão baixo ela tinha chegado, do ponto de degradação que tinha atingido. Mas quando a segue e a vê sozinha e tão desamparada, colocando para fora a dor que sentia, não consegue evitar tomá-la em seus braços, desejando consolá-la, oferecer o conforto que ela não era capaz de encontrar em ninguém. 

"Aproximei-me então, e tomei-a nos braços; metiam dó as contrações nervosas que crispavam seu belo corpo, e os soluços de angústia que lhe partiam o seio e cerravam a garganta, sufocando-a. Penou assim um tempo longo, em que receei por vezes que não expirasse sobre o meu peito."

- A partir daquele instante o relacionamento entre os dois se torna mais sólido e conturbado, recheado de altos e baixos, de humilhações, de ofensas e arrependimentos, de entrega e renúncia. De amor... da parte dela. Era, sobre muitos aspectos, uma relação abusiva, na qual, atormentada por um amor do qual não conseguia se livrar, Lúcia se sujeitava ao tratamento que Paulo lhe dava. Dando a ele um poder que jamais outro homem teve sobre ela. Um relacionamento que não tinha maneira de terminar bem...

- A verdade é que nem sei bem como organizar meus pensamentos e sentimentos sobre este livro. Tornou-se minha história preferida do autor. Aquela que amo profundamente. Que nunca esquecerei. Tenho duas edições do livro (uma antiga e em capa dura que reúne outras duas obras: Senhora e Diva) e pretendo adquirir, pelo menos, mais uma.rs É um livro que bagunçou por completo minhas emoções. Que me provocou muita raiva e revolta em diversos momentos e uma dor terrível no final. Que me deixou aquela sensação de injustiça. Aquele sentimento que fica quando alguém que não merecia sofre demais na vida e tem um fim inaceitável. Lúcia marcou a minha vida. 

"[...] O que é este corpo que lhes mostrei há pouco, e que lhes tenho mostrado tantas vezes! O que vale para mim? O mesmo, menos ainda, do que o vestido que despi"

- Embora o autor demore para revelar o passado da Lúcia, é possível imaginar que algo bem doloroso se escondia em suas lembranças. Que algo sério a levara àquele ponto. Eu tentava descobrir o que tinha acontecido, conforme ela ia soltando lentamente algumas informações. Uma protagonista incrível, construída de maneira maravilhosa pelo autor, que permitiu que ela ganhasse as páginas da história... que mesmo tendo sua vida contada por outra pessoa conseguia se mostrar como era. Nos permitindo enxergá-la... conhecê-la de verdade. 

Lúcia tinha apenas 14 anos quando sua família foi vítima da febre amarela que aterrorizou a região em que morava. Inocente, sem nada saber da vida ou do mundo, entrou em completo desespero quando seus pais, seus irmãos e tia caíram gravemente doentes e ela foi a única a permanecer de pé. O dinheiro tinha acabado. Não tinha como pagar por remédios, por comida, por nada. Pedia aos outros. Suplicava na porta de casa por algum auxílio enquanto a morte parecia certa para todos os que ela tanto amava. Um dia ele passou... o homem que a fez conhecer a realidade do ser humano. O quão sujo alguém pode ser. Ela pediu que ele lhe desse algo para ajudar sua família. Ele foi "bondoso". Falou para acompanhá-lo até sua casa e lhe ofereceu o dinheiro do qual ela precisava. Sentindo esperança pela primeira vez em muito tempo, Lúcia aceitou, mas então ele a beijou. 

Assustada, sem entender direito o que ele queria, mas sentindo o perigo, ela fugiu. Só que antes de entrar em casa lembrou-se da desolação que encontraria. Da ajuda que não traria. Então voltou... e permitiu que ele tivesse o que fosse que desejava para lhe dar o dinheiro. Mesmo depois que ele terminou, ela seguiu sem compreender direito o que se passara. 

Sua mãe e seu pai, bem como sua irmãzinha caçula, se recuperaram. Seus dois irmãos, não. E quando o pai lhe perguntou como ela conseguiu o dinheiro que lhes tinha ajudado, Lúcia inocentemente contou a verdade. Da maneira que ela conseguia entender. E ele não hesitou em jogá-la na rua. Estava vivo porque ela pagou com o próprio corpo o socorro que ele obteve e mesmo assim a abandonou sem ter a quem recorrer, sem saber como sobreviveria. Com 14 anos de idade. 

Perdida nas ruas recebeu auxílio de alguém que também quis receber algo em troca. Assim são as relações humanas, certo? Nenhuma bondade é de graça. Ela foi apresentada ao mundo no qual estava quando conheceu o Paulo, cinco anos depois. Quando aos dezenove anos de idade se sentia suja e podre. Sentia que não valia nada. E os sonhos que um dia teve estavam enterrados. Mas ao conhecê-lo... ao vê-lo pela primeira vez quando ele a enxergou sem saber quem ela era... sentiu vontade de viver outra vez. De ser a menina que um dia tinha sido. Por isso seu coração se fez em pedaços quando ele se mostrou só mais um. 

"Se naquela ocasião me viesse a ideia de estudar, como hoje faço à luz das minhas recordações, o caráter de Lúcia, desanimaria por certo à primeira tentativa. Felizmente era ator neste drama e guardei, como a urna de cristal guarda por muito tempo, o perfume de essência já evaporada, as impressões que então sentia. É com ela que recomponho este fragmento de minha vida."

- Foi enorme a minha angústia conforme via a mulher forte, que sobrevivera a tanta coisa, se submeter ao tratamento que o Paulo lhe dava. Ela era uma cortesã, mas escolhia seus amantes e não lhes dava nenhum controle sobre sua vida. A casa era dela. E ela decidia quando a "relação" começava ou chegava ao fim. Se decidia não mais atender algum homem não existia nada que ele pudesse fazer para convencê-la a voltar atrás. E não desnudava sua alma diante de nenhum deles. Assim conseguira sobreviver, mas quando o Paulo entrou em sua vida tudo mudou. Embora ele fosse a motivação para fazê-la acreditar que merecia uma segunda chance, que podia sim sair do fundo do poço no qual se encontrava, ele também foi seu castigo. Seu tormento. Eu sentia meu sangue ferver quando o via menosprezá-la diante dos outros. Quando interpretava qualquer afeto dela como fingimento ou excesso, quando lhe dizia coisas humilhantes, quando a ofendia e se sentia no direito até mesmo de odiá-la, pois ela era uma prostituta e culpada por seu interesse. Senti repulsa por esse homem desgraçado! Senti ódio por ele se aproveitar do amor que sabia que ela sentia. Nesses momentos eu sentia vontade de rasgar as páginas do livro como a Lúcia rasgou a do livro A Dama das Camélias. Porque quando eu rasgasse as páginas imaginaria que estaria rasgando a cara do miserável! E falando em lixos em forma de gente não posso deixar de mencionar o Sá, o tal que organizou o jantar que mencionei no início da resenha. Ele foi o primeiro personagem que desejei matar na história. Logo que ele apareceu, com seu tom de deboche e a maneira como falava da Lúcia, como se ela fosse a sujeira debaixo de seu sapato, meu sangue já ferveu. Mas depois daquele maldito jantar eu quis que o sangue dele escorresse no livro tal foi o meu ódio. Não era a Lúcia a pessoa vil, baixa, nesta história, eram eles. Os homens que a tinham usado. Que se aproveitaram da situação dela. E o autor mostra isso de maneira perfeita! Talvez não tenha sido sua intenção já que dizem que era um homem tradicional e moralista, defendendo inclusive a escravidão. Talvez a protagonista tenha ganhado vida própria como tantos personagens que surpreendem seus autores e vão além do que eles pretendiam. Ou quem sabe realmente fosse o objetivo dele compreender a alma de sua personagem, colocar em palavras seus sentimentos e mostrar a baixeza dos homens. Na realidade, eu acredito que foi sim proposital. Porque muitos dos pensamentos do próprio Paulo tornavam isso evidente, quando refletindo sobre suas atitudes, sobre as palavras ferinas que dirigia a ela, ele próprio percebia o quanto era um canalha, o quanto era podre. Ela era boa, era nobre. Uma pessoa que apanhou da vida e só recebeu julgamentos e condenações. Sendo usada por qualquer um que passasse por sua vida... que nunca enxergava o ser humano por trás da imagem bela e distante. Ela tinha valor, era uma pessoa inteligente e solidária, estendendo a mão até mesmo para aqueles que um dia tinham pisado nela. E não tem como ter sido "acidental" o autor ter mostrado isso tudo. Tenho certeza que ele quis mesmo mostrar a imensa contradição: uma prostituta era mais nobre que aqueles que se julgavam nobres do alto de seus poderes e privilégios. Ele inverteu as coisas. Inclusive a ideia que muitos têm que uma prostituta ou amante é uma destruidora de lares. Há uma cena em que o autor mostra que canalha foi o homem que deixou a mulher sozinha em casa enquanto ia buscar os "favores" da Lúcia. E como ela reagiu quando viu aquela mulher triste, desprezada pelo marido. Ele colocou tanto a mulher "honrada", que era a esposa, quanto a Lúcia numa posição elevada enquanto mostrava a baixeza daquele traste de marido. Foi um homem que escreveu este livro, gente! E de uma maneira! Realmente estou fascinada!

"Às vezes lia para ela ouvir algum romance, ou a Bíblia, que era o seu livro favorito. Lúcia conservava de tempos passados o hábito da leitura e do estudo; raro era o dia em que não se distraía uma hora pelo menos com o primeiro livro que lhe caía nas mãos."

- Outro ponto que não posso deixar de comentar: se não estou enganada foi numa festa religiosa que a Lúcia e o Paulo foram apresentados pelo Sá. O rato do Sá inclusive debocha do fato de ela estar naquele tipo de festa considerando o que ela era. E desde o início o autor mostra a realidade da nossa protagonista e vai construindo a personalidade dos demais personagens. Ele teve a intenção de moralizar como algumas pessoas defendem? Moralizar os homens, talvez?rs Lúcia não foi convertida, mesmo quando ela mudou de vida na última parte do livro. Ela sempre foi aquela pessoa. E o autor é claro ao mostrar isso pro leitor. A profissão dela não matou sua essência, embora tenha atormentado sua alma e destroçado seu coração, por mais que tenha lhe provocado um grande sofrimento. Em sua essência ela sempre foi a menina da qual tanto sentia falta. Quem foi transformado no livro????!!! O Paulo!!! Foi ele que teve que sofrer uma enorme transformação, tornando-se alguém melhor, me mostrando pela primeira vez que realmente agora a amava. Se o autor quis moralizar alguém foi seu protagonista e os homens canalhas que pudessem um dia parar para ler este livro.

- Não consegui perdoar o Paulo. Reconheço que ele mudou. Não nego que se arrependeu e se apaixonou pela mulher que antes era sua obsessão, um lugar no qual ele buscava alívio para as necessidades de seu corpo. Mas depois de tudo o que a minha protagonista querida sofreu eu não tive ânimo para perdoá-lo. Não fui capaz. 

- Eu teria muitas coisas para falar sobre o livro ainda. É aquele tipo de história que nos possibilita um longo debate, que nos dá muito sobre o que conversar. A construção psicológica dos personagens, os momentos em que a Lúcia dizia certas coisas e parecia distante da realidade, perdida em algum lugar do passado... isso daria muito conteúdo de estudo para psicólogos, inclusive. Gosto tanto disso nos livros clássicos! Muitos deles têm essa questão psicológica, como As Relações Perigosas (do Choderlos de Laclos), O Retrato de Dorian Gray (do Oscar Wilde) e até mesmo o meu preferido O Morro dos Ventos Uivantes. É algo que me encanta, confesso.

"Sucede com as feridas d'alma o mesmo que às feridas do corpo: é quando elas esfriam, que a dor se torna aguda e lancinante."

- Não contarei o final do livro. Não por que ache que já dei muito spoiler (risos), mas sim porque sei que cairei em prantos de novo. Foi uma luta ontem para conseguir parar de chorar. Parecia que toda aquela dor era em mim. Senti o sofrimento da Lúcia. E o final da história me destroçou. Não aguento lembrar. Já sinto aquele nó na garganta outra vez, por isso paro aqui. Não quero sentir tudo aquilo de novo. 

Se recomendo o livro? MUITO!!! É o melhor livro do José de Alencar para mim. Uma preciosidade. Favorito com toda certeza do mundo! Mas é necessário maturidade para lê-lo. Se eu tivesse lido na minha adolescência não seria capaz de compreendê-lo, mas isso é muito relativo. Existem adolescentes que carregam uma bagagem literária grande, que já leram muito e podem sim ter adquirido a maturidade necessária para entender o livro. Por isso, recomendo para todos. 

- Talvez muitos aqui saibam que a Record TV está reprisando a novela Essas Mulheres. Eu nunca assisti, mas sei que ela foi inspirada nos Perfis de Mulher, a trilogia do autor composta por: Senhora, Diva e Lucíola. Diva é a única obra dessa coleção que não li, mas, como eu disse, tenho um exemplar que reúne as três histórias e provavelmente a lerei no próximo ano. Não sei se algum dia assistirei a novela ou alguma adaptação cinematográfica desta minha história querida porque tenho muito medo de não serem capazes de transmitir a essência do livro e da Lúcia. Não quero me decepcionar com as adaptações. Eu acabaria ficando furiosa. 

É isso, queridos! Não sei vocês chegaram ao final da resenha.kkkkkk... Mas uma resenha breve não seria suficiente para mim. Eu precisava falar... necessitava desabafar. 

20 de agosto de 2018

Fortaleza Digital - Dan Brown

(Título Original: Digital Fortress
Tradutor: Carlos Irineu da Costa
Editora: Sextante
Edição de: 2005)


Em Fortaleza Digital, Brown mergulha no intrigante universo dos serviços de informação e ambienta sua história na ultra-secreta e multibilionária NSA, a Agência de Segurança Nacional americana, mas poderosa do que a CIA ou qualquer organização de inteligência do mundo. 

Quando o supercomputador da NSA, até então considerado uma arma invencível para decodificar mensagens terroristas transmitidas pela Internet, se depara com m novo código que não pode ser quebrado, a agência recorre à sua mais brilhante criptógrafa,, a bela matemática Susan Fletcher. 

Presa numa teia de segredos e mentiras, sem saber em quem confiar, Susan precisa encontrar a chave do engenhoso código para evitar o maior desastre da história da inteligência americana e para salvar a sua vida e a do homem que ama.



Palavras de uma leitora...



- Eu li esta história pela primeira vez num dos momentos mais dolorosos da minha vida. Estava doente, não podia ir à escola, pois só vivia sentindo dores e fraca em cima da cama. Me angustia até mesmo lembrar daquela fase tão insuportável. Todavia, algo de bom aconteceu naquele período. Uma amiga, que era mãe do padrasto que eu tinha até então, me emprestou diversos livros. Ela sabia que eu amava ler e já tinha lido tudo o que possuía. Eu era uma adolescente ainda, que comprava seus livros com o dinheiro do lanche do colégio, e, portanto, tinha poucos. Assim, não teria como me distrair durante as inúmeras horas deitada... se não fosse por ela

Do Dan Brown ela me emprestou três livros: Anjos e Demônios, O Código da Vinci e Fortaleza Digital. Lembro como se fosse hoje de como fiquei chocada com as histórias.kkkkkkkk... Eu as devorei rapidamente, pouco me importando com meu próprio sofrimento, pois só queria pensar nos livros, em tudo o que acontecia neles. Nunca tinha lido algo do tipo e acredito que foi aí que começou meu grande interesse por thrillers. Penso que já conhecia o Sidney Sheldon (conheci os dois mais ou menos na mesma época, com alguns meses de diferença), mas o Dan Brown tem uma pegada diferente, algo mais voltado para o mistério, enigmas, essa coisa de decifrar as pistas antes que seja tarde demais... e no meio disso tudo acontecem diversas mortes, claro. É uma corrida contra o tempo em que vão caindo várias pessoas como peças de um jogo. E eu gosto de enigmas.rsrs

Por mais que tenha ficado fascinada com Anjos e Demônios e O Código da Vinci, que tenha ficado com o queixo caído e me perguntado se ele era louco para se atrever a mexer com a religião cristã daquela forma (sobretudo com o que ele diz no segundo livro), foi Fortaleza Digital que me pegou em cheio. Que me transportou para outro mundo, que me fez amar imensamente um livro de um gênero que não aprecio até hoje: o thriller tecnológico. Porque ainda que eu seja apaixonada por suspenses não gosto de histórias sobre tecnologia. Detesto qualquer enredo que traga algo do tipo... E não é que o Dan Brown me presenteou com a exceção à regra?rs

Sei que muita gente tem como livro preferido dele O Código da Vinci, um suspense muitíssimo polêmico, em que ele apresenta uma teoria sobre Jesus Cristo capaz de enfurecer muitos cristãos. Só que mesmo na época em que li, com meus quase dezesseis anos de idade, e sendo cristã não consegui ver nenhum absurdo em nada que ele escreveu. Era um livro de ficção e maravilhoso, por sinal.rsrs Nada ali poderia diminuir o meu amor por Jesus. Ainda que tudo no livro fosse verdade não lançaria mancha alguma sobre o preço que Ele pagou para que tivéssemos o direito de viver. Enfim... Porém, embora esse livro seja um dos meus preferidos, Fortaleza Digital continua ganhando. É provável que muita gente não o aprecie tanto quanto eu, mas não posso evitar o fascínio que tenho pela história e a forma como o autor amarrou tudo de uma forma a não deixar pontas soltas, surpreendendo e chocando. 

- Anos mais tarde eu adquiri esses três livros e outros do autor. Creio que o único lançado por ele e que ainda não tenho é o Origem. Aguardando a Black Friday.kkkkkkk... 

Agora, nove anos depois, não pude perder a oportunidade de reler o único suspense tecnológico que amo. De mergulhar de novo nesse mundo de informática, códigos, criptografia, computadores e gênios da matemática lutando para proteger um dos segredos mais bem guardados dos Estados Unidos. 

"Dizem que, quando chega a hora da morte, tudo se torna claro. Ensei Tankado sabia agora que isso era verdade. Quando caiu no chão com fortes dores, apertando o peito com a mão, percebeu a dimensão terrível do seu erro."

Embora fosse uma das vítimas do atentado terrível contra Hiroshima e Nagasaki, protagonizado pelos Estados Unidos, e que dizimou milhares de civis além de ter deixado diversos outros mutilados e com sérias sequelas como nascimento de filhos com má-formação e o desenvolvimento de câncer, Ensei Tankado não queria vingança. No início, ele jurou que um dia faria aquele país pagar pelo que tinha feito com sua família. Sua mãe faleceu logo após seu nascimento e foi privada da dor de ver o filho nascer com defeitos resultantes daquelas explosões. Seu pai, ao ver que o filho não era perfeito, o abandonou sem nem olhar para trás. Mas Ensei resolveu deixar no passado os acontecimentos que ele não poderia mudar...e seguiu em frente. 

Possuidor de uma inteligência bem acima do normal, Ensei conseguiu trilhar seu próprio caminho rumo ao sucesso. Até despertar o interesse da NSA, a Agência de Segurança Nacional mais importante dos Estados Unidos, o centro de inteligência do país, que controlava tudo dos bastidores. Era irônico que viesse a trabalhar justamente naquele lugar, mas não guardava ressentimentos. Tinha aprendido a perdoar e queria usar o seu talento para um grande bem. Só que ao longo do tempo ele descobre que a NSA era muito mais do que alegava e que poderia ser extremamente perigosa. 

Atormentado pela existência do TRANSLTR, o supercomputador da NSA, capaz de quebrar qualquer código em poucos minutos e invadir a privacidade de qualquer pessoa, lendo sua troca de e-mails, interceptando suas mensagens e sabendo cada um dos seus passos, Ensei Tankado se desentende com a organização e acaba sem emprego e desacreditado na comunidade da informática. Mas ele jura que seria capaz de criar um algoritmo inquebrável e inutilizar a máquina mais poderosa da NSA. Uma promessa que nenhum deles leva muito a sério... até ser tarde demais. Agora a maior crise de segurança está prestes a estourar e é necessário correr contra o tempo para localizar a chave capaz de desencriptar o Fortaleza Digital e impedir que o arquivo caia em domínio público, fazendo com que qualquer pessoa ficasse blindada contra a organização. 

Só que, com o passar do tempo, novos segredos são descobertos e de repente o Fortaleza Digital não é mais apenas uma forma de impedir o governo de invadir a privacidade das pessoas... ele se torna uma arma poderosa capaz de provocar sérios danos a nível mundial. Muitas vidas estariam em perigo se o programa atingisse seu real objetivo. 

Num jogo de inteligência e ambição, controlado por duas mentes brilhantes, Susan Fletcher, a matemática chefe do setor de Criptografia da NSA e David Becker, um professor universitário de línguas, demorarão a descobrir que são apenas duas peças manipuladas ao bel-prazer daqueles que estavam dispostos a fazer o que fosse para garantir os próprios interesses.

"Fundada pelo presidente Truman no primeiro minuto do dia 4 de novembro de 1952, a NSA foi a agência de inteligência mais clandestina do mundo durante quase 50 anos. A doutrina de sua fundação, descrita em sete páginas, especificava um objetivo muito bem definido: proteger as comunicações do governo dos Estados Unidos e interceptar as comunicações de forças estrangeiras."

- Nem tudo neste livro é ficção. A NSA realmente existe e muito do que o autor coloca na história é real. A organização permaneceu no anonimato durante um longo período de tempo até começar a protagonizar alguns escândalos e ficar na mira dos defensores dos direitos civis, que viam nela uma verdadeira afronta. Alguns anos atrás, pelo que recordo, houve um escândalo envolvendo a nossa ex-presidente, em que os Estados Unidos estariam espionando nosso país. Creio que foi algo assim. E enquanto relia esse livro eu me peguei lembrando dessas notícias.rsrs É incrível a quantidade de coisas que o autor mostra neste livro e olha que foi escrito em 1998. Fico me perguntando quão poderosa a NSA deve estar nos dias atuais...

"Qualquer coisa faria mais sentido do que a verdade. Sou um professor universitário em uma missão secreta."

- Só que assuntos assim nunca me interessaram e não é por isso que amo o livro. Não gosto de histórias sobre política e espionagem, conspirações e nada no estilo. Fujo desses temas, pois me deixam entediada.rs O livro do Dan Brown me conquistou pela maneira como ele aborda os assuntos, os capítulos curtos e cheios de ritmo, nos quais ele vai soltando a verdade aos poucos, ligando todos os pontos e passando a mensagem que ele quis transmitir de uma forma bem clara até mesmo para alguém como eu que não entende nada de informática e o controle que os países possam ter sobre as comunicações. É algo que eu sei que existe, pois não sou tão burra, mas que não sei como funciona. E o autor nos faz mergulhar nesse mundo, nos chocando e preocupando. Fazendo com que nos perguntemos até onde os governos podem ir no intuito de preservar a segurança mundial. Quantos limites eles não devem estar ultrapassando... Enfim... Quando descobrimos toda a verdade dentro da história, o que realmente estava acontecendo... ficamos de boca aberta. Tudo bem que dessa vez eu não fiquei, pois já conhecia o livro e não tinha esquecido de nada, mas da primeira vez que li realmente me surpreendi muito. Pessoas desequilibradas com poder demais nas mãos só poderia resultar num completo desastre mesmo. 

- Neste livro não temos o famoso professor Robert Langdon, protagonista da maior parte das obras do autor. Aqui os personagens principais são a Susan e o noivo dela, David. Ela trabalha na agência há muitos anos e é uma das mentes mais brilhantes do lugar, embora seja um tanto ingênua, sendo facilmente manipulada pelos outros. David, por sua vez, por mais que seja um "simples professor", como muitos o veem, acaba se mostrando alguém difícil de matar.rsrs Ele vive as cenas de mais adrenalina da história e parece possuir mais vidas que um gato. Gosto muito dele e da Susan, porque ainda que ela seja muito crédula sua inteligência é realmente impressionante. 

"Ele havia feito contato. A presa tinha sido tocada pela morte. Era outro jogo agora."

- Recomendo muito o livro aos fãs do autor e a quem gosta de um bom suspense. Sempre será um dos meus livros preferidos de toda a vida. Tenho muito carinho por essa história. Claro que não gosto do número de mortes que existe nela, mas pelo menos o autor não nos dá a chance de nos apegarmos aos personagens que estão ali apenas para serem eliminados. Não temos a oportunidade de criar laços com a maior parte desses personagens e isso é um alívio, sinceramente. Odeio quando o autor faz diferente... quando permite que nos identifiquemos com eles para depois arrancá-los da história como se nada! 



Esta foi minha escolha para o tema do mês do Desafio 12 Meses Literários. Como eu disse, aproveitei a desculpa que tinha para reler meu livro querido. :) Para "releitura" a pessoa tinha duas opções: reler um livro ou ler uma obra que fosse releitura de alguma história. Como aquelas histórias que são novas versões de clássicos, contos de fadas etc. 

17 de agosto de 2018

A Bela e a Fera - Elizabeth Rudnick (Disney)

(Título Original: Beauty and the Beast
Tradutora: Cely Couto
Editora: Universo dos Livros
Edição de: 2017)


Sentimentos são fáceis de mudar
mesmo entre quem não vê que
alguém pode ser seu par...

Bela deseja para sua vida muito mais do que a pequena cidade provinciana de Villeneuve pode oferecer. Lá, ela se destaca da multidão com um ponto de vista único, uma independência vigorosa e um notável amor pelos livros. Ela anseia por viagens e aventuras, por uma vida tão empolgante quanto as histórias que lê, mas, quando seu amado pai é aprisionado por uma fera em um castelo encantado, o destino de Bela muda para sempre. 

Ao arriscar sua liberdade e futuro, ela assume o lugar do pai, jurando-lhe que escaparia em segredo. No entanto, conforme aprende mais sobre a Fera e seu misterioso castelo, Bela descobre que pode haver mais sobre a história dele - e sobre a sua própria - do que ela jamais poderia ter imaginado.



Palavras de uma leitora...



- Como vocês certamente sabem se leram o post Minhas leituras atuais, não estava nos meus planos ler o livro oficial do filme da Dsiney A Bela e a Fera, protagonizado pela Emma Watson nos cinemas. Todavia, minha irmã comprou o box e eu peguei emprestado (sem pedir) e comecei a ler o livro logo no dia seguinte. Foi impossível resistir, vez que se tratava do meu segundo conto de fadas favorito (perdendo apenas para Cinderela).

Logo que iniciei a leitura percebi que se tornaria um dos meus livros queridos da vida! Eu podia já conhecer a história, ter lido o conto, ter visto o filme nos dois formatos, mas nada se compara à experiência de lê-lo em forma de um romance de 204 páginas. Foi mágico! Era tudo como o filme, mas ao mesmo tempo existiam detalhes que apenas compreendemos lendo. Tinha o passado da Fera, o que o tornou o príncipe mimado e egoísta que ele era antes da maldição. Os sentimentos da Bela começando em seu interior, como ela se sentia, o que pensava disso... As conversas sobre livros... Tudo era muito melhor no livro. Eu viajava dentro dessas páginas... ia para um outro mundo. Cheio de magia e amor. De amizade. De recomeço e esperança.

"Os servos deixaram escapar um suspiro coletivo quando as portas se fecharam atrás do príncipe. Pelas horas seguintes, eles poderiam relaxar fora do alcance de seu amo cruel, mimado e grosseiro."

Era uma vez um belo príncipe, que vivia num luxuoso castelo e não se importava com nada nem ninguém além de si mesmo. Ele amava festas e somente aqueles que possuíssem uma consideração beleza mereciam a honra de um convite. A imperfeição jamais era bem-vinda. Gostava de estar rodeado de pessoas como ele e se aturava gente inferior é porque necessitava de alguém para limpar e organizar sua propriedade. Jamais demonstrava sentimentos. E se sorria geralmente era com sarcasmo. Nunca dava um sorriso sincero, feliz

Naquela festa em particular alguém que não fazia parte da lista de convidados teve a ousadia de entrar. Era uma senhora idosa, mendiga, que pediu abrigo da tempestade terrível que se desencadeava do lado de fora. Só por uma noite, ela suplicou. Do lado de fora o frio era cortante. E dentro do castelo, mesmo nos cômodos mais velhos, esquecidos pelo seu proprietário, existia um espaço para ela. Onde ninguém sequer a notaria. Mas o príncipe não se importou. Não tinha piedade. 

"- Você não entende, sua velha? Este é um lugar para a beleza. - A voz dele era fria. - Você é feia demais para o meu castelo. Para o meu mundo. Para mim."

- Só que as aparências podem enganar... Ao perceber que o coração do príncipe não amoleceria, a velha tão humilde resolveu mostrar quem verdadeiramente era. Uma feiticeira belíssima que o havia submetido a um teste no qual ele não passou. E como tudo gera consequência... ele pagaria muito caro pelo seu erro. Pela sua falta de compaixão. De que adiantava ser um ser humano se não possuía humanidade? Talvez fosse melhor consertar as coisas... 

"Eles observavam chocados a transformação do príncipe se completar. Onde antes se erguia um belo homem, agora se acovardava uma fera horrível."

A feiticeira amaldiçoou não só o príncipe, mas os outros habitantes do castelo, transformando-os em objetos e fazendo todos serem esquecidos pelo povoado. Vivendo um eterno inverno, um ciclo de sofrimento que só teria fim se a Fera que agora existia no lugar do homem aprendesse a amar e conquistasse o coração dessa pessoa. Caso contrário, a maldição se completaria e ele seria uma Fera pelo resto de sua vida. 

"Os dias viraram anos, e o príncipe e seus servos foram esquecidos pelo mundo até que, enfim, o castelo encantado foi isolado e trancafiado em um inverno perpétuo. A feiticeira apagou a memória da existência daquele lugar e dos que viviam nele, até mesmo das mentes das pessoas que os amavam."

Do outro lado dessa história temos Bela, uma jovem a frente do seu tempo, apaixonada pelos livros e que sonha em viver num lugar diferente e distante da monotonia daquele pequeno povoado onde morava há tantos anos, mas seguia sendo vista como uma forasteira, uma pessoa indesejada, que não se encaixava. Por mais que tentasse sorrir e ignorar os olhares e comentários seu coração doía. Ali ela não tinha nenhum amigo além do padre Robert, que sempre lhe emprestava um livro novo... embora na verdade ela já tivesse lido toda a biblioteca dele e não tivesse mais nada diferente para ler, tendo que se contentar em reler suas histórias preferidas. Sua única família era seu querido pai, um homem um tanto distraído, mas que a amava com todo o coração. 

Naquele ano, como em todos os outros, seu pai viajaria para vender as caixinhas de música que fazia. Bela se sentia muito solitária nesses momentos, mas ele sempre se recusava a levá-la. Porque, segundo ele, Bela estaria mais protegida ali, em seu lar. E como era costume o pai perguntaria o que ela desejava e ela responderia que queria que lhe trouxesse uma rosa. Só que, daquela vez, as coisas correriam mal. 

Após sobreviver quase por um milagre ao ser atacado por lobos, Maurice, o pai de Bela, acaba encontrando um castelo no meio da floresta... um lugar que ele sequer imaginava que existia. Tudo parecia aconchegante no início, embora um tanto estranho. Mas quando percebeu que o local parecia estar "vivo" ele se assustou e resolveu fugir. No caminho viu as rosas e lembrando-se do pedido de sua filha arrancou uma delas. Foi quando ouviu o rugido. 

Quando o cavalo de seu pai retornou sem ele, Bela entrou em desespero. Sabendo que somente o animal saberia o que havia acontecido, ela o montou e saiu em disparada, deixando-se levar por ele. Ao descobrir que seu pai estava sendo mantido prisioneiro no castelo por uma Fera terrível, ela não hesitou em trocar a sua vida pela dele. 

"Enquanto Maurice ficou obviamente devastado, a Fera parecia confusa. 
- Você tomou o lugar dele? - a Fera perguntou a Bela. - Por quê?
- Ele é meu pai - respondeu ela sem hesitar."

E é a partir daí que nossa história começa...

- Nem sei o que mais eu poderia falar!kkkkkkkkk... Amei tanto!!! E que livro maravilhoso! A autora soube adaptar muito bem a história, fazendo transbordar das páginas toda a magia, todo o amor e a cumplicidade que fazem desse conto tão querido. E sabermos o que tornou o príncipe o homem amargo e insensível que ele era é um diferencial incrível. No livro eu me senti mais tocada, sabe? Quando é narrado o passado dele nós nos emocionamos, conseguimos imaginar a criança que ele tinha sido... e tudo o que perdeu. Acho que no filme também tem a mesma cena (não me recordo), mas no livro é mais real, mais tocante. 

E a maneira como a relação entre a Bela e a Fera se constrói é linda! Claro que no princípio eles se detestavam. A Fera só vivia de mau humor, por motivos óbvios.rs Estava amaldiçoado, seu tempo estava acabando e em vez de procurar amar alguém e ser amado ele já dava por certo que as últimas pétalas da rosa cairiam e ele seguiria daquela forma para sempre. Para que lutar?! Bela também possuía seus motivos para estar furiosa e nem um pouco disposta a tratá-lo bem. Era uma prisioneira naquele lugar. E tudo o que queria era fugir. Só que nem tudo pode ser como desejamos... e uma série de acontecimentos farão com que eles percebam que têm mais em comum do que podem imaginar... e que um sentimento belo pode sim surgir no meio de tudo o que estava errado. 

"Ao fechar a porta, deu uma última olhada na rosa. Enquanto observava, outra pétala caiu. Ela desejou que houvesse algo que pudesse fazer pelas pobres almas ali aprisionadas. Mas parecia uma causa perdida, tão impossível quanto voltar no tempo."

- Bela é uma mocinha maravilhosa! Além de ser uma apaixonada por livros (o que a faz ganhar muitos pontos comigo!kkkkkkkkk...) ela é um ser humano incrível. Bondosa, mas não boba. Carinhosa, mas que tem sua personalidade e sabe explodir quando a outra pessoa merece. Ela não se apaixona pelo lado ruim da Fera. Enquanto ele agia mal apenas a afastava. É somente quando enxerga quem ele verdadeiramente era e tentava esconder que as coisas mudam entre eles. E ela se apaixona. Quando ele muda é que obtém o interesse dela. Ele precisou abrir o próprio coração para conquistar o amor dela. E amar significa deixar a pessoa ir... Porque amor e prisão não combinam. Quando o sentimento é verdadeiro só queremos a felicidade da outra pessoa mesmo que não seja ao nosso lado. Algo que a Fera compreende e por isso abre mão de si mesmo... por ela

"Ele tinha aberto seu coração havia tanto tempo fechado, e qual tinha sido o resultado? Uma ferida mais profunda do que ele era capaz de suportar. Porque ele sabia que a memória de Bela, assim como a maldição, ficaria com ele para sempre."

- Outra coisa que merece comentário é a paixão mútua por livros. Ambos eram loucos por literatura. E isso me proporcionou cenas deliciosas. Que sonho seria ter uma biblioteca como a da Fera! E que sorte da Bela por ter aquele lugar todo para ela! Queria tanto estar em seu lugar!kkkkkkkkk... 

Eu recomendo muito que vocês deem uma chance à história! O fato de já a conhecermos não altera em nada sua beleza. Continua sendo uma leitura maravilhosa! E eu já estou com vontade de reler.rsrs


Bjs!

13 de agosto de 2018

Minhas leituras atuais


Google Imagens



Olá, queridos!

Não tenho o hábito de fazer comentários sobre os livros que ainda estou lendo, mas é que esta semana dificilmente publicarei resenha aqui. :( Está tudo muito corrido e hoje já é dia 13/08 (na verdade 12/08, pois estou escrevendo no domingo) e não consegui concluir nenhuma leitura. Que Deus me ajude, pois não sei como farei para ler os oito livros nos quais pretendo apostar neste mês!kkkk...



Comecemos pelo princípio mesmo!rsrs Norte e Sul, da autora Elizabeth Gaskell, é minha maior aposta do mês, na verdade. Livro escolhido para a Leitura Coletiva que iniciou no dia 04/08 e irá até 16/09, é uma história extremamente envolvente e que eu nunca tinha realmente considerado ler um dia. Até pretendia, mas não era algo sério, sabe? Só que quando o grupo resolveu lê-lo eu me empolguei bastante!rsrs Ainda não tinha o livro, mas pedi de presente de aniversário a edição mais recente da Martin Claret e quando ganhei me senti no céu. Que livro lindo! E a história é maravilhosa! A autora tem uma escrita que nos prende e os personagens são fascinantes. Já fui do amor à raiva e vice-versa pelos personagens muitas vezes.rsrs Margareth e John são complicados e ora os amamos profundamente, ora queremos esganá-los.rs

Concluí a leitura dos 11 primeiros capítulos e no dia 12/08 (hoje) começou o nosso debate. É a melhor parte da leitura coletiva: o momento em que os leitores se reúnem no grupo do facebook para conversar, trocar opiniões, dizer o que sentiram com os capítulos lidos, o que acharam da história e dos personagens. É um momento delicioso!



Fortaleza Digital é uma história que li pela primeira vez nove anos atrás. É o meu livro preferido do Dan Brown. Posso amar demais O Código da Vinci, mas Fortaleza Digital ganha em disparada. Por isso, quando tive que escolher um livro para o tema deste mês do Desafio 12 Meses Literários não tive que pensar muito. Porque estava doida por uma desculpa para reler este suspense incrível.rsrs

Vocês sabem que não gosto muito de livros sobre tecnologia, mas este livro é a exceção. Trata-se de um thriller tecnológico, no qual a NSA (Agência de Segurança Nacional, em português), uma agência de peso dos Estados Unidos, importantíssima para a segurança do país, se vê ameaçada quando um dos seus ex-funcionários, um gênio da informática, cria um algoritmo, um código impossível de quebrar, algo que pode fazer com que todos que antes eram vulneráveis à interferência dessa agência fiquem blindados, por assim dizer. Como assim? Hoje em dia quase todo mundo tem WhatsApp e se vocês já repararam bem aparece uma mensagem no nosso aplicativo que diz o seguinte: "As mensagens e chamadas desta conversa estão agora seguras com criptografia de ponta-a-ponta." Acontece que o livro aborda a questão dessa agência dos Estados Unidos conseguir quebrar qualquer código e invadir a privacidade das pessoas, lendo suas conversas trocadas por e-mail (na época em que o livro foi publicado, 1998, não tinha WhatsApp), violando seus direitos civis. E esse ex-funcionário cria o Fortaleza Digital, que impediria o potente computador da agência de quebrar qualquer código. Assim, bastaria utilizar esse algoritmo nos computadores para que a pessoa ficasse protegida. A NSA, então, faz de tudo para impedir que a chave do código caia nas mãos da pessoa "errada" e torne o acesso público. É ficção, gente. Todavia, sabemos que essa agência realmente existe e que já protagonizou alguns escândalos... inclusive envolvendo o nosso país.rs Eu amo o livro! 



Não estava nos meus planos ler este livro agora! Só que minha irmã alterou por completo a minha vida literária.kkkkk... Ela resolveu comprar o box contendo esta história e uma outra chamada Perdida em um Livro. Eu surtei legal, gente!rsrs Ela comprou o livro no sábado à noite e hoje (lembrando que é domingo enquanto escrevo) já comecei a ler. Quantos livros minha irmã já leu na vida? NENHUM. É uma das poucas pessoas que nunca consegui convencer a ler. Porém, isso vem mudando. Recentemente ela pediu e ganhou de presente o box da série Elementos e começou a leitura de O Ar que Ele Respira. Algo que me surpreendeu positivamente! Vamos ver se teremos mais uma louca por livros nesta casa! :D 

Estou só no início do livro, mas já amo! É a história do filme, só que com detalhes que compreendemos melhor quando lemos. Sempre digo que prefiro os livros aos filmes. E não é à toa! O filme é belíssimo, um dos meus preferidos, porém já sei que me apaixonarei perdidamente pelo livro. 



Comecei quase agora a leitura de Lucíola, o clássico escolhido para o Desafio Mensal. Quem está acompanhando a reprise de Essas Mulheres, na Record TV, talvez saiba que a novela foi inspirada em três obras do José de Alencar: Senhora, Lucíola e Diva, sendo a primeira a única que li até agora. Eu coloquei o livro na minha lista antes de saber da reprise e nem posso assistir a novela, infelizmente. Mas isso me motiva ainda mais a apostar no livro e ano que vem pretendo ler Diva, se Deus quiser. 

Por enquanto não tenho muito o que dizer. É José de Alencar, gente! Então temos aquela linguagem rebuscada e cheia de floreios, algo que ele amava.rs 


E vocês? O que estão lendo? Me contem nos comentários! :)

Eu nunca gostei de ler vários livros ao mesmo tempo, mas este ano não tive muita opção. Com o tempo extremamente curto esta é a única forma de conseguir manter a lista de leituras em dia. 

11 de agosto de 2018

Meu primeiro semestre/2018


Olá, queridos!

Algumas semanas atrás eu vi um post muito interessante no blog Um Olhar de Estrangeiro e meio que quis copiar a ideia.kkkkkkkk... As meninas desse blog resolveram fazer uma espécie de balanço do semestre anterior para terem uma noção dos gêneros lidos, os países dos autores, se leram mais homens ou mais mulheres... Gostei tanto que quebrei minha cara tentando fazer gráficos no Excel (acredito que nunca fiz isso antes, se fiz não me recordo!kkkkkkk...) e depois de horas de dor de cabeça finalmente saiu alguma coisa!rs Nada perfeito, mas valeu a tentativa! :D



Este ano eu li até o presente momento 43 livros, mas a intenção é fazer um resumo do primeiro semestre, ou seja, de 01 de janeiro até 30 de junho. 

Janeiro foi o melhor mês para a minha leitura e por motivos óbvios já que eu estava de férias da faculdade, embora continuasse trabalhando. Abril foi o pior mês e ainda não consigo entender bem o motivo. :(


Este gráfico ficou bem feio, mas o que vale é tentar!rs Cumprindo a minha meta de ler mais clássicos li 7 em seis meses. A intenção é ler, pelo menos, doze no ano, então, estou indo muito bem. Romances de época lideram, claro! A minha surpresa é a quantidade de thrillers que li: pouquíssimo considerando que sou apaixonada pelo gênero. O que acontece é que tive que encaixar outros gêneros e faltou espaço para os meus bebês. 

Uma curiosidade: aqueles outros gêneros, subgêneros ou sei lá como se chamam estão dentro desses grandes grupos. Por exemplo: tem distopia entre os clássicos lidos e chick-lit em Romances Contemporâneos


Costumo brincar dizendo que tenho que fazer um projeto #LeiaHomens para eu seguir.kkkkkkkkk... Porque enquanto existem metas literárias de #LeiaMulheres, na minha estante e na minha vida sempre existiu uma liderança de literatura escrita por mulheres. Eu sempre li mais autoras que autores. O que me deixa um pouco irritada com o projeto de leitura que tem como objetivo motivar as pessoas a lerem mais autoras femininas é o fato de excluírem determinados gêneros e autoras (me baseando nas listas que eu já vi por aí). Você tem que ler mulheres, mas aí querem que sejam autoras que escrevam sobre feminismo ou que sejam autoras clássicas, autoras contemporâneas importantes. Porque as outras, como Agatha Christie e as que escrevem romances são menos importantes, certo?! Uma vez vi um vídeo de uma menina dizendo que um livro da Agatha Christie dificilmente entraria nesse projeto.kkkkkkk Acho essa discriminação tão ridícula! Ao mesmo tempo que incentivam a leitura de mulheres decidem quais são dignas de serem lidas e quais não. Sei que o projeto surgiu anos atrás e a essência dele, a intenção das organizadoras, é fazer com que as escritoras tenham mais espaço, que sejam mais lidas tanto por homens quanto por mulheres. E seguindo essa essência eu digo que devemos ler qualquer gênero escrito por elas: romance, distopia, thriller, livro de formação, o que seja! 


Este resultado não é nenhuma surpresa para mim.rsrs É comum eu ler mais livros da Harlequin e da Arqueiro justamente porque sou uma apaixonada por romances e suspenses. Mas tenho na minha estante muitos livros da Record e da Nova Fronteira também só que não consegui ler todos eles ainda. Também tenho uma boa quantidade de livros da Martin Claret, pois tenho adquirido mais clássicos e geralmente escolho os dessa editora. 


*Entenda por Reino Unido uma liderança de livros de autores ingleses, mas preferi agrupar tudo mesmo.kkkkkk Tem autor nascido na Irlanda do Norte e outros lugares que fazem parte do Reino Unido, mas a maior parte dos livros que li (desses oito livros) foi de ingleses. 

Quem vence na lista é Estados Unidos com quatorze livros lidos. O Brasil ficou em terceiro lugar. Como comentei no blog Um Olhar de Estrangeiro eu nunca tive o hábito de olhar de que país era um autor antes de comprar um livro.rsrs E nem tenho intenção de começar a escolher minhas leituras com base nisso. Fiz este gráfico por curiosidade, pois gostaria de saber o que leio mais. 

"Indeterminado" está ali porque Tristão e Isolda ninguém sabe ao certo quem escreveu ou de onde surgiu. É considerada uma lenda de amor celta, mas sua versão original se perdeu com o passar dos séculos. Contos de Fadas inclui autores de vários lugares por isso também faz parte de indeterminado. 



Para fechar fiz um resumo geral do semestre. Dá para ver que só foi bom para a leitura.kkkkk A novela que vi foi Muy Padres, iniciada em 2017 e que terminou no início deste ano. Lei e Ordem SVU foi a unica série que assisti, mas só concluí a 19ª temporada em julho, nem foi no primeiro semestre.rs

Espero que tenham gostado do post! :)

Bjs!

6 de agosto de 2018

Tudo que assisti e li - julho/2018


Olá, queridos!

Por incrível que pareça julho foi um ótimo mês tanto para minhas leituras quanto para os filmes e séries. Quem acompanha o blog sabe que fiquei cerca de quatro meses sem conseguir assistir nada!!! E ainda não consigo compreender como foi possível retornar às minhas paixões justamente num mês tão complicado.kkkkkkkk... Existem coisas que nunca entenderemos nesta vida...rs

Assisti um total de quatro filmes e terminei a 19ª temporada da minha série preferida: Lei e Ordem SVU (faltavam 7 episódios). Além disso, eu pretendia ler sete livros no mês e consegui ultrapassar a meta lendo nove!!! 

Matilda, por mais que vocês não acreditem, eu nunca tinha visto até o fim.rsrs Não sei o motivo, acho que simplesmente não tinha surgido a oportunidade. Mas no dia 14/07 estava passando um especial na TV de filmes antigos e mergulhei na história, me encantando por completo! Gente, que filme maravilhoso! Quero uma filha como a Matilda! Tenho direito, vocês não acham?! :D Sério, seria o sonho da minha vida ter uma filha tão carinhosa, inteligente e apaixonada por livros! Essa menina lia de tudo e desde pequena. O triste é que a família dela desprezava sua paixão pelos livros e fazia de tudo para infernizá-la. O pai dela chegou a rasgar histórias que ela tinha conseguido emprestado na biblioteca. Senti tanta raiva daquele traste maldito! Isso sem mencionar o fato de não querer que ela estudasse. O mais revoltante é que existem famílias assim... pais que em vez de ajudar os seus filhos a serem pessoas melhores, instruídas, que tenham uma oportunidade no futuro... fazem todo o contrário! Mas o filme tem final feliz garantido! O melhor possível! Amei!!!

Convenção das Bruxas, por outro lado, é um filme que tive a chance de ver trocentas vezes!kkkkkkkkkkkkk.. Quando eu soube que passaria não consegui me controlar e larguei tudo para revê-lo. Meus anjinhos (primos) estavam aqui em casa e insisti para que eles também assistissem. Enquanto eu contava tudo que ia acontecer. :D Sei, spoiler não é legal e tudo o mais, só que existem ocasiões em que a vontade de preparar as pessoas para o que vai acontecer fala mais alto.rs No final, meus pequenos ficaram com medo do filme e disseram que não gostaram.kkkkkkk... Sendo que é um filme para crianças, que passava na sessão da tarde e foi justamente na minha infância que o vi vezes sem conta. 



Eu sonho com o dia em que conseguirei ler o livro que inspirou o filme O Fantasma da Ópera. É um dos objetivos da minha vida.rs Sempre que tenho a chance de rever este filme sou arrebatada como da primeira vez. É muito amor! E choro, confesso. Não sou capaz de controlar a emoção quando os ouço cantar, quando cenas tão dolorosas aparecem... quando tudo termina da maneira que eu não queria. Eu torcia pelo fantasma, gente! Aquele filho de papai que se apaixonou pela Christine só sabia me irritar. Eu compreendi o suposto anti-herói. Seu passado terrível, sua paixão pela "mocinha", seu amor pela ópera... sua vontade de fazer parte de tudo aquilo enquanto os outros o rejeitavam e temiam. Ele é o centro de toda a trama para mim, é quem me faz rever o filme. Pouco me importei com a Christine e o Rauol! Ela é uma falsa, traidora! Indigna do amor do fantasma. Não venham me dizer que o interesse do meu fantasma querido era unilateral porque a mocinha hipócrita ficava bem tentada a se render, chegava a retribuir a paixão dele para depois voltar com seus olhinhos chorosos e falsos para o Rauol, como se fosse uma pobre vítima. 

Falei "fantasma" diversas vezes, mas o anti-herói não é um ser sobrenatural, não.rs Ele é um homem de carne e osso, que possui um lado do rosto deformado e por isso utiliza uma máscara e vive escondido dentro do teatro há muitos anos. Ele é o real "dono" daquele lugar e o "anjo da música" de Christine, quem a ensina a cantar e faz dela uma estrela. 

Um Olhar do Paraíso é um filme que eu não tinha a menor intenção de ver. Ele estava passando na televisão, tarde da noite, e comentei com a minha irmã que se tratava da história de uma menina que era assassinada e lá de cima (um lugar anterior ao céu) via sua família e seu assassino. Eu ainda não tinha assistido até o fim, pois fez eu me sentir muito mal da primeira vez que tentei ver. Mas aí minha irmã resolveu assistir e eu fiquei na sala com ela. Quando tudo acabou chorei de revolta, de tristeza e impotência. Chorei por saber que coisas assim acontecem. Que crianças são sequestradas e assassinadas todos os dias... e que muitas vezes quem fez isso nunca é encontrado. Eu quis matar aquele desgraçado com minhas próprias mãos! E o final dele não foi suficiente para mim. Merecia sofrer os tormentos do inferno, pagar caro por todo mal que fez. 


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A 19ª temporada de Lei e Ordem - Unidade de Vítimas Especiais teve 24 episódios, conseguindo manter o ritmo e a emoção das temporadas anteriores, o que me deixou muito feliz. Eu soube que ela foi renovada para sua vigésima temporada e já estou ansiosa para o início. Nunca vai existir uma série que me apaixone tanto, que me envolva e me faça mergulhar na vida dos personagens. Minha querida Liv, o detetive Tutuola, a Amanda, o Carisi... o promotor Barba... Eu me sinto parte da vida de todos eles, mas minha preferida é a Liv, claro. 

Como vocês devem saber (já comentei aqui), o promotor Barba deixou a Unidade de Vítimas Especiais, saindo da série, após uma decisão que prejudicou sua carreira. No lugar dele entrou o promotor Peter Stone (da malsucedida Chicago Justice) e apesar de ter me comovido muito com o que aconteceu com o Stone no último episódio da temporada ainda não sou capaz de aceitá-lo. O considero um homem muito frio, distante, e essa jogada de tentarem transformar ele e a Liv num casal me incomoda. Penso que ela merece alguém com mais emoção.rs

Esta temporada teve momentos muito impactantes, que me deixaram chocada e em prantos. Teve um episódio em que a Liv tomou uma decisão equivocada, algo que destruiu a vida de uma personagem. Ela não agiu por mal, simplesmente fez o seu trabalho, cumprindo a lei. Mas penso que teria sido melhor não cumprir. Porque a pessoa teria sobrevivido. Só assistindo vocês irão entender. Foi um dos episódios que mais mexeram comigo. Trata-se de violência doméstica e como é difícil proteger as vítimas. A lei não é eficaz e nem sempre o agressor é punido. É nesse episódio que temos a participação especial da Alex Cabot, uma das antigas promotoras da série, que saiu várias temporadas atrás. Ela continua sendo exatamente a mesma. Sentia muita falta dela. :( 


E os livros que li foram... 

Consegui cumprir todos os desafios do mês, graças a Deus! :D 

- Com a leitura de Era uma Vez no Outono e Hamlet cumpri o Desafio Mensal. Enquanto o primeiro foi uma experiência maravilhosa, se tornando o meu preferido da série até agora, o segundo livro foi um completo tédio.rsrs Hamlet é uma peça de Shakespeare, obra muito querida pelos fãs, mas que não consegui enxergar o encanto que insistem que possui. 

Do Amor e Outros Demônios foi minha leitura para o tema do mês do Desafio 12 Meses Literários e é um livro impactante, que nos perturba e angustia. 



Memórias Póstumas de Brás Cubas eu deveria ter terminado de ler em junho, mas somente em julho foi possível concluí-lo. Gostei muito da história mesmo não tendo suportado quase nenhum personagem. Coisas que Machado de Assis consegue provocar.kkkkkk... Sou muito fã desse autor! 

Joia da Coroa foi minha leitura para a Maratona Romances de Banca e foi uma experiência deliciosa! É Lynne Graham, gente, então sempre vale a pena! Bruto e Apaixonado era o livro do mês da parceria com a editora Harlequin e com ele também cumpri o desafio Literatura Nacional



O que Dizem seus Olhos fazia parte da minha meta para o mês e na verdade tratava-se de um livro que eu queria reler. :) Já tinha lido vários anos antes quando a história nem sonhava em ser publicada aqui no Brasil. Li em espanhol, pois ganhei a edição de presente de uma amiga. Como a editora Planeta realizou o sonho de nós fãs da autora publicando uma obra dela pela primeira vez no país adquiri meu exemplar e reli a história. A amei tanto quanto da primeira vez!

Rebelde e Um Mundo Novo foi um livro recebido em parceria com a editora Harlequin, mas que eu não tinha conseguido ler antes. Ele não fazia parte da meta do mês, todavia foi possível encaixá-lo. :D São duas histórias de época da Nora Roberts, ambas se passando no século XVIII. O primeiro é um romance completo, com cerca de duzentas e poucas páginas e o segundo é uma novela, com pouco mais de 80 páginas. As duas histórias são lindas e envolventes! 

Outros jeitos de usar a boca é um livro de poesia que eu estava louca para ler há muito tempo. Comprei meu exemplar numa sexta-feira e no dia seguinte li, ele saiu passando a frente de vários livros.rsrs Não tenho nem palavras para falar desse livro. É simplesmente arrebatador!

É isso, gente! Espero que tenham gostado do post! :)

Bjs!
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