Título Original: Cien Años de Soledad
Tradutor: Eric Nepomuceno
Editora: Record
Edição de: 2019
Páginas: 448
28ª leitura de 2020
Sinopse: Neste que é um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
Olha, eu não sei nem o que começar a falar desta história pela qual senti coisas tão distintas, tão contraditórias. Ao mesmo tempo que digo que é um livro que não tem nenhuma chance de entrar para os meus preferidos e que não sentirei falta de personagem algum... também digo que jamais esquecerei esta história e que todos os membros da família Buendía conseguiram marcar a minha vida... de uma forma ou de outra.
Mas antes de tentar colocar em palavras a confusão de sentimentos que tomou conta do meu interior, preciso avisar que a resenha poderá conter SPOILER. E mais do que isso, que existem gatilhos no livro. Avisos dados, prosseguirei.
*Gatilhos: Pedofilia, incesto, exploração sexual, violência, assassinatos.
Quando você lê um suspense ou um livro de terror, ninguém precisa te avisar que poderá conter cenas pesadas, pois você já espera que coisas assim se passem naqueles gêneros. Mas quando se trata de um livro assim, com capa bonitinha e colorida, aparentemente mais leve de ler, acho importante avisar.
"Os filhos herdam as loucuras dos pais."
Nesta história acompanhamos sete gerações de uma mesma família. Suas dores, sua solidão, seus erros, seus pecados, suas conquistas e perdas... Uma família, de certa forma, amaldiçoada, condenada pelo destino a viver uma série de repetições. E do destino não era possível escapar.
Tudo começa quando dois primos, José Arcádio Buendía e Úrsula Iguarán decidem se casar, mesmo que existisse na família a lenda de que casamentos entre parentes resultassem em filhos que nasciam com partes de animais, sobretudo rabo de porco. Ainda que tomada pelo medo de vir a ter filhos que não seriam totalmente humanos, Úrsula acaba se casando, mas se recusa a entregar-se ao marido, o que acarreterá na primeira grande tragédia a perseguir a família: sofrendo com o deboche de alguns homens da cidade, um dia José Arcádio Buendía perde a cabeça e acaba assassinando um vizinho. Acontecimento este que o atormentará até o fim de sua vida.
Após o assassinato, perseguidos pelo fantasma do morto, que não os deixava em paz, José Arcádio e Úrsula partiram, dispostos a reconstruírem a vida em outro lugar. Diversos vizinhos resolveram acompanhá-los, acreditando numa vida melhor, e assim fundaram, no meio do nada, a aldeia que ficaria conhecida como Macondo, onde nenhum morador era melhor que ninguém, onde todos viviam de maneira igualitária e construíam com as próprias mãos o necessário para mobiliar suas casas, arrumar a aldeia e criar seus filhos.