29 de maio de 2012

Raízes do Ódio - Sandra Marton [Maratona de Banca 2012 - Maio]


(Título Original: Out of the Shadows
Tradutora: Carolina de Hollanda
Editora: Nova Cultural)

Em maio: Secretárias


Basta uma centelha para dar início a um romance. Basta uma intriga para terminá-lo.

Abraçada a Matt, Lauren entrou na cabine do veleiro, na expectativa de viver seu grande momento de amor. Um raio de luar penetrando pela clarabóia foi a testemunha silenciosa dos suspiros que cortaram a noite, no instante mágico de tornar-se mulher.

Lauren havia se esquecido por completo de que aquele homem jamais poderia ser seu. O importante era aproveitar cada segundo de felicidade, ainda que lhe custasse lágrimas amargas de arrependimento.



Palavras de uma leitora...



- No mês de maio o tema da Maratona de Banca é "Secretárias". Chefe que se apaixona pela secretária. Desta vez estou fazendo o post bem tarde, não? Geralmente, faço no início do mês e não no final. Enfim...

- A história começa três anos depois do fim de um namoro proibido entre Matt e Lauren. Ambos se sentem atraídos depois de se verem pela primeira vez num clube. Matt impede Lauren de acabar indo parar no hospital por estar sem óculos (ela é bem míope. Nisso nós nos parecemos.rsrs...) e ela acaba se deixando envolver pelo charme dele. Mas a mãe dela quase faz um escândalo depois de vê-los juntos (só não faz porque não queria estragar suas chances de fazer parte do clube). Ela quase tira a Lauren à força de perto do Matt e depois diz coisas horríveis sobre ele, deixando claro que preferia a morte do que ver sua filha ao lado daquele homem (não estou exagerando, não. Eu pensei mesmo que ela preferia morrer do que ver a Lauren com o Matt). 

O Matt procura pela Lauren depois daquele encontro que para os dois foi inesquecível. Ele liga para a casa dela, lhe envia uma carta, mas a mãe dela esconde tudo da Lauren e ela só fica sabendo que o Matt não tinha esquecido dela porque acaba tendo que trabalhar diretamente para ele.rsrs... Ele não entendia de computadores (o livro se passa no século XX) e só a Lauren era capaz de ajudá-lo. Achei muito engraçado quando ele quase "matou" o computador.kkkkkk... Enfim... Ela fica sabendo que sua mãe estava fazendo a parte dela para separá-los, mas é graças a insistência do Matt que eles acabam se envolvendo. Não direi como é a relação deles, pois a história é tão curtinha que eu acabaria contando tudo. Só o que eu disse já achei muito. É um florzinha, entende? É um livro muito pequeno. 

- O que posso dizer sobre o casal? Acho melhor falar sobre cada um primeiro.rsrs..

Primeiro, o Matt. :) O achei um fofo! Desde o início ele é um amor. Compreensivo, apaixonado, carinhoso... um sonho! Não diria que o amo muito, mas gosto bastante dele. Não é um personagem que tenha me irritado (só em um momento e somente um!) e eu cheguei a achar que ele estava sendo castigado por algum pecado que cometeu em outra vida ao se apaixonar pela Lauren.rsrsrs... Pode ser implicância minha, mas eu achei que ele merecia uma mulher melhor. Sinceramente, essa é minha opinião. Ele era maravilhoso demais para alguém que não tinha um pingo de coragem de lutar pela própria liberdade e o amor que sentia por ele. Não pude deixar de sentir um pouco de pena dele por ter escolhido justamente a Lauren.kkkkkkk... Mas não acho que ele vá ser infeliz, tenho que confessar. Ele ama aquela garota e ficará muito melhor com ela do que sem a tonta! 

Agora sobre a Lauren... Eu entendo que ela tenha uma personalidade mais passiva. Que não tenha a mesma coragem de enfrentar as situações que algumas mocinhas que conheço teriam. Por exemplo, no lugar  da Suzana (O Diário de Suzana para Nicolas), Gelina (A Conquistadora), Jennifer (Um Reino de Sonhos), Whitney (Whitney, Meu Amor), Tracy (Se Houver Amanhã), Tessa (Nunca Sem Meu Filho!) e Annie (Identidade Roubada) ela simplesmente desistiria. Não creio que seja só pelo fato dela ser uma mocinha de um livro de banca, pois conheci várias mocinhas corajosas e determinadas nesses livrinhos que tanto amo. A Tessa, de Nunca Sem Meu Filho, por exemplo. Ela foi bem corajosa. Não era nenhuma fraca e eu a admiro muito. Mas a Lauren... Ela deixa qualquer um controlar sua vida, principalmente sua mãe. Acho que ela esqueceu que tinha crescido, que não era mais uma criancinha que deveria fazer tudo que a mamãe mandasse. A mãe dela a dominava completamente. Sempre que a Lauren tentava se fazer ouvir, a mãe dela dava uma de atriz (chorava e tudo) e ela logo estava pedindo desculpas e fazendo as vontades da mãe. Não sei como o Matt foi capaz de aturá-la!kkkkkk... A Lauren era incapaz de lutar pela própria liberdade e pelo amor que sentia pelo Matt. Se não fosse por ele, aquele romance nem teria começado. Resumindo: não sou fã da Lauren. Pelo contrário: não a suporto.rsrs...

Eu não digo que ela não tinha direito de cometer erros, que não tinha direito de cometer algumas idiotices. Eu mesma faço cada tolice que fico brigando comigo mesma. Sou insegura, já me deixei manipular... Não sou perfeita e nem esperava perfeição da Lauren. Não. Não é isso. Eu só acredito que se dependesse dela, ela seria uma infeliz, pois jamais (jamais mesmo) teria forças para lutar pela própria felicidade. Sabe o que é deixar as outras pessoas te controlarem completamente? É isso que a Lauren permitia. Não deu para gostar dela. 

- Mas eu gostei da história. Nem a mocinha conseguiu fazer com que eu me arrependesse de ter lido o livro. Não é um romance inesquecível. Não é um livrinho que possa fazer parte dos meus favoritos, mas eu achei a história deles bem fofa (graças ao Matt é claro, que lutou pela Lauren). É uma história bem simples, suave, romântica, doce. Para passar o tempo. Para ler quando quisermos fugir daqueles livros mais complicados, cheios de reviravoltas que algumas vezes acabam destruindo nossos nervos.rsrs... É um livrinho para lermos quando apenas quisermos ler um romance bonito, sem dramas. Eu gostei da história.

- Só que não poderia deixar de comentar sobre algumas outras coisinhas. O fato da história se passar totalmente no passado (não achei que houve "história" no presente) foi algo que não me agradou muito. Achei que não foi justo com o casal, pois só ficamos conhecendo o passado deles. Como é um florzinha, faltou "espaço" para mais história, mas aí a autora poderia ter falado um pouco menos sobre o passado. O passado deles é bonito, claro. É toda a história do livro, mas não foi justo com o casal contar somente o passado. Na verdade, não foi justo com o Matt. E uma coisinha no final do livro também me desagradou, mas não posso falar sobre isso senão irei entregar um grande segredo. 

- Valeu a pena, sim, ler o livro! Não me arrependo. Dei quatro estrelas ao livro, pois o achei digno delas. E é um livro que eu acredito que irei reler um dia.rsrs... Sim, eu acredito nisso. Provavelmente irei xingar a mocinha, mas lerei de novo um dia. 

Eu recomendo o livro para todos que gostam de um romance suave. Que conhecem bem os florzinhas e são fãs dos romances de banca. Se você não é fã dos romances de banca eu não te aconselho a começar por esse, é claro. Também recomendo aos fãs da Sandra Marton. Creio que só gostei desse livro apesar da mocinha ser insuportável porque a autora tem uma escrita envolvente e criou um mocinho adorável. 

- Esse livro foi uma indicação da minha querida amiga, Carlita. Flor, como eu te disse, o livro valeu a pena e não me arrependo de tê-lo lido! Te agradeço pela indicação! Mas você sabia que depois de "A Conquistadora" (outra indicação sua) seria difícil outro romance me conquistar tanto. Depois da Gelina não pude aceitar a infantilidade da Lauren.rsrs... 

Para conhecerem as resenhas de maio dos outros participantes da maratona, cliquem AQUI

Bjs e até breve!



27 de maio de 2012

Identidade Roubada - Chevy Stevens


(Título Original: Still Missing
Tradutor: José Roberto O`Shea
Editora: Arqueiro)




Era para ser um dia como outro qualquer na vida de Annie O’Sullivan. A corretora de imóveis levanta da cama com três objetivos: vender uma casa, fazer as pazes com a mãe e não se atrasar para o jantar com o namorado.

Naquele domingo, aparecem poucas pessoas interessadas em visitar o imóvel. Quando Annie está prestes a ir embora, uma van estaciona diante da casa e um homem sorridente vem em sua direção. A corretora tem certeza de que será seu dia de sorte. Mas o inferno está apenas começando. Sequestrada por um psicopata, Annie fica presa durante um ano inteiro em um chalé nas montanhas, onde vive um pesadelo que deixará marcas profundas.


Construído de maneira extremamente original, Identidade roubada é o relato visceral que Annie faz à sua terapeuta dos 365 dias em que ficou à mercê do homem a quem chamava de Maníaco.

As memórias que vêm à luz ao longo de 26 sessões de análise são intercaladas com a história de sua vida desde que conseguiu escapar do chalé: a luta para superar seus medos e se reencontrar, a investigação policial para descobrir a identidade do sequestrador e a sensação perturbadora de que seu martírio ainda não acabou.

Em sua estreia, Chevy Stevens cria uma heroína inesquecível que, depois de sobreviver a uma experiência devastadora, precisa descobrir a verdade para se libertar.

Surpreendente e avassalador desde a primeira página, este thriller psicológico entrou na lista de mais vendidos do The New York Times e foi finalista dos conceituados prêmios Arthur Ellis e International Thriller of the Year. 




Palavras de uma leitora...


"Existe por aí um monte de livros dizendo que a gente cria o próprio destino, e que aquilo em que acreditamos irá se realizar. Nós devemos sair por aí só com pensamentos positivos na cabeça, e então tudo será sombra e água fresca. Não... desculpe... não é nada disso. A gente pode estar se sentindo mais feliz do que nunca e mesmo assim pode acontecer uma grande merda.


Mas a merda não apenas acontece. Ela derruba e esmaga você no chão, porque somos idiotas o bastante para acreditar em sombra e água fresca." [Página 78]




- Vocês não têm noção do quanto esse trecho me marcou. Fico relendo-o e pensando em tudo que aconteceu com a Annie. Todo o pesadelo que ela viveu e sinto muita vontade de chorar. Também sinto vontade de gritar, atacar o livro longe e matar certos personagens com minhas próprias mãos. Estou sentindo uma mistura louca de sentimentos. Nem sei explicar o que sinto... Enquanto lia esse livro eu tinha medo até de sair de casa. E ainda estou apavorada. É um dos livros mais intensos que já li na vida. Um dos mais abaladores. Mais chocantes. Nunca irei superá-lo. Esquecê-lo. Seria impossível.




"Naquela noite, enquanto sirenes passavam diante da nossa casa, aumentei o volume da TV para não ouvir o barulho. Mais tarde, descobri que todo aquele tumulto era por causa de Daisy e do meu pai.


No caminho de casa, meu pai parou na lojinha da esquina. Enquanto atravessavam o cruzamento, um motorista bêbado avançou o sinal vermelho e bateu neles de frente. O imbecil amassou nossa van como se fosse um lenço de papel. Passei anos me perguntando se eles ainda estariam vivos caso eu não tivesse implorado a meu pai que comprasse sorvete para sobremesa. Só consegui ir adiante porque tive certeza de que a morte deles era a pior coisa que poderia acontecer na minha vida. Puro engano." [18]




- Nem sei por onde começar. É difícil falar sobre esse livro. Não paro de pensar em tudo que aconteceu e no quanto a Annie foi forte. No lugar dela, eu teria morrido. Simples assim. O Maníaco não precisaria me matar e nem eu precisaria acabar com a minha vida. Simplesmente jamais teria a força da Annie. Ela é uma guerreira, alguém que sempre irei admirar. Uma personagem que já ganhou destaque na minha lista de favoritas. Não dá para não admirar alguém que sofreu tanto e mesmo assim deu a volta por cima. Alguém que foi cruelmente destruída pela vida e que conseguiu se levantar, mesmo que fosse duro juntar seus pedaços. Falar da Annie me faz sentir uma dorzinha dentro de mim. Se tinha alguém que não merecia sofrer tanto, era ela. E se vocês soubessem... Soubessem o quê?! Vamos falar sobre isso daqui a pouco. Mas nem adianta terem esperança. Não contarei segredos da história.


Era um domingo de sol. Annie estava ansiosa para vender um imóvel e em vez de ficar em casa, curtindo o dia lindo, foi trabalhar. O dia foi calmo. As pessoas estavam aproveitando o aparecimento do sol e quando ela estava prestes a ir embora, um estranho simpático apareceu. Ele era atraente e tinha um sorriso irresistível. Queria ver o imóvel e parecia entender o fato de que ela já estava indo embora. Ele foi tão adorável, gentil e compreensivo que Annie acabou aceitando mostrar a casa para ele. Mas ela não podia imaginar que estava diante de um louco. Um louco que iria destruir a sua vida.


Ele a sequestrou. O fraco movimento facilitou as coisas. Quando Annie percebeu, havia um revólver encostado em suas costas.


"No segundo que esperei pela resposta, percebi que ele estava muito perto de mim. Algo rígido pressionou minha região lombar.


Tentei me virar, mas ele agarrou meus cabelos e puxou minha cabeça para trás, com um gesto tão rápido e doloroso que parecia arrancar meu couro cabeludo. Meu coração ficou espremido entre as costelas, e o sangue subiu à cabeça. Eu queria que minhas pernas chutassem, corressem... que fizessem alguma coisa... mas elas não conseguiam se mexer.


- É, Annie, isto aqui é uma arma. Então, escute bem. Vou soltar seu cabelo e você vai ficar calminha, enquanto vamos até o carro. E quero ver esse sorriso bonito até chegar lá, está bem?" [Páginas 12 e 13]




- Annie não conseguia respirar. Estava em choque. Era difícil acreditar que aquilo estava acontecendo. Que ela estava realmente sendo sequestrada e que provavelmente seria assassinada antes que alguém tivesse tempo de notar a sua falta. Ele a levou para o carro. Ela tentou fugir depois de entrar, mas ele tinha trancado a porta através de uma chave de acionamento a distância. Pouco tempo depois, o carro parou. Ele a fez sair do carro e a levou até o porta-malas. Annie começou a lutar, socar e chutar. Gritava, mas não havia ninguém para socorrê-la. Ele conseguiu colocá-la no porta-malas e pouco tempo depois Annie estava desacordada.


Era só o início do inferno... Durante um ano, Annie sentiria na pele o que um psicopata é capaz de fazer com outro ser humano. Seria espancada, estuprada, aterrorizada, perderia muito. Perderia tudo.




"E, já que estamos acertando os ponteiros, vamos estabelecer algumas regras básicas antes de começarmos nossa brincadeira. Vai ter que ser do meu jeito. Isso quer dizer que você não vai perguntar nada. Nem mesmo "Como se sentiu quando blá-blá-blá...?". Vou contar a história desde o começo e, quando quiser ouvir sua opinião, eu peço.


Ah! E, caso queira saber, não, nem sempre fui uma pessoa amarga." [Página 8]




- Annie tinha uma vida agradável. Um namorado lindo e bem-sucedido, uma carreira que a fazia viver com conforto, uma casa que amava com todo o seu coração e que tinha lutado muito para conseguir. Uma cadela que era sua melhor amiga. Era uma mulher independente, bem-sucedida e que nunca tinha feito mal para ninguém. Vivia a própria vida sem incomodar os outros.


Naquele dia, ela tinha tido mais um dos seus desentendimentos com a mãe. Por um motivo fútil. E daria tudo para ter aquele momento de volta. Daria tudo para ouvir mais uma vez a voz da mãe. Para sentir seu abraço. Queria que o tempo voltasse e que ela não tivesse saído de casa naquele dia... Naquela noite, seu namorado iria na sua casa. Quanto tempo ele demoraria para perceber que algo estava errado? Será que haveria tempo para salvá-la? Será que alguém conseguiria encontrá-la com vida?


- O Maníaco, que dizia se chamar David, a levou para um chalé. Um lugar isolado de tudo... Um lugar do qual Annie jamais poderia escapar.




"Eu não tinha como me proteger, nem como sair. Era preciso me preparar para o pior, mas eu nem sequer sabia o que o pior poderia ser." [Página 21]


- O pior é muito mais do que qualquer um de nós poderia imaginar. Alguém aqui já assistiu Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais? Já assistiu algum filme sobre psicopata? Eu já. E mesmo assim fiquei chocada com as atitudes do Maníaco. E não só chocada. Apavorada. Completamente apavorada. Foram muitos os momentos nos quais eu fiquei gelada. Nos quais eu tremi e senti náuseas. Senti desespero por não poder tirar a Annie de lá. Imaginei cada cena. Vi suas lágrimas, escutei seus gritos, imaginei sua dor, sua angústia. Pude escutar ela chamando pela mãe, pelo namorado... por alguém que a socorresse. E foi um pesadelo. Minhas noites de sono não foram nada boas enquanto eu lia esse livro. E mesmo quando terminei a leitura, continuei em agonia. Cada soco, cada coisa terrível que ele fazia com ela me deixava desesperada. Eu só queria que um milagre acontecesse e ela conseguisse sair dali. Esperava a cada instante que a polícia invadisse o local e a socorresse. Mas o tempo passa, gente. O tempo passa e ninguém aparece.


Depois desse livro tenho certeza de uma coisa: coitado do mocinho que estuprar uma mocinha nos próximos livros que irei ler. Se existir um livro com estupro por parte do mocinho, ele já estará condenado. Fui tolerante com alguns livros. Já perdoei estupros em vários livrinhos que se tornaram queridos por mim. Mas depois desse livro, cada vez que ler um livro no qual o mocinho da história abuse da mocinha, irei lembrar da Annie, irei lembrar da sua dor e não me vejo mais sendo capaz de perdoar. O Maníaco não era nenhum mocinho, mas sempre verei a Annie nos meus pensamentos. Sempre lembrarei da sua dor. Por isso, não serei mais capaz de perdoar estupro por parte do mocinho em alguma história. O mocinho terá que sofrer os tormentos do inferno para eu perdoá-lo. E mesmo assim... Não sei se voltarei a ser capaz. Você precisaria ler o livro para saber por que eu não conseguiria mais. Você precisaria ler o que a Annie diz. Precisaria se envolver e imaginar a dor dela. É simplesmente um pesadelo. Se você decidir ler esse livro se prepare para a dor que vai sentir durante a leitura. Não estou brincando e nem aumentando as coisas. Ler esse livro é uma tortura, gente. Mas depois que começamos a ler, mesmo sofrendo, mesmo angustiados, não conseguimos parar. Não é possível fechar o livro e virar as costas para a Annie. Para a sua história. Eu não consegui.




" Ele me roubou o Natal. Junto com um monte de outras coisas, claro. Você sabe... coisas como amor próprio, autoestima, alegria, segurança, a capacidade de dormir numa cama... mas, tudo bem... quem vai ficar se queixando?" [Página 53]




- Ele destruiu a vida dela. Seus nervos, marcou seu corpo, sua alma. O que ele fez com ela não tem nome. E só em pensar que ela ficou vivendo aquele inferno por um ano... Sabe... Ela tem razão. Se escrevêssemos nosso próprio destino, se só bastasse ter pensamentos positivos para que a vida fosse perfeita, se só bastasse a gente fazer o bem, a Annie jamais viveria aquele pesadelo. Jamais seria estuprada, espancada e obrigada a fazer coisas doentias... E centenas de pessoas, na vida real, não passariam por centenas de diferentes infernos. Mas inferno da mesma forma. Não. Nós não escrevemos nosso próprio destino. Pelo menos, não sou capaz de acreditar nisso agora.




"Antes de tudo isso acontecer eu nunca fui muito simpática, e tinha bons motivos - irmã morta, pai morto, mãe alcoólatra, padrasto babaca -, mas ao menos eu tentava não descontar a merda no mundo inteiro. Hoje em dia? Cara! Parece que qualquer um me deixa irritada. Você, os repórteres, os tiras, o carteiro, uma pedra no meio do caminho." [Página 62]




- Não direi como a Annie consegue escapar. Não contarei como foram as coisas entre ela e o Maníaco (só precisam saber que ela foi estuprada, espancada e submetida a coisas absurdas. Mas não contarei cada detalhe.) e nem revelarei nenhum segredo. Vamos falar sobre outras coisas agora.


Quando a Annie finalmente volta para sua cidade, sua casa, sua vida (bem... se é que se pode chamar aquilo que ela passou a ter de vida. Lembram o que eu disse sobre ele ter destruído a vida dela? Eu não estava brincando.), ela se torna uma pessoa bem amarga. Serão muitas as vezes em que vocês verão ela xingando, ignorando os amigos e afastando qualquer um da sua vida. Alguns podem condená-la, mas por favor, não faça isso aqui, pois não conseguirei ficar calada.rsrs... É preciso passar pelo que ela passou para ter direito de dizer que ela se comportou de forma estúpida. Que ela deveria ficar sorrindo para todo mundo e feito de conta que sua vida não era uma merda. Ela não passou por pouca coisa naquela droga de lugar, não ficou contente quando aquele sádico invadiu o seu corpo, socou cada centímetro seu. Inferno! (respira fundo, Luna. Respira bem fundo.) Ela sofreu os tormentos do inferno! E não acho justo alguém virar e dizer que isso não era desculpa para ela agir como passou a agir. Sabem o que é estar destruída? Completamente destruída? Conseguem imaginar isso? Então podem perceber que é impossível ser a mesma pessoa depois de ser feita em pedaços.


- Não sei se vocês já perceberam, mas estou com muita raiva. Uma raiva terrível. Gostaria de gritar aqui tudo que está preso. Tudo que gostaria de colocar para fora, mas acabaria falando demais e não desejo isso. Então, é melhor eu me controlar.


- Quando, após retornar, a nossa Annie passa por um momento de profundo desespero, ela decide procurar uma terapeuta. Alguém para quem ela pudesse contar tudo. Alguém que a ajudasse a sair daquele inferno. Que a ajudasse a se libertar. E é assim que nós passamos a conhecer sua história. O livro é dividido em 26 sessões. Uma mais forte do que a outra. A cada sessão mais coisas são reveladas. Nós acompanhamos o passado e o presente da Annie. Em alguns momentos ela vai viajar para mais longe... para sua infância, quando ela perdeu o pai e a irmã. Sentiremos com ela a culpa que ainda a devora, descobriremos que ela ainda não superou aquela perda, seremos levados de volta para o chalé... Acompanharemos sua "vida" lá... e seremos levados para o presente de novo. Saberemos como está sendo a "vida" da Annie. Iremos descobrir por exemplo, que ela não consegue dormir mais na própria cama. Que se esconde no closet, pois sente que não está segura. Que abraça a cadela e chora sozinha, cheia de medo e sendo atormentada pelos fantasmas do passado. Acredite, não é fácil. Não dá para ficar indiferente ao sofrimento dela. Não dá para não se envolver.




"O interessante é que quase ninguém pergunta como me sinto agora... não que eu fosse dizer. Só me pergunto por que não há interesse em saber o que acontece depois... todo mundo só quer saber da história. Acho que as pessoas pensam que a coisa acaba ali.


Quem me dera." [Página 52]


- Pois é. Como os seres humanos podem ser insensíveis! Fiquei indignada com a quantidade de egoísmo que vi nesse livro. Com os malditos repórteres que só queriam ganhar dinheiro através da história dela. Que não estavam nem aí para o que ela tinha sofrido. Só queriam a história. E fiquei indignada com muitas outras coisas. 


- Houve um determinado momento da história na qual eu senti raiva de mim mesma. Muita raiva. Por quê?! É difícil confessar isso, mas houve um momento no qual eu senti pena do Maníaco. O quê??????!!!!!!! Sim. É verdade. Felizmente, o sentimento passou logo. Mas é que com a quantidade de revelações feitas durante essa história, eu me peguei lamentando por ele também. Não direi quais foram os meus motivos. Leiam o livro para descobrir, meus queridos. Sei que gosto de spoiler e algumas pessoas que conhecem meu blog também gostam, mas eu própria pedi para minhas amigas não me contarem demais. Eu queria descobrir lendo. Esse é um tipo de livro que é crime contar os segredos. Vocês vão até gostar de perder o fôlego com as revelações.rsrs... Não privarei ninguém dessa sensação.kkkk... 




"Eu odiava levar em conta a opinião de um maníaco. Mas se alguém nos diz que o céu é verde, embora saibamos que é azul, e a pessoa age como se ele fosse verde, e repete que é verde dia após dia, como se de fato acreditasse nisso, finalmente começamos a nos perguntar se não estamos loucos por pensar que é azul." [Página 71]


- Sabe... Como a Moniquita disse, ela teve que ser muito forte para não enlouquecer. Ela tem uma força que causa admiração. Que a torna inesquecível. Eu no lugar dela teria ficado completamente louca. Literalmente. Ele queria forçá-la a acreditar que ele estava certo. Que tudo que ele fazia era normal. Ela estava errada por não aceitar seu destino. Por não aceitar que ele era o cara que ela estava esperando. Você conseguiria permanecer normal diante de uma coisa dessas? Com alguém, dia após dia, fazendo você acreditar que está errada? Em algum momento, você não acreditaria mais em você mesma. Eu pelo menos não seria capaz. Se bem que eu teria morrido antes mesmo de enlouquecer.




"Eu costumava me perguntar: Por que eu? Por que, entre todas as mulheres que podia ter sequestrado, ele foi escolher uma corretora de imóveis, uma mulher que trabalha? Eu não era exatamente a esposa ideal para um homem das montanhas. Não que eu desejasse a alguém o que tinha acontecido comigo, mas não teria sido melhor para o Maníaco uma pessoa mais frágil? Alguém que não causasse tanto problema? Mas percebi que ele sabia o que estava fazendo. O tempo todo." [Página 71]




- Existe um momento no qual a Annie confessa para a terapeuta que acha que está enlouquecendo. Motivo? Ela sente que as coisas ainda não acabaram. Sente que não está segura. Vive com medo como se alguém ainda quisesse lhe fazer mal. Será que ela está mesmo enlouquecendo, gente? Será que é consequência de tudo que ela sofreu? Ou... Ela realmente ainda está em perigo? 


Durante as investigações policiais ficaremos em choque diante das revelações. Serão muitas e capazes de realmente roubar o nosso ar. Se preparem para emoções fortíssimas. Do começo ao fim. A história não é tranquila em momento algum. Nós prendemos a respiração várias vezes durante a leitura. Nossos nervos ficam à flor da pele.




"Você tem jeito de ter abraçado essa profissão porque quer mesmo ajudar as pessoas.


Talvez não possa me ajudar. Isso me deixa triste. Não por mim, mas por você. Deve ser frustrante para um terapeuta ter um paciente incurável. Aquele primeiro profissional que procurei ao voltar para Clayton Falls me disse que ninguém é uma causa perdida, mas acho isso balela. Tenho certeza de que tem gente que fica tão esmagada, quebrada, que nunca deixará de ser um fragmento humano.


Eu me pergunto quando a coisa aconteceu com o Maníaco. Qual terá sido o momento decisivo... o momento em que alguém pisou com o calcanhar da bota e esmagou a vida dele e a minha.


... Teria sido no útero? Ele teria alguma chance? Eu tive?


... Ele tinha o lado maníaco, o cara que me sequestrou, me espancou, me estuprou, me submeteu a brincadeirinhas sádicas, me aterrorizou. Mas, às vezes, quando estava reflexivo, feliz ou entusiasmado, quando seu rosto se iluminava, eu enxergava o sujeito que ele poderia ter sido. Talvez aquele cara tivesse formado uma família e ensinado a filha a andar de bicicleta, e teria feito para ela bichinhos com balões, você entende? Que droga! Talvez tivesse sido um médico e salvado muitas vidas." [Página 99]




- Esse trecho me deixa muito triste, pois eu também pude imaginar que tudo poderia ter sido diferente. Que se... as coisas não tivessem sido uma droga desde o início (não direi o que tornou o Maníaco um psicopata), ele certamente seria alguém muito diferente. Alguém poderia ter estendido a mão para ele e o salvado, entende? E assim, também teria salvado a Annie. São por coisas como as que acontecem nessa história que eu às vezes penso que Deus se arrependeu de ter criado os seres humanos. E que chora o tempo inteiro por causa de nós. Mas Ele nos ama demais, sabe? E por isso ainda não acabou com a gente. Destruímos uns aos outros. O tempo inteiro. É tanta maldade que muitas vezes, sinceramente, eu não quero nem sair de casa. Minha mãe certa vez me contou uma coisa que fazia quando criança. Foi num momento difícil que eu estava vivendo. Ela disse que quando era criança e via alguma coisa terrível na televisão, se escondia dentro de uma caixa, pois achava que assim estaria segura. Que as coisas que aconteciam com aquelas pessoas na televisão não aconteceriam com ela se ela estivesse dentro daquela caixa. Mais uma tia dela, quando percebeu o que ela fazia foi bem clara com ela: se uma coisa tiver que acontecer não adianta você se esconder em lugar nenhum. Só Deus pode nos proteger. Não dá para nos escondermos. Com o tempo, minha mãe parou com aquilo. Só Deus pode nos proteger, queridos. Só Ele. Não existe lugar seguro neste mundo.


"Quando eu disse que estava ferrada, eu quis dizer "f" (queridos leitores, estou colocando somente o "f" em respeito aos adolescentes que também leem o blog) e mal paga. Tipo: tenho que dormir todas as noites dentro do closet.


Foi difícil à beça logo que voltei e fui para a casa da minha mãe, onde fiquei no meu antigo quarto. De manhã cedo eu saía do closet, para ninguém perceber. Agora que estou na minha casa, essa merda fica mais fácil, pois tenho tudo sob controle. Mas não entro num edifício se não souber onde ficam as saídas. Ainda bem que seu consultório fica no térreo. Eu não estaria aqui se esta sala ficasse numa altura de que não pudesse pular.


À noite... bem...  à noite é pior. Não consigo confiar em ninguém. E se alguém destrancar a porta, deixar uma janela aberta? Se eu já não estivesse maluca, o fato de correr pela casa verificando tudo enquanto tento impedir que os vizinhos vejam o que estou fazendo valeria um atestado de insanidade.


... Às vezes, volto ao dia do sequestro... repasso mentalmente minhas ações até os momentos finais do plantão, cena por cena, como um filme de terror que nunca acaba, um filme em que a gente não consegue impedir que a jovem abra a porta ou entre num prédio vazio... e me lembro da capa daquela revista, na lojinha do posto de gasolina. É bizarro pensar que neste exato momento alguma mulher está olhando minha foto, achando que sabe tudo a meu respeito." [Página 17]


- Já disse que vocês vão ficar chocados com as revelações? Pois bem... O que mais posso dizer? Que eu adoro a Annie e ninguém nesse mundo tem direito de julgá-la, condená-la ou atirar qualquer pedra, não importa o tamanho da pedra, eu também já disse. Eu disse que tem muita sujeira nessa história? Como assim?! Não irei explicar.rsrs... Vocês terão que ler para descobrir. :)


- Por que eu, que amo romances daqueles apaixonantes, li um thriller psicológico mesmo sabendo que não era o tipo de livro adequado para mim? Além de ser uma curiosa incurável quando se trata de livros, existem duas culpadas. Dessa vez não é a Carlita e a Moniquita.kkkk.. Elas são inocentes! Ano passado li uma resenha no blog da querida Náh (link para a resenha: AQUI ). Sobre o livro. E fiquei fascinada. A resenha dela estava tão envolvente que eu fiquei louca pelo livro. Sabia que estava me metendo numa grande encrenca. Que o livro não era o tipo feito para mim de jeito nenhum. Que ele me causaria pesadelos. Mas coloquei ele na minha lista. Quando passasse por algum lugar no qual o livro estivesse com um bom preço eu o compraria. E aconteceu mais rápido do que eu imaginava.kkkkk...


Mas eu fugi do livro o quanto pude. Até... que uma amiga lembrou que eu tinha falado com ela sobre o livro e quis lê-lo. Ela leu o livro, me contou o quanto o livro mexeu com ela e falava com tanta emoção da história, de uma forma tão impressionante que eu fui desistindo de lutar contra a vontade de lê-lo. Quando ela me devolveu o livro, eu logo tive uma oportunidade de lê-lo. Estava voltando para casa, num determinado dia da semana, e o trânsito estava terrível. Eu estava estressada e tinha colocado o livro na bolsa.rsrs... Foi inevitável. Comecei a ler a história e o medo começou a tomar conta de mim.kkkkkkk... Se eu contasse para vocês o que aconteceu comigo ontem vocês iriam rir, por isso, não conto!!!!rsrs... Deixem que só eu vou rir de mim mesma!kkkk... Então, elas foram culpadas. Eu não teria lido o livro se elas não tivessem me forçado a fazer isso.kkkkk... Obrigada pela maravilhosa resenha, Náh! Eu não teria desejado esse livro se não tivesse lido sua resenha. E te agradeço também, Ane!rsrs... Por ter insistido tanto até eu resolver encarar a leitura. Agora nós poderemos nos apoiar no nosso medo.kkkkk... Não sei quanto a você, mas eu não irei dormir tranquila durante um bom tempo. Não irei mesmo. Sair sozinha de casa?! Nem em pensamento!kkkkk... E quando for necessário sair, colocarei uma música no último volume para me impedir de pensar no medo.rsrs... Sabem... Acho que sou eu que irei precisar de terapia agora.kkkkkkkk... Mesmo assim eu agradeço! :D




- Só dei 5 estrelas ao livro no skoob porque não podia dar mais. Porém, ele merece muito mais do que cinco estrelas!!! É um livro incrível. E eu... recomendo?! Somente a quem tem certeza de que está preparado para ler uma história como essa. Lembrando que: o livro é forte, muito forte. Vai mexer profundamente com as suas emoções. Pode fazer você sentir muito medo e de verdade, pode te fazer mal. Não é uma leitura fácil. Eu não me arrependo de ter lido o livro e até me tornei fã da autora, mas eu quero um tempo agora. Não lerei outro livro assim nem tão cedo!rsrs... 




Bem... é isso. Sei que essa resenha ficou bem longa, mas eu não disse nem metade do que gostaria de dizer. Foi difícil manter o controle, mas creio que consegui.rsrs... 




Bjs e até breve!

26 de maio de 2012

Resenha da Mónica: Enfeitiçada Pelo Chefe - Charlotte Lamb



Pietra nunca fora capaz de realmente esquecer seu ex-chefe, Randal Harding...

Ele fora o único homem que tocara seu coração de forma profunda e incontestável. E agora Randal estava de volta... e deixara claro que queria ter Pietra na sua vida... e na sua cama!

Mas ele não se encaixava nos planos certinhos da vida que ela imaginara ter. Pietra só precisava resistir ao desejo que tomava conta do seu corpo quando estava perto de Randal!




Resenha:


Ela vai trabalhar numa empresa como secretária. O chefe um homem casado e com um filho de 4 anos a deixa fascinada. Ele também se apaixona por ela.

Num dado momento ele revela que o casamento é só de fachada, que a mulher tem um amante há um ano e não liga para o filho, tanto que quem sai para comprar um presente de aniversário de 5 anos para o filho é a mocinha (bem o pai parece que também não estava muito interessado em conseguir uma vaga na sua "agenda" para comprar ele mesmo o presente, ou seja o rasgado falando do remendado).

Depois de um beijo "roubado" ela resolve fugir e mudar de endereço.

4 anos depois eles se reencontram. Ela está noiva e com casamento marcado para o final de semana. Ele não está mais casado, a guarda do filho está com ele, quer dizer com o colégio interno porque é aonde fica o filho porque o pobrezinho trabalha e viaja demais. Mas o bom é que o menino gosta, afinal de contas tem tudo que uma criança gosta. kkkkkkk....enfim..... Ela foge dele como o diabo foge da cruz e ele é a insistência em pessoa, vai invadindo, seguindo, ou melhor dizendo perseguindo sem dar chance de defesa. Mas acho que ela gosta porque se não estivesse interessada tinha chamado a polícia ou quando houve uma situação em que ele e o noivo estavam quase se engalfiando ela não teria pedido para o noivo ir embora primeiro e sim ele kkkk..

Agora a pergunta que não quer calar é se ela se apaixonou pelo homem a 4 anos atrás mas se afastou por ele ser casado, porque quando ele volta e revela que até detetive particular contratou assim que o divórcio saiu, ela simplesmente diz que não quer nada com ele, mesmo afirmando que o ama e cancelou o casamento?

Bem amigos pasmem mas a resposta é que a 4 anos atrás ele escolheu o filho e a esposa e ela não foi levada em consideração. E que ele poderia fazer novamente escolhendo o filho e ela seria sempre a segunda opção.

Eu nunca ouvi nada mais imbecil em toda a minha vida. Também como seria se ela tivesse um filho com ele? Vai fazer diferença entre as crianças? Pelo amor de Deus nunca vi ninguém tão fútil na minha vida. Ela deveria era achar ele um homem de caracter por ter escolhido a família, pois se tivesse escolhido a ela que garantias ela teria que ele não fizesse o mesmo com ela no futuro.

Achei essa mocinha muito infantil. Sei que ela tem um histórico ruim. Foi abandonada numa igreja ainda bebê, e era muito carente emocionalmente, mas francamente, se achar preterida por que ele preferiu o filho quando ainda era casado é um pouquinho demais.

Se eu fosse ele depois de ouvir isso tinha fugido no sentido contrário, como que ela lidaria quando o pai desse atenção para o filho? Aliás ele também não é um grande modelo. Essa coisa de colégio interno aff!!!

Eu dei 2 estrelas.


Mónica


20 de maio de 2012

Resenha da Carla: Lo Que Dicen Tus Ojos - Florencia Bonelli



Córdoba (Argentina) 1961:

 Francesca De Gecco es una joven que, a pesar de su extracción humilde, con la ayuda de su rico padrino ha sabido labrarse una sólida educación. Sin embargo, en sus planes para convertirse en periodista se cruzará una historia de amor imposible. Para ayudarla a olvidar, su tío le conseguirá un puesto en una lejana embajada. Al otro lado del mundo, Francesca encontrará una segunda oportunidad para ser feliz.




Resenha:


Francesca é filha de pais italianos nascida e criada na Argentina. É uma moça de boa formação, graças à orientação e ajuda financeira do seu "tio" Fredo, mas é "simplesmente" a filha da cozinheira de uma família imponente. Francesca se apaixona por Aldo, filho dos patrões da sua mãe e esse sentimento é correspondido, mas o rapaz não tem a coragem suficiente para enfrentar a própria mãe e se resigna a um casamento de conveniência com uma moça da alta sociedade. Ainda assim ele não está disposto a abrir mão de Francesca e passa a persegui-la com o objetivo de torná-la sua amante.

Para fugir da tentação e superar esse amor Francesca aceita um emprego na embaixada da Argentina, em Genebra, e devido a essa decisão a sua vida vai sofrer uma reviravolta. Sem entender muito bem como nem porquê ela é transferida para a embaixada da Argentina na Arábia Saudita e é lá que ela vai conhecer o verdadeiro amor ao encontrar Kamal, um príncipe herdeiro do trono.

Aldo e Kamal não podiam ser mais diferentes, em todos os sentidos… O que um e outro estão dispostos a fazer em nome do amor não se pode sequer comparar, daí eu ter achado o Kamal tão apaixonante.

No decorrer da leitura dei comigo pensando "nunca mais direi que não gosto de histórias de árabes". Talvez o problema esteja no fato de os romances que eu li com histórias passadas no Oriente Médio serem algo limitados em termos de enredo e mostrarem um tipo de mocinho muito esterotipado. Mas Florencia Bonelli não criou uma história de escapismo de enredo simples. Além do detalhe e rigor históricos e do dinamismo, que torna o ambiente por vezes quase cinematográfico, ela descreve maravilhosamente as paisagens e a gastronomia, aborda com realismo os costumes e o choque de culturas, a religião versus fanatismo religioso, entre outros temas, e cria um ambiente tão "vivo" que eu me senti totalmente absorvida. Além disso ela criou uma história com final feliz mas não poupou os seus protagonistas dos obstáculos reais que se apresentam a duas pessoas de culturas e posições sociais tão díspares. Não será a sua melhor história mas não deixou de ser apaixonante para mim.

A única coisa que "faltou" nesse livro (se quisermos entender assim) foi mais "pimenta" nas cenas sexuais (comparativamente a outros livros da autora), no entanto isso em nada prejudica a história, na minha opinião.

Esse livro pode dizer-se que antecede a trilogia Caballo de Fuego (que vai ser publicada em Portugal), uma vez que conta a história dos pais de Eliah, o protagonista dessa trilogia.


Carla


19 de maio de 2012

A Conquistadora - Teresa Medeiros



Ele é Conn, das Cem Batalhas, o rei guerreiro que forjou uma nação numa terra de clãs isolados. Na qualidade de rei supremo da Irlanda, dirige o lendário Fianna, o seu grupo de guerreiros de elite. Mas o misterioso assassínio de vários dos melhores homens de Conn ameaça o trono. Conn parte sozinho em busca de um inimigo aparentemente invencível, sem saber que vai ter de enfrentar uma mulher de olhos verde-esmeralda e cabelos cor de labaredas…

Empunhando uma espada chamada Vingança, Gelina Ó Monaghan jura derrotar o homem que considera o responsável pela ruína da sua família. Nunca imaginou que ele pudesse vencê-la em combate… e ao mesmo tempo conquistar o seu coração. A sua paixão proibida transforma-se numa guerra travada com espadas e beijos, promessas e traições - e a rendição será apenas um início…



Palavras de uma leitora...



"- Tão tímida e doce - murmurou. - Não tenhas medo de mim.


- Ouvi o soldado falar contigo. Sei quem és... o rei - disse em voz baixa, com medo de, sem querer, dizer o nome dele.


- Hoje fui rei. Esta noite sou apenas um homem.

Os lábios dele roçaram os dela. Gelina entreabriu-os e a boca dele colou-se à sua com alguma insistência, o sabor quente, doce e forte da cerveja na sua língua.

A boca dele moveu-se:

- Estava com medo de nunca mais te encontrar e de a doçura do teu beijo me perseguir para sempre."


- Estou aqui pensando... E cheguei à conclusão de que, mesmo que eu viva cem anos, não serei capaz de esquecer essa história. Nem se vivesse mil anos poderia esquecê-la. Ainda sinto as minhas mãos trêmulas de angústia e emoção. Estavam geladas e úmidas e agora estão apenas geladas. Mesmo que a pior parte da história já tenha passado e eu já tenha lido o seu final, continuo emocionada demais até para escrever essa resenha. Acho que nunca vou superar esse livro. Agora entendo por que sentia que seria injusta se comparasse o Conn com o Roger. Não poderia colocar o Conn abaixo do meu querido Roger e por isso, evitei compará-los. Mas ambos são inesquecíveis da maneira deles. E A Conquistadora também me marcou de uma forma impossível de esquecer. A vida inteira lembrarei dos momentos em que estive com esse livro nas mãos e de tudo que senti durante a leitura. E o que senti depois. Não dá para colocar em palavras. Só quem leu esse livro pode entender o que estou sentindo nesse instante. Se disser que estou em lágrimas vocês vão me achar muito boba? Mas é a verdade. Depois de fechar o livro não pensei que abandonei a história e sim que o Conn, a Gelina, o Nimbus e essa belíssima e angustiante história de amor e vingança, ódio e paixão me abandonaram. Me senti muito sozinha depois de terminar de ler a história. Estou com uma vontade louca de recomeçar a ler o livro todo de novo. 

- Já sentiram uma dor quase física depois de terminar de ler uma história? Isso acontece quando ela é especial demais. Demais mesmo. Tão especial que até te deixa deprimida depois de lê-la. Senti uma espécie de depressão depois de ler o livro da Elizabeth e do Ian, da Victoria e do Jason e principalmente, depois de ler a história da Isaura e do meu Roger. E agora estou sentindo isso de novo. Chego a sentir pena do próximo livro que irei ler. E dos personagens que irei conhecer. Acho que corro sério de risco de compará-los com o Conn e a Gelina. Principalmente se ler um livro medieval. Já me vejo comparando toda guerreira com a Gelina e todo rei ou chefe de algum clã com o Conn. Será que algum vai conseguir ser um rei tão justo quanto ele? Duvido! Pretendo ler livros com reis daqui para frente, sempre que tiver uma oportunidade, mas nenhum vai chegar aos pés dele. Não vai conseguir. Eu sempre pensei que todo rei era louco e depois de ler esse livro, tenho certeza absoluta disso. É preciso ser louco para amar de forma tão impressionante assim. Só um louco apaixonado faria tudo que ele fez pela Gelina. E deixaria de fazer coisas que outros homens, em nome da "honra" e da "justiça" não hesitariam em fazer. A força do amor do Conn me fez pensar muitas vezes no meu Roger e imagina o quanto foi difícil para mim. Além de lutar contra as lágrimas por causa da intensidade da história do Conn e da Gelina, ainda tive que lutar contra as lágrimas provocadas pela saudade... saudade que sinto do meu Roger. E como se não bastasse, o Conn ainda é parecido com diversos mocinhos que já conheci (me lembra principalmente o Clayton.rsrs...). Mocinhos maravilhosos. E a mistura de todos eles o transformou num mocinho único e inesquecível. Um mocinho que roubou meu fôlego, meu coração, minha alma e não vai devolver nunca. O que faço com esses mocinhos? Vão todos me deixar sem lágrimas. Daqui há um tempo não terei mais lágrimas para chorar. 


"- Faz qualquer coisa por mim, minha Gelina - disse, arrastando as palavras. - Vou cair. Depois disso, peço-te que me mates ou me abandones."


- Por onde começo a falar com lógica? Estou com uma responsabilidade muito grande nas minhas mãos. Não posso de modo algum revelar muito sobre essa história. Não é justo. Vocês precisam ler esse livro e se eu contar demais, talvez alguns não achem necessidade de ler a história, já que terei contado tudo. Tenho que me controlar. Então, só posso falar o necessário. O suficiente para deixá-los loucos para conhecer a história. Uma responsabilidade enorme, pois estou emocionada demais e não me vejo capaz de encontrar as palavras certas... Acho que o Nimbus saberia bem como contar essa história, sem revelar demais. Sim. Melhor do que qualquer um e faria todos nós rirmos. Como me fez rir centenas de vezes e depois também me fez chorar demais. Ai, Nimbus! Como eu te adoro. 

- Bem... Vamos lá. 


Um pequeno resumo:


Ela só tinha onze anos quando seu mundo seguro e feliz se transformou num completo pesadelo. Banhado por sangue. O sangue dos seus pais. Foi com incredulidade e dor no coração que ela viu as vidas daqueles que ela mais amava serem destruídas sem qualquer chance de defesa. E por alguém em quem ela tanto tinha confiado. Pelo homem dos risonhos olhos azuis. O homem mais lindo que ela já tinha visto. E o mais cruel.

Seu pai teve a cabeça decapitada pelos soldados do homem de olhos azuis, logo depois do próprio homem de olhos azuis o fazer se ajoelhar na sua frente, lhe bater e dizer coisas horríveis. Após humilhar o pai de Gelina, ele foi embora sem se importar com o que seus homens fariam com sua família. Sem ficar para ter certeza de que as ordens seriam seguidas. Sem se importar com as duas crianças envolvidas naquela traição e que mesmo assim não tinham nada a ver com tudo aquilo. Ele simplesmente partiu. E Gelina teve que assistir todo o terror provocado por ele. 

Sua mãe ainda sofreu mais do que o seu pai. Só encontrou a morte depois de todos aqueles monstros fazerem com ela o que bem queriam. Só depois ela teve o direito de morrer. 

Gelina bem que gostaria de ter se juntado a mãe, de ter corrido para ela antes do seu fim e ter dito que estava bem. Que ela e Rodney tinham sobrevivido, mas ela foi impedida pelo irmão e após o terror chegar ao fim, ambos fugiram para a floresta, mas não sem antes pegar a espada de seu pai. 

Cinco anos se passaram. Cinco longos e duros anos. Nos quais Gelina lutou e lutou até se tornar uma guerreira invencível. Alguém capaz de matar com a mesma frieza com a qual destruíram seus sonhos e sua família. Toda a sua vida. Uma guerreira capaz de arrancar o coração de um ser humano e ainda conseguir sorrir depois disso. E ela se tornou exatamente o que queria. Alguém capaz de matar o cruel, desumano Conn, das Cem Batalhas. O homem que destruiu a sua vida. 


- Bem... O pai de Gelina, Rory Ó Monaghan, era um traidor. E não era a primeira vez que ele tinha traído o Conn, só que dessa vez era diferente. Dessa vez Conn tinha que agir. E agiu. Foi até o castelo de Rory e o humilhou, ordenando depois que ele e a esposa fossem levados até a sua fortaleza. Só que ele foi na frente e seus soldados, que não passavam de monstros, selvagens, não cumpriram as suas ordens. Em vez de levarem o casal até o Conn, resolveram fazer "justiça" com as próprias mãos. Conn não soube o que foi de Gelina e Rodney, os filhos do casal assassinado, até ser forçado a se encontrar com eles, cinco anos depois. 


"- Estás a sangrar outra vez. Queres matar-te?

Os olhos arrogantes dela fitaram os olhos azul-escuros dele.

- Não, Conn. Quero matar-te a ti. - Os lábios dela retorceram-se num sorriso.

Conn sentiu-se hipnotizado por aqueles olhos brilhantes, cor de esmeralda - uns olhos de mulher, amargos e revoltados, engastados num rosto de criança."


- Os soldados do Conn, que faziam parte do famoso Fianna, começaram a ser assassinados. Cruelmente assassinados. O pânico começou a tomar conta da corte e após o seu melhor amigo retornar sem vida, carregado por seu cavalo, Conn decidiu que ele próprio mataria o monstro sanguinário que estava ameaçando o seu povo. Só que ele não podia imaginar que não teria que enfrentar um monstro e sim uma criança de dezesseis anos, com o ódio na alma e a vontade de matar com suas próprias mãos o rei de Erin. E também não podia imaginar que acabaria se apaixonando por aquele anjo caído. Um anjo que tinha caído por sua causa. 

"- Dá-me o punhal, rapariga - disse num tom suave.

Uma onda de calor e dor percorreu Gelina. Pestanejou para aclarar a visão. Conn aproximou-se. O punhal tremia-lhe com violência nas mãos.

- Daqui o punhal só sai para o teu coração, se não me deixares em paz - ameaçou ela.

- Não tens hipóteses contra mim neste momento. E não me apetecia nada magoar-te.

- Antes maltratada pela tua espada do que pelos homens a quem me vais entregar. As armas que usariam contra mim seriam mais terríveis do que qualquer das que tu trazes.

Conn fechou os olhos por um breve instante.

- Falei sob a fúria e a pressa, rapariga. Só queria arrancar-te a verdade.

A gargalhada dela transformou-se num soluço.

- Mais mentiras. Saem tão facilmente de lábios macios como os teus. Continuas certo de que me convences com esses olhos azuis e amáveis. É tudo mentira. Uma mentira perversa. Dolorosa.

Sem baixar os olhos, Conn pousou a espada a seu lado. Levantou os braços num acto de rendição.

- O meu coração, milady. O meu coração pelo teu punhal. Em prova da minha lealdade."


- Prometi para mim mesma que não falaria demais e não vou. Só posso dizer que nunca li uma história como essa. Ela é diferente das histórias que já li. Nunca conheci uma mocinha capaz realmente de matar como a Gelina. De matar à sangue frio. Sem piedade. Sem remorso. E nem existe na História um rei tão apaixonante e capaz de dar todo o seu reino em troca do amor da mulher amada. 

- Gelina mata cinco homens antes do Conn conseguir pará-la. Ela já começa a história matando e, acreditem, é uma cena aterrorizante. Eu tive dificuldades para acreditar que uma menina tão magrinha e nova pudesse ser capaz de matar daquela forma. Que um anjinho que não deveria ter visto tanta maldade em sua vida, conseguisse dormir à noite depois de cometer aqueles crimes. Mas eu logo entendi por que ela os cometia. Por um sentimento chamado amor. O quê? Sim. Gelina não matava por ódio. E sim por amor. Pelo amor tão forte que ela sentia pelos pais que tinham morrido diante dos seus olhos. Gelina não sabia que aqueles homens que ela tinha matado eram inocentes. Que não tiveram nada a ver com o assassinato dos seus pais. Ela não sabia que o Fianna não era composto por homens do mesmo tipo. Ela só sabia que ainda doía demais. Que ela ainda conseguia ver aquela cena terrível diante dos seus olhos várias e várias vezes. Com a mesma clareza. Só sabia que tinha confiado em alguém que mandou assassinar seus pais. Que os traiu sem piedade. Ela não conhecia a verdadeira história. Não sabia que seu pai era um traidor. Ela só queria justiça e meu coração não pôde condená-la. Não posso. E não creio que seja justo alguém condená-la. Sei que muitos podem desprezar a Gelina pelas coisas que ela faz no início e ao longo da história. Ela não erra uma única vez. Ela não mata só no início do livro. Ela vai trair o Conn mesmo depois de lhe jurar lealdade (eu sei que disse que não vou falar demais e não vou!), vai errar feio, mas também vai pagar bem caro por cada erro. Ela também vai sofrer muito nas mãos do homem pelo qual vai se apaixonar e acreditem, isso será castigo mais do que suficiente. 

A Gelina conquistou o meu coração e se tornou minha querida logo no início. Foi fácil aceitá-la, fácil perdoá-la e muito difícil vê-la sofrendo. Nossa! Quando ela chorava eu tinha vontade de chorar também e de gritar para o Conn que ele estava cego. De bater nele e lhe xingar de todos os nomes ruins que existem. Mas eu não podia. Não tive coragem de xingar o Conn...

- Por quê? Porque eu sabia que ele tinha motivos para agir como agiu em alguns momentos durante a história. Eu sofri com algumas atitudes do Conn, mas o entendi e enxerguei seu sofrimento. Pude senti-lo. E me apaixonei perdidamente pelo homem que teve todas as oportunidades e todo o direito de acabar com a vida da Gelina e não foi capaz de fazê-lo. Pois se a matasse, estaria matando a si próprio. Eu senti muita pena e muito amor pelo homem que depois de magoar de modo tão cruel, sentiu tanta dor que a pediu que o matasse ou fugisse. Foram poucas as cenas que me marcaram de forma tão profunda como a cena na qual o Conn pede para a Gelina matá-lo. Foi uma cena que mexeu profundamente com as minhas emoções. Que me tocou de uma forma que sequer se pode explicar. E quando eles se reencontraram naquela masmorra eu não sei nem definir como me senti, gente. Foi horrível. Da mesma forma foi terrível quando a Gelina acordou naquele lugar, sem ele. Acho que naquele momento eu sofri tanto quanto a Gelina. Porque por mais que soubesse que o Conn estava cego, foi difícil aceitar que ele foi capaz de agir daquela forma. O Conn me magoou muito. Muito mesmo. Ele estuprou a Gelina, bateu nela, puxou seus cabelos e fez muitas outras coisas terríveis, mas eu não consegui odiá-lo. Fiquei magoada, sofri com suas atitudes, mas odiá-lo foi impossível. Vocês entenderão completamente meus motivos quando lerem o livro. É impossível odiar um homem que sofria tanto quanto quem ele fazia sofrer. Que chorava por causa dela. Que desejava que tudo fosse apenas um pesadelo. O Conn vai fazer a Gelina sofrer, gente. Muito. Mas terá motivos para isso. Por isso, peço que não julguem antes de conhecerem seus motivos. 


"Uma fúria gelada, branca, percorreu as suas veias e a energia resultante impeliu-a como louca para Conn. Desatou a bater-lhe, procurando derrubá-lo de todas as formas possíveis. Lágrimas a ferver rolaram-lhe pelas faces. As suas unhas abriram sulcos sangrentos nos braços dele.

Prendendo-a nos seus braços, Conn atirou-a ao chão e os dois rolaram, unidos num emaranhado de braços e pernas. O corpo dele pressionou o dela contra o chão, impedindo o mais breve gesto ou movimento. Os olhos de Conn pareciam de fogo e pela primeira vez Gelina perguntou a si mesma que tinha ela feito.

Conn queria matá-la. Queria despedaçá-la, calar para sempre a sua voz jovem e acusadora. Um qualquer lado cruel da sua pessoa queria empurrá-la para o abismo, para o passado que ela tentara ignorar tão audaciosamente. Quando ele desembainhou o punhal com o seu braço musculado, Gelina fechou os olhos com força e preparou-se para morrer."

- Estou aqui me perguntando se existe alguma lógica nessa resenha. Creio que não. Acho que me perdi e não sei se vou me achar a tempo de tentar escrever uma resenha decente. Digna da história. Comecei a escrever essa resenha logo após terminar de ler a história e creio que estou abalada demais ainda. Emocionada, entende? Mas mesmo que esperasse até a emoção passar um pouco, não acredito que conseguiria escrever uma resenha decente. Esse tipo de livro me deixa sem palavras e eu nunca consigo colocar em palavras tudo que sinto. É sempre impossível. São coisas que somente podemos sentir. Que não dá para escrever. Pelo menos, eu tentei. :)

- Não poderia terminar essa resenha sem falar de um personagem que também roubou meu coração e que provoca uma dorzinha nesse mesmo coração toda vez que penso nele. É o Nimbus. Meu querido bobo da corte, o anão mais incrível que já conheci. Um dos meus melhores amigos. Alguém que teve o azar de nascer anão e ter sonhos que ele próprio acreditou que não poderia realizar. Eu queria ler uma história só sobre ele. Sobre a vida dele. E queria que a Teresa Medeiros tivesse acreditado que ele merecia um romance. Eu não sou das que acreditam que existe tamanho, cor e posição social para o amor. Sou das que acreditam que não importa o seu tamanho, a sua cor, sua posição social ou se você tem alguma deficiência física ou mental... você merece o amor. Tem o direito de amar, ser amado e viver uma história de amor. Ser protagonista de uma história de amor com final feliz. Por isso, não achei justo o que a Teresa Medeiros fez. Não estou muito contente com ela. Estou furiosa. 

- O que mais posso falar sobre A Conquistadora para convencê-los a ler o livro? Sinto muito por não conseguir escrever tudo que gostaria. Queria ter as palavras certas, mas elas fugiram de mim. Só peço que vocês leiam o livro. Leiam! Irão saber direitinho o que sinto depois de lerem esse livro. Saberão por que não encontrei as palavras certas para tocar o coração de vocês. Saberão por que perdoei o Conn e a Gelina e por que estou sofrendo tanto por ter terminado de ler o livro. Definitivamente, sinto pena do próximo livro que vou ler. 

- Alguém aqui já ouviu a música "Amor de Engaño"? Eu recomendo que procurem essa música e a ouçam depois de conhecerem a história de amor, ódio, vingança e paixão existente entre o Conn e a Gelina. E se preparem para o final. Se preparem muito. E mesmo com toda a preparação ainda serão pegos de surpresa. Eu fui. E olha que eu sabia como o livro iria terminar. 

- Essa é uma história muito intensa. E tem um final inesperado. Não sei se vai agradar a todos. Eu mesma não sei ainda se aceito o final ou não. Não. Não é um final infeliz, mas, digamos, que seja como o final de A Carícia do Vento. Sim. O livro do nosso bandido preferido: Ráfaga. Não é um final esperado. Acho que ele contribuiu para aumentar minha depressão pós-livro. 


"- Dizem que magoa sempre. Teria magoado mesmo que não fosse essa a tua intenção.

- Oh, mas era essa a minha intenção - respondeu Conn com brusquidão. - Sabes com certeza que eu podia ter facilitado as coisas para ti. Ou talvez não saibas. - Os olhos dele fixaram-se nos dela com o espanto de uma criança. - Eu teria morrido por ti, Gelina. Em que te decepcionei? Por que razão me traíste? Se alguém me dissesse que eu ia um dia impor-te a minha vontade, teria matado essa pessoa."

- Mortes, ódio, traição, vingança, segredos, revelações abaladoras, amor, paixão, sofrimento e muitas outras coisas você encontra nessa história. Eu nunca diria que é uma história fácil. A leitura é fácil. Você pode acabar de ler o livro em poucas horas, mas a história é complicada. Vai fazer você rir muito, mas também vai te fazer chorar. E vai roubar o seu coração. Disso não tenha dúvidas. 

- Eu não poderia deixar de agradecer a minha querida amiga, Carlita, por ter me indicado essa história. E não só isso. Além de indicar a história, ela me deu a possibilidade de lê-la, me presenteando com o livro. É uma edição portuguesa. Infelizmente, esse livro não foi lançado aqui, mas eu espero que seja. A esperança é a última que morre. Espero que as editoras brasileiras acordem e corram atrás de escritoras como essa, que sabem criar uma história apaixonante e marcante. Impossível de ser esquecida. Muito, muito obrigada, Carlita! Eu nem sei explicar o que sinto por essa história. É muito mais do que amor. 


"- Se me deixares esta noite, Gelina, deixas-me para sempre. Nimbus ofereceu-se para te levar daqui para fora. Não suporto ter-te tão perto de mim e não poder tocar-te. Isso está a destruir-me. Se me vais deixar, vai agora... pois receio nunca mais te deixar ir."


Bjs e até breve!

11 de maio de 2012

A Noiva Cativa - Johanna Lindsey







(Título Original: Captive Bride
Editora: Zeta Bolsillo)


Série Ladys Escravas e Lordes Tiranos


Amor, perigo e paixão entre as dunas do deserto.

As estrelas brilham na noite do deserto. Tudo é perfeito para o amor. Porém, o terror ameaça Lady Christina Wakefield, que num ato caprichoso e imprudente insistiu em acompanhar seu irmão desde Londres até ao Cairo.

Agora é prisioneira desse desconhecido.

Sequestrada e levada a galope sobre seu veloz cavalo até o acampamento escondido, Christina jurou a si mesma que jamais será sua escrava. Porém, logo perceberá que ele se transformou em seu dono. 




Palavras de uma leitora...


- Pode ter spoiler.

"- Em geral, não explico meus motivos para ninguém, porém creio que em seu caso posso fazer uma exceção. - Fez uma pausa, como para pensar nas palavras que desejava usar. - Christina, a primeira vez que a vi naquele baile em Londres, me dei conta de que a desejava. De modo que tentei do seu modo. Lhe expliquei meus sentimentos e lhe propus casamento. Quando você se negou, decidi tê-la da minha própria maneira e o mais cedo possível."


- Bem... Comecei a ler esse livro porque queria me estressar.rsrs... Queria desejar matar um mocinho. Aí, depois de ler uma resenha minha (Negócios e Prazer - Abby Green) na qual eu dizia que não tinha conseguido o que queria, a Moniquita sugeriu, sutilmente, que eu lesse um livro da Johanna Lindsey. Ela sabe que eu estava fugindo dos livros da autora, pois a Johanna é uma autora muito talentosa, mas bem sádica algumas vezes. Mas como ela queria que eu lesse os livros que ela tinha me indicado da autora resolveu aproveitar a oportunidade.rsrs... Acabei aceitando o conselho dela e escolhi ler "A Noiva em Cativeiro". Além de ser um livro da Johanna é um livro dela com mocinho árabe.kkkk... E a Moniquita tinha me indicado esse livro para saber minha opinião, pois ela odiou a história. Sim. Odiou. Então, eu já imaginava que também fosse odiar o livro. Aliás, creio que eu própria já disse horrores do livro antes mesmo de lê-lo.kkkkk... E afirmei que o odiaria. Resultado? Tive que morder minha língua. Isso que dá falar mal de uma história antes de lê-la. 


"- Me casar!" - disse ele rindo. - Lhe ofereci casamento uma vez. Não voltarei a fazê-lo. Agora que a tenho aqui, não preciso me casar com você! - Se aproximou da jovem e a abraçou. - Agora você é minha escrava, não minha esposa."


- Philip Caxton nasceu no Egito. Seu pai era sheik de uma tribo do deserto e tinha o costume de assaltar caravanas. Num desses assaltos conheceu a mãe do nosso mocinho que era uma jovem inglesa que viajava muito naquela época. Uma dama que jamais se acostumaria com a vida no deserto. Porém, ele ficou apaixonado pela beleza dela e resolveu sequestrá-la. Inicialmente, a moça não aceitou a situação, mas acabou se apaixonando por seu sequestrador. Cinco anos depois, ela já tinha dois filhos com Yasir (Philip e Paul) e já não suportava mais a vida dura do deserto. Aquela vida estava matando-a e ela implorou para Yasir permitir que ela voltasse para sua casa. Por amá-la, ele permitiu que ela voltasse e levasse com ela os filhos dos dois. Antes de ir, a moça prometeu que quando seus filhos fossem adultos falaria com eles sobre o pai. 

Os anos se passaram e Philip finalmente completou vinte e um anos. Ele resolveu ir atrás do pai que mal conhecia e viveu onze anos ao lado dele. Odiava o deserto, detestava aquela vida de assaltos e privações, mas se forçava a viver lá, pois amava seu pai e queria tê-lo por perto. Só voltou à Inglaterra para o casamento de Paul e foi assim que a conheceu. 

Philip havia tratado com frieza todas as damas que tinha conhecido durante os meses que viveu com seu irmão, mas Paul sabia que ele não ficaria imune à beleza de Christina, uma jovem dama do interior que tinha ido passar uma temporada em Londres. O que ele não podia prever é que Philip não só não ficaria imune como também decidiria ter a jovem de qualquer maneira. Fosse por bem ou... por mal. 

- O primeiro encontro dos dois não foi dos melhores.rsrs... Christina tinha ouvido Philip falar mal de todas as jovens que estavam no baile e ficou furiosa. Por isso, quando Philip se aproximou dela, ela o rejeitou sem pensar duas vezes. Ele era um arrogante, abusado, convencido e ela queria distância dele. Porém, seu desprezo só alimentou o interesse de Philip e no dia seguinte ele decidiu pedi-la em casamento.kkkkkkkkkkkk... 

- Obviamente, seu pedido foi recusado, mas Philip não aceitava "não" como resposta e decidiu que era hora de parar de fazer as coisas da maneira dela. Se ele a queria, iria tê-la. E o melhor seria fazê-la ir para um lugar onde ela não teria as leis inglesas para protegê-la.

Assim, Philip consegue fazer John (irmão da Tina) e ela irem para o Egito. Logo na primeira noite dela no Cairo, Philip entra em seu quarto e a sequestra. Em poucos dias, eles chegam ao deserto, no acampamento do Philip e é aí que a história realmente começa... rsrs...


- Ok. Não sou fã de histórias com árabes e só isso poderia me fazer fugir do livro. Sim, pode ser um preconceito, mas tenho motivos para não gostar de árabes. Porém, lembram que eu queria me estressar?rsrs... E aí o livro tem duas coisas que eu simplesmente detesto: agressão e estupro. Bem... Algumas pessoas vão considerar estupro. Mas eu não considerei. Não porque eu fiquei louca, mas sim porque o Philip não é violento e a mocinha cedeu completamente. Ela o queria. Algumas pessoas vão considerar estupro porque ela tinha sido sequestrada, porque disse não e tudo começou contra a vontade dela. Mas como pode ser estupro se a mocinha se entregou?! Não se entregou por causa de ameaças e sim porque queria se entregar. Porque o desejava. Não dá para considerá-la uma pobre vítima.rsrs... Em outra época, eu consideraria estupro e não perdoaria, mas creio que estou mudada. Ráfaga, Brandon, Clayton podem provar isso.rsrs... Enfim... E a cena da agressão (três palmadas nas nádegas da Tina) não foi nada traumatizante. Apesar de ter achado desagradável, não odiei o Philip por causa da cena. Não senti graça como ocorreu quando li Um Reino de Sonhos, mas também não desprezei o Philip. A Tina estava implorando por aquilo. Ela provocou demais o Philip e ele até que foi muito bonzinho com ela. Se fosse o Clayton, ela ficaria sem conseguir se sentar por meses.kkkk... 

"- Você é minha, Tina. Ninguém me tira o que é meu."

- Mesmo sem esperar por isso, acabei me apaixonando bem fácil pelo Philip.rsrs... Foi uma surpresa, pois eu tinha a clara intenção de odiá-lo, mas acabei achando-o um fofo.kkkkkk... Não sei explicar direito meus motivos para amá-lo, mas não o achei terrível como algumas leitoras (a maioria, creio) acham. Se comparado com certos mocinhos que já conheci, ele é um anjinho.kkkk... E eu vi amor nele. Ele podia não amar a Tina desde o início, mas se apaixonou por ela e nunca teve intenção de realmente fazê-la sofrer. Como o Clayton e outros mocinhos que conheço, ele simplesmente tinha medo de perder a mocinha que queria para ele. Tinha medo da Tina se casar com outro e resolveu sequestrá-la para só depois conquistá-la.rsrs... Ele não é paciente, entendem? E não pode ser culpado por isso!!! Todos nós temos defeitos.kkkk... Não sei se foi porque li a história em espanhol, mas achei várias cenas muito divertidas. O Philip me fez rir bastante aqui em casa e toda vez que lembro do momento no qual ele perguntou se ela queria tomar banho, sinto vontade de rir de novo. Sem mencionar outras cenas, como o momento no qual ele a vê amamentando o filho deles ou quando ele fica muito feliz por uma tal pessoa decidir ir para o exército. Quando lembro dessa cena em especial, começo a rir como uma boba aqui em casa.rsrs... Achei o Philip um encanto e não entendo por que a Tina demorou tanto para perceber que não deveria reclamar da sorte que tinha tido. Não é toda mocinha que tem a sorte de ser escolhida por alguém tão charmoso e irresistível, não é verdade?rsrs... E ela sequer o merecia!rsrs... No início eu até gostava dela, mas depois que observei uma coisa sobre essa mocinha passei a sentir uma espécie de desprezo por ela. 

- O livro seria digno de cinco estrelas se a história fosse melhor. Infelizmente, foi o primeiro livro que a Johanna Lindsey escreveu e fica óbvio que não é sua melhor história. A autora deixa de falar sobre diversas coisas que agradariam as leitoras. Como posso explicar? Ela corta cenas importantes, entendem? Pula para semanas seguintes, meses seguintes... E não passa o envolvimento que poderia passar. Apesar de eu ter adorado várias cenas entre o casal, realmente achei que poderia ser melhor e eu lamento por isso, pois tenho certeza que se a Johanna pegasse essa história de novo e resolvesse reescrevê-la, seria uma das melhores histórias dela. Essa é minha opinião. E o Philip poderia se tornar um dos melhores mocinhos que já conheci. Pois ele tinha potencial para isso, mas teve a infelicidade de ser escolhido para ser mocinho do primeiro livro da autora.rsrs... Amo o Philip, mas por causa da Johanna, ele não pode fazer parte da minha lista dos mais especiais. Porque ela não lhe deu chance. E ainda por cima ousou deixar o Philip de fora de várias cenas. Ela "apagou" meu mocinho durante várias páginas e eu odiei isso. A história perdeu toda a graça quando isso aconteceu, pois era pelo Philip que eu continuava lendo a história sem pensar em desistir dela. Ele é meu motivo para dar 4 estrelas ao livro. E o livro quase perdeu uma estrela por causa disso. Eu não aguentava mais ter que ler somente sobre a depressão da Tina e o irritante do Tommy. Eu queria o Philip, mas a Johanna resolveu que se eu queria me irritar, não seria ela que impediria isso.rsrs... Então, resolveu colocar algo no livro que satisfizesse meu desejo inicial (que era me estressar, lembram?!rsrs...). 

- Achei certos momentos, lá para o final do livro, dignos de uma novela mexicana. Eu me diverti demais.kkkkkk... Principalmente quando o Tommy disse que desejava morrer. Não pude mais me segurar.rsrs... E fiquei com um sorriso no rosto quando soube que o Philip estava se embebedando. A autora me compensou pelos momentos de estresse. :)


"Tinha que recuperá-la antes do dia do seu casamento ou voltar a sequestrá-la. Preferia suportar seu ódio do que viver sem ela."


- Enfim... Não me arrependo nem um pouco de ter lido esse livro. Achei que a leitura foi deliciosa (graças ao meu Philip, é claro!rsrs) e leria de novo algumas cenas. Não digo que leria o livro inteiro novamente, mas algumas cenas, sim. 


- Muito obrigada pela indicação, Moniquita! :D Sei que você não esperava que eu fosse amar o Philip, mas não vou me desculpar por isso.kkkkkk... 

- No final das contas, indico o livro?! É claro!!! Só saiba que não é o melhor livro da Johanna Lindsey e você corre, sim, o risco de odiar tanto o livro quanto o Philip. 





O livro faz parte de uma série que não é realmente uma série, mas pode ser vista como uma. O nome da série é Ladys Escravas e Lordes Tiranos e segue abaixo os livros que fazem parte dela (a lista pode ser alterada, pois livros novos podem passar a fazer parte dela):




1- Assim Fala O Coração
2- A Noiva Em Cativeiro/A Noiva Cativa
3- Escrava do Desejo
4- Fogo Secreto (resenha da Moniquita)
5- O Amor do Pirata




OBS: não é necessário seguir a ordem, pois não prejudica em nada a leitura. São histórias diferentes e apenas correlacionadas. 




Bjs e até breve!


P.S.: Queridos, lembram que pedi para orarem pelo pequeno Fábio? Infelizmente, ainda não recebi novas notícias sobre ele. Mas assim que tiver, falo com vocês. Agradeço a todos que oraram e/ou têm orado por ele. 
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