Olá, meus queridos!
Decidida a continuar com o meu projeto de leitura de contos, logo no dia 05/05 apostei nos contos Verba Testamentária, Conto Alexandrino e Noite de Almirante, todos de Machado de Assis e presentes na coletânea Contos Escolhidos.
Verba Testamentária conta a história de Nicolau, que dispõe em seu testamento como última vontade que seu caixão seja fabricado por Joaquim Soares, alguém considerado por todos como um péssimo profissional. Sua disposição acaba por provocar um grande alvoroço, bem como a indignação (ou inveja) dos outros fabricantes de caixões e a notícia daquela última vontade tão excêntrica percorre uma longa distância, sendo discutida na imprensa, chegando até as províncias... Enfim... As pessoas não o entendiam, mas a maioria considerava a atitude como uma manifestação de bondade.
Ocorre que Nicolau, segundo o conto, não era um homem normal. Padecia, desde a infância, de uma "falha orgânica" que o tornava extremamente agressivo com os outros meninos, desde que eles tivessem brinquedos melhores, fossem bonitos, tivessem um ar gentil, fossem inteligentes, ou seja, tivessem qualquer qualidade que os tornasse melhores que ele. Era algo que Nicolau não conseguia controlar e seu pai tentou de tudo para corrigi-lo, desde surras até trancá-lo em casa. Mas ele cresceu e a "doença" permaneceu. Todavia, com a maturidade, ele deixou de agredir as pessoas e passou a se consumir com a dor que o sucesso dos outros provocava dentro dele. O tormento não era só emocional, mas também físico e seus únicos familiares vivos (irmã e cunhado) faziam de tudo para tornar sua vida mais suportável.