(Título Original: Revenge of the Tide
Tradutor: Mauro Pinheiro
Editora: Intrínseca
Edição de: 2013)
Depois de trabalhar arduamente por muito tempo – alternando um emprego como executiva de vendas durante o dia com o de dançarina de pole dance à noite -, Genevieve finalmente conseguiu juntar dinheiro para realizar seu sonho: comprar e reformar um barco e mudar-se com ele para Kent, bem longe da estressante vida em Londres que tanto a aborrece.
Tudo parece enfim perfeito. Até que, na festa de inauguração do barco, enquanto amigos de sua antiga vida parecem zombar do que agora lhe é tão caro, um corpo aparece boiando próximo ao ancoradouro, e Genevieve reconhece a vítima.
Ao perceber seu santuário flutuante maculado, e convencida de que sua vida também está em risco, Genevieve se vê novamente envolvida com o perigoso submundo de corrupção, crimes e traição do qual pensava ter finalmente escapado. E está prestes a descobrir os problemas de se misturar negócios e prazer.
Palavras de uma leitora…
Se era para escrever “isso”, antes não tivesse escrito nada, sabe? Até agora permaneço com aquele sentimento de incredulidade… Não consigo acreditar que essa história foi escrita pela minha autora. Pela Elizabeth Haynes. Não parece de modo algum uma história dela. Eu preferia jamais ter lido Vingança da Maré. Não queria sequer ter tomado conhecimento da existência dessa história. Mas sabe o que acontece? Quando você ama demais uma autora, fica aguardando os lançamentos de seus próximos livros, fica pesquisando para saber se a autora já escreveu uma nova história. Ao entrar numa livraria, fica passeando os olhos pelos lançamentos, procurando pelo nome da autora em algum deles. Foi algo assim que se passou quando encontrei essa história. Eu tinha visitado a Bienal do Livro pela primeira vez na vida e fui direto atrás de livros dessa autora, da Chevy Stevens (autora de Identidade Roubada) e James Patterson (autor de O Diário de Suzana para Nicolas). Na verdade, já tinha em mente quais livros queria. Estava muito cheio o local, algo que certamente deveria me fazer dar meia volta e cair fora dali.rs Porque detesto multidões.
Lembro que quando vi Vingança da Maré, ele estava bem perto de No Escuro. Tinha um grupo ali lendo as sinopses dos livros e uma menina com No Escuro nas mãos, comentou: “Parece uma história interessante”. Eu lembro que eu sorri toda feliz por ela estar levando aquele livro com ela e comentei que era um livro maravilhoso, que ela não iria se arrepender de ler. Peguei Vingança da Maré. Verdade que achei o título estranho e a sinopse não me atraiu muito, mas pensei comigo mesma: “É da Elizabeth Haynes. Então é óbvio que é uma história tão incrível quanto No Escuro.” Infelizmente, não fazia ideia do quanto estava enganada…
- Toda pessoa possui defeitos. Algo que as torna humanas, pessoas de carne e osso, imperfeitas como todos nós. Mas no caso de Genevieve, a coisa era bem mais grave. Ela não era apenas humana. Era um desastre em forma de gente. Alguém que pedia aos gritos para morrer. Que cada coisa que fazia na vida, era com a clara intenção de se prejudicar (e muito), por mais que, conscientemente, não tivesse a noção disso… Se ainda estava viva, era por pura questão de sorte. Ou de azar, dependendo do ponto de vista.
- Ela era uma jovem executiva de vendas. Bem-sucedida, com uma vida que muitos invejariam. Mas não encontrava satisfação em seu trabalho. Pelo contrário, era um trabalho muito competitivo, dominado pelos homens e desgastante. O dinheiro que ela conseguia com ele não compensava todo o estresse mental e a frustração que o acompanhavam. Sua paixão sempre tinha sido dançar. Era na dança que ela encontrava algum sentido para sua vida. Na dança e no sonho que sempre compartilhara com o pai: o sonho de ter seu próprio barco. De construir um lar nele. Durante anos de sua vida, ela ia para a oficina do pai, ajudá-lo e sonhar com ele. Faziam planos, imaginavam como reformariam o barco dos seus sonhos; folheavam uma revista atrás da outra, sentindo-se felizes apenas por sonhar com aquilo. Mas o tempo passou e as responsabilidades da vida, a afastaram um pouco do pai. Mas ela ainda era capaz de lembrar que no dia em que fez a última prova na faculdade, ligou para casa. Apenas para descobrir que seu pai havia morrido. Justamente naquele dia. Após a morte de seu pai, sua mãe descobriu o que eles tanto faziam na oficina e sem piedade, destruiu todas as revistas. O tempo passou e Genevieve resolveu voltar para a dança. Pelo menos nos tempos livres. Seus anos de ginástica e aulas de dança, a fizeram se sentir em casa com o pole dance, como se tivesse nascido para isso. Tinha imensa facilidade para aprender e criar novos movimentos; sentia-se livre e viva. E através de sua professora ela descobriu que poderia ganhar muito dinheiro com o pole dance. Desde que trabalhasse na boate certa. Sua professora conhecia o lugar perfeito e a indicou. Mesmo não levando aquilo muito a sério, Genevieve foi à “entrevista” sendo contratada logo após mostrar que dominava o pole dance. E ela não fazia a menor ideia, na época, do quanto aquilo mudaria para sempre a sua vida. Se é que ela teria uma vida por muito mais tempo…
De início, tudo parecia perfeito. Ela só precisava fazer o que gostava: dançar e dançar. E ganhava uma fortuna por isso. Mas com o tempo, ela foi percebendo que havia se metido em algo muito mais perigoso. Arriscado. No entanto, o dinheiro, a ambição, a fizeram fechar os olhos para tudo e aceitar fazer qualquer coisa por mais e mais dinheiro, se metendo numa situação da qual não haveria a menor saída…
“Era dinheiro sujo, eu tinha me dado conta depois. Mas para mim, era apenas dinheiro. Uma bela soma que poderia investir no meu barco. E eu me enganara em relação a Dylan, é claro. Eu me enganara em relação a tudo, na época.”
- Isso é o máximo que posso fazer por essa história, gente. Esse resumo sem sal e sem açúcar. Totalmente sem graça.rsrs… Na verdade, o gosto amargo foi tão forte quando fechei essa droga de livro, que sequer tinha vontade de escrever uma resenha sobre a história. Eu estava muito decepcionada (e ainda estou), muito triste com a autora e queria atirar o livro pela janela. Mas achei que eu merecia pelo menos desabafar nem que fosse só um pouquinho do que eu estava sentindo. O que de modo algum, está fazendo eu me sentir melhor.
- Talvez eu ainda não tenha dito com clareza o que tanto me incomodou nessa história, não é? Foi o fato da mocinha não possuir um cérebro, nenhuma inteligência? Foi o fato de ela ser dançarina de pole dance e aceitar ser prostituta nas horas vagas, desde que fosse bem remunerada? Dessas hipóteses, eu descarto só o pole dance. Na verdade, acho uma dança muito interessante e já vi (através da TV) pessoas dançando-a. Até mesmo homens arriscam hoje no pole dance e conseguem arrasar. É uma dança que se bem feita consegue ser sensual, sem ser vulgar. Então, o fato da Genevieve dançar não me incomodou nada. Mas a quantidade de besteiras que ela fez por conta da sua falta de cérebro, da sua incrível capacidade para ser burra e o fato de agir como uma prostituta, sim. Sem mencionar o início admirável dessa história. Afinal de contas, não há como não admirar o esforço que a autora fez para estragar toda a história, desde o princípio. Fazia tempo que eu não lia um início de livro tão sem graça. Tão absurdamente chato. Eu lembro que tive que fazer um esforço enorme para seguir com a leitura, sempre cheia de esperanças de que a história fosse melhorar a qualquer momento. Mas quanto mais eu lia, mais remota se tornava tal esperança. O livro estava perdido desde o início. Eu só demorei bastante para aceitar esse fato.
- Quem leu essa história sabe o quanto o início dela é chato. O quanto dá vontade de fechar o livro e se livrar dele. E aposto que muita gente deve ter feito isso. Provavelmente as pessoas que seguiram com a leitura, foram aquelas que já conheciam o trabalho da autora e apostaram na história por isso. As outras devem ter desistido nas primeiras páginas. Eu gostaria muito de ter feito o mesmo. Se arrependimento matasse…
- Tirando o início entediante da história (um início que não é bem somente um início. Por mais de 200 páginas a história é puro tédio), a segunda coisa que me desagradou foi a porcaria de protagonista que essa autora conseguiu criar. Não consigo imaginar de onde diabos ela tirou a Genevieve. Ainda por cima deu para essa cópia mal feita de mocinha um nome do qual eu gosto. A quantidade de besteiras que a Genevieve faz deveriam dar a ela o prêmio como a mocinha mais tapada que tive o desprazer de conhecer. No momento, ela supera todas as outras retardadas que conheci ao longo do meu tempo como leitora. Nunca encontrei na minha vida mocinha mais estúpida do que essa. Mais insuportável! Além de ter ido dançar numa boate que ela percebeu que não era flor que se cheirasse, ela desceu ao nível mais baixo para conseguir a porcaria do dinheiro para comprar a droga do barco. O que ela foi capaz de fazer… me provocou náuseas. Tudo bem que eu não tenho nada a ver com a vida dela. Se ela estava disposta a vender o próprio corpo por dinheiro, era problema dela, não é verdade? Mas um direito que ela não tinha era de envolver mais pessoas nisso! Um direito que ela não tinha era de trair o que ela chamava de melhor amiga! Uma coisa da qual eu tive a certeza depois de ler certas cenas, é que eu jamais iria querer ser amiga de alguém como ela. Esse projeto de mocinha é pior que amiga da onça. Por dinheiro era seria capaz de trair alguém que lhe estendeu a mão, que lhe deu apoio, que a aceitou como amiga. E após ler os pensamentos dela sobre essa amiga (logo após ela ouvir os elogios que faziam ao que a amiga dela era) eu percebi a inveja dela, algo que eu deveria ter notado muito antes, pois a Genevieve é péssima para esconder qualquer coisa. Ela nunca foi amiga daquela menina. Tudo na Genevieve sempre foi falso. E não sei se a culpa é dela ou da autora. Nem quero saber.
- Acho que não estou conseguindo colocar em palavras o que sinto por essa protagonista, não é?kkkkk… Dizer que não a admiro seria pouco. Dizer que ela me provoca náuseas, jamais seria suficiente. Eu a detesto. Porque a culpo por tudo de errado que aconteceu nessa história. Porque ela foi responsável por cada vida colocada em risco nesse livro, porque a estupidez dela tirou a vida de alguém que não merecia morrer. Porque tirou a vida de alguém que estava perfeitamente bem antes dela aparecer. A detesto porque ela é tão absurdamente burra que após tentarem matá-la, teve a coragem, a inteligência de ajudar a pessoa que queria matá-la. Creio que nunca vi isso na minha vida. Uma pessoa tenta te matar, mas acaba sofrendo um acidente durante a tentativa. O que você faz? Ajuda essa pessoa? Para ela terminar depois o que tinha começado? Para ela te matar depois???!!! Foi isso que essa idiota fez. O cara era assassino por dinheiro! Pago para matar. Se ela estivesse só arriscando a vida dela, tudo bem. Não me importo nada com ela mesmo. Mas não. Ela nunca destrói a vida dela e só. Tem sempre que destruir a vida de outras pessoas também.
- Mas sabe o que mais me irritou acima de tudo nesse livro? O fato da autora melhorar a história a partir da página 214, somente para destruir totalmente o livro com aquele final absurdo. Não sei nem como dizer o que senti depois de ler aquele final… Parecia que eu estava assistindo um filme policial de péssima categoria. O livro tinha ficado eletrizante páginas antes, para terminar daquele jeito ridículo. A cena de ação merece total destaque. Foi uma verdadeira comédia. Mas aquela comédia que não tem a menor graça. Que te deixa com uma cara que diz: “Você realmente está de brincadeira com a minha cara.” Provavelmente esse livro marcará o ano de 2014. Como o pior livro que li.
- Eu estava aqui pensando no fato de ter dado 3 estrelas ao livro no Skoob... Não foi justo. O livro não merece sequer três estrelas. Mas que fique claro aqui que essas estrelas foram pelo fato de eu ainda admirar essa autora. Essas três estrelas não foram por esse livro, pois essa coisa não é sequer uma boa história. As três estrelas foram pela autora e não pela história. Mas mudei de ideia. Vou dar as estrelas que o livro merece.rsrs...
- Bem… é isso. Depois dessa resenha que em nada aliviou a minha revolta e que deve estar parecendo uma resenha escrita por uma pessoa bastante louca (essa resenha não deve estar fazendo o menor sentido, não é?), vou procurar uma história que tire esse gosto ruim da minha boca. O livro ainda não voou pela janela. Prestem bem atenção nisso: ele ainda não voou. Provavelmente voará antes do término deste final de semana. Quero esse livro longe de mim!!!!