31 de maio de 2018

Pertinácia - Sue Hecker

(Editora: Harlequin
Edição de: maio/2018)


Série Mosaico - Livro 5


A vida de Rafaela nunca foi fácil. Da infância passada em um orfanato à mudança para São Paulo, ela sempre teve que superar diversos obstáculos que surgiam em seu caminho. Quando tudo parecia entrar nos trilhos e a jovem enfermeira pensava ter encontrado o amor, um erro lhe tirou tudo, e ela não sabe como recomeçar.

É exatamente em seu momento mais frágil que Rafaela conhece Jonas, um advogado confiante, sexy e vaidoso, que parece determinado a seduzi-la. Mas, depois de uma grande desilusão, Rafaela não quer ceder à atração que sente por Jonas e correr o risco de se machucar de novo. Será que essa jovem inocente e pertinaz conseguirá resistir aos encantos de um homem experiente?

Pertinácia é uma história sobre conquista: de confiança, de objetivos e, especialmente, de amor. 




Palavras de uma leitora...



- E bota experiência nisso! Jonas tem experiência para dar, vender, trocar...rsrsrs Quanto mais o conhecia mais puritana me sentia.kkkkkkkkk... E olha que sou bem mente aberta e leio livros de diversos gêneros (o que não significa que aprecio todos eles). Ocorre que quando iniciei esta leitura estava com uma ideia diferente da história. Achava que era um romance que tinha cenas calientes, mas que tratava de temas fortes, de superação, recomeço e tudo mais. E realmente ele aborda tudo o que eu imaginava, porém vai mais para o gênero erótico, algo que eu não esperava por mais que a capa fosse um indício.rs 

Considerando que é um livro adulto, obviamente, não é recomendado para todos. É um livro para maiores de 18 anos, ok? Aviso dado, prossigamos!


Tendo crescido num orfanato, não sabendo quem eram seus pais ou por que a tinham abandonado, Rafaela teve que lutar muito para conseguir ter uma profissão. Desdobrando-se entre trabalhos temporários e as horas de estudo, mal dormia ou se alimentava, contando muitas vezes com a compaixão de seus colegas que dividiam lanches com ela. Assim, tinha todos os motivos do mundo para agarrar com as duas mãos a grande oportunidade que era trabalhar para o Dr. Marco, como enfermeira particular de sua filhinha, um anjo que nasceu com anencefalia e nenhuma esperança de sobrevivência. 

"A cada história que eu contava, sentia que ela apreciava ouvir minha voz.
A cada carinho que fazia, era como se ela pudesse retribuir."

Só que o que era para ser um primeiro passo na sua carreira acaba por se transformar na sua ruína quando, guiada por uma ilusão criada em sua cabeça, decide que está apaixonada pelo patrão e que deseja ser a mãe de sua filha. Tudo não seria tão grave se ele não fosse comprometido, estivesse noivo de outra mulher... E se Rafaela tivesse se limitado a sonhar com isso e não partir para a ação. 

Rejeitada por ele e dispensada logo em seguida, vez que a continuação da relação de trabalho era impossível, ela ficou sem chão. Não tinha mais emprego, o homem que julgava amar não a queria e com sua inconsequência ainda foi obrigada a se afastar da bebê que tanto amava... Seu mundo não poderia ficar mais bagunçado.

"O que foi que eu fiz?! Eu destruí tudo."

A luz no fim do túnel aparece quando ela é contatada pelo advogado de Marco, um homem arrogante e sexy que descobre-se encantado pela jovem enfermeira. Sensibilizado por sua dor e levado também pelas segundas intenções que um só olhar para seu corpo já despertou, após tratar da rescisão contratual dela, resolve indicá-la para trabalhar na casa de sua irmã, já que possuía um sobrinho com leucemia e a gravidez da irmã era de risco. Desta forma, além de ajudar a família com a qual realmente se importava ainda contaria com a vantagem de voltar a ver a mulher que tanto o enfeitiçou. E, quem sabe, ensiná-la a apreciar tudo o que seu mundo tinha a oferecer... Com ele talvez ela não vivesse o conto de fadas dos seus sonhos, mas teria algo melhor. Mais quente, mais cru e... mais apaixonante. Estaria ela preparada para se entregar sem reservas? Para ser sua musa, sua fonte de admiração e desejo? 

E seria o desejo que o consumia, que o fazia querer tê-la nua em seus braços e em sua cama... um primeiro passo para um sentimento mais forte e duradouro? Nunca tinha amado. E na verdade não estava disposto a render-se a tal sentimento.Todavia, se mandássemos em nosso coração a vida seria mais fácil... e chata

"A cota de dor em minha vida já foi o suficiente. Os sonhos românticos de encontrar minha outra metade não existem mais. Aprendi com os meus erros."

- Logo que conheci a Rafaela, no prólogo da história, quando descobri qual foi a grande merda que fez, não simpatizei muito com ela. E o Marco (que mal aparece na história) ganhou toda a minha admiração por tê-la dispensado, por não querer mais que trabalhasse para ele. Tinha sido contratada como enfermeira, o que não incluía ficar nua em sua frente e se oferecer como se não soubesse que ele estava noivo. Eu não sou tolerante com traição. E não existe maneira de alguém considerar a conduta dela correta ou profissional, certo? Fossem quais fossem os seus motivos, estava errada. E mereceu sim ser demitida.

Isso não significa que atirei pedras nela, claro. Condenei o que fez, mas também fiquei com os olhos cheios de lágrimas com a cena em que ela se despede da bebezinha que tinha aprendido a amar e que foi seu maior motivo para desejar mais do que uma relação profissional com seu chefe. Além de vê-lo como o homem que era tudo o que tinha sonhado ainda existia a pequena menina, que precisava dela e tinha ensinado tanto em pouco tempo. Não duvidei do amor da mocinha por aquele anjinho e foi realmente muito triste vê-la se separando dela. Partiu meu coração logo no início do livro. :(

E mesmo irritada por ela própria ter se colocado naquela situação (compreender seus motivos não me impediu de desaprovar totalmente sua estúpida conduta), torci para que conseguisse dar a volta por cima, se libertasse de um sentimento que só a fazia sofrer e se permitisse conhecer alguém que retribuísse o seu amor e que, evidentemente, não fosse comprometido.rsrs

Sendo assim, quando Jonas e Rafaela se conhecem, eu vibro com a eletricidade que corre entre os dois. Com a troca de olhares, as frases de duplo sentido, a química que faz a temperatura subir. Eram duas pessoas solteiras e não havia nada no mundo que impedisse os dois de se conhecerem e se entregarem ao que desejassem. Eu torcia muito por isso. 

"Jamais imaginei querer alguém tanto quanto eu a quero. Tudo o que preciso, sinto e sei é que, de alguma forma, ela deve ser minha."

Só que não demora nada para a autora nos revelar mais sobre o Jonas.rsrs Para nos fazer conhecer seus segredos... seus fetiches. Ela nos conta o seu passado... quando ele descobriu que era adepto de determinada coisa. Eu não fiquei apenas com um pé atrás, não. Foram os dois!kkkkkkk... Recuei por completo, levantando todas as defesas contra o mocinho. Afinal de contas, tudo o que sabia sobre esse fetiche não era muito agradável. E eu não estava disposta a aturar certas cenas. É por coisas assim que evito livros eróticos. Não são minha praia, confesso. 

Após o choque inicial e a minha mente imaginar todas as coisas que ele devia fazer (estou tentando não soltar spoiler), continuei dando uma chance ao livro, vez que a leitura estava fluindo bem e eu queria saber mais do que nunca como se desenvolveria a relação dos dois e o que ele estaria disposto a fazer com ela. E mais importante ainda: se ela aceitaria esse tipo de relacionamento. Porque tudo o que sabia era que eu não aceitaria.kkkkkkkk... Por mais lindo e irresistível que o mocinho fosse. 

E conforme a história foi acontecendo, a relação dos dois evoluiu, pude perceber que apesar de se permitir certas coisas (e curtir bastante cada momento) antes de envolver-se com a Rafaela, definitivamente não estava disposto a incluir isso em seu relacionamento com ela. Não abandonaria seu fetiche, pois fazia parte do que era, de sua personalidade, de sua essência. Mas isso não significava que faria tudo o que fazia antes. E isso eu pude aceitar. Porque não era esse desejo profundo e secreto que ele tinha o problema em si, na minha opinião. Mas sim o que isso geralmente incluía, entende? E já que ele se torna mais inflexível (era isso o que eu queria dizer mesmo) ao se apaixonar por ela pude voltar a olhar para o cretino com bons olhos.rsrs 

"[...] Porém, no fundo, Rafaela tem algo que me faz querer cuidar, proteger, algo que não sei distinguir."

Embora o foco do livro seja a relação quente e carnal dos dois, que cresce até tornar-se amor, a história também aborda o tema das crianças especiais, que nascem com má formação e acabam sendo tratadas de maneira discriminatória pelas pessoas, até mesmo rejeitadas pela família. No orfanato em que cresceu, Rafaela conviveu com crianças assim e foi o que a motivou a estudar enfermagem. Ela especializou-se para tratar dessas crianças e acabou por envolver-se mais profundamente com a pequena Vitória, uma bebê condenada desde antes de nascer, sem esperanças de vida, mas que foi muito amada por todos. O pai dela, Marco, não a rejeitou. A quis demais e daria tudo para que ela não sofresse. Achei muito positivo a autora abordar tal tema. É raro vermos coisas assim nos livros, costumo ver com mais frequência só nas histórias da Catherine Anderson ou da Deborah Smith. 

Além disso temos o Guilherme, sobrinho do Jonas, que sofre de leucemia e enfrenta dolorosas sessões de quimioterapia. É trabalhando como enfermeira dele que a Rafaela fica mais próxima do Jonas, mas acaba por fazer parte de toda a família em si. Guilherme é um menino forçado a amadurecer por causa da doença, que não se sente como as outras crianças e fica muito desanimado por conta dos efeitos colaterais do tratamento. Porque não era só perder os cabelos... tinha a falta de apetite, os enjoos e vômitos, a fraqueza... Não era nada fácil. E entrando no tema da leucemia, a autora fala da importância de ser um doador de medula óssea, como isso pode salvar vidas. A esperança de Eliana, Felipe e Jonas (pais e tio do Gui) era que o bebê que a Eliana esperava pudesse salvar o menino, pois ele estava na fila de espera há muito tempo e ainda não tinha aparecido ninguém compatível. :( 

"Sinto que ela precisa se sentir tocada, amada e idolatrada. Não canso de lê-la e me fascinar com cada emoção explícita e descrita por ela. Sei que precisa se conectar a mim da forma mais primitiva e rápida possível. Não me importo de trazê-la para a profundidade do meu desejo. É lá que ela necessita estar e é exatamente para lá que vou levá-la, a fim de esquecer quaisquer lembranças do passado."

- Em síntese, esta é uma história que provoca calor, não tenham dúvidas.rs Romances eróticos possuem tal capacidade e a autora criou as cenas certas para nos fazer sentir que a temperatura estava muito elevada, que era verão em pleno outono. Jonas e Rafaela realmente pegavam fogo quando estavam juntos. Apreciei todas as cenas? Não.rs Apesar de ter gostado de muitas delas, não foram de todas, pois eróticos não são minha praia, como já disse. E existiram algumas que iam além do que eu podia aceitar (como uma que envolvia certa janela num certo lugar). Mas considerando o livro todo, os temas reais e importantes, o fato dos personagens serem muito humanos, com qualidades e defeitos comuns a todos nós, dei 4 estrelas. E é um ótimo livro sobretudo para quem ama esse gênero. E sei que existe muita gente que é apaixonada por romances assim. :) Até porque é um erótico com conteúdo. Não é vazio, falando só de sexo e nada mais. Não. Ele tem bastante conteúdo e por isso merece as 4 estrelas do Skoob. 

"- Você é minha querida e apaixonante Rafaela."

- Algo que não poderia esquecer de dizer: claro que amei quando eles dançaram ao som de Despacito, não é? :D Quem não sabe que sou fã incondicional do Luis Fonsi certamente não me conhece. Eu amo esse cantor e compositor fantástico há anos. Me apaixonei por suas músicas mais de uma década antes de Despacito surgir e estourar no mundo todo. É uma realidade que ele tem dezenas de músicas mais lindas e envolventes que essa, mas amo Despacito também e me orgulha demais ver o sucesso que meu cantor tão querido está fazendo. E a música combinou bastante com a história do Jonas e da Rafaela. :)

*Este livro foi recebido em parceria com a editora Harlequin. E a Sue Hecker é uma autora nacional. Assim, mais uma vez a Harlequin me ajudou na minha meta de ler mais nacionais este ano. 

- Pesquisando pela internet, descobri que o Marco (que demitiu a Rafaela com toda a razão do mundo) é protagonista de outro livro da série Mosaico. Que é uma série que não precisa ser lida em ordem. Eu, por exemplo, só li Pertinácia

Série Mosaico

1- O Lado Bom de Ser Traída (Bárbara e Marco)
2- Tutor (Beatriz e Pedro)
3- Sr. G 
4- Eu, Ele e o Sr. G
5- Pertinácia

25 de maio de 2018

Razão e Sensibilidade - Jane Austen

(Título Original: Sense and Sensibility
Tradutor: Roberto Leal Ferreira
Editora: Martin Claret
Edição de: 2013)

Razão e sensibilidade conta a história de duas irmãs que em razão do falecimento do pai, têm de se adaptar a um estilo de vida mais modesto, em meio a uma sociedade inteiramente dirigida pelas aparências.
Elinor é a mais prudente, contida e racional. Marianne, passional e sensível, recusa-se a agir como determina a sociedade ou a esconder seus sentimentos.
Ambas desafiam preconceitos e lutam pelo amor e pela felicidade numa sociedade em que uma "mulher de valor" deveria se conformar e permitir que sua vida fosse orientada pelas convenções.
Publicado pela primeira vez em 1811, este romance de Jane Austen foi, desde então, reeditado e reimpresso em numerosas e diferentes versões. A história foi também adaptada para o cinema - com as irmãs interpretadas por Emma Thompson e Kate Winslet -, para séries de TV e para o teatro.



Palavras de uma leitora...



- Eu nunca canso de me surpreender (e me condenar) por ter demorado tanto tempo a dar uma chance aos livros da Jane Austen. Fui uma retardada! Me privando de livros maravilhosos e que sempre me divertem, me encantam e me fazem refletir sobre diversos assuntos. Jane era brilhante. E se tivesse a chance de voltar no tempo... viajar por séculos anteriores... gostaria de ter o privilégio de conhecê-la. 

Foi por ter amado profundamente Orgulho e Preconceito ao lê-lo ano passado que tomei a decisão de incluir três romances da Jane na minha meta de leitura de 2018. Então, em breve vocês verão aqui resenhas de Emma e Persuasão, dois livros que estou mais do que ansiosa para ler. Porém, agora é hora de falar de Elinor e Marianne, duas irmãs completamente opostas, mas que tinham em comum a crença no amor e o desejo de encontrar a felicidade ao lado de alguém que realizasse os sonhos de seus corações. Enquanto a primeira desejava um amor calmo e paciente, que se contentasse em sentar-se ao seu lado numa noite de inverno, admirando o fogo e lendo um bom livro... Marianne queria isso e muito mais. Queria paixão. Intensidade. Queria que tudo fosse muio forte, incontrolável... Que seu amado partilhasse todos os seus prazeres, que sentisse como ela... que enlouquecesse como ela levado pelos anseios da alma. De qual das duas será que gostei mais?!kkkkkkkkk... Talvez por eu ser uma pessoa muito emotiva e apreciadora de histórias cujos protagonistas me demonstram com palavras ou atitudes como é forte o que sentem... Por eu ser dada a amar mais livros intensos... vocês possam acreditar que amei mais a Marianne, que ela era exatamente o tipo de mocinha que admiro. Todavia, as coisas não foram bem assim.rsrs

Elinor e Marianne, duas adolescentes com idade para se casar, eram frutos do segundo casamento do Sr. Henry Dashwood e durante boa parte de suas vidas viveram na propriedade de Norland que pertencia ao tio solteiro de seu pai e a qual ele herdaria quando da morte do tio. 

Seu pai tinha aceitado o convite do tio para que toda sua família residisse com ele, fazendo-lhe companhia na velhice. Por sentir um verdadeiro afeto pelo parente, Henry não considerou todos aqueles anos sacrifício algum, mas não pôde evitar uma pontada de desespero quando o tio morreu, deixando a propriedade da qual suas filhas tanto dependiam para o filho mais velho de Henry, fruto do seu primeiro casamento. Não que ele não amasse o filho, mas John tinha a fortuna deixada pela mãe e não necessitava de nada. 

Henry poderia usufruir da propriedade enquanto vivesse, mas no fim das contas ela estava garantida para o filho de seu filho. E toda sua intenção de economizar os rendimentos daquele bem enquanto vivesse não puderam se concretizar, pois cerca de doze meses após perder o tio também faleceu. Em seu leito de morte, suplicou a John que cuidasse das irmãs e da madrasta, que não as desamparasse. Com a promessa do filho de que assim seria, Henry pode finalmente descansar, sem imaginar a maneira como sua mulher e filhas seriam tratadas naquele que um dia elas consideraram seu lar.

Mal o sogro foi enterrado, Fanny, esposa de John, fez questão de arrumar suas coisas e mudar-se para a nova propriedade do marido em Norland, fazendo com que suas cunhadas se sentissem como intrusas ou visitas indesejadas. Sua hostilidade era evidente e não fazia nada para esconder o fato de que gostaria que elas partissem e de preferência nunca mais voltassem a cruzar seu caminho. Eram os parentes pobres de seu marido, criaturas que representavam um peso e um obstáculo para monopolizar todo o dinheiro de seu marido. E se dependesse dela suas cunhadas não veriam um centavo sequer da ajuda prometida no leito de morte do pai. 

Sem ter para onde ir num primeiro momento, a viúva de Henry e suas filhas não tiveram outra opção senão permanecer na casa, fazendo de conta que não percebiam a rispidez e o desprezo por traz das palavras de Fanny e o afeto fingido do irmão. 

E foi ali que Elinor o conheceu. Edward era o irmão mais velho de Fanny e tão diferente dela como se nem parente fosse. Sua timidez poderia ser mal interpretada por quem não o conhecesse, mas não demorou para que Elinor se aproximasse dele e compreendesse toda sua insegurança e reserva, tivesse a chance de descobrir seu bom coração e o quanto ele mexia com alguma coisa em seu interior. Ela não era imprudente como Marianne, preferia dar ouvidos à razão, mas Edward fazia seu coração acelerar...  e era necessário apelar para todo o seu autocontrole para não deixar transparecer os seus reais sentimentos. E o pior de tudo era saber que era correspondida em seus afetos. Que Edward também a amava, por mais que o comportamento dele às vezes a levasse a acreditar que imaginava. Embora no fundo desejasse dar ouvidos ao seu coração sabia que era necessário manter os dois pés no chão, que a família de Edward jamais a aceitaria. Porque estava bem longe de ser o tipo de mulher adequada aos planos da mãe dele. 

Por mais que Elinor e Edward fizessem de tudo para esconder o que sentiam dos outros não demorou nada para Fanny começar a ver a cunhada como uma ameaça muito mais perigosa do que acreditara até aquele momento. Disposta a afastá-la de seu irmão fez questão de deixar mais do que claro quais eram os seus planos e os de sua mãe para ele e que qualquer moça que nutrisse a esperança de conquistá-lo apenas perderia seu tempo. Furiosa com o ataque da nora, a mãe delas resolveu que não era mais possível seguir naquela casa e uma proposta de um parente distante não poderia ter chegado numa ocasião melhor. Assim, enquanto Elinor era levada a se afastar do homem que seu coração reconhecia como seu... Marianne era lançada na direção do seu primeiro amor... e de sua maior decepção. 

"Mamãe, quanto mais conheço o mundo, mais me convenço de que jamais encontrarei o homem que eu possa realmente amar."

Marianne sonhava com o amor... chegava a respirá-lo todos os dias, ansiando e temendo que nunca conhecesse alguém capaz de fazê-la se entregar... alguém que ela amasse como sempre tinha desejado. Embora só tivesse dezesseis anos suas esperanças iam diminuindo com o passar do tempo e a impressão que ela tinha dos homens em geral. Será que era tão difícil para um ser humano possuir sentimentos? Sentir a vida como ela merecia? Não queria alguém como o Edward de sua irmã. Queria a paixão. 

E não poderia imaginar que o que tanto buscava iria encontrar em Devonshire. Que a separação do lar de sua infância e de tudo o que conhecia representaria a oportunidade de conhecer o homem que seria tudo o que tanto esperara... Que a faria mergulhar nos encantos do primeiro amor para depois levá-la ao completo inferno. 

"Quando ele estava presente, ela não tinha olhos para mais ninguém. Tudo o que ele fazia estava certo. Tudo o que dizia era inteligente."

- Eu nunca sei o que dizer quando me apaixono por uma história. Me faltam palavras. Não sei por onde começar e penso que tudo o que possa tentar exprimir será insuficiente. Não foi diferente com este livro. Amei tanto Razão e Sensibilidade que sei que não serei capaz de expressar os meus sentimentos, a maneira como fui envolvida pela história dessas duas irmãs. 

E não se trata apenas do romance em si. Algo que me fascina nos livros da Jane é a sua ironia. Sou fã confessa da ironia, a utilizo muito diariamente.rsrs.. E amo quando um autor tem a capacidade de utilizá-la de maneira tão inteligente e sutil como a Jane. Ela arrasava, gente! Suas histórias são sempre recheadas de críticas sociais, de desprezo pelas hipocrisias da sociedade e os costumes fúteis que as pessoas julgavam tão essenciais para suas vidas. Ela fazia um retrato bastante fiel da sociedade de sua época, o século XIX, o papel que a mulher representava, o desprezo que era dado aos sentimentos e que tudo o que mais importava para qualquer um era quanto o outro tinha como renda anual. As pessoas eram consideradas "adequadas" se fossem ricas, se tivessem uma renda satisfatória, alguma fortuna e nenhuma profissão ou inteligência.rsrs Eu me pegava rindo sozinha aqui quando a autora descrevia os momentos de lazer dos membros da sociedade... Ou a forma como o cérebro deles funcionava... suas "qualidades", sua sabedoria e elegância... Somente lendo vocês conseguiriam entender a maneira brilhante como ela conduz a história, como nos mostra a realidade de sua época ao mesmo tempo em que desenvolve o romance de suas protagonistas. 

"Tinha um excelente coração, um temperamento afetuoso e sentimentos fortes; mas sabia como governá-los."

Elinor, sem sombra de dúvidas, é a minha personagem preferida dessa história, seguida de perto pelo coronel Brandon. Ela é muitíssimo diferente da Elizabeth (de Orgulho e Preconceito), mas sua personalidade e a força que ela exercia sobre todos na história me provocaram muita admiração. Ela poderia ser considerada a "razão" do título, sendo a Marianne a "sensibilidade", porém as coisas não são tão preto no branco. Elinor era dona de intensos sentimentos também, mas ela não possuía a imprudência que reinava na irmã... não era dada a demonstrar o que sentia abertamente, de sentir sem pensar. Marianne explodia enquanto Elinor ponderava antes de abrir a boca... pensava se realmente era conveniente dizer algo ou se a atitude mais sensata não seria permanecer em silêncio. Ela amava com todo seu coração, mas nunca permitia que seus sentimentos a cegassem para as realidades da vida. Sabia como seu mundo e o meio no qual vivia funcionavam. Para mim, é a melhor personagem do livro. Toda vez que ela pensava sobre algo ou se manifestava eu a admirava mais. E tudo o que poderia desejar era que encontrasse a felicidade merecida, de preferência ao lado do homem que amava... mesmo que não tivesse forças para lutar nem por ele próprio. Ok. Eu amei o Edward, mas está muito longe de ser um dos meus mocinhos preferidos, vez que não sou fã da fraqueza. E atitude era coisa que ele não tinha. Não posso falar muito para não dar spoiler, mas foram muitos os momentos em que desejei dar um soco nele. 

"As habilidades de Marianne eram, sob muitos aspectos, bastante semelhantes às de Elinor. Era sensível e inteligente, mas intensa em tudo: suas angústias, suas alegrias não tinham limites. Era generosa, agradável, interessante: era tudo, menos prudente."

Marianne me provocou uma confusão de sentimentos. Por vezes eu a compreendia totalmente, pois também sou emotiva. E faço muito drama.rsrs Detesto a frieza, dizer que algo é "bom" quando minha vontade é dizer que é maravilhoso, incrível, apaixonante, irresistível...kkkkkkk... Gosto de deixar bem claro o que sinto e quando as pessoas agem de maneira distinta eu também não fico muito contente. Dá vontade de sacudir a pessoa!rsrs Uma das experiências mais terríveis é quando indico um livro amado para alguém a pessoa lê e diz que "gostou". "O que achou do livro?" A pessoa responde: É bom. "Você chorou com determinada cena?" E vem a resposta: Não. Arrastar a pessoa em praça pública nem seria suficiente para fazer a raiva passar.rs Portanto, entendo bem algumas das revoltas da Marianne. Entendo suas emoções, suas explosões... o fato de querer algo além. De não estar disposta a se conformar com algum casamento de conveniência e levar uma vida medíocre como de tantas pessoas. Ela acreditava no amor e queria viver isso. Não é algo condenável. 

Meus problemas com a personagem foram por conta de sua insensatez e seus preconceitos. Ela era uma moça inteligente, apaixonada pelos livros e pela cultura. Não era uma tola, mas quando estava apaixonada perdia todo o juízo que pudesse um dia ter possuído. Ela não pensava, era incapaz de raciocinar nesses momentos e, portanto, arriscava a si mesma. Todavia, o pior de tudo era o seu preconceito. Principalmente quando voltados para o meu personagem querido: o coronel Brandon. Ela tinha uma opinião tão formada sobre a vida e as pessoas que se achava no direito de julgá-lo e condená-lo tendo como base apenas o que acreditava, sem conhecê-lo de fato. Isso me irritava muito. Porque justamente uma personagem tão sensível conseguia ser de uma insensibilidade impressionante. Ela pensava apenas nos próprios sentimentos, nos da mãe e da irmã... quanto aos outros... não estava nem aí. Não se preocupava se a maneira como falava poderia magoar alguém. Eu bem que queria que o coronel Brandon a tratasse como ela o tratava! 

Talvez as atitudes dela possam ser desculpadas por conta da idade (quando a história começa ela tem 16 anos e meio, quase 17), mas nem tanto, pois, como eu disse, Marianne não era uma tola. Era muito inteligente. Inocente sim, todavia sabia que seu comportamento podia magoar. Simplesmente não se importava. Sobretudo se estivesse irritada ou sofrendo. Aí mesmo que não ligava para os sentimentos dos outros. Claro que ela cresce ao longo do livro... passa por situações que a fazem enxergar a vida como de fato é. Não fiquei nada feliz pelo que ela sofreu, mas me alegrou vê-la se transformando... amadurecendo mais. E sendo menos egoísta. 

"... talvez, considerando por minha atual gravidade lastimável e triste, julgue-me incapaz de alguma vez ter sentido."

Não posso falar muito do coronel Brandon sem soltar spoilers.rsrs Não conseguiria!kkkkkk... Só posso dizer que ele protagonizou a única cena do livro que me fez chorar. Quando ele confessou seu passado... Foi impossível não ver todos aqueles momentos na minha cabeça... imaginar como tudo aconteceu, sua dor, a desgraça daquela pessoa... Foi demais para mim. Minhas cenas preferidas eram sempre aquelas nas quais ele e a Elinor conversavam. Amo muito os dois!

- Creio que esta resenha não ficou muito coerente. Mas espero que tenha conseguido transmitir pelo menos um pouco do que senti e a forma como me apaixonei pela história. O mais importante nesse livro não é o romance. Se você pegá-lo a fim de ser arrebatado por uma belíssima história de amor vai se decepcionar. Não é um livro da Julia Quinn ou de outras das nossas amadas autoras de romance. Não tem beijos, carícias, cenas de amor... Nada disso. 

É um livro singular. A Jane Austen quis contar a história de duas irmãs, nos dando romance sim, mas não tendo isso como o principal. Ela quis retratar a sociedade, zombar de suas hipocrisias, nos divertir e fazer pensar. Enfim... Não dá para explicar. Só quem conhece os livros dela entende o que quero dizer e o que realmente encontramos em suas histórias. 

Orgulho e Preconceito ainda é o meu preferido?! Claro que sim!!!! Elizabeth e o Sr. Darcy possuem um lugar exclusivo no meu coração. Mas Razão e Sensibilidade também me conquistou e sempre lembrarei desse livro com carinho. :)

- Eu não li Razão e Sensibilidade sozinha. Tenho como uma das metas do ano ler, pelo menos, um clássico por mês e como tinha amado tanto o livro anterior da autora convidei algumas amigas a lerem comigo, numa espécie de leitura coletiva, sabe? Assim fomos cinco no total. A leitura se iniciou em 14/05 e na verdade ainda não terminou. Encerra-se no dia 28/05, próxima segunda-feira. Eu precisei acelerar um pouco mais e terminar antes, pois preciso ler outros livros antes do mês acabar, mas as meninas seguirão lendo. A Duda também já concluiu a leitura e amou! Ela é escritora e vê a Jane Austen como uma inspiração. :D 

É isso, gente! Recomendo muito que deem uma chance ao livro! 

21 de maio de 2018

A Filha - Jane Shemilt

(Título Original: Daughter
Tradutora: Carolina Raquel Caires Coelho
Editora: HarperCollins
Edição de: 2015)


A NOITE DO DESAPARECIMENTO
Ela me contava tudo

A polícia, a foto dela. Isso vai ajudar.
Mas a foto não mostra como seu cabelo brilha como ouro sob o sol. 
Ela tem uma pintinha bem embaixo da sobrancelha esquerda.
Ela tem um leve perfume de limão.
Ela rói as unhas.
Ela nunca chora.
Ela ama o outono, eu quis contar aos policiais. 
Ela coleciona as folhas que caem, como uma criança. Ela é só uma criança. 
POR FAVOR, ENCONTREM MINHA FILHA.

UM ANO DEPOIS

Naomi permanece desaparecida. Jenny, sua mãe, está obcecada. A família se despedaçou. Será que descobrir a verdade sobre Naomi é a única forma de salvar essa família? Ou a verdade vai destruí-la de vez?




Palavras de uma leitora...



- Sabe aquele livro que você compra por impulso, sem nunca sequer ter ouvido falar? Foi bem o que aconteceu quando vi A Filha pela primeira vez. Não fazia ideia se era um livro querido ou não pelos leitores. Esbarrei nele. Sua capa me chamou a atenção ao indicar um suspense e aí li a sinopse. Confesso que a sinopse em si não me animou muito (achei confusa), mas comprei mesmo assim. Era um suspense sobre o desaparecimento de uma adolescente. A curiosidade e o meu fascínio por thrillers venceram.rs

Ainda estou um tanto em choque pelo final. A ficha está demorando para cair. Quando iniciei a leitura acreditei que descobriria o que tinha acontecido fácil, fácil. Ou que, pelo menos, chegaria bem próximo. Afinal de contas, já estou tão acostumada com esse gênero que ao prestar atenção aos detalhes e as pistas dadas pelos autores passo bem perto da verdade, isso quando não acerto. Pensei mesmo que seria igual. Ledo engano!kkkkkkkkk... E olha que a autora realmente dá pistas! Só que ela constrói a teia de tal maneira, intercalando passado e presente, em capítulos curtos, mostrando tudo do ponto de vista da protagonista... num emaranhado de segredos que vão sendo revelados lentamente... que acabamos não prestando atenção em tudo ou achamos que tal coisa não é importante. Que foi apenas algo jogado no livro para encher as páginas. Que nada! Eu fui muito ingênua e por isso fiquei de queixo caído quando as peças do quebra-cabeça foram se encaixando. Eu não pude prever aqui. E mesmo quando a verdade foi se desenrolando eu segui estando despreparada para a maneira como tudo terminaria. 

"As sextas-feiras ainda machucam."

Quando ela saiu pela porta naquele dia, uma quinta-feira, Jennifer não se preocupou. Era a penúltima noite de apresentação. Sua filha era a atriz principal da peça de teatro interpretada no colégio. Naquela quinta-feira seu pai não a buscaria, pois ela voltaria em grupo com amigos. Iriam jantar antes e ela estaria em casa às onze e meia da noite. Não havia motivos para preocupação. Só que Naomi não voltou. 

"E durante todo o tempo, eu ouvia seus passos; ela poderia chegar a qualquer momento, com uma desculpa pronta, surpresa com a comoção. E tudo isso desapareceria como um pesadelo."

Enquanto aguardava a filha, Jennifer acabou adormecendo. Estava esgotada após mais um dia difícil na clínica e embora tivesse toda a intenção de estar desperta quando Naomi chegasse o cansaço acabou por vencê-la. Acordou por volta das duas horas da madrugada de sexta-feira. E sua filha não estava em casa. 

Com o pânico acelerando seu coração e tentando bloquear as imagens ruins que começaram a se formar em sua mente, Jennifer tenta localizá-la através de amigos, o que não dá em nada. Sem outra alternativa senão acionar a polícia, ela vê sua vida até então perfeita transformar-se num verdadeiro inferno. Onde ela estaria? O que teria acontecido com sua menina? Ela só tinha 15 anos. Não podia estar perdida por aí, longe da segurança de sua casa. Alguém precisava encontrá-la! Ela precisava da sua filha! Queria sua menina de volta!

"Eu queria morrer, mas sabia, naquela época, como agora, que um dia eu poderia olhar para a frente e ela estaria ali, na porta."

As buscas começam. A polícia, a mídia, todos são envolvidos. Todos no colégio foram interrogados. Amigos, professores, vizinhos, a família... A investigação cobria todos os cantos, mas não avançava. Quanto mais o tempo passava pior era a possibilidade. E um ano mais tarde Naomi ainda não havia sido encontrada. 

"Seria possível que ela tivesse percebido no fim, se tivesse havido um fim, que seu coração estava desacelerando? Há sangue suficiente num cérebro agonizante para registrar que o coração parou?"

Tudo ruiu com ela, no momento do seu desaparecimento. Tudo o que Jennifer tinha e dava como certo desabou. Ao longo dos meses de investigação e procura ela percebeu que não conhecia de verdade as pessoas a sua volta. Nem mesmo sua própria família. Porque nunca notara os sinais... De que todos estavam mentindo. 

O que realmente acontecera com Naomi? Existia a chance de que alguém conhecido fosse o responsável? Por que sentia que Nkita, melhor amiga de sua filha, estava escondendo alguma coisa? E Ed, seu filho, por que seu comportamento se alterara tanto? Onde realmente Ted, seu marido, estava na noite em que a filha desapareceu? E Theo? Havia realmente inocência nas fotos que ele tirara de Naomi, sua irmã, para uma exposição artística? Eram muitas perguntas. Várias dúvidas. Em quem acreditar? O que não estava enxergando? 

"Fiquei na cozinha sozinha e ele veio. O medo forte, repentino e devastador."

A história começa no ano de 2010, doze meses após o desaparecimento de Naomi. A polícia parecia andar em círculos, não chegando a lugar algum. E o tempo era implacável, levando Jennifer, nossa protagonista, ao completo desespero. Porque quanto mais os meses se passavam maiores eram as chances de que sua filha estivesse morta. Não saber era o pior de tudo. Porque dava a sua mente a oportunidade de criar diversas imagens, umas mais assustadoras do que outras. Ela morria aos poucos imaginando as diferentes formas que sua menina poderia ter morrido... ou vendo imagens dela presa em algum lugar, assustada e sentindo dor. Precisava saber. Tinha que saber o que havia acontecido com ela ou enlouqueceria. 

"Quando a bile subiu pela garganta e pelo nariz, pensei de repente que aquele podia ser o momento em que ela estava morrendo, e por isso eu tinha a sensação de estar morrendo."

No intuito de aumentar o suspense e ir desvendando os segredos do livro camada por camada, além de nos levar à loucura, a autora vai intercalando, cuidadosamente, acontecimentos do passado e do presente. Os capítulos são curtos. Ora acompanhamos a vida da Jennifer atualmente, em 2010, ora voltamos ao ano de 2009. Caminhamos da noite do desaparecimento para trás, voltando, inclusive, dezessete dias antes. 

"No dia 2 de novembro, um ano atrás, eu não tinha como saber que tínhamos apenas mais dezessete dias."

Ingenuamente podemos pensar que essa volta no tempo não é tão importante assim para o livro. Dezessete dias antes? Mostrando cenas aparentemente normais, de dias quaisquer? Que importância isso poderia ter? Eu fui tão tonta!kkkkkk... Não notei. Passei longe de perceber o quanto cada instante era significativo para fazer e desfazer a trama... eu pensava que a intenção da autora era aumentar o número de páginas e ao mesmo tempo ir revelando segredos da família e das pessoas à volta. Não imaginava qual era a grande verdade escondida naquelas semanas que antecederam o desaparecimento de Naomi. 

"Em algum lugar, ela podia estar sussurrando meu nome."

Este livro é um thriller psicológico top de linha, gente! Eu até mesmo demorei um pouco a considerá-lo realmente um thriller psicológico, por ser de certa forma bem diferente daqueles que eu estava acostumada a ler. Todavia, por ter os elementos esseciais de tal gênero o considerei como tal.

Tudo é narrado em primeira pessoa pela Jennifer, mãe da menina desaparecida. E isso nos coloca em contato direto com seus pensamentos e sentimentos. O que abala nossas estruturas. Foi bem difícil acompanhar a dor dessa mãe, a sensação de culpa e impotência... a forma como ela deixa de viver, de sentir prazer em qualquer coisa, pois passa dia após dia esperando que sua filha volte, que esteja bem... mesmo sabendo, nos momentos de maior dor, que isso é praticamente impossível. Que as chances são mínimas. 

"O que eu tinha perdido? Quais pistas eu precisava entender antes que fosse tarde demais?"

A construção da história e dos personagens foi primorosa. Embora vejamos tudo do ponto de vista da Jennifer, os demais membros da família, bem como outros personagens, têm papéis significativos e personalidades próprias perfeitamente moldadas pela autora. Porque tudo precisava estar em seus devidos lugares para criar o que ela pretendia. E ela foi muito bem-sucedida. 

O suspense do livro quase me matou, claro.kkkkkkk... Os que mais me abalam são justamente os que se desenvolvem lentamente. Quando o livro é mais ágil, corrido, as cenas de ação me provocam um golpe atrás do outro, meu coração acelera e fico agitada, gelada, nervosa querendo saber e ao mesmo tempo temendo o que vem a seguir. Só que em livros em que os autores optam por uma narrativa mais lenta, desconstruindo tudo devagar, pouco a pouco mesmo... eu quase surto. Porque o suspense atinge um nível insuportável para mim.kkkkk... Eu fico mais tensa, temendo até o movimento mais inofensivo de cada personagem, como se a qualquer momento a bomba fosse explodir, entende? É angustiante isso.rs

"[...] o rosto dela está em todos os lugares. Às vezes, a necessidade de saber o que aconteceu é mais forte do que consigo aguentar."

Existem muitas coisas sobre as quais eu gostaria de comentar. Só que sinto que posso acabar revelando demais, uma vez que coisas aparentemente sem importância têm sim motivo para estarem no livro. Isso me limita na hora de escrever a resenha, pois em thrillers psicológicos o suspense é essencial e se eu falar demais estrago tudo. É aquele gênero em que spoiler realmente prejudica. 

- Não amei a protagonista em todos os momentos. Apesar de ter dado 5 estrelas ao livro (seria impossível não fazer isso, pois é maravilhoso!), existiram determinadas cenas em que tive vontade de esganar a Jennifer. Pela maneira como ela ficava apática, aceitando a culpa que lançavam sobre ela. Tudo tinha desmoronado, sua vida era um inferno, só Deus sabia o que tinha acontecido com sua menina, mas os outros estavam preocupados em culpá-la de uma forma ou de outra e ela aceitava isso! Não fazem ideia de quanta raiva eu sentia nesses momentos! Como todo ser humano e todas as mães, Jennifer não era perfeita. Cometia erros sim. E tinha todo o direito do mundo de ter uma carreira, trabalhar fora, ter o próprio hobby se quisesse. Ser mãe não a impedia de ser mulher e ser profissional. Mas todos queriam era jogar sobre seus ombros a culpa por tudo. Porque se ela estivesse em casa, se fosse presente teria evitado a tragédia. Pura hipocrisia isso! Nenhuma mãe é obrigada a abrir mão do trabalho só porque tem filhos. Eu não culpei a Jennifer em nenhum momento. Ela tinha suas falhas, não era uma máquina (sendo que até as máquinas falham), e não enxergava tudo, mas criara três filhos da melhor maneira que conseguiu. Cada qual tinha sua própria personalidade e ela não podia estar 24 horas do dia com eles, para saber tudo, para ver se alguém olhava para um deles de forma diferente, para adivinhar que alguém pretendia fazer algum mal. Como se não bastasse toda a dor que era obrigada a suportar ainda tinha que conviver com a culpa que jogavam sobre seus ombros e ela aceitava. Imaginem como não foram os dias dela! :(

Eu não sei se "amo" (bem entre aspas!) ou odeio com todas as minhas forças o final.kkkkkk... Como eu disse para vocês fiquei em choque. Não que eu não tivesse considerado aquilo. Quando lemos um livro de suspense aprendemos a suspeitar de tudo e todos e imaginar diversos finais. Claro que eu tinha pensado em algo do tipo, ainda assim foi um choque. Eu já tinha aprendido a odiar tal personagem... conforme o livro se desenvolvia, minhas desconfianças sobre o personagem aumentavam. Mesmo assim eu ainda duvidei, pensei que estava pegando implicância à toa. Mas não! Tinha realmente motivos para odiá-lo. Só que a autora solta as pistas tão lentamente e gira em torno de todos que é impossível não ficarmos horrorizados com a maneira como tudo termina, quando há o desfecho. Eu pensei naquela possibilidade, mas não podia prever que seria como foi. 

Já sabem que recomendo, certo? :) Quero ler outros livros da autora!



Com esta leitura cumpri o tema do mês de maio do Desafio 12 Meses Literários. E foi uma excelente escolha! :D

13 de maio de 2018

Sol em Júpiter - Lola Salgado

(Editora: Harlequin
Edição de: abril/2018)


Sol Leão tem uma vida invejável.

Bonita e autoconfiante, ela mora em um apartamento de frente para a praia e seu canal no Youtube, Delírios de Juba, acabou de atingir a marca de 6 milhões de inscritos. Para completar, acaba de ser pedida em casamento pelo homem dos seus sonhos. Mas será que seus dias são tão perfeitos quanto parecem ser nos vídeos e nas fotos do Instagram?

Em um momento catastrófico, Sol conhece Júpiter, um rapaz de sorriso fácil e olhos incrivelmente azuis. Com o coração balançado, ela começa a questionar a vida que tem levado até agora e a imagem que se sente obrigada a manter para seus fãs. Quando, durante uma transmissão ao vivo para milhares de pessoas, Sol faz uma terrível descoberta, ela vê a muralha que tinha construído ao seu redor desmoronar e é obrigada a encarar medos e inseguranças do passado. Ainda bem que Júpiter está ali, com suas covinhas irresistíveis, para ajudá-la a encontrar forças dentro de si e dar a volta por cima, mostrando que a vida pode, sim, ser leve, mesmo quando o universo parece querer provar o contrário. 



Palavras de uma leitora...


Sol, mais conhecida como Juba por conta do seu canal, é uma youtuber de 23 anos que está no auge de sua carreira. Nada na sua vida poderia ser mais perfeito, até porque ficou noiva e atingiu a marca de 6 milhões de seguidores quase simultaneamente. Era para estar se sentindo no paraíso e realmente se sentia feliz, mas... faltava alguma coisa. Talvez a verdade. 

Ela criou seu canal num dos momentos mais traumáticos de sua vida, quando sentia que precisava desabafar e ser ouvida por alguém. Não tinha a intenção de ser famosa... só precisava falar. Havia passado muito tempo guardando apenas para si mesma o que sentia, enquanto era vítima de bullying na escola por ser gordinha, por ter os cabelos cheios e por todos os outros motivos que seus colegas inventassem. A perseguição era tanta ao ponto de utilizarem um dos seus maiores medos contra ela. Foram muitos anos aceitando uma vida assim. Estava mais do que na hora de reverter as coisas ao seu favor. Foi então que, pela primeira vez, ela gravou um vídeo... e depois outro... e não parou mais. Os seguidores não vieram aos montes logo no início, mas num momento aconteceu e então ela explodiu na internet. E o que era para ser libertador tornou-se uma prisão, pois mais uma vez deixou de ser ela mesma para ser o que as pessoas queriam; dessa vez essas pessoas eram seus seguidores. 

Embora fosse um exemplo para milhões de mulheres, que passaram a se aceitar como eram por conta do seu canal, Sol passou a viver uma grande farsa. Porque usava o que não gostava para manter a imagem que construiu, postava fotos de momentos que jamais viveu e ainda por cima pintava um relacionamento perfeito ao lado do noivo que na verdade estava bem longe de ser maravilhoso. O que era verdadeiro em sua vida? 

Foi num dia particularmente estressante, em que tudo parecia dar errado, que ela o conheceu. Por mais constrangedor que tenha sido o primeiro encontro, Sol não conseguiu tirá-lo de sua cabeça. Por uma ironia do destino, seus caminhos se cruzam outras vezes... dando a ela a chance de viver algo real. 

Júpiter não fazia parte do seu mundo. Eram de muitas formas diferentes, mas quando estava com ele... podia ser ela mesma. Vestir o que quisesse, dizer o que realmente pensava, desabafar sobre seu passado, seus sonhos... até mesmo sofrer uma crise de pânico sem temer que a considerassem uma maluca. Ele estaria ao seu lado. A apoiaria em qualquer momento. Com ele tudo era tão simples... Mas ela estava noiva de outro homem. E milhões de pessoas esperavam que se casassem. Será que ela conseguiria fazer o que desejava pelo menos uma vez? Ou cederia ao que os outros queriam para sua vida? 

"Todas as fotos que vinha postando ultimamente eram apenas simulações de dias que nunca vivi."

- Quando iniciei esta leitura pretendia ler algo leve, sobretudo depois de um livro pesado como O Caçador de Pipas. Queria relaxar, me divertir ao lado de um romance bem levinho mesmo. E o livro cumpre bem esse papel. Passei momentos agradáveis ao lado dele e como não tinha criado fortes expectativas não me decepcionei de modo algum. E de brinde ainda pude me apaixonar pelo Júpiter. :)

O que eu não esperava era considerar a protagonista tão superficial. Tinha uma ideia diferente dela e ela foi o completo oposto do que imaginei. Não porque vivesse uma mentira na internet, mas porque não consegui enxergar profundidade nela. E eu não sou a maior fã de personagens "assim", cujo interior é inacessível para quem lê. Ela falava de seus sentimentos, mas é tão difícil acreditar em alguém que não te mostra nada além. E para falar a verdade terminei a leitura sem sequer acreditar que ela realmente amava o Júpiter. Foi impossível e lamento bastante, pois se tinha um personagem que merecia ser amado de uma forma intensa e apaixonante era o Júpiter. Porque ele é o que me faz lembrar do livro com um sorriso, ele sim me permitia enxergar tudo o que ia em seu interior... tantos sentimentos, tantos sonhos e o amor que foi surgindo e crescendo pela Sol. Embora a história tenha se focado na Sol, embora ela fosse o centro de tudo, era quando o Júpiter aparecia que eu devorava as páginas, querendo mais e mais dele, de seu passado, presente e planos para o futuro. Cada conquista dele me fazia querer gritar e abraçá-lo. Ele merecia tanto ser feliz. Merecia mesmo. Por isso não sei se a Sol era realmente a mulher certa para ele. Pronto, falei.kkkkkkk... Me matem, mas infelizmente é o que penso. 

"Não precisei fingir gostar de saltos, nem estar impecável. Não precisei usar a máscara que sempre colocava quando gravava vídeos para o Youtube. Era apenas eu e nada mais."

Eu tentei muito compreender a Sol. Mas ela nem mesmo conseguia fazer uma só escolha por si mesma, era tão dependente do que os outros iam pensar ou deixar de pensar que tudo o que chegou a me provocar foi uma leve compaixão. Porque ela tinha consciência da farsa que era sua vida e não tinha a menor intenção de mudar isso, uma vez que mais seguidores eram sempre bem-vindos e além disso precisava manter os conquistados. Tinha sempre que alimentá-los com fotos de momentos que não existiram, dizer o que queriam escutar, viver o que queriam que ela vivesse e até mesmo se casar com quem eles aprovavam. Ninguém a obrigava a nada. Ela vivia daquela maneira por escolha, pois quando as pessoas começaram a segui-la foi por sua verdade. Foi por causa de seus desabafos, por pretender aceitar a si mesma como era e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. Muita gente tinha aprendido a se amar por causa dela e o mínimo que poderia fazer era manter isso, mas aí ela construiu uma imagem e tornou-se prisioneira disso. No final das contas, trocou uma prisão por outra. E por mais que não estivesse satisfeita com a maneira como estava vivendo queria que o número de seguidores aumentasse. Então, para ela valia a pena. 

- Outro ponto que preciso comentar antes de falar do meu Júpiter (sim, já o considero MEU e não divido!rsrs) é a amizade entre a Sol e a Clarice. Ou melhor, o quanto ela tenta nos mostrar que são melhores amigas. Tenta mesmo. E acredito que eram sim, mas não duas amigas adultas.rsrs Deus do céu! Seria impossível eu não mencionar isso, pois chegava a parar a leitura não acreditando no que estava lendo. Eram diálogos de adolescentes de quatorze anos. Sério, quando elas estavam juntas pareciam meninas bem jovens conversando e trocando brincadeiras. Eu até me senti de volta a minha adolescência, quando tinha meus doze, treze anos. Sol tem 23 anos. Eu rezava para que elas aparecessem juntas o menor número de vezes possível. Porque de tanto querer mostrar que eram tão amigas o relacionamento das duas acabou parecendo, na minha opinião, infantil. Não pude ignorar isso. 

Só mais uma coisinha e juro que falarei só do Júpiter depois: desnecessária a quantidade de vezes que a Sol se referiu ao membro sexual do mocinho. Na primeira vez, ela usa duas palavras "sinônimas" na mesma página. Até aí, ok. Só que na reta final do livro, numa mesma página ela utiliza uma palavra para se referir a "ele" umas quatro ou cinco vezes. Não estou brincando. É numa mesma página! Desnecessário, na minha opinião. A gente já tinha entendido o que ela quis dizer na primeira vez, não precisava repetir outras quatro.rsrs

Vamos ao Júpiter agora?! :D

"A cada recordação boa eu era tomado por um desespero terrível. Um sentimento de urgência trazido pela ideia de que tudo era efêmero. Até mesmo nós.
Principalmente nós."

Após perder o pai de maneira trágica aos 16 anos de idade, o mundo dele se transformou por completo. De repente, deixou de ser um adolescente comum, como outro qualquer, e passou a assumir o lugar deixado por aquele que durante quase toda sua vida havia sido seu herói. Como se não bastasse a decepção intensa causada pela traição do homem que era o seu exemplo, teve que lidar com a bagunça que ele deixou. Toda sua família estava destroçada e se ele não fizesse alguma coisa logo desmoronaria de vez. Assim, não teve outra alternativa senão abandonar os estudos e ir atrás de alguém que estivesse disposto a contratar um garoto que precisava sustentar sua família. 

Anos depois, ao olhar para trás, poderia sentir-se orgulhoso de tudo o que havia feito por aqueles que amava. E embora tenha precisado fazer supletivo para concluir os estudos e trabalhar loucamente todos os dias, tudo tinha valido a pena. Porque não abandonara sua família. Enquanto eles estivessem juntos tudo ficaria bem. E na vida não se deve lamentar pelo que deixamos de fazer ou os sonhos dos quaisabrimos mão. É preciso seguir em frente e fazer cada momento ser único. 

Não que não sentisse falta do garoto despreocupado que tinha sido... do sonho de cursar a universidade... Mas entre lamentar e correr atrás preferia a segunda opção. 

- Foram pouquíssimas as vezes que a autora deu ao Júpiter a oportunidade de falar em primeira pessoa. A narrativa do livro quase toda é feita pela Sol, já que a história gira em torno dela. Mas cada vez que ele tinha a chance de nos mostrar mais de si, de sua vida, era incrível. Eu queria que o livro fosse inteirinho narrado pelo Júpiter porque aí sim eu amaria. Ele era a parte que me encantava. Seu relacionamento com os irmãos (embora não tenhamos a oportunidade de acompanhar mais momentos deles juntos), sua garra, a maneira simples como ele dizia o que pensava ou sentia e impressionava a Sol, pois era bem diferente dela. E o seu amor por ela. É engraçado isso. Temos bastante da mocinha o livro todo. E o Júpiter que não aparecia tanto quanto ela e nem tinha tanto protagonismo era o personagem que mais me passava verdade. Não é irônico isso? No amor dele eu acreditei. Antes mesmo que ele percebesse que o que estava começando a sentir era amor a gente já era capaz de enxergar isso, pela maneira linda como a tratava. 

"Todos tínhamos nossas cruzes. Eram diferentes, é claro, mas machucavam da mesma maneira."

Não tinha como eu não me apaixonar por ele. E só desejei que a autora tivesse lhe dado um maior destaque. Ela poderia te equilibrado as coisas, em vez de deixar a Sol tão em evidência. Tinha como os dois personagens terem o mesmo espaço. 

No fim, fiquei na dúvida se a Sol era ou não o ideal para alguém como o Júpiter. Ela era superfície e ele era profundidade, entende? Sei que os opostos se atraem e tudo o mais. Só que... sinto que há um desequilíbrio. Como se ele sempre fosse amá-la mais do que ela será capaz de amá-lo algum dia. Ele vai sempre dar mais de si. Vai ser sempre a força que ela precisa. Com certeza, ela é sortuda.kkkkkkk... Mas... e ele? O justo é que receba na mesma medida que dá. Que também possa estar vulnerável e saber que ela estará lá para ele. Que será seu apoio. Eu não sinto isso na Sol. Por esse motivo, creio que ele merecia alguém diferente. 

- Não odiei esta história. Como podem ver só por ter conhecido o Júpiter já valeu muito a pena. Eu não abriria mão de conhecer esse personagem que me conquistou. Mas com a Sol tive muitos problemas. Não a detestei nem nada. Só que... ela nunca me permitiu ver mais do que uma menina infantil em vários momentos, que vivia como os outros queriam e era, de muitas maneiras, superficial. 

"Esqueci de viver porque fiquei muito ocupada atuando. Fingindo ser alguém de quem nem ao menos consigo gostar."

- O trecho acima me faria simpatizar com a protagonista se ela não tivesse recebido de bandeja a oportunidade que precisava para fazer o que queria. Como explicar sem soltar spoiler? Bem... Basta eu dizer que não foi uma atitude que ela tomou. Simplesmente alguém facilitou as coisas para ela e não foi necessário arriscar para ter o que queria. Assim sendo, ela seguiu sem decidir nada por conta própria. Não precisou escolher. Mesmo que fosse algo tão importante. 

Só vou repetir para que não haja dúvidas: meu problema com a Sol não foi o fato de ela viver uma farsa, atuar, ser o que os outros queriam. Porque, na verdade, todos nós num momento, em outro, ou em todos, fazemos isso. Quantas vezes não mostramos para alguém exatamente o que a outra pessoa espera da gente? Quantas vezes construímos uma imagem e fingimos ser como não somos só para não decepcionarmos nossa família, amigos, companheiro? Até mesmo somos capazes de optar por uma profissão que não amamos só para agradar nossos pais. Todos nós já fizemos algo semelhante em algum momento de nossa vida. Eu não teria problemas com a personagem só por causa disso. A questão é que ela queria alimentar uma imagem e sofrer na prisão estúpida na qual se colocou porque necessitava de números. Precisava disso pra viver e nada era mais importante que isso. E além disso temos o principal: a personagem não me permitiu ver nada além do que era mostrado na superfície. Então, não deu. Lamento muito, mas foi impossível compreendê-la.

- Recomendo a história?! Bem... o Júpiter FAZ PARTE DESTE LIVRO!!!!!!! E nunca me esquecerei do livro por causa dele. Os demais personagens são esquecíveis. A Vênus nem tanto, na verdade. É outra personagem que merecia mais destaque. Se a Lola resolver escrever um livro sobre ela lerei com certeza! Para quem não sabe, a Vênus é irmã do Júpiter. :)

Dei ao livro 3 estrelas no Skoob. 

Bem.. É isso, meus queridos. 

*Este livro foi recebido em parceria com a editora Harlequin. E além da leitura ter valido a pena por causa do Júpiter existe também a questão de ajudar na minha meta de ler mais nacionais em 2018. 

O próximo nacional que lerei será Pertinácia, de uma autora muito fofa. Nunca tive a oportunidade de ler nada dela, será a primeira vez e estou cheia de expectativas, confesso. A Sue Hecker é um amor de pessoa e espero com todo o meu coração amar o livro dela. Estou torcendo imenso por isso. 

11 de maio de 2018

Lançamentos Harlequin - Maio/2018 (e comunicado sobre livros de banca)




Olá, meus queridos!

É hora de saber quais são os lançamentos do mês da editora Harlequin Books Brasil. Tem Nora Roberts com duas histórias de época e tem... Sue Hecker, com a continuação da série Mosaico!!! Sei que a autora é muito querida pelos fãs e pude comprovar ontem, através de live no Instagram dela, o quanto a Sue é gentil e carinhosa. E isso é um ponto a favor sempre! Agora estou ainda mais ansiosa para ler seus livros! :D




PERTINÁCIA - Sue Hecker
Série Mosaico

A vida de Rafaela nunca foi fácil. Da infância passada em um orfanato à mudança para São Paulo, ela sempre teve que superar diversos obstáculos que surgiam em seu caminho. Quando tudo parecia entrar nos trilhos e a jovem enfermeira pensava ter encontrado o amor, um erro lhe tirou tudo, e ela não sabe como recomeçar. 

É exatamente em seu momento mais frágil que Rafaela conhece Jonas, um advogado confiante, sexy e vaidoso, que parece determinado a seduzi-la. Mas, depois de uma grande desilusão, Rafaela não quer ceder à atração que sente por Jonas e correr o risco de se machucar de novo. Será que essa jovem inocente e pertinaz conseguirá resistir aos encantos de um homem experiente? 

Pertinácia é uma história sobre conquista: de confiança, de objetivos e, especialmente, de amor.


Comentários: A história promete tanto! Tem uma enfermeira como protagonista e o livro diz que é uma história sobre conquistas, inclusive de objetivos, então, minhas expectativas estão em alta, pois estou esperando que o livro seja mais que romance. :)


REBELDE/UM MUNDO NOVO - Nora Roberts
Série Os MacGregor - Livro 6

AS MULHERES MACGREGOR SÃO CONHECIDAS PELO TEMPERAMENTO EXPLOSIVO E POR SEREM DESTEMIDAS, TEIMOSAS E LINDAS! MAS ELAS TAMBÉM SÃO APAIXONADAS E LUTARÃO ATÉ O FIM POR SUA FAMÍLIA E PELOS HOMENS QUE AMAM. 

No século XVIII, uma época em que combates sangrentos eram travados em nome da honra, as mulheres MacGregor passaram por muitas dificuldades para defender sua família. Em meio a tudo isso, duas integrantes do clã se destacam. Serena MacGregor acaba se envolvendo com um suposto inimigo, o inglês Brigham Langston. Encontrar dentro de si o que será necessário para viver esse amor exigirá muita coragem... mas isso é algo que Serena tem de sobra. 

Anos depois, o jovem soldado Ian MacGregor se vê à beira da morte e acaba encontrando Alanna Flynn, que além de salvar sua vida o ensinará que, às vezes, as maiores batalhas que enfrentamos são aquelas que ocorrem em nossos corações. 

Em Rebelde e Um mundo novo, Nora Roberts nos encanta com o passado da família MacGregor, mostrando que, independentemente dos lados no campo de batalha, quando se trata de amor ele sempre vencerá.


Comentários: Eu estava tão ansiosa por este livro!!! Sou apaixonada pelo clã MacGregor e ler livros históricos da série será uma experiência nova e incrível. Todos os outros livros que li sobre este clã eram contemporâneos. Será maravilhoso viajar para o passado da família, para suas origens. Vamos que vamos para o século XVIII! 


COMUNICADO

LUNA, e os livros de BANCA?????!!! Bem... Quem segue as redes sociais da editora Harlequin já deve estar sabendo da triste notícia: os livros de banca não serão mais disponibilizados fisicamente. Apenas em formato digital, em ebook. Sabemos bem que é só um paliativo, que isso significa o fim dos romances de banca publicados pela editora. E podem imaginar o quanto essa notícia me deixou arrasada. :( Arrasada ainda é eufemismo! Eu sou uma leitora de banca, sempre fui e sempre serei. Tenho orgulho de dizer que comecei por eles e que tais livros me formaram como leitora. Tenho muitos e muitos aqui em casa e me fazem recordar tantos momentos especiais... Vê-los perder espaço nas bancas e na vida dos leitores parte meu coração. Em vários pedacinhos mesmo

Existe o lado bom de saber que muitas das nossas amadas autoras de banca serão publicadas no formato livraria. Sabe a Sarah Morgan, autora do belíssimo Amor em Manhattan? Ela é uma autora de banca. Nora Roberts, tão aclamada por milhões de fãs no mundo todo? Também é. Suzanne Enoch, autora de Como se Vingar de um Cretino e tantos outros sucessos? Idem. E não para por aí... Muitas autoras que alguns de vocês só estão conhecendo no formato livraria foram por muito tempo autoras que apaixonavam nós que íamos até as bancas correndo atrás de seus livros, quando as editoras do Brasil nem sonhavam em publicar suas histórias nas livrarias do país. Me orgulha imenso vê-las serem tão amadas pelos leitores e saber que elas vieram das bancas. E não posso esquecer de mencionar uma outra autora que poucos sabem que era de banca: Julia Quinn!!! Sim, nossa diva! Seja nas livrarias ou nas bancas, ela arrasa! 

O lado ruim???? Existe sim um lado ruim. E é o que me deixa destroçada. Tremendo de tristeza e revolta. Literalmente. O que acontecerá com as autoras que não forem publicadas no formato de livraria?! É essa pergunta que me deixa em pânico. Porque imagino a resposta: vão sumir. Vamos encontrá-las apenas nos sebos, nas antigas edições de banca. Porque dá para imaginar que as publicações apenas em ebook não irão durar, é o princípio do fim de tais livros. E não vou conseguir aceitar isso. Meu coração não aceita. E sim, já estou chorando. Se já choro por tudo quando fico tão triste, então...

Quero estar errada. Quero acreditar que no formato digital meus amados livros de banca continuarão sobrevivendo, que todas as minhas autoras queridas e que não tiverem a sorte de ir para as livrarias, seguirão sendo publicadas, mesmo que em e-book. Mas sinto que não será assim por muito tempo. :(

Bem... Eu precisava dividir com vocês essa notícia tão triste e os sentimentos que provocou em mim. 

9 de maio de 2018

Tudo que assisti e li - abril/2018

Google Imagens



Olá, meus queridos!

Será que a metade de um filme conta? Sim, cheguei a esse ponto.kkkkkkkkk... Em abril sequer consegui assistir um filme por completo, apenas metade dele.

Sem Prada nem Nada estava passando na TV e minha irmã estava assistindo. O filme já havia começado há vários minutos e como eu bem sabia que se deixasse para outra hora não conseguiria ver, resolvi sentar e acompanhar de onde estava. Claro que não entendi tudo que estava acontecendo, mas deu para dar boas risadas e me apaixonar pelo relacionamento da irmã ajuizada com seu chefe que se tornou ex-chefe. :D 

Trata-se de uma comédia romântica sobre duas irmãs. Uma é ajuizada, estudante de Direito, que nunca cozinhou nem sequer um ovo, pois não tinha precisado. E ela diz isso de uma maneira tão real que a gente a compreende fácil. A situação dela era outra. Todavia, quando a vida dá umas voltas terríveis e ela acaba precisando, encara numa boa os desafios e se propõe a aprender. A outra irmã é uma completa desmiolada e cheia de frescuras.rsrs Lavar um copo?! De jeito nenhum! Só queria saber de compras e festas, as vinte quatro horas do dia deveriam ser só diversão. Ocorre que as duas (eu não sei o motivo, pois o filme já tinha começado há séculos, como eu disse) acabam perdendo tudo o que tinham. Após desentendimentos com a nova dona da casa que tinha pertencido ao pai delas, elas resolvem ir embora e morar com uma tia. 

Só que essa tia pertencia ao lado mexicano da família e era pobre, o que faz com que as duas mergulhassem num estilo de vida totalmente diferente. O filme tem a intenção de ser leve e divertido e cumpre bem o papel. Eu gostei imenso da história entre a certinha com o chefe (que por sinal era filho da cobra que se apropriou da ex-casa delas). Eles formavam um casal tão fofo! Torci muito pelos dois! Já a outra irmã... Que garota tonta! Deus do céu! O final dela não me convenceu. Sei lá. Foi apressado demais, não dava para acreditar em seus sentimentos. 



Livros lidos


Em abril li ainda menos que no mês anterior: foram apenas 4 livros. Considerando que a meta é, pelo menos, 2 por mês não foi tão ruim assim.rs

O Despertar do Lírio tirou o gosto amargo deixado pelo primeiro livro da série. Simplesmente amei a Lilian e o Simon! Foi uma leitura deliciosa, bem diferente da experiência anterior. O Retrato de Dorian Gray mexeu bastante com o meu psicológico. Fiquei bem perturbada, ansiando pelo momento que encerraria a história e poderia me ver livre de toda essa sordidez. Mesmo assim, é um livro que vale muito a pena. O protagonista é um verme, mas a história é incrível. 

Ao ler O Despertar do Lírio eu cumpri o Desafio Mensal e o Desafio Literatura Nacional. Com O Retrato de Dorian Gray o Desafio Mensal



Estas foram as cortesias que recebi da editora Harlequin Books Brasil. Deveriam ter chegado em março, mas os Correios causaram grandes transtornos e isso ocasionou o atraso na leitura. Foi por causa desse episódio que assinei uma Caixa Postal, para não matar os Correios.rsrs Como se Vingar de um Cretino é uma leitura divertida e romântica, que nos proporciona ótimos momentos. É impossível não nos apaixonarmos por esses dois. Hoje e Sempre, da minha querida Nora Roberts (que eu conheci graças a essa série), foi mais que uma delícia, pois neste livro finalmente conhecemos profundamente o Daniel, quem eu amava desde o primeiro da série. Amo!!!

Melhor livro do mês: O Despertar do Lírio
Pior livro do mês: Não teve. 

Todos os livros mencionados já têm resenhas no blog. Clique aqui para lê-las. 
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