(Título Original: The Bronze Horseman
Tradutor: Wladir Dupont
Editora: Novo Século
Edição de: 2014)
Trilogia O Cavaleiro de Bronze - Livro 1.1
A história de dois amantes, em uma guerra que mudará para sempre o mundo e suas vidas.
A Segunda Guerra Mundial ainda não havia alcançado a cidade de Leningrado, onde as duas irmãs Tatiana e Dasha Metanova viviam, dividindo um pequeno cômodo com seu irmão, seus pais e avós.
Tudo muda quando as tropas de Hitler atacam a União Soviética e ameaçam invadir a grande e decadente cidade. Fome, desespero e medo tomam conta de Leningrado durante o terrível inverno no qual a cidade foi submetida ao cerco alemão.
No entanto, a luz do amor é sempre capaz de iluminar a mais profunda escuridão. Tatiana conhece Alexander, um jovem e corajoso oficial do Exército Vermelho. O rapaz forte e confiante guarda um passado misterioso e problemático. Ele sente-se atraído por Tatiana - e ela por ele.
O amor impossível de Tatiana e Alexander ameaça agora dividir a família Metanova. E que segredo é esse que se esconde no passado do soldado, tão devastador quanto a própria guerra?
Palavras de uma leitora...
"- Esta é a melhor hora, Tatiana. - Alexander disse. - Quer saber por quê?
- Por favor, não me diga.
- Não haverá outro momento como este. Tão simples, tão descomplicado."
E ele estava certo. Realmente não houve. Nada nunca mais foi igual. Era o ano de 1941. 22 de junho. Na União Soviética atacada por Hitler, após o descumprimento do pacto de não agressão. Era o início do fim para milhões de pessoas.
Ainda estou tentando me recuperar. Faz poucas horas que terminei a leitura e embora as lágrimas já tenham secado, todos os sentimentos continuam aqui. Uma confusão deles. Não sei por onde começar, não sei o que escrever... só sei sentir. E me perguntar que espécie de mundo é este no qual vivemos.
As chances de que esta resenha tenha spoiler são enormes. Por isso, se ainda não leu o livro e não quer saber nada de importante sobre ele antes da leitura, pare imediatamente de ler este post!
" - Tania, é meio-dia. Levante-se. Ou vai haver problema. Preciso de você vestida em dois minutos.
- Fácil - Tatiana respondeu, pulando na cama e mostrando à família que ainda vestia a blusa e a saia do dia anterior."
Era para ser um dia como outro qualquer. Tatiana lutaria para não levantar da cama, Dasha compartilharia segredos e implicaria com ela como a irmã que sempre tinha sido e ela não ouviria uma palavra do que o pai lhe dissesse, o que, consequentemente, resultaria na compra de todos os produtos que ele não pedira e nenhum dos que de fato pedira. Mas, naquele dia, dois acontecimentos importantes mudariam para sempre a sua vida.
Enquanto a família se preocupava com o ataque de Hitler ao país, Tatiana pensava apenas em seus livros e tentava recordar o que deveria trazer do mercado enquanto percorria as ruas da cidade. Mas ao parar para tomar um sorvete no ponto de ônibus, tudo começou a acontecer. Ela o conheceu. O homem que despertaria seu coração para o amor apenas para fazê-lo em pedaços em seguida.
"Tatiana o teria olhado de relance ao longo da rua e continuado em frente, só que esse soldado estava do outro lado, olhando-a com uma expressão que ela nunca vira antes."
Era a primeira vez que ela sentia algo por alguém. Em seus 16 anos jamais tinha se apaixonado e não saberia explicar o que sentia naquele momento. O mundo parara. Tudo de repente ficou distante e ela só conseguia pensar nele, ouvir sua voz e desejar que aqueles minutos se prolongassem. Que ele não fosse embora. Mas tudo desmorona pouco tempo depois quando ela descobre que o Alexander, o seu Alexander, era o namorado de sua irmã. Que destino era aquele que colocava em seu caminho justamente a única pessoa que ela não poderia amar? Como conviver com o que sentia e vê-lo, dia após dias, sabendo que era outra quem o tocava, sabendo que seus próprios pensamentos eram uma traição àquela que sempre estivera ao seu lado, a irmã que ela amava mais que tudo...
Determinada a esquecê-lo, Tatiana tenta se manter distante, esquecer-se de sentir, apagar seu nome e seu rosto de seu coração, mas quanto mais longe tentava ficar mais ele se aproximava, tornando impossível para ela viver consigo mesma.
"Às vezes as coisas não funcionam como esperamos, não é mesmo? Não importa o quanto planejamos, o quanto queremos. Não é verdade?"
- Se existia um céu, um inferno e um Deus, ela sabia que já estava condenada. Todos os dias em sua mente, traía a irmã. Todos os dias, quando o Alexander insistia em aparecer no seu trabalho e caminhar com ela antes de levá-la até perto de casa, ela traía a Dasha. E enquanto sua mente lhe dizia que aquilo tinha que parar, que ela precisava convencer o Alexander a esquecê-la e deixá-la em paz, seu coração batia mais forte quando ele aparecia. E ela se sentia viva como jamais se sentiu antes.
"Ao olhar para Alexander, Tatiana condenava-se, mas não olhar, igualmente a traía, talvez até mais..."
- Dividida entre o amor que sente por Alexander e o forte laço que a une à irmã, mais forte até que qualquer laço de sangue, Tatiana escolhe deixar de lado seu próprio coração, sabendo que nunca conseguiria esquecê-lo, que enquanto vivesse recordaria os breves olhares que trocaram, as conversas, a caminhada lado a lado, os sorrisos que involuntariamente trocavam. Sabia que morreria a cada dia, vendo a irmã beijá-lo e estar em seus braços, enquanto seu coração gritava que era ela quem ali deveria estar. Sabia de tudo isso. Mas não suportaria destruir a felicidade da irmã. Seu coração era um preço pequeno a pagar. Era ela quem tinha aparecido depois. Era ela quem estava sobrando ali. Dasha merecia ser feliz ao lado do Alexander. E ao tentar fazê-lo entender isso, ele rompe com a Dasha, provocando em Tatiana uma mistura de culpa e alívio. Seria isso o que o amor fazia com as pessoas? Seria isso... amar?
"- Você e eu... - então interrompeu sacudindo a cabeça. - Não é a hora certa para nós.
Ela ficou de costas outra vez, colocando o braço sob o rosto.
A hora, o lugar, a vida."
- Ao tirá-lo de sua vida, Tatiana também o arrancara da vida da irmã, embora tivesse tentado justamente o contrário. Mas... as reviravoltas de um país em plena guerra farão com que seus caminhos se cruzem outra vez.
O inverno estava cada vez mais próximo. A comida ficava mais e mais escassa nas lojas da cidade e a guerra que ela acreditava que não duraria já começara a destruir vidas por toda parte. Mães perdiam seus filhos, irmãs perdiam os seus irmãos... e a sua cidade estava prestes a ser bombardeada. Uma cidade da qual ela não conseguiria sair.
Em meio a perdas, fome, frio e dor duas irmãs seguirão apaixonadas pelo mesmo homem, numa história de amor, guerra e traições. Até o inevitável final.
"É a perda mais triste de todas, ir em frente por algumas semanas, poucos dias, uma noite, um minuto, e achar que tudo está bem quando já ruiu a estrutura das nossas vidas."
- Faz anos que evito esta história. Que venho passando mais e mais livros na sua frente. Mas coloquei na cabeça que iria parar com isso, que finalmente pararia de adiar a leitura. E, nas últimas semanas, enquanto pensava no que iria ler, peguei o livro na estante. Foi o início de dias e mais dias de lágrimas, revolta, amor, risos, mais lágrimas, ódio, lágrimas de novo... e de novo... e de novo.
"[...] nem bombas, nem meu coração partido podem tirar da minha lembrança o caminhar ao seu lado, descalça, naquele junho perfumado de jasmin, através do Campo de Marte."
Recordo o tempo em que nada no mundo me fazia ler romances que se passavam em períodos de guerra. Eu fugia de históricos como o diabo foge da cruz. Era alguém que sempre tinha amado as aulas de História, mas que não suportaria ver personagens passando pelos períodos que eu conhecia, que eu estudara. Não queria guardar aquilo na minha mente. Mas aqui estou eu... lendo mais um livro que se passa num dos períodos mais tristes e terríveis da História do mundo. E é a 2ª Guerra, gente. Preciso falar mais alguma coisa? :( Quem tem a ilusão de que vai encontrar apenas um romance maravilhoso com a guerra como fundo, está bem enganado e vai se decepcionar bastante ao ler a história. Há romance? Claro. Embora... Não. Sobre isso eu falo depois. Mas como eu estava dizendo, tem sim romance, mas não é cor-de-rosa, a autora não coloriu nada. Pelo contrário, ela teve todo o cuidado de retratar da maneira mais crua e realista o que as pessoas que viveram naquela época enfrentaram.
É preciso estômago para ler este livro. As imagens não vão sair da sua mente por um longo tempo. E você vai se revoltar. Vai passar por cenas de pessoas caindo pelas ruas, mortas. Não só por causa dos bombardeios, mas sobretudo pela fome. Chegará o momento no livro em que não haverá comida. Em que nenhum dinheiro conseguirá ser capaz de colocar comida na mesa das pessoas. Sabem o que é isso? Ler algo assim? Ver pessoas morrendo enquanto falavam, enquanto dormiam, enquanto sonhavam com o momento em que a guerra terminaria e tudo então poderia ser como antes? Sabem o que é ver os sonhos dessas pessoas se esvair com suas vidas? Vê-las definhando dia após dias, indo para o trabalho ansiando pelo momento em que poderiam tomar uma sopa que não passava de água quente sem nenhum nutriente. Pessoas se atacando nas ruas por um pouco de pão que não seria suficiente para salvar o corpo que estava matando-as, se destruindo por dentro. Pessoas morrendo na entrada dos Correios, subindo as escadas para casa, no sofá, no meio da rua, em camas de hospitais que nada podiam fazer por elas. Não é suportável. São cenas que vão me perseguir para sempre.
"Alexander pegou a mão de Tatiana e disse suavemente, dando palmadas em seu próprio peito:
- Vem aqui.
Ela ficou ali um bom tempo, com o rosto pressionado contra o peito de Alexander, cujos braços estavam a seu redor, e chorou."
E no meio do terror que todos viviam naquela época, temos Alexander, Tatiana e... Dasha. Num triângulo de amor que machuca tanto quanto a guerra que presenciamos no livro.
- Acredito que todos aqui sabem que não gosto de histórias sobre traição. Não é um tema fácil para mim. Não sou a pessoa mais tolerante do mundo com traições. Na verdade, considero algo imperdoável. Mas... também sou uma leitora que tem a mente muito aberta e quando inicia uma leitura prefere não condenar a história antes de lê-la e conhecer profundamente os personagens. Sou capaz de me colocar no lugar de cada um deles e compreender os dois lados. É por isso que Ráfaga (A Carícia do Vento), Clayton (Whitney, Meu Amor), Conn (A Conquistadora) e muitos outros escaparam à minha fúria.rs Bem... Eu até fiquei extremamente furiosa com eles, mas no fim encontrei motivos na história e no meu coração para perdoá-los. Então... Quando não perdoo um mocinho ou mocinha, não é porque sou radical com um determinado tema e não quero nem saber dos motivos dos personagens. Não. Quando não perdoo um personagem é porque ele não me deu motivos para fazê-lo. E, infelizmente, este é o caso do Alexander.
Não houve um só momento em que ele tenha me provocado nem sequer o mais superficial amor. Durante quase todo o tempo eu o desprezei. E odiei. E desejei que ele desaparecesse da história e deixasse a Dasha e a Tatiana em paz. Por que quem ele pensava que era para se meter entre as duas irmãs daquele jeito? Brincar com as duas daquele jeito, por que era covarde demais para tomar uma decisão? Não. Não o culpo por ter se apaixonado pela Tatiana. Ninguém manda no coração. Não escolhemos quem vamos amar. E eu seria a última pessoa a condená-lo por simplesmente amar alguém com todo o seu coração. Não é isso que me revoltou e decepcionou demais no Alexander. Foi a sua covardia. Sua total incapacidade de lutar pelo que sentia pela Tatiana. Foi o fato dele não dar a mínima para o que a Dasha sentia por ele e enganá-la todos os dias, sabendo que quanto mais tempo passava com ela mais envolvida ela ficava. Foi o fato dele terminar com a Dasha apenas como uma vingança infantil quando a Tatiana o proibiu de continuar esperando-a na saída do trabalho, quando mandou ele deixá-la em paz de uma vez por todas. Foi o fato dele voltar com a Dasha, assim do nada, e em seguida tentar fazer amor com a Tatiana, sendo impedido por uma enfermeira. Foi o fato dele decidir se casar com a Dasha e assim ter mais acesso a Tatiana. Foi o fato de estando noivo da Dasha, ele querer que a Tatiana se encontrasse com ele para tocá-la às escondidas, enquanto na frente da família tocava a Dasha, dizia que amava a Dasha. Foram suas mentiras e mais mentiras. Suas traições seguidas de mais traições. Sua incapacidade de ser um homem de verdade. Ou, pelo menos, sua incapacidade de saber amar. Ele amava sim, mas não sabia como fazê-lo. Seu amor era egoísta. Seu amor apenas machucava.
"No meio da noite, Dasha levantou-se para ir ao banheiro. Tatiana achou que Alexander dormia, mas ele se virou e encarou-a. No escuro, ela vislumbrou seus olhos líquidos. Debaixo do cobertor a perna dele mexeu de lado e tocou a dela; ela usava meias e um pijama de flanela. Quando ela ouviu Dasha no hall externo, fechou os olhos. Alexander tirou a perna."
- A cena acima se passa numa noite em que o Alexander dorme no apartamento comunitário em que elas viviam. Tatiana e Dasha dormiam na mesma cama, junto com uma prima. E a Dasha, ao implorar para que o Alexander pudesse passar a noite lá, não se importou que os três (ela, o Alexander e a Tatiana) dividissem a mesma cama. Estava completamente cega. Não conseguia ver que ele devorava a irmã dela com os olhos e que a Tatiana olhava para ele com o próprio coração no lugar dos olhos. Ela não via nada. E foi só ela levantar para ir ao banheiro para que o Alexander desse um jeito de tocar na Tatiana. Mesmo por cima das roupas. Na mesma cama em que sua noiva estava deitada instantes antes.
"- Tania! - ela o ouviu gritar.
Em questões de segundos, ele estava diante dela. Tatiana foi para trás e levantou os braços.
- Me deixe em paz - ela disse numa voz fraca. - Só me deixe em paz."
- Talvez vocês estejam se perguntando por que desprezo apenas o Alexander. Por que é ele quem odeio e não a Tatiana ou os dois? É completamente impossível odiar esta mocinha. Não existiu sequer um momento em que eu tenha sentido raiva dela por amar o Alexander. Ao iniciar a leitura e conhecê-la vocês vão entender meus motivos.
"A emoção fazia forte pressão em seu peito, dificultando a sua respiração. Eu não preciso respirar agora, ela pensou. Tenho respirado toda a minha vida."
Tatiana não passava de uma menina completamente inocente quando conheceu o Alexander. Mesmo aos 16 anos, ela mal tinha noção da existência do sexo oposto. Ela brincava com os garotos como uma pequena travessa, incapaz de notar os olhares que despertava, os sentimentos que despertava. Era muito menina e tratada como criança pela família, sobretudo a Dasha, que apesar de dividir com ela seus segredos, a protegia e seguia vendo-a como a irmãzinha pequena que nada conhecia do mundo.
Quando ela encontra o Alexander naquele ponto de ônibus, ela está mais do que concentrada em apreciar o prazer de tomar seu sorvete preferido, como se seu mundo se resumisse ao sorvete.rs É quando ela nota o olhar dele. E ao encará-lo pela primeira vez.... o que acontece com ela é natural. Forte e inevitável. Não existia malícia, sedução, nada. Era uma menina se apaixonando pela primeira vez. Atravessando a porta que a separaria da infância. Ela o olhou com verdade. Foi sincera em cada troca de olhar, nos sentimentos que ficaram tão transparentes em seu rosto. E ela não fazia a menor ideia que ele era o namorado de sua irmã. Não existia maneira dela saber, pois nunca o tinha visto.
E é ela quem luta para se livrar do que sente por ele. Seu coração fica despedaçado quando ela descobre que ele é o homem pelo qual sua irmã está tão interessada. Ela tenta ficar fora do caminho. E é ele... é o cretino egoísta que fica atrás dela em toda parte, fazendo ela sofrer, pois seu coração quer que ela fique ao seu lado, que se entregue por inteiro ao que sente... e esse mesmo coração lhe grita que ela não pode ferir dessa maneira sua própria irmã. Ele a coloca numa situação insuportável. E as coisas só pioram quando ele termina e volta com a Dasha de novo. Se antes ele ainda se continha um pouco, quando retorna com a Dasha e fica ainda mais próximo da Tatiana, a traição chega a um ponto sem volta.
" - Por favor, por favor, vá embora.
- Tania - Alexander disse quase inaudível. - Como posso não vir e ver você?"
Enquanto estava com a Dasha, ele frequentava mais e mais a casa delas apenas para ter mais acesso à Tatiana. E a cada oportunidade, esbarrava nela, a tocava e ainda achava que ela tinha que aceitar tudo numa boa. Que ele tocasse na irmã dela à vista de todos e a tocasse às escondidas, como se desempenhar o papel de amante do noivo da irmã fosse a coisa mais normal do mundo. E não. Eles não chegam a fazer amor. Por muito pouco.
Lembro de cor o trecho em que ele diz: "Não fuja de mim quando eu toco você." Noivo da irmã dela!!! E seduzindo a Tatiana, perseguindo-a e achando que ela tem que aceitar ser a outra. Cada toque, cada carícia proibida. Por que ela é dele, certo? Porque ele a ama. Me pergunto que tipo de amor é esse...
Tatiana... Se eu fosse falar de todo o carinho que sinto por ela e de todos os motivos que tenho para protegê-la e desejar que ela encontre alguém que realmente seja digno de seu amor, passarei horas e horas escrevendo. Ela é alguém como poucos. Uma personagem que conquista nosso coração sem nem tentar, pois é incapaz de enxergar o próprio valor. Alguém que dividia até mesmo o nada que tinha. Que era capaz de tirar o pão da própria boca para alimentar alguém que passava fome como ela. Que se comovia com a dor dos outros e preferia sofrer a ver alguém que amasse sofrendo. Que mesmo com o coração todo ferido pelo Alexander ainda se importava com ele e queria sua felicidade. Queria que ele vivesse mesmo que não fosse com ela. Que o perdoou inúmeras vezes quando ele não merecia o seu perdão. Alguém que não merecia todas as dores e perdas que a vida lhe trouxe.
"Precisava deitar-se e nunca mais ter um dia como este. Ou como o último. Ou como o anterior."
- Eu falei que o amor do Alexander é egoísta e talvez alguém que tenha lido o livro esteja desejando me esganar e gritar todas as coisas boas que ele fez pela Tatiana e pela família dela. Todas as vezes que ele a protegeu e impediu que sua própria família a agredisse. Todas as vezes que ele pegou a própria comida, que também não era muita, e dividiu com todos eles. E quando ele levou uma comida que já não se encontrava em parte alguma apenas para a Tatiana, vendo-a comer e mandando ela comer tudo quando ele próprio também sentia fome e desejava um pouco. Ele se importava com ela. Ele cuidava dela, você não enxerga, Luna?! Enxergo sim. Vi cada um desses momentos e chorei com eles. Me emocionei. Mas não o amei. Minha raiva por ele não diminuiu. Porque não era porque a alimentava e impedia que os outros a ferissem que ele tinha o direito de traí-la, trair a irmã dela e levá-la a também trair a própria irmã. Não era porque a protegia dos outros que ele tinha o direito de feri-la.
O Alexander não é um homem ruim. E nunca disse que ele não amava a Tatiana. Mas seu amor era complicado e fazia mais mal ao seu coração do que bem. Ele fez todas as escolhas erradas desde o início e levou os dois ao inferno por isso. Com suas escolhas ele só os fez sofrer. E a Dasha também. Não é o fato dela ser uma personagem secundária que a torna alguém insignificante. Ninguém merece ser traído assim, gente. O que ele fazia com ela não tem desculpa. Nada justifica isso.
- Acho que já falei demais.rsrs E não disse nem metade do que precisava ou queria dizer. Este livro mexeu demais com as minhas emoções, com o meu controle. Parece que há uma bagunça dentro de mim. Não sei bem o que sinto no momento. Mas uma coisa é certa: jamais serei capaz de esquecer esta história. Nem se tentasse.
Sabe o que é mais incrível? Toda essa confusão de emoções e li apenas a primeira parte do livro até agora.rs Isso porque a "querida" Novo Século fez o favor de dividir o primeiro livro em duas partes. Assim, este livro que estou resenhando não é o primeiro livro da série, mas sim a primeira metade dele. Preciso preparar meu coração para o que lerei na segunda parte...
"- Me prometa - Alexander disse, pegando a mão de Tatiana e trazendo-a para perto dele - que você vai fazer todo o possível para sobreviver."
- Este livro foi uma indicação da minha querida amiga Carlita. E ela já sabe o que sinto pelo Alexander.kkkkkkk Ela acredita que ainda irei amá-lo, que ele conquistará meu coração ao longo da série. Não penso como ela. Mas... quem sabe? Tudo pode acontecer. Se ele me der motivos... posso amá-lo. Vai depender totalmente dele. :)
Se alguém mais me indicou este livro, eu não consigo recordar, gente. Meu computador já deu inúmeros problemas ao longo dos anos e as listas que eu tinha de indicações se perderam há tempos. Estou refazendo a lista, mas nunca conseguirei recordar todas. :(
"Ele queria só uma coisa.
Queria que ela vivesse.
Isso lhe trouxe um pouco de alívio.
Um pouco de conforto.
Isso teria que ser suficiente."