29 de junho de 2018

Um Reino de Sonhos - Judith McNaught (segunda resenha)

(Título Original: A Kingdom of Dreams
Tradutora: Valéria Lamim
Editora: Bertrand Brasil
Edição de: 2018)

1º Livro da Dinastia Westmoreland


Levada à força de um convento, Jennifer Merrick não se rende tão facilmente a Royce Westmoreland, o Duque de Claymore. Conhecido como "Lobo Negro", seu nome desperta terror no coração de seus inimigos. Mas a orgulhosa Jennifer não se deixa abalar pela fama do homem belo e rebelde que a atormenta com sua arrogância. Ela se mantém fiel ao seu propósito... mas só até a noite em que ele a envolve em um poderoso abraço, despertando nela um desejo incontrolável. 



Palavras de uma leitora...



- Nem sei por onde começar... Quem acompanha o blog há mais tempo sabe que a Judith McNaught é uma das minhas autoras preferidas da vida. Tenho muitas autoras queridas, mas existem aquelas que estão no topo, sabe? Ela foi uma das primeiras a me apresentar os romances de época, quando eu torcia o nariz para esse gênero, pois na verdade tinha muitos receios. Ela entrou na minha vida logo depois da Candace Camp e veio para ficar. Tudo o que eu podia ler dela estava lendo, tivesse ou não sido publicado no Brasil. E foi o que se passou com Um Reino de Sonhos, romance arrebatador que li pela primeira vez em 2011, cerca de sete anos antes da Bertrand Brasil finalmente ouvir os nossos pedidos (já furiosos) de trazer a história para cá. Nós fãs chegamos a fazer abaixo assinado e a editora só sabia prometer. E confesso que cheguei ao ponto de me irritar tanto que não suportava nem mais ouvir falar dessa editora. Somente agora que criou juízo e trouxe os livros da JM novamente é que voltei a olhar com bons olhos para a Bertrand. Até adquiri outros títulos da editora de tão boazinha que fiquei!rs

Lembro com um sorriso no rosto da primeira vez que li a história de Jennifer e Royce e como no final eu era só lágrimas.kkkkkkkk... Foi um dos livros que mais me emocionaram na época. Porque enquanto em outros romances muitas das provas de amor, da intensidade dos sentimentos que envolviam os personagens eram demonstradas com palavras, em Um Reino de Sonhos temos a verdade deles nas ações. É em suas atitudes que vemos a beleza do amor que foi capaz de superar tudo o que podia separá-los. De um amor que surgiu do ódio, do medo, da inimizade. Um amor que eles não queriam. Que não esperavam. Mas precisavam. E como! Sabe quando você conhece dois personagens e tem certeza que nasceram um para o outro, por mais clichê que isso possa parecer? É bem assim. Parece que a vida inteira o Royce esperou pela Jennifer sem nem saber... sem nem imaginar. Ele acordava todos os dias, lutava contra seus adversários, sitiava propriedades, matava inimigos no campo de batalha e em todo o tempo não sabia que seu coração esperava pelo dia em que uma jovem ruiva com os olhos cheios de ódio seria jogada bem aos seus pés e que juntos passariam pelos tormentos do inferno antes de poderem ser realmente felizes. 

- Prometo que não falarei muito, pois já tem uma resenha bem completa sobre o livro no blog, que fiz na época que o li pela primeira vez. Mas agora que revivi todas as emoções, que estive no livro outra vez... vivendo cada instante com o Royce e a Jennifer, rindo e chorando com eles, não poderia de modo algum deixar de falar um pouquinho. Só um pouco, juro!rsrs

Tudo o que ela queria era um reino de sonhos... 

Aos dezessete anos de idade, rodeada pelos muros do convento no qual vivia há cerca de dois anos, Jennifer já sabia o que era sofrimento. O que era sentir na pele o desprezo daqueles a quem mais amava. Pessoas que um dia riram com ela, que a ensinaram a pescar e foram suas cúmplices nas brincadeiras, hoje lhe viravam as costas, não suportando sequer encará-la. E tudo por causa das mentiras de uma mente astuta que desejava vê-la fora de seu caminho. 

Rejeitada pelo próprio pai, que enxergava nela apenas uma fonte de decepções, ela foi trancada no convento, sem saber se um dia sairia dali. Embora fosse duro sentir-se sozinha no mundo, no fundo acreditava que conseguiria transformar-se no orgulho do pai, que seu povo voltaria a amá-la e encontraria um homem capaz de aceitá-la como era e compreendê-la. Alguém que a trataria com gentileza e carinho. E foi num dos seus passeios com a irmã, fora dos terrenos da abadia, após receber uma notícia perturbadora, que sua vida mudou para sempre. Sequestrada em plena luz do dia pelos homens do Lobo Negro, o guerreiro mais temido e odiado em toda a Escócia, ficou dividida entre o medo e o ódio. Se todas as lendas que cercavam aquele nome fossem verdadeiras sua vida seria muito breve. Mas se tinha uma coisa que ela não faria seria desistir sem lutar. 

Após enfurecer seus sequestradores e ser jogada aos pés do seu maior inimigo, Jennifer não pensou e nem esperou antes de deixar claro todo o seu desprezo. E nem considerou a tentativa de suicídio que representava o seu ataque a alguém temido até por seus próprios homens e que era bem mais forte que ela. Sua intenção não era vencê-lo, mas sim perder lutando. E entre mordidas, chutes, tapas e nada de beijos, Royce se viu chocado e profundamente irritado com a única pessoa capaz de se atrever a enfrentá-lo. Não sabia o que diabos seu irmão tinha em mente ao sequestrar aquela bruxa de olhar assassino. Ainda que ela fosse um meio para determinado fim, ele não sabia se realmente valeria a pena tê-la como refém ou se não acabaria era pagando por todos os pecados cometidos naquela e em outras vidas. 

O ódio era mútuo. E nas mãos um do outro eles ainda sentiriam o gosto da dor. Mas o amor não é um sentimento que pede licença. Que se intimida. Ele acontece quando e onde deseja. E não demora a invadir o coração de um guerreiro aparentemente insensível e uma jovem machucada pela vida, mas que não tinha perdido a capacidade de sonhar. 

"Ela havia encontrado outra coisa ali, algo proibido e perigoso para ela, um sentimento que não devia nem podia existir."

- A história começa pelas cenas que antecedem o final. Logo nas primeiras páginas sabemos que um casamento está para acontecer e que a noiva está implorando a Deus para livrá-la daquele destino tão cruel.kkkkkkkk... É uma das cenas mais divertidas para mim. A Jennifer tenta negociar com Deus, pois só um milagre mesmo seria capaz de interromper seu casamento indesejado com o Lobo Negro, nosso querido Royce. Ela estava verdadeiramente apavorada e pelas suas lembranças somos levados de volta ao passado, sete semanas antes, quando tudo começou. E é aí que somos arrebatados por uma das histórias mais belas que já li. 

- Em muitos livros conhecemos personagens que eram supostamente inimigos e que se apaixonaram de maneira inesperada. Mas em Um Reino de Sonhos as coisas não são assim. Aqui não temos uma inimizade boba. Algo fácil de ser superado. Não. Royce é um lorde, mas também o guerreiro mais valioso do rei Henrique, o soberano da Inglaterra, que estava em sérios conflitos com a Escócia, país natal da nossa mocinha. O clã Merrick era fortemente leal ao rei Tiago o que direcionava o ataque do monarca adversário para eles. Em batalhas contra o exército de Henrique, a família de Jennifer já tinha perdido entes queridos e toda a Escócia amaria ver o sangue de Royce escorrer, pois eram pelas mãos dele que seus familiares morriam, não importando para ninguém o fato de ele estar seguindo ordens e de se tratar de uma guerra. 

"E, nesse momento impensável, enquanto segurava a adaga no alto, pronta para atacá-lo, Royce Westmoreland pensou que ela era a criatura mais magnífica que já havia visto; um anjo selvagem, belo e enfurecido, sedento por vingança, com o peito subindo e descendo de fúria enquanto confrontava corajosamente um inimigo mais forte."

- Embora estivesse longe de ser tudo o que seus inimigos diziam sobre ele, Royce não se apaixona pela Jennifer à primeira vista. O que ele sente é muita raiva, pois ela acaba com a paciência dele nos primeiros segundos em que se conhecem.rs As coisas são muito desagradáveis para os dois no princípio e rola agressão, não vou negar. Mas no livro estamos no século XV e Jennifer é prisioneira dele, vinda de uma família inimiga. Outro no lugar do Royce, por mais que nos custe admitir já que estamos no século XXI, teria feito mais que dar um tapa na Jennifer depois da maneira como ela o atacou. E isso para não soltar spoilers e dizer tudo o que ela faz ao longo do tempo em que é mantida como refém dele. Duas dessas coisas poderiam ter decretado a sentença de morte da nossa corajosa mocinha, se seu "algoz" não fosse o temido Lobo Negro. Ela arranca o sangue dele, gente. E de uma forma letal, mas pararei de falar disso senão soltarei um monte de spoilers.kkkkkk... A questão é que em matéria de agressão a Jennifer ganha, sinceramente. Porque em muitos momentos o Royce respirou fundo e se controlou. Tentando entender que ela, como prisioneira, tinha o direito de tentar escapar e, de quebra, querer matá-lo.rs

A relação dos dois é muito tumultuada, mas também é linda. :) De uma forma que nos faz suspirar. Nada é fácil, mas é justamente isso que os faz valorizar ainda mais o sentimento que se constrói. Que os une. Os dois carregam marcas do passado, decepções e ilusões. Têm sonhos que acreditam que não vão realizar. Ambos querem ser amados, querem uma chance de ser felizes. Mas, por causa de dois reis que não estavam nem aí para eles, eram inimigos. Suas famílias se odiavam. Seus povos se desprezavam. E quando percebe que está se apaixonando por ele, Jennifer enfrenta um tipo diferente de dor, algo que ainda não conhecia... porque sabe que precisará escolher entre o homem que ama e sua lealdade para com sua família. Ela não poderia ter os dois. Não mesmo. 

"- Acho - sussurrou ela, com o rosto voltado para ele - que a lenda a seu respeito é falsa. Todas as coisas que dizem que você fez... não são verdadeiras - sussurrou, enquanto seus belos olhos sondavam o rosto do conde como se pudessem ver a alma dele."

- Quando comecei a reler esta história nem tive medo de não amar tanto como na primeira vez. Não existia tal possibilidade.rs E toda admiração e o orgulho que sentia da Jennifer se mantiveram. Sei que existem pessoas que a criticam, que acham que ela foi infantil, teimosa, impulsiva. E eu penso bem diferente dessas pessoas, pois o absurdo, na minha opinião, seria ela ceder e aceitar passivamente tudo o que aconteceu. Ela foi sequestrada. Tinha sim o direito de lutar contra o Royce o quanto suas forças permitissem e de tentar fugir de todas as formas possíveis. Era seu direito e o fato de ela exercê-lo não a desmerece aos meus olhos. Muito pelo contrário! É uma mocinha guerreira, pela qual sinto muito carinho. Jennifer era uma mistura fascinante de sensibilidade, romantismo, força, coragem e determinação. Ela podia ser tão delicada quanto uma flor, que não conseguia se proteger das feridas causadas pela família que não sabia amá-la, mas também era pura força e não estava nem aí se seu oponente era maior e mais experiente. Não era escocesa por acaso.rs 

Não que ela não erre. Na verdade, ela comete um erro terrível na reta final da história. A única de suas atitudes que realmente me feriu profundamente, pois atingiu em cheio o nosso mocinho, destroçando-o. E mesmo assim... magoado por ela, se manteve fiel à sua palavra. Disposto... disposto a perder tudo por amá-la. Sim, estou chorando.rs Nenhuma novidade

"Com a voz suave tremendo de emoção, perguntou:
- Jura que nunca levantará a mão contra a minha família?
A resposta do duque foi um sussurro dolorido:
- Sim."

- O Royce para mim é um dos melhores mocinhos da Literatura. Não é do tipo que tem palavras bonitas na ponta da língua ou perde tempo com romantismo. Como ele mesmo disse, é um guerreiro, um soldado. Não um poeta. Não entende dessas coisas, não sabe ficar fazendo elogios e dizendo as coisas belas que as mulheres gostam de ouvir. E isso aumenta o nosso amor por ele, pois suas atitudes com a Jennifer são instintivas. Ele responde ao sentimento sem perceber. Se ela estivesse triste, seu gesto de carinho vinha em resposta. Não podia vê-la magoada. Sabia que ela gostava de vestidos bonitos, então a presenteou com eles. Se ela estava com frio ele a cobria. Se precisava dos seus braços para sentir-se protegida, ali ela poderia estar, ainda que ele estivesse com raiva. Mesmo que o enganassem e o fizessem pensar mal dela, ele não necessitava de provas para perceber que estava errado... que as coisas não eram como pareciam. E quando a possuiu pela primeira vez, quando ainda eram inimigos, não foi com ódio, para humilhá-la ou se vingar. E foi uma das cenas mais lindas do livro. O Royce é incrível. Não dá para desprezá-lo. E ele sequer nos dá motivos para isso. 

- Sei que eu disse que a resenha seria curta, mas... Suspiros!rs Se pudesse ficaria falando deste livro por horas. É minha paixão. Uma história que me fez rir e chorar. E o final... É um dos mais emocionantes, gente! Sempre penso nele como a declaração de amor mais linda. Jennifer se redime do seu erro de uma forma... Nossa! E o que o Royce faz por ela... Só lendo vocês poderão entender. Amo demais estes dois! Eles têm um lugar todo deles no meu coração. 

- Existem resenhas de toda a Dinastia Westmoreland no blog. Não farei uma segunda resenha dos demais livros, que serão relançados pela Bertrand Brasil. Na verdade, Whitney, Meu Amor já foi relançado neste mês de junho e o último livro da série deve chegar nas livrarias nos próximos meses. Um Reino de Sonhos merecia uma segunda resenha não só por ser o meu preferido da trilogia, mas também porque é inédito no Brasil. Sim, a editora nunca antes se deu ao trabalho de publicar a série completa. Veremos se agora passará a fazer isso...

Dinastia Westmoreland

Um Reino de Sonhos (escrito depois de Whitney, Meu Amor, mas a história se passa séculos antes)
Whitney, Meu Amor (o livro mais polêmico da série)
Milagres (conto)

Observação importante: Como não farei outra resenha de Whitney, Meu amor, acho importante mencionar que existem duas versões desse livro e que, pelo que uma menina que já leu a versão publicada em 2018 disse, vocês terão acesso à versão "modificada", a menos polêmica, por assim dizer.rsrs Se minha memória não estiver falhando terrivelmente, o livro de Clayton e Whitney foi o primeiro a ser escrito pela autora e nele existiam duas cenas pesadas e inaceitáveis. O livro foi publicado contendo tais cenas e quem leu a versão mais antiga as enfrentou. Anos mais tarde a autora modificou por completo a primeira cena pesada e alterou o sentido da segunda. Além de ter acrescentado mais capítulos. Lembro que uma vez uma leitora me criticou ao ler minha resenha do livro, dizendo que eu estava meio que mentindo para os leitores ao mencionar cenas que não existiam.rs Porque ela tinha lido a versão de bolso, publicada alguns anos atrás, já contendo as alterações. Enfim... O Clayton que eu conheço é o da versão original. O fato da autora tê-lo "suavizado" depois não muda em nada o que ele fez e o torna o mocinho mais complexo e abusivo dela. Eu vou comprar a versão nova, isso é claro. Porque sou fã incondicional da autora. Mas não irei reler. Eu amo Whitney, Meu Amor. Não estou dizendo o contrário. E perdoei o Clayton, pois ele sofre como um condenado por tudo de mal que faz contra a Whitney, mas não tenho emocional para encarar esse mocinho de novo, gente!kkkkkk... Não agora. Daqui a alguns anos, talvez.rs

24 de junho de 2018

Maratona Literária 2018/2019: Romances de Banca



Olá, meus queridos!

Pensem numa pessoa que ontem acordou cedo e ficou até a noite limpando e arrumando seus livros que estavam no armário, estante, baú...  (já não tenho onde colocar livros.kkkkk...). Além de fazer um tempinho que não fazia uma limpeza geral neles (livro por livro), eu tinha um objetivo em mente: separar romances de banca que me acompanharão ao longo dos próximos 12 meses. :D

Logo que o ano começou eu desejei participar de alguma maratona de banca. Quem é blogueiro ou leitor há seis, sete anos ou mais e tem/teve o hábito de ler romances de banca certamente recorda que houve uma época em que algumas blogueiras (as meninas do Mulheres Românticas, a Tonks do Romances in Pink e outras) se uniram para um projeto muito lindo que era a Maratona de Banca. Era um incentivo à leitura desses livrinhos maravilhosos e olhados com desdém por algumas (muitas) pessoas. Eu amava participar, ler os temas selecionados pelas meninas... Era algo incrível! E como quem passa com frequência por aqui pode perceber: desafios funcionam super bem comigo. É a melhor maneira de organizar minha leitura.rs

- O que eu mais queria era que a maratona voltasse. Dirigida pelas mesmas meninas, integrada por novas blogueiras, que fosse algo grande, que alcançasse muitos leitores. Só que, infelizmente, isso ainda não aconteceu. Tenho esperanças que volte um dia, mas enquanto não é possível decidi criar minha própria maratona. Algo pessoal. Que trouxesse os romances de banca de volta para os meus dias e, de quebra, ainda diminuísse minha enorme lista de futuras leituras.kkkkk... 

Funcionará assim:

- A cada mês, lerei pelo menos um livro de banca de um tema predeterminado;
- no mesmo mês da leitura farei resenha sobre a história;
- desafio concluído, estarei livre para ler qualquer outro livro de banca, se quiser e tiver tempo. Já que a intenção não é ler apenas doze romances de banca, mas abrir a porta, através da maratona, para me habituar novamente à leitura dos meus livrinhos amados. 

Início: 01/07/2018 
Término: 30/06/2019


Desafio Temático
*Vou colocar o tema de cada mês e o livro que escolhi para ler.

JULHO/2018 - Autora preferida 
A intenção é selecionar um livro ainda não lido de uma de minhas autoras mais amadas. Fácil, fácil!rs


 - A única coisa difícil foi encontrar um livro da autora que eu ainda não tinha lido. Tudo que é publicado dela eu leio!kkkkkk Por sorte, esse eu ACHO que não li.rs


AGOSTO/2018 - Casamento em Crise
Um dos meus temas preferidos nos romances de banca. Sempre apreciei muito as histórias em que os casais precisavam lidar com sérias crises para tentar salvar a relação. 


- A sinopse desse livro chamou muito a minha atenção. Porque a crise não parece "boba", sabe. Estou apostando nessa história. 


SETEMBRO/2018 - Mocinho/mocinha com amnésia
Como sinto falta de ler romances assim, gente! Não sei o motivo, mas tenho uma queda por histórias em que um dos personagens perde a memória. Seja de maneira parcial ou por completo. Não poderia ficar de fora, é claro!



OUTUBRO/2018 - Gravidez/bebês/crianças
Amo crianças! Isso explica por que o tema está aqui.rsrs Mas o meu escolhido é sobre uma mocinha que ainda está grávida... de outro cara. Fiquei fascinada pela sinopse. 


- A primeira história desse livro eu já li. Foi a segunda que escolhi: Apaixonado por Grace, de Stella Bagwell. 


NOVEMBRO/2018 - Período Medieval
Apesar de ser apaixonada por romances de época, raramente leio aqueles do período medieval (embora no momento esteja relendo Um Reino de Sonhos). 



DEZEMBRO/2018 - Natal
Não precisa de explicação, certo?kkkkkk


- Escolhi uma história curtinha: Uma Visita Inesperada.


JANEIRO/2019 - Passado que pesa (no leitor)
A intenção é ler uma história sobre personagens que vêm com aquela carga dramática, que têm em seu passado acontecimentos que marcaram suas vidas... e que, por tabela, nos atingem também. Não sei vocês, mas geralmente sofro tudo com os personagens.rs



FEVEREIRO/2019 - Inimigos que se apaixonam
Que não sejam falsos inimigos. Quero ler uma história sobre inimigos de verdade, daqueles que quase se matam como Jennifer e Royce (de Um Reino de Sonhos). 



MARÇO/2019 - Mocinha ferida que não se rende
É claro que no mês de nós mulheres eu iria querer ler a história de alguma guerreira. Uma mulher que nunca dá o braço a torcer, que luta mesmo quando tudo está contra ela. Seja lutando para manter seu lar, lutando em seu trabalho, em sua profissão, na guerra ou em qualquer outro lugar. Nós somos guerreiras por natureza. 


- Eu queria escolher Amor Selvagem, da mesma autora. Um livro super polêmico que já deu o que falar entre os leitores. Todavia, não é romance de banca.rsrs Sendo assim, escolhi um livro que li muitos e muitos anos atrás, penso que antes mesmo de criar o blog. Deve ter 10 anos que li a história, sério! E esqueci muita coisa, mas não o impacto que o início do livro provocou em mim. Fiquei muito chocada na época com o que aconteceu na vida da mocinha. E por isso reler esse livro é uma escolha acertada. Até porque não tem resenha dele aqui.rs O máximo que tem é um comentário rápido, mas não resenha. 

ABRIL/2019 - Vingança equivocada
Eu gosto... de ver o mocinho quebrar a cara.kkkk... Minha felicidade é sempre enorme quando o patife descobre que, surpresa!, estava errado. 



MAIO/2019 - Prometida a outro
Mocinha que se apaixona por um homem, mas... já estava comprometida (por causa de sua família) com outro. 



JUNHO/2019 - Autora que NÃO leria ou é desconhecida
Meu objetivo era encerrar com uma escolha difícil. Pretendia ler alguma história de autora odiada e que jurei que nunca mais leria. Mas aí... lendo as sinopses de algumas histórias, uma em particular chamou minha atenção. E não é de autora que odeio, mas sim que ainda não conheço. Por isso alterei em parte o tema. 



É isso, gente! Estou bem ansiosa para começar! :D E se você também quiser participar dessa maratona, sinta-se à vontade! Basta escolher seus livros, se organizar direitinho e ler! :) Não existem regras. Não é algo do blog nem nada (afinal de contas, as maratonas de banca oficiais do passado foram criadas pelas meninas que citei acima). É apenas uma maneira de me incentivar e a quem mais quiser ler. 

Bjs!

17 de junho de 2018

O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë (não é resenha)


(Título Original: Wuthering Heights
Tradutora: Adriana Lisboa
Editora: Zahar
Edição de: 2016)

Caro leitor, 
Você está prestes a adentrar o inferno. 
Mas não hesite: a viagem valerá cada segundo. 

Esta é uma história de amor e obsessão. E de purgação, crueza, devastação. No centro dos acontecimentos estão a voluntariosa e irascível Catherine Earnshaw e seu irmão adotivo Heathcliff. Rude nos modos e afetos, humilhado e rejeitado, ele aprende a odiar; mas com Catherine desenvolve uma relação de simbiose, paixão e também perversidade. Nada destruirá a essência desse laço - porém quando ela se casa com outro homem, por convenções sociais, as consequências são irreparáveis para todos em volta. 

Com um olhar sensível e agudo, Emily Brontë fez de O morro dos ventos uivantes um retrato comovente e um estudo da degradação humana provocada pelas armadilhas do destino. Acompanhando a excelente tradução, traz mais de 90 notas, apresentação, cronologia de vida e obra da autora e ainda dois textos de Charlotte Brontë, escritos para a reedição do livro organizada por ela após a morte da irmã. 




Palavras de uma leitora...



- Achei importante destacar no título do post que não se trata de uma resenha.rs Isso porque no blog vocês podem encontrar duas resenhas que fiz anteriormente sobre o livro. Uma publicada poucos meses depois de criar o blog, em 2010. Outra publicada em 2012. 

"- Entre! Entre! - soluçava. - Cathy, entre. Ah, por favor... uma vez mais! Ah, minha adorada! Ouça-me desta vez, Catherine, por fim!"

Lembro com clareza a primeira vez que li esta história. Tinha terminado de ler a saga Crepúsculo e não parava de pensar nos trechos que eram mencionados pela Bella e o Edward. Não foi o único livro do qual eles falaram na história, mas era o preferido deles. E isso, claro, despertou minha curiosidade. Na época, não tinha muito conhecimento de internet, nunca comprava livros pela internet (ano de 2009, era uma adolescente ainda) e tentava encontrá-lo nas poucas livrarias que conhecia e nada. Aí acabei lendo em ebook, numa versão bem antiga e com linguagem difícil. Mesmo assim, com todas as dificuldades, concluí a leitura com uma sensação... "estranha". Nunca um livro tinha me provocado tamanho impacto. Eu jurava para quem quer que fosse que odiava o livro. Que não suportava os protagonistas. Que tudo era culpa deles. Que destruíram a vida de todo mundo e era o pior livro que já tinha lido. Não que eu não tivesse me comovido pelo sofrimento deles, mas os odiava até mesmo por causarem a própria dor!rs E assim, o tempo passou... 

"Qualquer que seja a substância das almas, a minha e a dele são feitas da mesma coisa [...]"

Não fui capaz de esquecê-lo. Eu lia outros livros, seguia normalmente com a minha vida, mas lembrava dos trechos, até mesmo citava alguns pedaços deles. Queria parar de pensar e não conseguia. Comentava sobre a história com minhas amigas, sempre que um professor falava de livros clássicos eu recordava Catherine e Heathcliff. Eles passaram a fazer parte do meu mundo. Ouvia a música, tentava modificar o final da história na minha cabeça e seguia jurando ódio eterno por eles. E quando minha mãe me ofereceu um livro de presente não hesitei ao escolhê-lo. Naquela época eu já sabia da existência da versão publicada pelo selo Lua de Papel, da editora Leya, que falava que era o livro preferido dos meus personagens queridos.rs E aí surgiu a oportunidade de reler a história. Era o que eu precisava. Só necessitava ler o livro de novo para me libertar dele. Para finalmente ficar em paz. 

"Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, sempre em minha mente. Não como fonte de prazer, não mais do que sou uma fonte de prazer para mim mesma, mas como meu próprio ser."

E foi assim que, em 2012, reli a história. Não dá para colocar em palavras como foi essa experiência. Diversas outras vezes ao longo dos anos eu revisitei o morro dos ventos uivantes em minhas lembranças. Mas reler a história foi algo... arrebatador. Os sentimentos dos personagens, os acontecimentos, tudo me atingiu com força. Eu sentia meu coração acelerar, ficava angustiada com cenas que já conhecia e era obrigada a interromper a leitura para respirar antes de voltar para a montanha-russa que era o livro. Marcava muitos trechos e relia cada um deles várias vezes. Eu vivi cada instante com eles. E, no fim, o ódio que eu jurava sentir por Catherine e Heathcliff se transformou em amor. Não abandonei o ódio por inteiro, mas passei a sentir uma mescla dos dois sentimentos. Não era possível odiá-los sem amá-los. Era impossível sentir uma coisa sem a outra. Se antes eu era obcecada pela história deles dois... depois de reler o livro se cravou em mim. Deixou uma cicatriz. 

"[...] podem me enterrar a quatro metros de profundidade e derrubar a igreja por cima de mim, mas jamais vou descansar enquanto não estiver comigo. Jamais!"

E de lá para cá li o livro de novo, remarquei os trechos, assisti todas as versões que consegui dos filmes e minisséries, registrei na memória as histórias que lia e os personagens que de uma maneira ou de outra mencionavam o clássico... Ouvi a música trilhões de vezes e minha versão preferida sempre será do Angra... Enfim... Li centenas de livros (literalmente) depois de O Morro dos Ventos Uivantes, mas nem o passar dos anos foi capaz de apagá-lo, de tirá-lo de mim. Não sei o que acontece comigo, sinceramente. Creio que a obsessão dos personagens me contagiou.kkkkk... 

"Se ele a amasse com todas as forças do seu insignificante ser, ainda assim não poderia amá-la em oitenta anos o mesmo que eu num único dia."

Em 2017 ganhei minha segunda edição da história de presente da minha querida amiga Carol, para quem eu também vivia falando do livro.kkkkkk.. Ela me presenteou com aquela edição por conter um prefácio da Rachel de Queiroz que eu amava. Era um prefácio que li uma vez num livro encontrado numa biblioteca pública e nunca pude esquecê-lo. Aí ela encontrou uma edição que vinha com ele e me deu. Foi um dos melhores presentes que já recebi na vida. :D No mesmo ano, adquiri outra edição do livro, da editora Landmark (não gosto muito dessa edição) e ganhei da minha mãe (de presente de aniversário) a edição de 2016 da editora Zahar, que vem toda comentada, com notas muito interessantes que falam de peculiaridades da época em que o livro foi escrito, cronologia da família Brontë, anexos com comentários da Charlotte Brontë sobre sua irmã e a obra dela e mais... 

"Porque nem a tristeza, nem a degradação nem a morte, nem nada que Deus ou Satã pudessem nos infligir haveria de nos separar; você, de livre e espontânea vontade fez isso. Não parti o seu coração foi você quem o partiu, e, ao fazer isso, partiu o meu também. Pior para mim, ser forte. Se quero continuar vivo? Que tipo de vida vou ter quando... Ah, meu Deus! Você gostaria de viver com a alma no túmulo?"

E quando surgiu a oportunidade de me unir com outras blogueiras para o projeto de Leitura Coletiva deste clássico não pensei duas vezes! Sequer necessitei pensar!kkkkk... Foi com uma euforia que participei da organização com as outras meninas e quando abrimos as inscrições e as pessoas começaram a desejar participar... foi lindo! A leitura teve início em 13/05, com uma duração programada de quatro semanas, encerrando no dia 10/06. Foram quatro tópicos de discussão no grupo criado para esse fim no Facebook e participar dos debates com as meninas foi uma experiência maravilhosa. Nunca tinha participado de um projeto igual e começar pelo meu clássico preferido foi um ótimo início! 

"Não posso viver sem a minha vida! Não posso viver sem a minha alma!"

Ao longo das quatro semanas de leitura e dos debates sobre a história, conheci meninas que são tão apaixonadas pelo livro quanto eu! Que também aproveitaram a oportunidade para reler, que amam odiar os personagens, que compreendem o que os levou ao ponto em que chegaram. E que não conseguem desprezar por completo o Heathcliff. Foram muitos comentários incríveis. As conversas eram longas!kkkkkk... Teve uma vez, no tópico de Discussão 2, quando lemos os capítulos mais importantes do livro (do 10 ao 18), que conversamos até de madrugada.rsrs 

"[...] pois o que não está, para mim, associado a ela? E o que não me faz recordá-la? Não posso olhar para este chão, pois seus traços estão impressos nas lajes! Em cada nuvem, em cada árvore... enchendo o ar à noite, e vislumbrada em cada objeto de dia... Estou cercado pela sua imagem! Os rostos mais comuns de homens e mulheres, meus próprios traços, debocham de mim com alguma semelhança. O mundo inteiro é uma terrível coleção de recordações de que ela existiu, e de que eu a perdi!"

Quando decidi participar da Leitura Coletiva, escolhi ler o meu exemplar da editora Zahar. Nunca tinha lido uma edição comentada e queria saber como era. Confesso que algumas notas eram até muito importantes, nos situando, nos fazendo compreender a época em que a história se passava, vez que ela se passa entre o final do século XVIII e início do século XIX. Todavia, existiam algumas notas simplesmente desnecessárias, que vinham em momentos inoportunos e não acrescentavam coisa alguma. O que chegou a me irritar, sinceramente. Eu me obrigava a ler as notas e quando via que eram pura tolice me estressava.rs Como eu disse, algumas tinham importância sim. Mas outras... definitivamente não

Outro ponto a comentar é a tradução. Conheço algumas traduções diferentes do livro (já que foi a quarta vez que li e optei sempre por ler traduções diferentes umas das outras) e a da Adriana Lisboa, desta edição da Zahar, é muito boa, mas... não é minha preferida, gente. Achei que a maneira como alguns trechos foram traduzidos e organizados acabou por roubar parte da emoção deles. Quando comparava com a tradução da Ana Maria Chaves, da edição da Lua de Papel, sentia uma diferença enorme. E não poderia deixar de comentar sobre isso. Gosto é algo muito pessoal. E eu prefiro a tradução da Ana Maria. 

- Como eu disse, não é resenha. Apenas quis comentar um pouco sobre o livro após lê-lo novamente.rs Não fazia sentido publicar uma terceira resenha, gente!kkkkkkkkkkk... Aí já seria demais, não acham?! Por isso quase não falei sobre a história em si. Se quiserem ler a resenha basta clicar AQUI

Bjs!

11 de junho de 2018

Segredos de uma Noite de Verão - Lisa Kleypas

(Título Original: Secrets of a Summer Night
Tradutora: Janaína Senna
Editora: Arqueiro
Edição de: 2015)


As Quatro Estações do Amor - Livro 1


Apesar de sua beleza e de seus modos encantadores, Annabelle Peyton nunca foi tirada para dançar nos eventos da sociedade londrina. Como qualquer moça de sua idade, ela mantém as esperanças de encontrar alguém, mas, sem um dote para oferecer e vendo a família em situação difícil, amor é um luxo ao qual não pode se dar.

Certa noite, em um dos bailes da temporada, conhece outras três moças também cansadas de ver o tempo passar sem ninguém para dividir sua vida. Juntas, as quatro dão início a um plano: usar todo o seu charme e sua astúcia feminina para encontrar um marido para cada, começando por Annabelle.

No entanto, o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle, o rico e poderoso Simon Hunt, não parece ter interesse em levá-la ao altar - apenas a prazeres irresistíveis em seu quarto. A jovem está decidida a rejeitar essa proposta, só que é cada vez mais difícil resistir à sedução do rapaz. 

As amigas se esforçam para encontrar um pretendente mais apropriado para ela. Mas a tarefa se complica depois que, numa noite de verão, Annabelle se entrega aos beijos tentadores de Simon... e descobre que o amor é um jogo perigoso.

No primeiro livro da série As Quatro Estações do Amor, Annabelle sai em busca de um marido, mas encontra amizades verdadeiras e desejos intensos que ela jamais poderia imaginar.



Palavras de uma leitora...


- Quando viverei um momento em que poderei ler e resenhar tranquilamente, sem que o dia a dia tente me atrapalhar?rsrs Sério, é necessário sempre desabafar sobre o estresse de não poder ler como eu gostaria. Tipo: quase vinte e quatro horas por dia.rs Seria o paraíso, não acham? :D

Mas a semana que começou com o dia 03/06 foi particularmente terrível. Um pesadelo. Completo. A escolha mais sensata seria ter aberto mão da leitura esses dias. Porém está aí algo que eu nunca faria. Se mesmo lendo eu estava prestes a enlouquecer e descontar a raiva até nos móveis imagina como ficaria calma se não lesse! 

"Uma menina que sempre sonhou em se casar poderia superar praticamente qualquer obstáculo, exceto a falta de dote."

- Aos vinte e dois anos de idade, Annabelle ainda tinha esperanças de que todos os seus problemas poderiam ser resolvidos no momento em que recebesse uma proposta de casamento. Sabia que sua família mal tinha condições de pagar pelas despesas básicas e que possivelmente a lastimável situação na qual se encontravam já deveria ser de conhecimento geral, mas não se importava. Pelo menos, não tanto assim. Ela podia não ter dote e usar vestidos remendados, mas sabia que era bonita e que isso poderia ajudá-la a se casar. Tal esperança era tudo o que possuía. 

Todavia, dois anos mais tarde, ela continuava esperando por um convite que jamais chegaria. Participava das temporadas, mas em cada baile era obrigada a observar em silêncio enquanto jovens debutantes eram tiradas para dançar sem que ela pudesse ter a chance de dançar uma valsa que fosse. Os homens solteiros não a queriam como esposa. Não queriam alguém que não pudesse somar nada à fortuna deles e as únicas propostas que recebia era para compartilhar de suas camas. Na qualidade de amante. 

Embora tivesse sua dignidade e orgulho, ela sabia que aquela era sua última temporada. Que se não conseguisse atrair nenhum homem como marido, estaria completamente perdida. Não era mais possível adiar as dívidas. Seu irmão precisava estudar, ser mantido na escola... sua mãe não poderia continuar se sacrificando daquela maneira degradante. Tudo estava nas mãos dela e... se não se casasse... não teria outra alternativa senão abrir mão de seus princípios. De sua honra. E ser o que não desejava. 

"Talvez minha sorte esteja prestes a mudar, pensou Annabelle, e fechou os olhos numa breve oração de esperança."

Tudo muda quando ela acaba fazendo amizade com outras jovens solteiras que também enfrentavam problemas em atrair pretendentes. Apelidando-se gentilmente de "solteironas", as três unem-se à Annabelle com o objetivo de tomar as rédeas do próprio destino e parar de esperar pacientemente que tudo se resolva e alguém apareça do nada jurando amor eterno. Determinadas, iniciam o projeto pela mais velha do grupo, prometendo que quando a primeira conseguisse se casar não se esqueceria das demais e só parariam quando todas estivessem devidamente casadas e felizes. E, pela primeira vez em muito tempo, Annabelle pode sorrir de verdade. 

Um beijo jamais esquecido...

"Parecia que uma sensação sutil de reconhecimento ocorrera entre os dois - não como se tivessem se encontrado antes, mas como se tivessem chegado perto um do outro várias vezes até que por fim um destino impaciente forçara seus caminhos a se cruzarem."

Só havia um grande obstáculo no caminho de Annabelle... Simon Hunt, o homem que se atrevera a lhe roubar um beijo no passado. Um beijo que por mais que tentasse ela não era capaz de esquecer. Ao longo dos anos, fizera de tudo para mantê-lo longe de si, mas arrogante como o diabo, ele sempre se mantinha por perto... provocando-a e devorando-a com os olhos na frente de todos. Suas atenções não seriam tão desprezíveis se ela não soubesse, com toda a certeza do mundo, que tudo o que ele ansiava por possuir era seu corpo... de modo passageiro. Como amante, assim como todos os outros que lhe fizeram propostas ultrajantes. E ela não seria sua amante por nada no mundo... não enquanto ainda tivesse uma chance. 

Mas como resistir a todas as investidas dele, se seu corpo a traía com o desejo cada vez mais urgente? Como fugir se quando ele a tocava todo o resto perdia importância? Não sabia que poder ele tinha sobre ela... Não entendia a própria confusão de sentimentos, mas sabia que precisava lutar contra aquela fraqueza... senão ele acabaria por ser realmente a sua perdição. E destruiria tudo o que ela ainda tinha. 

"Apesar de dominador, até mesmo cruel, Simon nunca perdia o sono por causa de consciência pesada. Era uma lei da natureza, só os mais fortes sobrevivem, e os mais fracos deveriam ficar fora do seu caminho."

- Cruel, sério? Se o Simon era tão mau quanto jurava ser eu definitivamente não sei o significado de crueldade.rsrs Sabe aqueles cachorros que ladram e não mordem?kkkkk... Ele é exatamente assim. Bem... Na verdade, ele até morde, mas são aquelas mordidas de amor, nada que machuque.rs

Logo que conheci o mocinho, confesso que não fui com a cara dele. Para ser bem sincera, até o momento em que ele trocou o primeiro beijo com a mocinha eu gostava do cretino.rs Torcia por ele e tudo. Mas a história foi se desenvolvendo, os anos se passaram e os pensamentos dele sobre a mocinha me fizeram querer tratá-lo de uma maneira não muito agradável. Estava tão revoltada com tudo o que a Annabelle era obrigada a suportar daquela sociedade hipócrita e nojenta, que acabei por descontar toda minha raiva no Simon já que ele parecia ser da mesma laia que os outros. 

"Até agora sua estratégia tinha sido esperar pacientemente, sabendo que o desespero acabaria por conduzir Annabelle a fazer coisas que nunca havia pensado antes. A miséria colocava tudo sob uma nova perspectiva."

Realmente senti uma raiva muito grande dele. Cada vez que resolvia pensar no que pretendia fazer com ela, no que planejava transformá-la, mais vontade de matá-lo eu sentia. Ele costumava se considerar tão acima dos homens da aristocracia, mas no fundo pretendia se comportar como eles. Esperando que a mocinha estivesse completamente perdida, sem esperança alguma de casamento, para oferecer ajuda... em troca de tê-la em sua cama. Queria usar seu corpo sabendo que ela se submeteria para poder quitar as dívidas que a família tinha, para poder ter o que vestir e comer... e isso era inaceitável. Eu nunca seria capaz de perdoá-lo se ele fosse capaz de fazê-la descer tanto quando poderia ser diferente. Quando poderia respeitá-la como mulher e amá-la como ela merecia, como sonhava. 

"Embora ninguém a quisesse como esposa, parecia haver um número infinito de cavalheiros dispostos a mantê-la em pecado."

Por mais que o livro seja divertido e leve, um romance encantador, existiram momentos em que fiquei arrasada e com os olhos cheios de lágrimas de ódio. Revoltada com uma sociedade machista e que via as mulheres como objetos, que considerava que elas tinham "algum" valor se tivessem dinheiro, se possuíssem um dote capaz de fazer os homens pensarem na possibilidade de casamento. Uma sociedade que as oprimia e não lhes dava muitas opções. Como pertencente à classe alta, Annabelle tinha sido educada e preparada para se casar com um nobre, para ter tudo o que alguém da posição dela merecia. Algo abaixo disso não poderia ser aceito e ela deveria ser obrigada a viver na miséria e manter a fachada do que ser estúpida o suficiente para aceitar a proposta de alguém que fosse inferior, que não fizesse parte do "meio deles". Ainda que os seus iguais não quisessem se casar com ela. Era mais aceitável inclusive ser amante de um nobre que esposa de um homem pobre. E trabalhar como governanta ou se submeter a qualquer outra profissão inferior a colocaria não à mercê de um único homem, mas de todo mundo, pois as mulheres que trabalhavam eram ainda mais desrespeitadas que as amantes. Para qualquer lado que olhasse, ela não tinha dúvida alguma que seu futuro seria obscuro sem um casamento adequado. Porque a mesma sociedade que não lhe dava oportunidades estava mais do que disposta a massacrá-la se ela fizesse uma escolha errada... do ponto de vista dos demais. Era tanta hipocrisia, tanto oportunismo que chegava a me sentir nauseada. 

"Quando ele olha para mim, fica claro que tem alguma coisa em mente, mas não é casamento."

- Antes de começar esta leitura, eu tinha alguns receios. Tinha lido resenhas de pessoas dizendo que tiveram problemas com a mocinha do livro, que não gostavam dela, pois ela insistia em querer se casar com um nobre. E embora eu respeite a opinião de todo mundo, não consigo entender como alguém pode julgar a mocinha assim, quando ela está bem longe de ser superficial ou egoísta e quando nenhum não nobre a tinha pedido em casamento. Se isso aconteceu enquanto ela passava por mais uma temporada humilhante não fui capaz de perceber, infelizmente. Ela estava agarrando sua última oportunidade de ter uma vida honrada e se primeiro iria atrás dos nobres era porque eles eram pessoas do meio dela, do ambiente que ela frequentava, ao qual estava acostumada. Não consigo entender como alguém pode se sentir incomodado porque a Annabelle queria manter o padrão de vida que levava quando todos nós lutamos dia a dia para mantermos o nosso, para não passarmos por dificuldades na vida. Nos matamos de estudar, de trabalhar para termos uma vida confortável e darmos o melhor para nossos filhos, nossa família. Ninguém quer o pior. Sempre iremos querer o melhor. É algo natural. E Annabelle não tinha que querer algo inferior coisa nenhuma! Ela tinha todo o direito do mundo de querer se casar com um nobre. Afinal de contas, ela não estava sendo rejeitada apenas por não ter um dote, por não ter dinheiro? Se eles tinham o direito de escolher suas futuras esposas levando em conta tais critérios por que diabos de motivos ela não poderia fazer o mesmo?! Sempre o tão famoso dois pesos e duas medidas. O homem pode, a mulher não. Isso me irrita tanto! 

O mais incrível no julgamento de algumas pessoas é que ela sequer tinha recebido proposta de alguém que não fosse nobre. Se ela tivesse conhecido um homem que a tratasse com respeito e quisesse torná-la sua esposa, ainda ia. Mas não! Nenhum homem tinha lhe oferecido nada que não fosse ser amante. Mas as pessoas se sentiam incomodadas porque ela não saiu por aí indo de classe em classe ver se alguém de um ambiente que lhe era totalmente desconhecido não estava disposto a fazer dela sua esposa. Fala sério!

- E Annabelle não era soberba nem nada. Era uma mocinha humilde e bastante realista. Queria amor, queria ser querida pelo homem com o qual se casasse, mas sabia que isso não deveria ser uma prioridade. E que se não encontrasse algum nobre para se casar iria preferir realmente tornar-se esposa de alguém que fosse de uma classe mais baixa se a outra opção fosse ser uma amante. São pensamentos que fazem parte do livro. Reflexões que ela é obrigada a fazer. E ao mesmo tempo tinha que considerar a família... tinha que levar em conta ainda o que seria melhor para sua mãe e seu irmão. Tinha um peso enorme sobre os ombros e o apoio de ninguém, nem mesmo das hipócritas que um dia foram suas amigas, mas que depois de fisgarem maridos importantes lhe viraram as costas. O que mais existiam eram pessoas dispostas a se aproveitarem de sua vulnerabilidade, do estado terrível no qual ela se encontrava. 

"Enquanto houvesse esperança, no entanto, ela teria respeito próprio - e lutaria para mantê-lo."

- Dá para perceber que eu admiro e defendo a mocinha com unhas e dentes, não é mesmo?rsrs Pois bem! Não tinha como ser diferente. Annabelle é muito fácil de amar. Uma personagem corajosa, que era obrigada a ver a mãe fazendo tudo o que podia para ainda manter alguma comida na mesa (e vocês não têm ideia do que ela é obrigada a fazer), que andava com as roupas em estado lastimável, mal tendo um calçado adequado para colocar nos pés e ainda assim entrava nos salões de baile, sabendo que as outras moças olhariam para ela e comentariam, sabendo que os homens se deliciariam vendo que ela estava mais e mais perto de chegar ao ponto que queriam. Ela mantinha a cabeça erguida e lutava, mesmo que a vergonha às vezes fosse imensa. E quando alguns eram piores que os outros e além de simplesmente olharem ainda se atreviam a comentar alguma coisa, ela não abandonava sua dignidade e passava por cima da vontade de fugir. A admiro muito. Porque a situação dela era desesperadora e não gostaria nem de imaginar o que seria viver de um modo assim. E lembrem-se que a história não se passa no século XXI e sim no século XIX. Se as coisas são complicadas para as mulheres hoje dá para ter uma ideia que eram um pesadelo dois séculos atrás. 

"Desejo poder me apaixonar."

- Simon me surpreendeu. Bem quando eu estava mais do que disposta a mandá-lo para o inferno (lembrando que é sempre com passagem só de ida) ele conseguiu reverter o jogo e me fazer reconhecer que estava errada sobre o que acreditava. Que não o conhecia o suficiente para saber o que ele realmente pensava ou sentia. Existiram cenas tão lindas! Suspiros... Simon conseguiu manter seus sentimentos ocultos até de nós leitores... Não que não soubéssemos que ele sentia algo, mas não dava para medir, para ter uma real ideia do que faria, do quanto a queria. E não. Ele não é nobre. É um mocinho que era de classe média e fez a própria fortuna enfrentando os riscos dos negócios, tornando-se empresário e construindo seu próprio espaço no mundo. Não era refinado como os homens da nobreza. E talvez por isso tenha demorado a se julgar digno dela. E não tenha feito a proposta que ela precisava ouvir para acreditar nele. Para vê-lo como alguém diferente dos outros. Alguém que a enxergava como pessoa. Ainda assim, mesmo se julgando alguém para quem ela não daria uma chance, ele não conseguia se manter longe... Estava sempre lá, pedindo uma dança, provocando-a, prometendo que um dia ela cederia e ele a teria onde desejava... Enfim... Ele me irritou quando eu acreditei no que ele supostamente pensava. Mas quando percebi que era diferente... quando ele me deu a chance de saber o quanto a amava... Aí eu me rendi!kkkkkk... Porque as coisas que faz são realmente lindas, tocantes... de nos fazer chorar de emoção. 

"Assim que percebeu que Annabelle estava doente, sentiu um vazio no peito, como se tivessem arrancado seu coração."

- O primeiro grande momento do Simon como mocinho é justamente quando algo acontece com Annabelle e ele fica desesperado, não querendo ficar longe dela um só instante. Nem mesmo se afastar da porta de seu quarto. E isso porque não a amava! Imagine se amasse! É muito envolvente essa cena deles dois. Ele até tenta fazer graça, suas piadas de sempre e diverti-la, mas no fundo estava preocupado, temendo que ela sofresse, querendo vê-la bem de novo, nem que fosse para xingá-lo.rs 

É a partir daí que eles realmente se aproximam. Trocando algumas farpas ainda (bem leves.rs), mas de certa forma dando uma chance de se conhecerem melhor... mesmo não sabendo até onde aquilo iria... que rumo as coisas tomariam. Ela achava que ele só a queria como amante. E ele ainda não tinha criado coragem para mostrar que queria mais. Muito mais. 

"- Não há nada que eu não faça por você."

- Quando as coisas se resolvem entre os dois damos muitas gargalhadas. Sério! Eu esperava que aquilo fosse acontecer, mas não da maneira que aconteceu. Os outros personagens da história (como o melhor amigo do mocinho e as amigas solteironas dela) são bem intrometidos!kkkkkk... Se metendo onde ninguém os chamou. E querendo tomar decisões pelos amigos, pois "sabiam o que era melhor para eles". Ah, sim! Se a Annabelle e o Simon fizessem o que seus amigos e "grandes conselheiros" planejavam não teriam sido felizes.rs As intenções até eram boas, mas o resultado seria só infelicidade. 

"- Eu morreria mil vezes - disse ele, com um tremor na voz - para poupá-la do menor dano."

O final deste livro foi um dos mais lindos que já li. Eu chorava e ria ao mesmo. O amor dos dois provou ser mais forte do que qualquer coisa. E que um não estava disposto a viver sem o outro. Porque não existiria vida. Apenas um vazio constante, uma dor que nunca os deixaria. Eu chorei muito com a reta final da história, principalmente quando o pior passou e levados pela certeza do que poderia ter acontecido eles se abriram por completo. Dizendo o que já tinham dito com atitudes, carícias e olhares. Falando o que ia em seus corações. O quanto se amavam. Chorei mesmo! E não me envergonho! Porque foi uma cena belíssima! 

Não colocarei o trecho mais bonito aqui porque vocês merecem ler em primeira mão para que possam se emocionar como eu, ser envolvidos pelas mesmas sensações. Mas deixarei um outro trecho retirado da mesma cena e que também amo:

"Meu lugar é ao seu lado, Simon. Nada mais importa, exceto estar com você. Você está preso comigo para sempre, e nunca vou escutar quando me pedir para ir embora."

- Se vocês soubessem o que aconteceu antes disso... Ele pediu para ela ir embora. Pediu. Implorou. E eu estou chorando de novo.kkkkkkk Deus do céu! Nunca esquecerei. Nunca vou conseguir me lembrar daquela cena sem chorar. Era amor demais! Era sacrifício. Porque quando se ama como eles se amavam é o outro que vem em primeiro lugar. Não porque não haja amor próprio, mas porque precisamos que a outra pessoa esteja bem, porque proteger aquela pessoa é mais importante do que protegermos a nós mesmos. E tenho que parar de falar para não dar spoiler!rs

Amei muito este livro! Muito mesmo. É totalmente digno de 5 estrelas e passagem para os favoritos. Mas não deveria me surpreender, pois sempre me dei muito bem com os livros da Lisa Kleypas. A primeira história que li dela ainda não foi publicada aqui no Brasil (até onde sei) e se chama Um Estranho nos Meus Braços. Com essa história pude perceber que ela se tornaria uma das minhas escritoras preferidas. :) 


Segredos de Uma Noite de Verão foi tanto um dos meus escolhidos para o Desafio Mensal quanto para o tema de junho do Desafio 12 Meses Literários, que consistia em ler um livro do meu gênero favorito. :D 


Bjs!


P.S.: Vale comentar que já estou louca para ler a história do conde de gelo (também conhecido como Marcus) e da Lillian. Já sei que vou me divertir muito, pois essa mocinha não é fácil. Vai enlouquecê-lo, sem sombra de dúvidas!

5 de junho de 2018

Lançamento Harlequin - junho/2018: As Filhas da Noiva - Susan Mallery (resenha)

(Título Original: Daughters of the Bride
Tradutora: Carolina Caires
Editora: Harlequin
Edição de: junho/2018)


COURTNEY É A IRMÃ DESASTRADA. 

Ela pode não ter uma vida tão organizada quanto a das irmãs, mas é excelente em guardar segredos. Principalmente sobre seu caso tórrido com um produtor musical. Courtney não imaginou que ao planejar o casamento da própria mãe sua vida secreta viria à tona, mudando completamente a imagem que sua família tinha dela. 

SIENNA É A IRMÃ DESAPEGADA.

Quando Sienna é surpreendida na frente da mãe e das irmãs por um pedido inesperado de casamento, ela acaba dizendo sim, mas sem muita convicção. Sienna já passou por dois noivados que fracassaram. Como fazer planos para o futuro, se ela nem tem certeza de que realmente merece o namorado?

RACHEL É A IRMÃ CÍNICA.

Ela sempre acreditou que o amor era para sempre... até o seu divórcio. Com a proximidade do casamento da mãe, seu ex-marido ressurge e começa a provar que mudou e que o relacionamento pode ter uma segunda chance. Porém, para que eles possam recomeçar, Rachel terá que reconhecer algumas verdades incômodas sobre o seu casamento. Ela precisa escolher entre seu próprio orgulho ou o tão desejado "felizes para sempre".



Palavras de uma leitora...



- As Filhas da Noiva, da diva Susan Mallery, é o mais novo lançamento da Harlequin Books Brasil. E eu estava tão ansiosa para ler o livro que não aguentei esperar: assim que recebi meu exemplar lindo e maravilhoso interrompi o que estava lendo (Segredos de Uma Noite de Verão) e iniciei logo em seguida a leitura desta história. Eu estava um tanto descontrolada, confesso.kkkkkk Fazia um tempo que não lia nada da minha autora e queria demais mergulhar outra vez em seus romances que tanto me envolvem. O que posso fazer se amo o que ela escreve?! :D

Desta forma, nem deu tempo de fazer o post de lançamento do mês antes de ler o livro e preparar a resenha. A leitura veio antes de tudo.rs Eu devorei a história! E olha que estava num momento difícil, encarando um final de semana agitado e para esquecer. O livro me arrancou risadas, me fez refletir e emocionou quando tudo o que meu ânimo pedia era para ficar deitada na fossa.rs É por isso que eu digo que um bom livro é capaz de curar qualquer coisa. :)

Me senti tão conectada às personagens, principalmente à Courtney! Isso é o que mais amo nos livros da Susan: sua capacidade de criar personagens humanas, que encaram situações comuns da vida e nos provocam aquele sentimento de identificação. Nós sabemos o que elas estão sentindo porque passamos por momentos parecidos. Dificuldades com a família, relações de amizade, problemas na escola/faculdade/trabalho, amores que terminam porque o dia a dia se interpõe... Você nunca encontra perfeição nos personagens da autora. Eles são reais. Gente como a gente. Ninguém é mocinho ou vilão. São pessoas tentando levar a própria vida da melhor forma possível. Que erram e acertam. Caem e levantam. Que têm dúvidas, medos, mágoas, sonhos, esperanças... É apaixonante mergulhar num livro dela. É sempre uma experiência incrível. 

- Rachel, Sienna e Courtney são três irmãs completamente distintas, adultas e bem resolvidas... nem tanto assim. Cada uma lidou de uma maneira com o choque sofrido na infância quando perderam o pai e seu lar quase simultaneamente. Agora, vinte e quatro anos depois, se organizam para auxiliar a mãe nos preparativos para o seu casamento. Após ter passado mais de duas décadas sozinha, Maggie finalmente encontrou o homem perfeito para curtir sua melhor fase. Estava mais do que na hora de deixar o passado e todos os obstáculos que enfrentou para trás e aproveitar os presentes que a vida ainda lhe reservava. 

É justamente nesse momento que o passado de Rachel resolve retornar com força. Não que seu ex-marido tenha realmente deixado de fazer parte de sua vida quando se divorciaram, quase dois anos antes. Afinal de contas, tinham um filho juntos e precisavam levar as coisas de maneira amigável ainda que a mágoa pela traição continuasse marcando-a e impedindo-a de seguir em frente. Mas Greg estava diferente. Nem parecia o homem que preferia curtir com os amigos ao invés de ajudá-la na criação do filho. Não parecia o mesmo que destruiu seu coração ao deitar-se com outra mulher. Ele parecia ter amadurecido... quando já era tarde demais. 

"Ela o amou muito, e Greg a traiu."

Embora a mudança de comportamento do homem que ainda abalava suas estruturas fosse um choque para Rachel foi somente após ouvir uma conversa humilhante que ela tomou a coragem necessária para voltar a pensar em si mesma. Greg estava bem. Lindo e maravilhoso como sempre. Mas... e ela? Era justo largar-se, esquecer de si mesma por causa da decepção estúpida que ele lhe causou? Tinha que aprender a se amar. E o resto... o tempo trataria de acertar. Inclusive seu coração...

"Ele tinha sido seu primeiro namorado, sua primeira vez, seu primeiro tudo."

 Estava acostumada a culpar Greg pelo fim de tudo. Foi ele quem traiu. Foi ele quem jogou fora dez anos de casamento. Mas... será que era a única vítima nessa história toda? O noivado da mãe a faz repensar a própria vida e suas escolhas... e ter Greg mais próximo... metendo-se em seu caminho e fazendo-a encarar o que não queria. Teria a força necessária para lhe dar uma segunda chance? Seguir seu coração? Ou a raiva falaria mais alto?

- Sienna não se lembrava com tristeza dos momentos que passou no bangalô da amiga de sua mãe quando perderam tudo. Tinha apenas seis anos na época e todos eram legais com ela. Assim, tirando alguns momentos desagradáveis da sua adolescência, cresceu independente, confiante em si mesma e desapegada como as irmãs não conseguiam ser, o que a fazia se sentir bem diferente delas e de certa forma distante. Tinha um relacionamento complicado com a caçula e embora já tivesse ficado noiva duas vezes não se sentia disposta a dar o passo necessário para transformar o noivado em casamento. E quando seu atual namorado decide surpreendê-la com um pedido de casamento... não é nada bom o que ela sente. Porque sempre que estava em seus braços queria estar em qualquer outro lugar. Seu toque não lhe provocava nada. Ele podia ser um ótimo partido, o cara ideal para sua vida, mas... faltava algo. Talvez um amor do passado. 

"Ela simplesmente ficou se olhando e se perguntando por que ninguém mais via os muros que se formavam ao redor de seu coração."

Será que no fundo não tinha medo? De não encontrar a pessoa certa? De cometer o erro de se contentar com alguém que estava simplesmente ali, mas que não a fazia se sentir amada? Estava confusa. E só gostaria de ter dito "não". 

- Courtney já estava acostumada a ser a ovelha negra da família, a fracassada, a incapaz. Tinha apenas três anos quando seu pai morreu e não guardava nenhuma lembrança dele ou dos momentos que passaram em família. Tudo o que recordava era que sua mãe nunca estava presente quando ela precisava. Concentrada em se reerguer e comprar uma casa para a família, para que deixassem de viver de favor na propriedade da amiga, Maggie não tinha tempo para lidar com os problemas de sua caçula. Por isso, mal percebeu que ela enfrentava problemas de aprendizagem e quando a menina repetiu de série duas vezes simplesmente considerou que ela tinha algum retardo mental, que não era tão brilhante como suas outras meninas. Assim, somente aos dez anos de idade o déficit de aprendizagem de Courtney foi diagnosticado. E mesmo que depois ela tenha feito de tudo para fazer sua mãe se orgulhar dela, Maggie nunca percebeu. 

"Mas era difícil ser mais quando as pessoas que deveriam te dar amor insistiam em te ver como menos."

Cansada de tudo, ela foi embora de casa aos dezoito anos, disposta a seguir a própria vida. Acabou encontrando em seu antigo refúgio da infância um trabalho como camareira. No hotel de Joyce, a melhor amiga de sua mãe e quem as tinha abrigado tantos anos antes. Mesmo com as relações com a família estremecidas, ela encontrou em Joyce uma amiga verdadeira, uma mãe mais presente do que a sua jamais tinha sido. E com o passar dos anos a relação entre as duas apenas se fortaleceu... provando que família é muito mais que uma união por laços de sangue. 

Ainda que o passar dos anos a tenha levado a fazer as pazes com a mãe e que sua relação com Rachel fosse bastante próxima, não tinha coragem de revelar seu segredo. Não ainda. Não tão perto do casamento. Aguardaria o término dos dois semestres seguintes e então mostraria que tinha conseguido. Que não era mais a incapaz que insistiam em ver. 

É quando ela menos espera que Quinn surge em seu caminho. O neto de Joyce. O famoso produtor musical, que há anos deixara a cidade pequena para construir seu próprio espaço no mundo. Agora ele regressava como se nunca tivesse partido. E parecia considerar Courtney seu novo projeto. Seria tolice cair em suas garras, com certeza. Não importava o quanto ele a olhasse... ou as sensações que despertava em seu corpo. Mas por que ele parecia lê-la como ninguém? Por que compreendia o que sua própria família não entenderia? Sentia que poderia confiar nele, entregar-se... e isso era assustador. 

"Courtney conhecia o perigo. O amor doía. Sempre. Todos os tipos de amor."

- Quando iniciei a leitura já sabia que o livro se tornaria um dos meus preferidos. Às vezes isso acontece. Sentimos uma ligação profunda com uma história antes mesmo de lê-la. Mas ainda assim eu não imaginava que fosse amar tanto praticamente todos os personagens do livro, com suas qualidades e defeitos, com sua humanidade tão tocante. Eu quis matar alguns? Claro! Os mesmos que eu amava insistiam em me tirar do sério em alguns momentos, mas faz parte. Amar não significa não sentir raiva.rs Todavia, de modo geral, eu simplesmente me apeguei a eles. E curti imensamente cada instante. 

Das três irmãs, a Courtney é minha preferida por tudo o que ela passou e conseguiu construir sozinha. Foi a que mais sofreu, quem mais sentiu a ausência da mãe. Quem enfrentou dificuldades que não compreendia e só podia contar com o apoio de uma irmã que era apenas seis anos mais velha que ela. A infância dela foi um pesadelo e foi bem fácil entender o que a levou a ir embora... E me orgulha imenso a volta por cima que ela deu. Foi a personagem da qual me senti mais próxima e por quem mais torci. Ela era tão espontânea mesmo que desejasse não ser percebida pelos outros. Mesmo que fosse insegura tinha uma energia capaz de contagiar, uma vontade de viver e uma forma simples de ver as coisas. É fácil amá-la. Não é à toa que o Quinn fica rendido. E por falar em Quinn... Meu Deus do céu! Que homem!kkkkkk... A relação que se constrói entre ele e a Courtney é belíssima de se ver. Era a pessoa certa para fazê-la enxergar o próprio valor. Para protegê-la e respeitá-la. Para fazê-la sentir-se livre. O relacionamento dos dois é delicioso de acompanhar. Sabe aquela pessoa que te coloca para cima, que não tenta te sufocar, cortar suas asas e sentir-se superior? Quinn era o tipo de homem com quem uma mulher poderia contar. Alguém que a ouviria quando ela precisasse. Que escutaria até mesmo as palavras que ela não tivesse coragem de colocar para fora. E que sempre a incentivaria a ser tudo o que ela desejasse. A seguir seus próprios sonhos. Um homem assim é o que todas nós merecemos, sem dúvidas. :D Eu quero alguém assim para mim! Suspiros...

E necessito dizer que quando os dois estavam juntos eram quentes.rsrs E as cenas eram belas. Simplesmente belíssimas. 

"Queria que Greg ficasse. Queria se ajeitar ao lado dele no sofá e assistir a um filme. Ou conversar. Queria que a beijasse e abraçasse, e então a levasse escada acima e fizesse amor com ela."

- Se eu for falar tudo o que amei nesse livro a resenha não terminará nunca.rsrs Porque gostaria de falar tanta coisa... É muito amor que sinto por essa história. E preciso comentar que também fiquei muito envolvida pela história de Rachel e Greg. Embora eu seja bem intolerante com traição e ache que ele merecia era passar o resto da vida sozinho para aprender a ser fiel.rs No fundo, não conseguia odiá-lo. Está aí algo que a Susan consegue com facilidade: que compreendamos os personagens. Existe muita coisa entre esses dois. Todo um passado juntos, toda uma vida. Se conheciam como ninguém. E a verdade é que não houve apenas um culpado pelo fim. Um casamento é feito por duas pessoas e por mais que o Greg tenha errado feio e eu não concorde com tudo o que ele disse para ela (por mais que algumas coisas fossem verdades), acabei por querer que eles se acertassem. Porque não estavam felizes. Nenhum dos dois seguiu em frente. Ficaram parados no ponto em que se separaram.  

"Tenho saudades do que éramos juntos."

- Sienna foi a protagonista que mais me provocou raiva em determinados momentos do livro. A maneira como ela tratava a Courtney me enfurecia. E eu a considerava uma metida, que se achava demais.rs Todavia, isso mudou. Porque, por mais incrível que pareça, quando a Courtney mais necessitou de um apoio familiar ela foi a primeira a estender a mão, a primeira a oferecer seu apoio, me mostrando que às vezes não conhecemos todos os os lados... vemos apenas uma parte da pessoa e a julgamos por isso. Sienna cresce muito como mocinha. E nos surpreende bastante. No fim, eu a amava também.kkkkkk... Mas se tem uma coisa que desejei foi que ela mandasse aquele noivo dela para o inferno. #Prontofalei. Sempre que eu o via pensava em psicopata.kkkkkkk

Por falar nisso, vale a pena comentar também o trabalho maravilhoso que a Sienna fazia. Era uma pessoa complicada? Sim.rs Mas também era alguém que se importava e abraçava a causa do seu trabalho com unhas e dentes. Ela trabalhava para uma ONG que ajudava mulheres vítimas de violência doméstica. E não ficava gritando isso aos quatro ventos para mostrar que pessoa incrível ela era. De modo algum. Mostrava para os outros era seu lado difícil.rs O lado humano, que se importava com as pessoas, só quem era bem próximo conhecia. E as pessoas que ela tinha ajudado, claro. :)

- O que mais posso dizer?! Que recomendo MUITO esta história! Que se fosse vocês largaria tudo (e foi exatamente o que eu fiz) e leria este livro. Dei 5 estrelas no Skoob porque era o limite. Mas se pudesse teria dado 10, 100, 1000. Sim! Porque merece mesmo! E porque amo demais! E vocês sabem que quando amo é com força. :D 

Termino deixando uma cena linda:

"Courtney se recostou nele.
- Eu precisava chorar, e nenhum homem quer lidar com essas coisas. 
- Eu posso lidar com qualquer coisa que estiver acontecendo com você. - Beijou-a de novo. - Na próxima vez, quero estar presente. Não importa a hora."


*Este livro foi recebido em parceria com a editora Harlequin.  
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