19 de outubro de 2013

Momento de Amar - Lynne Graham


(Título Original: A Ring To Secure His Heir
Tradutora: Angela Monteverde
Editora: Harlequin
Edição de: 2013)

Um imprevisto no plano.

Trabalhar até tarde não é novidade para o magnata Alex. Além disso, essa se tornou a desculpa perfeita para se aproximar da faxineira do escritório, Rosie Gray. Afinal, ele havia prometido a seu padrinho doente que descobriria se sua neta perdida era uma herdeira digna. Rosie fica inebriada com atenção que recebe do executivo misterioso e encantador, e passa uma noite com ele. Entretanto, engravida... Ao tentar encontrá-lo novamente, ninguém na empresa conhece "Alex Kolovos". Existe apenas um Alexius Stravroulakis, o presidente, e ele tem uma proposta magnífica para ela!


Palavras de uma leitora...


"- E se ficar tonta nos degraus de uma escada? Possivelmente cairá. Devo aceitar tal ameaça? Que tipo de homem aceitaria isso nessas condições? - ele exclamou.

- O mesmo homem que fez sexo comigo e foi embora no meio da noite sem uma explicação - retrucou Rosie. - Não finja que é sensível e protetor, porque não é." 


- Quem olhasse para Alex de fora, sem conhecê-lo, diria que ele era um homem sortudo. Que tinha tudo na vida. Que teve tudo desde o princípio, não necessitando trabalhar para ter o que desejasse. Imaginaria sua infância privilegiada e sentiria inveja. Mas ele... Ele sabia o que realmente tivera. Ou melhor, não tivera. Mesmo assim... não admitia nem para si mesmo o quanto aquilo lhe magoara e ainda era capaz de afetar. 

Filho de pais jovens e despreocupados, Alex sempre teve tudo o que o dinheiro podia comprar. Os melhores brinquedos, as melhores roupas, os melhores colégios. Mas seus pais não possuíam tempo sequer para lhe dar um abraço ou dizer o quanto ele era importante para eles. Não. Preocupados com as próprias vidas, chegaram ao ponto de excluir o filho definitivamente do convívio com eles, mandando-o para um colégio interno, bem longe de suas vistas, e não tendo sequer a consideração de visitá-lo uma vez por ano. Até mesmo quando a criança era enviada para casa nas férias, nunca podia estar com os pais. Eles eram ocupados demais para isso. E na verdade, não o amavam. 

Mas o garotinho não admitia sequer para si mesmo que sofria com aquilo. Que desejava ser amado. Que desejava receber uma visita, como as outras crianças recebiam. Que desejava sentir o abraço de alguém querido. Sentir que era importante para alguém. E foi somente no padrinho que ele encontrou um pouco do que buscava. Socrates Seferis foi a pessoa mais próxima de uma família que Alex teve. E a ele devia os valores que aprendera ao longo da sua vida. E estava disposto a pagar agora, nem que fosse um pouco, do que recebera. Trazendo para aquele pobre homem a neta que ele nunca conhecera. 

Rosie Gray nunca soube o que era ter uma família de verdade. Ainda bem pequena, aprendera a não contar com o apoio ou a segurança da mãe. E muito menos com o seu amor. Sua mãe nunca se importara realmente com ela e não hesitava ao deixá-la sozinha sem ter o que comer ou vestir. Simplesmente a deixava trancada dentro de casa e ia curtir a juventude com o homem da vez. Até que finalmente lhe arrancaram a guarda de Rosie. Antes que o pior acontecesse. A partir daí, Rosie começou a passar de lar em lar, vendo o que era ter uma família, o que era ser querido por alguém, mas nunca podendo fazer parte daquela realidade. Somente aos doze anos teve para si um pouco do amor de uma mãe. Somente para perdê-la oito anos mais tarde. Mas, sonhadora, ainda acreditava que um dia teria uma família de verdade. E que jamais permitiria que um filho seu sentisse a solidão e a rejeição que ela sentira. 

Aos 23 anos, Rosie trabalhava como faxineira em seu tempo vago, para ter um teto e o que comer enquanto terminava os seus estudos. Não pretendia ser faxineira para sempre, mas não reclamava do trabalho que lhe permitia ter tempo para estudar e alcançar o seu real objetivo na vida. Só não podia imaginar que aquele emprego lhe faria conhecer um homem que lhe mostraria o paraíso para depois partir o seu coração em mil pedaços. Um homem que conseguira desestruturar todo o seu mundo e ameaçar o seu futuro. Um homem que ela jurava que não desejava novamente em sua vida. Mas que não suportava sequer imaginá-lo ao lado de uma outra mulher... Um homem que ela amava e odiava numa mesma medida. Que ela odiava amar. 

"Analisou Rosie enquanto ela conversava animadamente com o obstetra que ele conhecera quando estudante na faculdade. Estava corada, e o entusiasmo aquecia sua voz e seus olhos. Ela queria aquela manchinha de verdade, Alexius percebeu com espanto."

- O padrinho de Alex estava doente. E, quase ao final de sua vida, tinha que admitir para si mesmo uma triste realidade: não existia um só membro em sua família que valesse um só centavo. Todos estavam interessados apenas em seu dinheiro. Para eles, Socrates nada significava. E provavelmente ansiavam com desespero pelo momento no qual ele fecharia de vez os olhos. Sendo assim, Socrates resolvera procurar pela neta de quem ele tinha conhecimento desde sempre, mas que nunca tivera coragem para procurar. No fundo, temia que ela significasse mais uma decepção. E ele definitivamente já tivera a cota necessária de decepções em sua vida. Mas... e se nunca arriscasse? Se morresse sem sequer conhecê-la? Talvez, só talvez, ela conseguisse iluminar o tanto que lhe restava de vida. Foi pensando nisso que Socrates resolvera fazer um pedido para Alex, o afilhado que para ele representava um filho: que ele conhecesse Rosie para analisar o caráter dela e levá-la até ao avô, caso ela fosse uma pessoa decente.

- Alex era ocupado demais para esse tipo de coisa, mas jamais conseguiria recusar um pedido que era tão importante para alguém que lhe dera tanto na vida. Mas o que mais o perturbava nesse pedido não era o tempo que o faria perder. Era a responsabilidade que estava sendo jogada em seus ombros. Não se achava no direito de julgar o caráter de Rosie, sobretudo por não conhecê-la. E sabia que para saber se ela era uma boa pessoa, teria que enganá-la. Fingir ser alguém que não era. E isso o incomodava demais. Pois um dia, pelo laço que ele possuía com o avô dela, ela saberia a verdade e jamais o perdoaria. Tal perspectiva lhe provocara um gosto amargo na boca muito antes dele conhecê-la. Mas quando ele finalmente a conhece... sua mentira se torna um peso insuportável. 

" - Você não quer nosso bebê - acusou.
- Quero você - replicou ele. - E começo a pensar no bebê como um ser unido a você. Não é o suficiente para começar?"

- Eu comecei a leitura dessa história no momento errado da minha vida.rsrs... No começo da história, não consegui me envolver pelos personagens. Estava muito concentrada no que estava me roubando a paz e isso impedia que eu me ligasse à história. Cheguei a pensar em interromper a leitura, pois sabia que o livro só não estava me envolvendo porque eu não estava permitindo isso. Mas, no dia seguinte, um pouco mais tranquila depois de deixar minha mente exausta de tanto pensar em problemas sem solução (na verdade a solução é bem óbvia: pare de se importar, Luna. Mande as pessoas que insistem em te atormentar irem dar uma volta no quinto dos infernos! Finja que elas sequer existem! Fácil falar. Difícil fazer. Mas me fiz uma promessa que estou disposta a cumprir. Por mais que me doa. Doerá muito mais continuar me importando, não acham? Enfim...), eu resolvi me desligar de tudo e me ligar somente ao livro. E deu certo. Eu limpei totalmente a minha mente pelo tempo em que fiquei lendo o livro e assim consegui finalmente ser envolvida pela história e pude compreender os personagens e amá-los como eles eram. Não que tenha sido muito fácil compreender a Dona Rosie (uso a palavra "dona" quando quero dar uma bronca em alguém. A Rosie merecia, no mínimo, uns puxões de orelhas.rsrs...), mas eu tentei. E até consegui não esganá-la. :D 

- Durante a leitura dessa história, confesso que nem me irritei tanto como costumo me irritar com as histórias da minha autora. Esse mocinho sequer me fez passar raiva (a mocinha fez. Ele, não. Tive pena dele.kkkkkkk...), pelo contrário. Eu o achei um fofo, mesmo quando ele dizia tolices em vez de dizer de uma vez o que realmente sentia. Mas eu sabia por que não era fácil para ele demonstrar o que sentia. Ele sequer sabia o que realmente sentia dentro dele. Para uma pessoa saber o que é o amor, ela necessita ter contato com esse sentimento. E ele não teve. Ele não sabia o que era amor por não ter sido amado. Para ele, o que ele sentia não era amor. Não conseguia reconhecer tal sentimento. Achava até mesmo que tal coisa não existia. Que era somente uma palavra. Tanto que quando ele finalmente diz para para a mocinha que a ama (colocando tal declaração como uma pergunta, pois ele não sabe nomear o que sente) eu sinto imensa vontade de pegá-lo no colo e dar um pouco do amor que a mãe dele deveria ter lhe dado. Por isso eu achei essa mocinha bem injusta em diversos momentos. Ele estava lhe oferecendo o que ele nunca tinha oferecido para pessoa nenhuma e mesmo assim ela insistia em rejeitá-lo, pois o achava insensível, cruel e egoísta. Me pergunto como ela o conhecia tão bem se sequer era capaz de lhe dar a oportunidade de ser conhecido por ela. Ela queria tudo de uma vez, queria que ele a amasse, mas não lhe dava a oportunidade de aprender a amá-la. Ela é do tipo que acha que a pessoa tem que amar à primeira vista, entende? Não que eu própria não acredite em amor à primeira vista (acredito!!!), mas nem todas as pessoas amam assim. Muitas vezes, é somente com o tempo. E ele queria isso. Ela é que não permitia tal coisa. E definitivamente não o conhecia. Pois ele não era nada daquilo que ela o acusava de ser. É demonstração de insensibilidade pedir em casamento a mulher que espera seu filho? É crueldade acompanhá-la em sua primeira ultrassonografia? Desejar que ela tenha o melhor atendimento e estar presente sempre que ela precisa? É egoísmo correr para salvar a vida do animalzinho que para ela significava tudo? Caramba, o cachorro até mesmo o tinha mordido! O cachorro o odiava e mesmo assim o mocinho não hesitou em procurar ajuda para ele, pois sabia que a mocinha ficaria destruída se aquele cachorrinho morresse. Até mesmo quando o mocinho a impede de apanhar de um cara obcecado por ela, a idiota insiste em culpá-lo pela situação. Antes ele próprio tivesse lhe dado uma surra, sinceramente! Existiram momentos nos quais eu própria queria agredi-la.kkkkk... 

" - Seria diferente com você. Vai ser a mãe de meu filho. - E com um gesto súbito a fez cair de novo sobre o travesseiro e espalmou seu ventre. - Aí dentro está o meu filho. 

Surpresa com a raiva e o gesto dele, Rosie saltou da cama como se uma mola a impelisse, agarrou a camisola e começou a se vestir com mãos trêmulas. 

- Isso não significa que é meu dono. 

- Claro que sim! - resmungou Alexius com raiva. - E se acha que vou ficar de lado e esperar que se envolva com outro homem, está muito enganada!"

- E falando nas injustiças dessa mocinha (pois sim. Por mais que eu tenha aprendido a compreendê-la, em certos momentos é claro, tenho que admitir que ela sabe ser bem injusta), a declaração dela (num trecho mais acima) de que o mocinho não queria o bebê era totalmente falsa. Ele nunca disse que não queria aquele bebê. Ela achava que lia os pensamentos dele. E até mesmo quando ele dizia uma coisa, ela fingia que não o ouvia só para vir com suas acusações estúpidas. Até mesmo ficou toda mal humorada somente porque ele chamou o bebê (que ainda não era sequer chamado de bebê pelo próprio médico. Tinha poucas semanas) de "manchinha". O que diabos ela queria? Disse para ele, anteriormente, que queria sempre que ele fosse sincero com ela. Mas quando ele é sincero e diz o que viu, ela se sente ofendida. Posso com uma coisa dessa?! O que ela preferia? Que ele dissesse que conseguia "enxergar" o bebê e identificar até mesmo a cor dos olhos dele? Que até mesmo vira o bebê sorrir e dizer que os amava?! Ah, fala sério! Nunca conseguirei compreender totalmente essa desmiolada.kkkkkk... E apoio totalmente a atitude do mocinho, quase no final da história. Ele já estava cansado, oras! Estava na hora de conseguir o que queria. Quer ela quisesse, quer não. Se fosse esperar até que ela admitisse que realmente o queria, chegaria à terceira idade. E ainda assim ela continuaria sendo teimosa! A tola ainda achava que eles tinham que ter um relacionamento de ficar segurando as mãos e dando selinhos, quando estava grávida de um filho dele!kkkkk... Definitivamente, ela não joga com o baralho todo.kkkkkkk... Mas o mocinho a ama mesmo assim. Confesso que sinto pena dele.rsrsrs... 


" - Amo você, Alex. Amei desde o início - murmurou Rosie com meiguice e dignidade, por fim abandonando a atitude defensiva. - Seria difícil me perder. 

Ele a fez se levantar do sofá em que sentara e a apertou de encontro ao peito. 

- Preciso de você... Não gosto do mundo sem você. Será isso o amor?"


- Posso dizer, sem pensar duas vezes, que adorei essa história! A Lynne Graham finalmente aprendeu a não fazer mocinhos ogros. Não que eu não ame muitos dos mocinhos-vilões da autora (amo, sim! E tem uns que amo demais!), mas estou apreciando esses mocinhos mais dispostos a amarem, menos ignorantes e surdos. Os de antigamente sequer pareciam possuir audição quando se tratava das mocinhas. Eram incapazes de ouvir qualquer coisa que elas dissessem. E as acusavam de tudo que conseguiam imaginar. Acreditavam no pior inimigo das mocinhas e não tinham piedade ao humilhá-las diante de quem quer que fosse. Os que estou conhecendo atualmente não são assim. Eles até podem acusá-las (o que o Alex não faz), mas pelo menos permitem que a dúvida penetre a cabeça deles e param para pensar. "Será que realmente estou certo? Será que não cometi um erro ao julgá-la?" Eles se permitem duvidar de suas verdades. Dão uma chance para as mocinhas. As escutam!!!! Isso ainda representa uma grande surpresa para mim.kkkkkk... Nunca imaginei que os mocinhos dessa autora encontrariam a audição. :D 

- A única coisa que me impediu de dar cinco estrelas para essa história, foi o fato de não ter conseguido me envolver pelo início da história. Mas vocês já conhecem o motivo. Acredito que a culpa não foi do livro. Foi do dia difícil que tive. Meu humor estava muito péssimo. Se a culpa fosse do livro, eu creio que sequer teria me envolvido pelo resto da história. Mas pelo contrário. Me envolvi completamente e a amei. Creio que vocês não se arrependeriam de ler essa história. Pelo menos, eu não me arrependi. :D Cada vez mais amo essa minha autora tão querida. :)


" - Como ousa pensar que voltarei com você? 
- É lá que pertence... em minha casa comigo - informou Alexius com simplicidade. 
- Você me largou! - repetiu ela aos gritos.
Alexius fez de conta que não ouvia e murmurou:
- Quero-a de volta a minha casa. De volta para mim."

15 de outubro de 2013

Duplo Segredo - Lynne Graham


(Título Original: The Secrets She Carried
Tradutora: Rosa Peralta
Editora: Harlequin
Edição de: 2013)

As cinzas da paixão.

Os lençóis pegavam fogo durante o tórrido romance entre Erin Turner e Cristophe Donakis. Mas as esperanças de um dia ser presenteada com um anel de noivado se tornaram cinzas quando Cristo, sem a menor cerimônia, a expulsou de sua cama, deixando-a sozinha e desamparada nas frias ruas de Londres. Anos depois, o passado retorna com toda a força em uma reunião de trabalho. Basta um leve traço do perfume caro de Cristo para ela reconhecê-lo de imediato. Cristo está convicto de que Erin lhe roubou algo, e a fará pagar por isso, da maneira que ele quiser... Mas mal sabe ele que Erin está prestes a revelar dois segredos com os quais ele não esperava!


Palavras de uma leitora... 



"Erin pegou o telefone, o sangue solidificando como gelo nas veias. Mas choramingar era algo que ela não fazia mais. Demostre fraqueza e as pessoas cairão sobre você como abutres. Ela não era mais a mulher de três anos atrás. Entretanto, ainda que estivesse mais forte, não havia o que ela pudesse fazer para contornar aquela situação, pois Cristo a colocara em um beco sem saída, sem dar a ela outra escolha a não ser proteger a todo custo aqueles que ela amava." 


- Voltar a ver Cristophe era algo que Erin desejava e temia com a mesma intensidade. Três anos antes havia quebrado todas as suas regras e ignorado a razão ao se envolver com ele. Ela sabia que não deveria ceder às investidas dele. Conhecia sua reputação, sabia que ele era um mulherengo e que as mulheres nada significavam para ele fora da cama. Sabia que seu mundo era totalmente diferente do dele e que jamais significaria mais do que uma boa companheira de cama. Mesmo assim ela havia se deixado levar. Não tinha conseguido resistir ao sorriso travesso dele ao vencê-la na natação, não conseguira resistir ao seu olhar profundo e às suas histórias engraçadas. Não pôde resistir aos seus beijos, ao seu toque e aos sentimentos que ele despertava dentro dela. E por não resistir... ela ainda pagava um alto preço.

"A mente de Cristo foi invadida por centenas de lembranças do tempo que passaram juntos. Ele lembrou-se dela girando na chuva, com um guarda-chuva. Ela preferia ficar em casa assistindo a DVDs do que frequentar boates, mas os filmes de terror, que ele amava, causavam pesadelos nela. Ele aprendeu a não se importar em ser usado como uma manta protetora no meio da noite. Eles haviam praticamente vivido juntos nos fins de semana que ele estava em Londres. O jeito bagunceiro inato dele a deixava louca, enquanto a paixão dela por pizza o fez enjoar. Agora ele se perguntava o quanto realmente a conhecera."

- Ao ver Erin pela primeira vez naquela piscina, Cristophe sentira uma mistura de admiração e desejo. E querer mais do que os breves momentos que compartilhavam na água foi inevitável. Aos poucos ela foi conquistando um espaço que até então nenhuma mulher conseguira ocupar antes. Lenta, mas intensamente ela foi tornando-o dependente do seu sorriso, do seu olhar, do seu corpo, das suas manias, da sua vida... Toda vez que estavam longe um do outro ele não conseguia parar de pensar nela e ansiar por tê-la novamente em seus braços... dormir e acordar novamente ao seu lado. Esses sentimentos eram muito novos para Cristophe e o deixavam confuso. Não sabia como expressar o que sentia, como dizer para ela que se importava. Mais do que gostaria de se importar. Não sabia como dizer que a amava e queria que aquele relacionamento não chegasse ao fim. E o medo também tornara-se uma barreira. Além de não saber como mostrar que a amava, Cristophe temia a vulnerabilidade que tal revelação provocaria.

As inseguranças de Erin, o ciúme e possessividade de Cristophe foram apenas uns dos motivos para o fim daquele relacionamento, pouco tempo antes de completar um ano que estavam juntos. Foi um final inesperado e bastante amargo. Para ambos. Algo que os amadureceu e machucou na mesma medida. Algo que os impediu de seguir em frente não importando o passar dos anos. E agora, três anos depois daquele fim amargo, Erin e Cristophe voltam novamente a se encontrar. Para acertar o que não puderam resolver no passado. E, quem sabe, tentar mais uma vez. Afinal de contas, tempo, mentiras, segredos e nem mesmo uma suposta traição, conseguiram destruir o que sentiam um pelo outro. Pelo contrário. Todas as adversidades apenas serviram para fazê-los enxergar que por trás do rancor, da mágoa e das palavras ferinas, o amor que sentiam estava bem mais forte do que antes. Forte o suficiente para acabar de uma vez por todas com todos os mal-entendidos. Mas... forte o suficiente para enfrentar duas revelações bombásticas? Mesmo que sejam revelações, no fundo (bem no fundo, é claro.rsrs...), encantadoras? rsrs... 

"- Você não pode comprar os hotéis de Sam - disse ela com firmeza e em voz baixa, as palavras saindo por entre os dentes. - Não quero trabalhar para você de novo.
- Acredite, também não quero você na minha folha de pagamento - proferiu Cristo de forma sucinta."

- Belo reencontro, não?rsrs... Sem sombra de dúvidas. Mas sempre ouvi dizer que cão que ladra não morde e no caso desse nosso mocinho é realmente verdade. Por trás desse aparente desprezo existiam sentimentos que ele daria tudo para evitar, sobretudo o desejo de abraçá-la e impedi-la de decepcioná-lo novamente e ir embora. Ele queria odiá-la. Por tudo que achava que ela lhe tinha feito. Mas não conseguia. Não era capaz de obrigar-se a feri-la, magoá-la, por mais que tentasse.

"Erin arfava, esforçando-se para se recompor tão rapidamente quanto ele. Os olhos de ametista estavam escuros de tanta emoção e não conseguiam esconder o ódio que ela sentia.

- Meu não quer dizer nunca - retrucou ela, trêmula. - Deixe-me em paz, fique longe de mim e pare de me ameaçar."

- Diferente da maior parte das mocinhas da autora, Erin não começa a chorar e se lamentar, considerando-se uma pobre vítima, diante da ameaça do seu ex. Além de ficar profundamente furiosa e indignada com a chantagem suja dele (como se não ansiasse por fazer logo o que ele "exigia".rsrs...), nossa mocinha também impõe as próprias regras e ainda lhe dá um banho que ele nunca será capaz de esquecer nesta vida.rsrs...

"Cristo lançou-lhe um olhar inflexível.
- Eu não acredito em você.
Ao ouvir aquela declaração, Erin simplesmente pegou a garrafa de vinho e a derramou sobre a cabeça dele, olhando com satisfação como o líquido dourado caía em cascata sobre o cabelo preto e aquele lindo rosto masculino. Assustado, Cristo esbravejou em grego e arrancou a garrafa da mão dela.
- Você ficou louca? - vociferou ele sem acreditar no que ela fizera.
Isenta de qualquer culpa, Erin o assistiu secar o rosto com um guardanapo.
- Eu devia estar louca quando me envolvi com você."

"- Você me traiu, e eu descobri... Aceite isso - aconselhou Cristo, entrando no chuveiro totalmente despreocupado com a nudez bronzeada. Mas, de fato, ele nunca tinha sido tímido. - É uma história antiga. Não tente ressuscitá-la.
- Eu devia ter batido em você com a garrafa."

- Estou desde domingo tentando fazer a resenha desta história. E o que me impediu foi uma dor de cabeça que insiste em não me deixar em paz. Neste exato instante não me sinto muito bem, mas percebi que esperar a dor de cabeça ir para o quinto dos infernos não é o mais aconselhável. Se eu continuasse esperando, acabaria não fazendo a resenha desta história e isso era algo que sequer era uma opção. Não poderia deixar de falar de uma história que, na minha opinião, é uma das melhores histórias que já li da minha querida autora. :) Uma história que me estressou (claro. Isso era inevitável.rsrs...), divertiu e apaixonou na mesma medida. Mesmo agora, dois dias depois de ter terminado de lê-la, continuo pensando nesse casal tão lindo e cabeça-dura. Tudo poderia ter se resolvido bem fácil entre eles se não tivessem guardado todas as suas dúvidas e medo para si mesmos. Mas o medo de tornarem-se vulneráveis ao revelar coisas que os constrangiam, falava mais alto. Sem mencionar o enorme orgulho que os dois possuíam (e continuam possuindo...)

"- Eu não vou desaparecer.
- Você vai se queimar se continuar me importunando - advertiu Erin. O pequeno rosto parecia inabalado, mas escondia toda a raiva que sentia. - Saia da minha vida ou você vai se arrepender.
- Não, eu não vou. Eu raramente me arrependo de alguma coisa - proferiu Cristo, visivelmente saboreando a situação. - Você tem medo de que eu estrague o seu futuro com Morton? Desculpe, koukla mou. Eu estarei fazendo um favor a ele. Você é tóxica.
Erin cerrou os punhos.
- Acho que você sentirá o efeito tóxico com mais força depois que isso acabar."

- Para Erin não foi fácil seguir em frente depois que seu relacionamento com Cristophe chegou ao fim. E não somente porque a dor que a invadiu foi profunda demais, mas também porque pouco tempo depois da separação ela descobriu que estava grávida, algo que a assustou e desesperou. Ela não estava preparada para ser mãe. Muito menos sem a ajuda de Cristophe. Com o fim do relacionamento, ela achou que era correto pedir demissão do emprego, pois não podia continuar trabalhando para ele. Não suportaria vê-lo depois da forma como ele a deixou. Porém, ao descobrir a gravidez, ela resolveu ir atrás dele. Procurá-lo, pois não tinha feito aquele bebê sozinha e precisava da ajuda dele. Engolindo o orgulho, ela tentou entrar em contato com ele, mas descobriu que Cristophe tinha proibido que qualquer ligação ou carta dela lhe fosse repassada. Ele não queria nem ouvir falar dela e assim Erin viu-se completamente só. Mas não ficou parada lamentando-se por sua sorte. Não. Ela lutou, pois agora não era responsável somente por si mesma. Colocaria um teto digno sobre a cabeça dos filhos que esperava (sim. gêmeos. Sorte maior ninguém tem.kkkk...) e lhes daria o que ela própria não tivera. E o que prometeu para si mesma, ela cumpriu. Ver Cristophe depois de imaginar onde ele estaria cada vez que ela batera uma ultrassonografia, sentira os filhos se mexerem ou chorara temendo não conseguir criá-los, foi um golpe doloroso para Erin. Sim. Ela tinha desejado vê-lo novamente, estar mais uma vez em seus braços, ouvi-lo pedir perdão por tudo que lhe tinha feito, mas também esperava nunca mais ter que colocar os olhos nele. 

"- Naquela época... - começou Cristo um tanto hesitante enquanto observava os músculos tensos nas costas delgadas dela e um pedaço vulnerável da nuca exposto pela cabeça curvada. - Eu não estava exatamente em contato com meus sentimentos.
- Não estou certa se você tinha algum... acima da cintura - especificou Erin, trêmula."

- Eu gostei muito desse casal. Confesso que o Cristophe me aborreceu muito no início da história, com aquela ideia de vingança e suas conclusões precipitadas, mas conforme fui conhecendo mais profundamente os pensamentos dele e suas lembranças, eu percebi que ele apenas estava ferido e disposto a se aproveitar de qualquer oportunidade para estar novamente com a mulher que nunca tinha deixado de amar. Sabia que não podia chegar simplesmente, depois de tanto tempo, e dizer que a queria de volta. Ele necessitava de uma desculpa. E se aproveitou da pior, é claro.rsrs... Mesmo assim, apesar de ele levar a chantagem adiante e ficar surdo para qualquer coisa que Erin dissesse, eu não o condenei. Se ele desse ouvido às verdades que Erin lhe dizia, não poderia aproveitar-se da situação em que a colocou para tê-la de volta. Ele se forçou a não ouvi-la. Só depois que se "vingou" (uma vingança que a Erin também apreciou bastante) é que ele resolveu pensar nas coisas que ela lhe tinha dito. Eu me apaixonei por ele porque apesar de ele ser um arrogante, eu enxerguei os sentimentos que ele fazia questão de ocultar até mesmo dele próprio e vi o quanto ele tentou não perder aquela segunda chance de ter uma vida ao lado de Erin. Ele nunca a considerou inferior (algo que outros mocinhos da autora fazem) e ainda se sentiu culpado por chantageá-la, mesmo acreditando que ela o tinha traído no passado. Mesmo assim, mesmo dizendo para si mesmo que a odiava, ele se sentiu culpado e isso para mim foi muito importante. Sem mencionar o fato dessa "vingança" ter sido muito particular: em nenhum momento ele a humilhou publicamente e no fundo eu não acredito que ele fosse realmente contar o que jurou que contaria caso ela não fizesse o que ele queria. Nunca vi um mocinho da autora tão louco pela amada como o Cristophe. Quando fica sabendo sobre as crianças, ele não tem aqueles típicos ataques de outros mocinhos da LG. Muito pelo contrário! O comportamento dele me surpreendeu e agradou muito. Mas não vou contar exatamente como ele reagiu.rsrs... Já estou falando até demais. :) 

- Esta é uma história que eu recomendo sem pensar duas vezes! Se não é a melhor história que já li da minha querida Lynne Graham, é com certeza uma das melhores! Eu me apaixonei perdidamente por esse casal e torci a cada instante para que eles se entendessem sem que mais sofrimentos viessem. E além disso também me diverti muito com as coisas que a Erin dizia para ele.rsrs... Não foi somente ao pai que a pequena Nuala puxou. Parte do temperamento explosivo da filhinha deles, vem da nossa mocinha.rsrs... 

10 de outubro de 2013

Atração Incontrolável - Sharon Kendrick


(Título Original: The Italian Billionaire`s Secretary
Tradutora: Angela Vianna
Editora: Harlequin
Edição de: 2009)


De simples secretária...

Ricardo Castellari sempre viu Angie apenas como sua secretária sem-graça... Até ela desfilar diante dele num vestido de seda vermelha que acentua suas curvas a cada passo. A partir deste momento, ele olha para ela não uma, mas duas vezes! 

... a escrava da paixão.

Angie não consegue resistir a uma noite de delicioso prazer com Ricardo. Ao regressar ao trabalho, ela se sente constrangida e resolve pedir demissão. Porém, Ricardo tem outros planos: para ser liberada, Angie deverá permanecer mais algum tempo com ele, mas agora como sua amante...


Palavras de uma leitora...


"O Natal sempre mexe com as pessoas, tanto no aspecto coletivo quanto no individual, pois cristaliza todos os medos e esperanças e faz com que todos sonhem, desejem, anseiem e se tornem conscientes de tudo o que lhes falta na vida."


- Angie não aguentava mais aquela situação. Não suportava mais ver o homem amado desfilar em sua frente com diversas mulheres diferentes. Também não suportava mais comprar presentes para elas, em nome dele. Imaginar como era estar nos braços dele e saber que nunca poderia realizar os sonhos que guardava bem fundo em seu coração, escondidos até mesmo dela própria. Há cinco anos vivia uma situação insustentável e estava mais do que na hora de dar um basta naquilo tudo. Era hora de recomeçar. Era hora de dizer adeus para Ricardo e o trabalho agridoce que desempenhava como sua secretária há tanto tempo. Aquela proximidade tão distante acabaria por destruí-la. Ela só esperava que o tempo a fizesse esquecer-se daquele amor impossível e tão doloroso. Não adiantava alimentar esperanças tolas, pois Ricardo era de um mundo totalmente diferente do seu e jamais se interessaria por uma mulher tão sem-graça como ela. 

Ricardo Castellari, um italiano multimilionário bastante seguro de si mesmo, estava perfeitamente confortável com a relação que mantinha com Angie. Sabia que acertara ao escolhê-la como secretária, pois assim jamais cairia na tentação de misturar trabalho com prazer. Afinal de contas, tudo que ele queria nos momentos de trabalho era dedicação total e tranquilidade, algo que não teria se escolhesse uma secretária que o fizesse imaginar o que se escondia por baixo das saias dela. Com Angie não corria esse risco, pois ela era o completo oposto do tipo de mulher que o interessava. Essa tinha sido justamente sua motivação para escolhê-la, entre tantas candidatas. Ao ver aquela jovem tímida, desarrumada e desinteressante, ele soube que ela seria perfeita como sua secretária. E como sempre, não estava enganado. Agora não podia imaginar sua vida sem ela. Sem sua eficiência e dedicação exclusiva, Ricardo não sabia como conseguiria cumprir todos os seus compromissos nos dias e horários marcados. Possivelmente, sequer tomaria conhecimento da metade deles, pois tudo isso era responsabilidade de Angie organizar e lembrá-lo. Por isso a pagava tão bem e temia que um dia ela resolvesse que merecia um trabalho melhor. Tinha completo pavor de perder o seu braço direito. Alguém que parecia conhecê-lo como ninguém e lhe proporcionava exatamente aquilo que ele desejava. 

Porém, a paz que Ricardo tanto valoriza em seu ambiente de trabalho está prestes a terminar... E talvez, tarde demais, ele perceba que Angie significa muito mais para ele do que ele até então imaginava.

"Nada mudaria, a não ser que ela provocasse uma mudança, e, portanto, precisaria ser forte para se proteger."

- A história começa pouco tempo antes do Natal, quando Ricardo, mesmo a contragosto, resolve participar de uma festa natalina com seus funcionários e acaba por dar de presente para Angie um lindo vestido vermelho, algo que ela jamais imaginaria usar em sua vida. Ao dar aquele presente para Angie, Ricardo estava apenas sendo caridoso e se sentia satisfeito, pois assim a impediria de usar as "coisas" que ela usava no seu dia a dia e insistia em usar nas festas também. Só que do alto de sua arrogância ele jamais poderia imaginar que aquele vestido, dado de modo tão inexpressivo, poderia revelar uma sereia lindíssima da qual nem a própria Angie tinha conhecimento. A partir do momento que vê Angie dentro daquele vestido, a visão de Ricardo sobre ela muda drasticamente e ele fica mais do que ansioso para quebrar a sua regra e fazer justamente o que não desejava: misturar trabalho e prazer. Só que todas as vantagens daquele tipo de relacionamento são tão tentadoras que não cair em tentação torna-se uma tarefa impossível. 

"- Você está me deixando louco, sabia? 
- Enlouqueça - ela disse, sentindo os lábios secos."


- Está aí uma boa história para ser lida como um passatempo. Não possui muitos dramas nem nada complexo. É uma história simples, sobre um assunto do qual já estamos acostumadas a ler: relacionamento entre patrão e secretária. Uma grande diferença para mim nesta história é o abuso por parte do Ricardo. Tudo bem que os outros mocinhos que conheço e se relacionam com suas secretárias, também acabam ultrapassando o limite, mas o Ricardo, na minha opinião, merecia um processo judicial.rsrs... Ele mostrou que não possuía muito caráter e só considerava os próprios sentimentos, em determinada cena do livro. Uma cena que só aumentou a minha antipatia por ele. Não estou dizendo que o detestei em todos os momentos e nem que ele não fez algo de bom. Na verdade, não sei bem o que sinto pelo Ricardo no momento. Existiram cenas nas quais ele até parecia gente. Mas também existiram aquelas cenas nas quais ele parecia feito de gelo. De um gelo incapaz de derreter, tenho que deixar claro.rsrs... 

Eu gostei bastante da Angie, sobretudo quando ela dizia certas verdades para o Ricardo. Mas ela também me irritou em certos momentos, embora eu possa compreendê-la. O amor dela pelo Ricardo a fazia suportar coisas que eu julgava humilhantes e embora soubesse se rebelar, bastava ele se aproveitar do quanto a conhecia, para ela se derreter nos braços dele. E também não aprovei o fato dela aceitar uma das chantagens dele. Ela poderia perfeitamente recusar e mandá-lo para o quinto dos infernos. Mas sei que não foi a ameaça que fez efeito e sim a chance de estar mais próxima dele.rsrs... Nunca conseguirei compreender o que ela viu nele! :D 

- Em resumo, posso dizer que não é uma história ruim, se você já está acostumada com esse tipo de história. Foi boa para passar o tempo, embora eu tenha tido certos problemas com o mocinho e até o tenha amaldiçoado em pensamento em certas ocasiões (em outras ocasiões eu o amaldiçoava verbalmente). Não posso dizer que me tornei fã da autora, mas até que gostei da história.rsrs... Não amei, mas gostei.

Bjs!

5 de outubro de 2013

Amável Tirano - Johanna Lindsey

(Título Original: Gentle Rogue
Tradutora: Isabel Paquet de Araripe
Editora: Record
Edição de: 1994)

3º Livro da Série Malory/Anderson

Georgina Anderson, caçula de seis irmãos, e única mulher, chega à Inglaterra e encontra seu prometido casado com outra e pai de dois filhos. Arrasada, cheia de ódio pela Inglaterra e por tudo que é inglês, ela resolve voltar para os Estados Unidos, o mais rapidamente possível. Sem dinheiro, ela se disfarça de taifeiro e embarca no Maiden Anne, deixando as tristezas nas costas da Inglaterra. Mas a inocente Georgina não desconfia o que irá lhe aprontar o capitão do navio - o libertino e irreprimível James Malory.

Fingindo desconhecer que ela é uma moça, Malory passa a partilhar o mesmo camarote e acaba por seduzi-la. Mas Georgina volta para casa sozinha, pois o ardente defensor do celibato não abre o coração para o matrimônio, numa jura que fez de que mulher alguma o levaria ao altar.

Numa história provocante de muita paixão, conflito e sedução, os personagens irão se envolver em incríveis façanhas amorosas num jogo de amor e rendição, paixão e ódio. 


Palavras de uma leitora...


"Do lado de fora, James pousou a garota no chão à sua frente. Ela deu uma boa olhada nele pela primeira vez à luz do lampião da taverna acima da porta, o bastante para fazê-la hesitar uma fração de segundo antes de chutá-lo na canela e disparar rua abaixo. Ele praguejou violentamente e saiu correndo atrás dela, mas parou a alguns metros, vendo que era inútil. Ela já desaparecera na rua escura. [...]

[...] - Como vou encontrá-la de novo, se nem sei quem é?

- Encontrá-la? - Anthony ria à socapa. - Como você gosta de sofrer, meu irmão. O que quer com uma moça que insiste em causar danos à sua pessoa, quando tem outra contando os minutos até a sua volta?

A garçonete com quem James combinara encontrar-se mais tarde já não o interessava tanto.

- Ela me deixou intrigado - replicou James simplesmente, depois deu de ombros. - Mas suponho que você tenha razão. A garçonete também serve, embora tenha passado quase tanto tempo no seu colo quanto no meu.

Mesmo assim, ele voltou a olhar para a rua deserta antes de se dirigirem para a carruagem que os esperava."


- Sabe quando uma história consegue te surpreender? E de maneira bem positiva? Eu tinha começado a ler essa história porque estava triste. E como não me agrada muito ficar triste, eu queria me irritar com alguma coisa que não fosse minha própria vida (risos) e imediatamente pensei num livro da Johanna Lindsey.rsrs... Que autora consegue ser mais especialista em me irritar do que essa autora? Não é segredo para ninguém que apesar de apreciar muito a escrita da autora, que me prende de forma impressionante, na maior parte das vezes, desejei matar seus mocinhos. E a culpa é toda deles, por amarem estuprar e agredir as mocinhas. E tem até aquele que além de estuprar, também aprecia drogar a mocinha. Foi por esse motivo que pensei num livro da autora para me tirar do meu estado de tristeza. Pensei que provavelmente acabaria por querer destruir o livro depois, mas que esqueceria meus próprios problemas, isso esqueceria.rsrs... Mas o livro se mostrou o oposto do que eu esperava e fez com que eu me apaixonasse perdidamente pelo meu querido cretino, James Malory. :D Vale que eu deixe claro que sou bastante ciumenta, por isso o James é só meu, ok?rsrs... Bem... Eu aceito dividi-lo com a Carlita e a Moniquita, mas as outras só poderão querê-lo, nada mais.kkkkkkk... Que pedaço de mau caminho ele é, gente! (suspiros...) Na verdade, não é só um pedaço. É o mau caminho por inteiro.rsrs... Acho que qualquer mulher abriria mão do paraíso por ele. Só espero não ser condenada por tal pensamento.kkkkkkkkk... Acho que não estou muito bem hoje, não.rsrs...


"A moça era um mistério, que ele pretendia solucionar. Primeiro, contudo, ia se divertir com a sua impostura, instalando-a em seu camarote fazendo-a pensar que o taifeiro costumava dormir ali. Teria que fingir que simplesmente não a reconhecera ou deixar que ela presumisse que ele não se lembrava do encontro deles. Claro, sempre haveria a possibilidade de que ela mesma não se lembrasse, mas isso não importava. Antes do fim da viagem, ela não compartilharia apenas o seu camarote. Compartilharia a sua cama."


Georgina Anderson estava cansada de esperar. Há seis anos esperava que seu prometido voltasse da Inglaterra para se casar com ela. E por esse e outros motivos, ela odiava tudo que fosse inglês. Além dos ingleses terem trazido prejuízos para o seu país e para os seus irmãos, também tiveram a audácia de recrutar seu prometido para participar de uma guerra contra os Estados Unidos. Só isso já era motivo mais do que suficiente para ela não suportar sequer ouvir o nome "Inglaterra". Mas o fato de Malcolm permanecer nesse país, mesmo após o fim da guerra, só aumenta o seu desprezo. E Georgina percebe que está mais do que na hora dela ir salvar o seu noivo. Por isso, sem a autorização e proteção dos irmãos, ela decide viajar para a Inglaterra em busca do noivo, pouco se importando para as consequências de seus atos. E lá... ela não encontra somente Malcolm, casado e pai de dois filhos, mas também encontra um muro de pedras que a abala como homem algum jamais tinha conseguido abalar. Alguém que mexe com todo o seu corpo de uma forma que até então lhe era desconhecida. Alguém que a faz perceber que nem tudo que é inglês, é de má qualidade.rsrs...

"Ela o olhou e abaixou a cabeça conforme planejara, mas o planejamento parou ali. Involuntariamente a cabeça voltou a se erguer e seus olhos fitaram os olhos verdes que recordava com tanta clareza quanto se eles lhe estivessem assombrando os sonhos, como efetivamente fizeram em algumas noites. 

Não era possível. O muro de pedra? Aqui? Aquele brutamontes arrogante cujo caminho nunca imaginara cruzar de novo? Aqui? Este não podia ser o homem a quem se comprometera a servir. Ninguém podia ter tanto azar."

O primeiro encontro entre Georgina e James não foi lá muito agradável... para ela.rsrs... Para ele foi o suficiente para fazê-lo se pegar lembrando do breve toque que compartilharam e do quanto apreciaria um relacionamento mais longo com ela. Mesmo não a tendo visto por inteiro (pois ela estava bem escondida em trajes masculinos), um olhar para os seus olhos o fez esquecer até mesmo aonde estava. Existia algo naqueles olhos escuros que ele nunca tinha visto antes. Algo que ele queria ver novamente. Algo que ele queria ver todos os dias de sua vida, mesmo que ainda não pudesse admitir isso para si mesmo. Mesmo que ele próprio ainda não soubesse. 

James Malory tinha todos os motivos do mundo para não confiar nas mulheres. Para ele, elas serviam somente para breves momentos de prazer. Sequer mereciam a posição de amantes, pois eram traiçoeiras e espertas demais para se aproveitarem até mesmo dessa posição. Por isso ele jamais se casaria ou teria amantes (somente casos de uma noite, tarde ou manhã). Permaneceria solteiro pelo resto da sua vida, mas jamais permitiria que uma mulher invadisse seu coração só para destroçá-lo depois com suas infidelidades. Ele sequer acreditava no amor. E continuou insistindo em não acreditar até mesmo depois de se ver prisioneiro pelos olhos de uma menina temperamental e misteriosa, que mexeu com ele como nenhuma mulher jamais tinha mexido. Alguém que ele não conhecia, mas desejava conhecer profundamente. Além da cama. Ele queria conhecer a verdadeira Georgina. Aquela que se ocultava por trás do temperamento explosivo e do ódio que jurava sentir por ele. 

" - Capitão? - conseguiu dizer, entre um beijo e outro.
- Hmmm?
- Está fazendo amor comigo?
- Ah, estou, minha garota querida.
- Acha que deve?
- Sem dúvida. É a cura, afinal, para a doença que você vinha sentindo.
- Não pode estar falando sério.
- Mas estou. A sua náusea, minha querida, não passava de um desejo sadio... por mim.

Ela o queria? Mas sequer gostava dele. No entanto isso explicaria perfeitamente por que estava desfrutando tanto esta situação. Era óbvio que não se precisa gostar do objeto da nossa paixão. E ela tivera a sua resposta. Falar, concentrar-se, não pensar no que estava sentindo, ao menos um minuto, não fizera nada daquilo sumir. Estava tudo ali, e loucamente excitante. Sim, ela o queria, pelo menos esta única vez."

- Logo depois de ter seu orgulho ferido ao perceber que todos os anos de espera pelo homem que acreditava amar, tinham sido inúteis, Georgina decide que está mais do que na hora de abandonar a Inglaterra e todos os sonhos de menina. Por esse motivo, não desejava sequer esperar nem mais um segundo para partir. A Inglaterra e tudo que fosse inglês lhe causava repugnância. Enquanto não partisse, não teria paz. E por ironia do destino, o único navio que estava para partir no momento, para onde ela desejava ir, era inglês e pertencia a um inglês. Mas afinal de contas, ela desejava ir embora e mais aquela provação não era nada comparada à possibilidade de ter que passar mais alguns meses naquele lugar. Por esse motivo, ela aceita partir naquele navio e trabalhar como taifeiro, já que o navio necessitava de trabalhadores e não de passageiros. Ocultando-se novamente por trás de trajes masculinos, ela acreditava que poderia passar-se facilmente por um garoto, mas não contava com o fato de já ter se encontrado antes com o capitão daquele navio e de ele não a ter conseguido esquecer. Ela também não poderia imaginar que viveria naquele navio, durante a longa viagem, momentos de pura raiva, diversão, paixão e... amor. E que jamais em sua vida poderia esquecer-se daqueles momentos e sequer poderia imaginar a dor que tomaria conta dela no momento do inevitável adeus...

"Sentimentos de gratidão e ternura misturavam-se a uma outra coisa que fazia com que quisesse lhe agradecer, beijar, dizer o quanto fora magnífico, o quanto ela se sentia eufórica agora. Não o fez, é claro. Continuou apenas abraçando-o, acariciando-o ocasionalmente. Finalmente, beijou-lhe o ombro tão de leve que ele nem poderia ter notado.

Mas ele notou. James Malory, entendido em mulheres, aristocrata corrompido, estava num estado de percepção tão aumentada que sentia cada movimento que a moça fazia, e ficou emocionado com a sua ternura, mais do que gostaria de admitr. Jamais sentira nada parecido e isso era tremendamente assustador."

- Sempre que leio um livro especial, me pego sem palavras para falar dele. Porque nunca sei o que dizer. Porque sempre, qualquer coisa que eu venha a dizer, não será suficiente. E tenho consciência de que essa resenha sequer chega aos pés do livro. Esse livro é tão especial que eu chego a ficar triste por não ter condições de mostrar para vocês o quanto o amo e quanto vale a pena lê-lo. Creio que vocês nunca me viram dizer tal coisa de um livro da autora.rsrs... Até mesmo Uma Doce Inimizade não pode se comparar a essa história, que é, sem sombra de dúvidas, a melhor história da autora que já tive a oportunidade de conhecer. E o mais incrível é que eu não esperava por isso. Em nenhum momento acreditei que fosse amar o James. Comecei a ler a história dele cheia de reservas e já preparada para mandá-lo para o quinto dos infernos.rsrs... Mas conforme fui conhecendo-o, ele foi conquistando profundamente o meu coração e me deixando totalmente louca por ele. Ele sabe ser um cretino, não há como negar. Mas é um cretino encantador, que no fundo não passa de um homem que necessitava encontrar em sua vida o verdadeiro amor. Alguém que era muito sozinho, mesmo rodeado por uma família amorosa, amigos que verdadeiramente o adoravam e um filho que via nele o seu herói. Ele precisava de amor. Ele precisava da nossa Georgina. Para mim, não existe mocinha mais perfeita para ele do que ela. :) E é muito lindo acompanhar a forma como o relacionamento deles evolui. E é algo tremendamente divertido também.kkkkk... Nunca li uma história da autora que fosse capaz de me divertir tanto. Foi uma experiência única, maravilhosa. E estou mais do que louca para ler o resto dos livros dessa série. Tenho certeza absoluta de que amarei todos eles. Porque tanto a família do James quanto a da Georgina também já conseguiu um espaço especial no meu coração. A Johanna Lindsey soube criar incríveis personagens coadjuvantes que darão ótimos protagonistas. A única coisa que me entristece um pouco é que parece que não haverá a história de todos os irmãos do James e todos os irmãos da Georgina. Eu penso que todos eles mereciam as próprias histórias. Até mesmo o mal humorado do Jason.rsrs... O ancião, como o James costuma chamá-lo.kkk... 

E como já não é novidade aqui no Brasil, até onde sei somente a história Amável Tirano foi considerada digna, pela editora, para ser publicada aqui. Até onde sei os outros livros da série não tiveram o mesmo privilégio. Sim. Um absurdo. Que é melhor eu nem comentar, senão falarei o que não devo.rsrs... 

E como faremos para ler os outros livros da série? Quem sabe inglês ou espanhol, terá que se contentar em ler nesses idiomas. Os outros terão que contar com as fãs que perdem horas e horas, dias, semanas e até mesmo meses, traduzindo os livros para que todas nós tenhamos a chance de conhecer esses livros maravilhosos, que as editoras insistem em não publicar aqui. 

"Com naturalidade, ainda sorrindo, ergueu o copo para ele antes de dar um gole.

- É muito sociável da sua parte, James. - O uso do seu nome agora, quando nunca o fizera antes, aborrecia-o, como ela por sinal imaginava. - Especialmente - continuou - porque tenho a impressão de que você está com raiva de mim por algum motivo.

- Com raiva? De uma moleca tão encantadora? Por que você pensaria uma coisa dessas?

Ela quase engasgou com o vinho tinto doce ao ouvir tal coisa.

- O fogo nos seus olhos? - indagou, atrevida.

- Paixão, minha querida. Paixão pura e autêntica.

O seu coração deu uma reviravolta dupla, enquanto ela ficava imóvel. Contrariando o seu bom senso, ergueu os olhos para os dele e lá estava a paixão a que se referira, quente, hipnótica, e tão sensual que foi até o seu âmago. Ela já virara uma poça no chão? Nossa!, se não virara, era o que estava acontecendo agora."

Segue abaixo a música desse meu casal tão precioso. :) Sim. Eles possuem uma música.rsrsrs... É que eu achei essa música simplesmente perfeita para eles. Ler a letra da música não é nada comparado a ouvir o Luis Fonsi cantando-a. Ouçam e verão se não é emocionante!

El Anillo y La Flor - Luis Fonsi

Como siempre cada viernes
él despierta su corazón
y detiene el mundo entero para verla
como siempre en la tiendita de
la esquina está la flor
que él sabe q ha nacido para ella

mientras va por el camiño
de su casa al amor
él revisa varias veces su bolsillo
él ya sabe exactamente
que es lo que va a decir
y en su mano aprieta fuerte el anillo

quiero amarte
y cuidarte por el resto de mi vida
besarte
hasta que duela el corazón
quiero caminar contigo
nunca más decirte adiós
y q el tiempo no pase jamás

como siempre toca el timbre
y ella sonríe al ver la flor
pero siente q esta vez es diferente
con la voz quebrada y de rodillas
toma su mano fuerte
y en lágrimas le jura para siempre

quiero amarte
y cuidarte por el resto de mi vida
besarte
hasta q duela el corazón
quiero caminar contigo
nunca más decirte adiós
y q el tiempo no pase jamás

quiero amarteeeeeeeee

quiero caminar contigo
nunca más decirte adiós
y que el tiempo no pase jamás

como siempre ellos hablan del anillo y de la flor
han pasado muchos años...
y aunque ha pasado tanto tiempo...
el amor nunca pasó


Segundo informações do blog Leituras & Devaneios, os livros que fazem parte dessa série, são:

Série Malory/Anderson & Associados

1-Love Only Once/ 1983 - Trad. Livre: Amar uma só vez
Personagens: Regina Ashton & Nicholas Éden

2-Tender Rebel/ 1988 - Trad. Livre: Terna e Rebelde
Personagens: Anthony Malory e Roslynn Chadwick

3–Gentle Rogue/ 1990 - Amável Tirano (Editora Record/ 1994) 
Personagens: James Malory & Georgiana Anderson

4-The Magic of you / 1993 - Trad. Livre: A mágica de seu ser
Personagens: Amy Malory & Warren Anderson

5-Say you Love me/ 1996 - Trad. Livre: Diga que me ama
Personagens: Derek Malory & Kelsey Langton

6-The Present/ 1998 - Trad. Livre: O presente (mais conhecido como “O Marquês e a Cigana”) Este é um conto natalino, onde vislumbramos grande parte dos protagonistas dos livros anteriores, e também conhecemos a história do primeiro Marquês de Haverston Chistopher Malory, com sua cigana Anastasia.

7-A Loving Scoundrel/ 2004 - Trad. Livre: Adorável Safada
Personagens: Jeremy Malory & Danny

8-Captive of my desires/2006 - Trad. Livre: Cativo dos meus Desejos
Personagens: Drew Anderson & Gabrielle Brooks

9-No Choice But Seductions/2008 – Trad. Livre: Sem mais alternativa que a Sedução
Personagens: Boyd Anderson e Katey Tyler

10- Promised to a rogue (That perfect Someone)/2010
Personagens: Richard Allen & Julia Miller

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