Literatura Nacional
Editora: Nova Fronteira
Edição de: 2016
Box Todos os Romances e Contos Consagrados de Machado de Assis
Volume 1: Ressurreição/A mão e a luva/Helena/Iaiá Garcia
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Sinopse: Estão reunidos aqui os quatro primeiros romances de Machado de Assis, que compõem o que se convencionou chamar de fase romântica do escritor. O próprio Machado na "Advertência" a uma nova edição de Ressurreição, sugere essa divisão de sua obra: "Este foi o primeiro romance, escrito aí vão muitos anos. Dado em nova edição, não lhe altero a composição nem o estilo, apenas troco dois ou três vocábulos, e faço tais ou quais correções de ortografia. Como outros que vieram depois, e alguns contos e novelas de então, pertence à primeira fase da minha vida literária."
Apesar deste primeiro volume conter quatro romances do autor, neste post trarei apenas a resenha de Helena, uma história que me envolveu intensamente e aumentou todo o amor que eu já sentia pelo Machado de Assis. É um dos meus autores da vida!
E pensar que houve um dia em que falei do autor com indiferença, até com certo desprezo, na verdade. Lembrei dessa ocasião recentemente. Acho que aconteceu nos meus primeiros anos como blogueira. Quem lê romances contemporâneos, de época, de banca ou outros livros considerados "insignificantes" por uma certa parcela de leitores com certeza já passou por situação de raiva, ao ter que suportar o desdém de outros que se consideram "verdadeiros leitores", "cultos", "intelectuais", por lerem clássicos. Foi num momento assim, em que eu estava com muita raiva, que falei do autor com desprezo, sem sequer conhecer as suas obras. Eu lembro de ter dito que não precisava ler clássicos para ser uma leitora e que não fazia a menor questão de ler Machado de Assis. E eu tinha razão no que disse. Continuo acreditando que não importa o que a pessoa lê, desde que leia e seja capaz de interpretar o que leu, de absorver algo da história, de tornar-se alguém melhor.
Porque como certo autor um dia disse (e não recordo o seu nome) "os livros não mudam o mundo, os livros só mudam as pessoas". E um romance de época pode mudar alguém, um chick lit, até um romance erótico (que é um gênero que eu particularmente não aprecio muito). Livros sempre são capazes de nos transformar (para melhor) se dermos a eles a oportunidade de fazerem isso. Por isso esse preconceito literário que existe aos montes na blogosfera me irrita tanto. Porque eu posso achar que um livro é inútil para minha vida, posso considerar uma história a pior de todas, mas tenho que respeitar o fato do outro não ser obrigado a ter o mesmo gosto que eu, e poder retirar daquela mesma história que odiei algo de bom para sua vida. Talvez seja a história que aquela pessoa precisava ler. Enfim... Mas de todos os preconceitos literários que existem um dos mais insuportáveis é em relação aos que não leem clássicos. E só posso considerar quem julga alguém por não ler clássico um pseudointelectual, que para ser um intelectual de verdade, evoluído, deveria no mínimo respeitar o gosto literário das pessoas.