30 de agosto de 2016

Eva - William P. Young

(Título Original: Eve
Tradutor: Fabiano Morais
Editora: Arqueiro
Edição de: 2015)

O que realmente aconteceu no Jardim do Éden?

Num suspense emocionante, William P. Young, faz uma abordagem totalmente nova e inspiradora da história da Criação.

Fruto de mais de 40 anos de pesquisas, fiel aos textos bíblicos originais e com uma narrativa primorosa, Eva apresenta um ponto de vista humano e reconfortante de um dos episódios mais tristes das Escrituras: o momento em que o homem vira a face para Deus e é expulso do Paraíso.

Com sua capacidade única de emocionar e fazer refletir, o autor trata de temas como perda, culpa, perdão e redenção, e cria uma alegoria sobre a importância de nossas escolhas, a verdade de nossas origens e o poder transformador do amor de Deus.


Palavras de uma leitora...


"Durante alguns instantes, ficou olhando pela janela. O impulso de saltar no vazio era tentador. Será que Adonai apararia sua queda? Será que ele ao menos perceberia se ela caísse?"

- Faz sete anos que li A Cabana, primeiro livro escrito pelo autor e que marcou profundamente a minha vida. Eu estava passando por um momento de muita dor. Estava sofrendo demais e desesperada por uma esperança, por algo que me desse consolo... paz. Que me fizesse crer que eu não deveria parar. O livro não "apagou" minha tristeza. Não fez com que tudo ficasse bem de um instante para o outro, mas foi como uma ponte que me conduziu novamente na direção de Deus. Chorei demais com A Cabana. De soluçar. Mas no final... eu pude sentir a tranquilidade que há tempos não sentia. Ele nunca foi resenhado no blog, pois o li cerca de um ano antes do blog existir. Ainda não sei se farei a resenha baseada em minhas lembranças ou se lerei o livro de novo antes. Porém, este post não é sobre A Cabana, certo?rs É hora de falarmos sobre Eva, um suspense que nos leva aos Inícios... que nos faz acompanhar como tudo começou... Vamos ao Éden, aos dias da Criação... e a um encontro com Adão e Eva.

"Fico olhando para as ondas do mar... O ir e vir da maré é mais ou menos como a minha vontade de viver e morrer ao mesmo tempo."

- Lilly Fields, uma adolescente sem memórias do passado e profundamente ferida tanto física quanto emocionalmente, é encontrada por John, quase morta. No início, ele acreditou que havia encontrado mais um corpo, o último das doze meninas das fotos, que tinham sido brutalmente assassinadas e lançadas ao mar numa espécie de contêiner, indo parar numa ilha entre mundos, num lugar conhecido como Refúgio. Abalado pelas condições em que Lilly se encontrava, John não consegue perceber que ela ainda respirava e que ele havia, na verdade, salvo sua vida. 

Com a ajuda de especialistas, ele luta para trazer Lilly de volta. A recuperação é lenta e delicada e enquanto seu corpo é curado, deixando cicatrizes que seriam para sempre uma recordação da maldade pela qual ela tinha passado ao longo de anos, sua mente parecia cada vez mais distante de qualquer possibilidade de cura. Ela estava quebrada. Em vários pedacinhos. Completamente destruída. Como recomeçar? Como voltar a confiar em quem quer que fosse? 

"Talvez eu precise que o gelo debaixo dos meus pés quebre para que eu possa cair e desaparecer. Oh, Deus, ainda que eu esteja totalmente maluca, Você viria me encontrar? Acho que quero mesmo ser encontrada, mas por Você, não apenas pelos outros."

- Ainda sob o efeito de fortes medicações, lembranças confusas, e uma dor tanto física quanto emocional, Lilly percebe que não está na Terra e que os estranhos que cuidavam dela não eram "normais"... não pareciam exatamente humanos, mesmo que dissessem que eram. Desorientada, acreditando estar a um passo da loucura, ela os escuta afirmar que uma promessa estava se cumprindo. Que ela tinha sido escolhida para ser uma Testemunha. Do que, ninguém sabia exatamente. Mas toda vez que mergulhava no sono, Lilly era levada a um lugar que ela sempre acreditou ser um mito, uma fantasia como tantas outras. Ao Jardim do Éden. Ao encontro com um Deus no qual ela tinha aprendido a não acreditar. 

"O sofrimento é uma coisa estranha. Como a alegria, ele nos pega desprevenidos, totalmente de surpresa. Faz parte da vida, faz parte da natureza humana."

- Estaria realmente louca? Teriam os seus traumas destruído também a sua mente? Por mais que não fosse capaz de recordar quem era e sobretudo que tragédia a tinha levado até aquele lugar... sabia que as cenas que via não podiam ser outra coisa senão alucinações. Tudo era fantasia. Tinha que ser. 

Aos poucos, por mais que um lado seu ainda acreditasse que ela estava enlouquecendo e que possivelmente estava internada em algum hospício, Lilly começa a se deixar levar pelas coisas que testemunha... enxergando, pela primeira vez, um Deus do qual apenas tinha ouvido falar e que preferira acreditar que não existia. Porque, a outra opção... seria acreditar que Ele existia, mas que jamais se importara com o que acontecia com ela. 

"Quando voltou a falar, sua voz, que não passava de um sussurro, fraquejou ainda mais. - Por que... por que Deus não me protegeu?
 Eva deixou que a pergunta pairasse no ar. Aquela mesma pergunta era feita por um bilhão de outras vozes, em sepulturas, mesquitas, igrejas, escritórios, celas de prisão e becos escuros. Atrás dela, um rastro de fé abalada e corações destruídos. Aquela pergunta clamava por justiça e implorava por milagres que nunca vieram."

- O que estaria se passando com Lilly? Seria o Refúgio um lugar real? Seriam as medicações as responsáveis por aqueles sonhos tão estranhos e ao mesmo tempo reconfortantes? Fosse o que fosse...uma coisa era certa: a cura para sua alma só poderia vir de Deus. Só Ele seria capaz de cicatrizar seu coração e lhe devolver a vida. 

"Soluçava por perdas das quais nem se lembrava; por memórias e rostos que ela não conseguia identificar; por ser apenas uma menininha que não sabia onde era o seu lar e se sentia perdida; e porque tudo doía e ela não conseguia conter suas emoções."

- Acompanhar a história de Lilly não é uma tarefa fácil. É algo doloroso e que também mexe muito com as nossas crenças e a nossa noção de "realidade". Não é preciso apenas acreditar para poder seguir em frente com a leitura. É necessário também abrir a mente, ler sem pré-conceitos... Temos que mergulhar no livro, naquele mundo... por mais inacreditável que ele pareça ser. 

Confesso que eu fiquei bem perdida em vários momentos, tendo que ler algumas páginas mais de uma vez e franzindo a testa em certas cenas.rs Afinal, como uma música que eu adoro da Bruna Karla bem diz: "sou humano, não consigo ser perfeito". É muito complicado deixar de lado aquilo no que acredito e ver as coisas pelos olhos do autor e dos personagens do livro. Mas quando aprendemos a fazer isso, a leitura flui naturalmente e nos deixamos envolver completamente por aquele mundo. E não queremos que a história termine. 

"Ela olhou para os seus dedos, ainda entrelaçados aos de Eva, e sentiu uma vontade repentina de chorar. 
 - Não me abandone, por favor - pediu Lilly, a voz quase inaudível.
 - Nunca me afasto. - A expressão suave nos olhos de Eva tornou-se nublada de lágrimas. - Afinal, você é minha filha. Eu estou em você, assim como você está em mim."

- Para mim, este livro não é somente sobre a Criação, a queda de Adão e Eva e em como tudo poderia ter sido evitado. Quando terminei a leitura, pude entender que a história era muito mais sobre Lilly... sobre sua dor e sua morte. Assim como o protagonista de A Cabana, Lilly pedia aos gritos por socorro, suplicava por uma ajuda que ninguém no mundo seria capaz de lhe dar. Que ela só encontraria em Deus. Mas como? Como ser curada se não acreditava nessa cura? Se para ela, Deus não existia? 

"O livro certo, assim como a canção certa ou o amor certo, pode mudar todo o mundo de uma pessoa. E então iniciar uma reação em cadeia."

- Eu acredito muito no trecho acima. O livro certo pode até mesmo salvar uma vida. E quantas vezes você já escutou uma música que te fez chorar até você sentir como se tivesse sido lavado por dentro? Sem mencionar aquelas músicas que nos fazem sorrir e o dia ficar mais bonito. E o amor... está aí um sentimento capaz de fazer milagres. 

"Se essas coisas não fossem Deus em essência, tudo iria pelos ares. - Seus dedos rodopiaram no ar como um balão que tivesse escapado. - Tudo, até mesmo nós, desapareceria na não existência."

- Eu amei a história! E pude adivinhar o final.rs Como eu disse, li A Cabana. Já conheço o autor e não foi difícil perceber que o livro seguiria o mesmo caminho. Acho que nenhuma história dele conseguirá superar A Cabana em meu coração, mas com certeza Eva está entre os meus preferidos. :) Recomendo muito!!!! 

" - O Senhor me amaria... - começou a falar Adão depois de um longo silêncio -, mesmo que eu carregasse a escuridão dentro de mim?
  - Meu amor nunca será condicionado por nada, nem pela escuridão nem por qualquer coisa que possa haver em você - respondeu Adonai, apertando a mão do filho. - Eu sei quem você é de verdade.
  - Se eu lhe der as costas, o Senhor dará as costas a mim? 
  - Não, meu filho. Você nunca será abandonado ou renegado."

Eva - William P. Young (trechos que marcaram)



- Olá, gente!

Sei que ainda não fiz a resenha e a verdade é que nem sei se conseguirei fazer. Existem livros que significam tanto para nós que é muito difícil falar sobre eles. Quase impossível. 

Neste post pretendo partilhar todos os trechos que me marcaram em Eva. É claro que existe a possibilidade de conter spoilers, mas não creio que seria algo que revelaria muito sobre o livro. Porque não dá para conhecer esta história sem lê-la. 

" - O Senhor me amaria... - começou a falar Adão depois de um longo silêncio -, mesmo que eu carregasse a escuridão dentro de mim?
  - Meu amor nunca será condicionado por nada, nem pela escuridão nem por qualquer coisa que possa haver em você - respondeu Adonai, apertando a mão do filho. - Eu sei quem você é de verdade.
  - Se eu lhe der as costas, o Senhor dará as costas a mim? 
  - Não, meu filho. Você nunca será abandonado ou renegado."


"Ela conhecia a história, e não a conhecia."

"- Minha querida - retrucou Eva -, alguém por acaso é capaz de conhecer a si mesmo?"

"Era como se aquelas lágrimas fossem sua única linguagem, palavras líquidas e incoerentes."

"E pela primeira vez desde que sua limitada memória lhe permitia lembrar, Lilly sentiu esperança.
 Esperança pelo quê, não sabia dizer."

"O livro certo, assim como a canção certa ou o amor certo, pode mudar todo o mundo de uma pessoa. E então iniciar uma reação em cadeia."

" - Você disse que não se lembrava de ser uma grande leitora, mas eu acredito que toda pessoa é uma história e, portanto, uma contadora de histórias. O problema é que, como muitos temem fracassar, nem sequer tentam."

"Escrever é outra espécie de refúgio."

"Nossos medos mais profundos nos lembram de que perdemos algo fundamental e precioso."

"Quando o assunto é a mente, o coração e a alma, até mesmo o melhor bisturi tem suas limitações."

"Até mesmo uma pequena crise pode estilhaçar a alma humana."

"Soluçava por perdas das quais nem se lembrava por memórias e rostos que ela não conseguia identificar por ser apenas uma menininha que não sabia onde era o seu lar e se sentia perdida; e porque tudo doía e ela não conseguia conter suas emoções."

"- O que é a doença da sombra? - perguntou ela.
 - Você também pode chamá-la de "doença do coração" ou "doença da alma" - respondeu Anita. - Ela acontece quando alguém se afasta da confiança face a face e se deixa invadir pela escuridão da morte. Por causa de Adão, todos herdamos a doença da sombra em nossa mortalidade. Resistir a ela é uma guerra que todos travamos."

"Se essas coisas não fossem Deus em essência, tudo iria pelos ares. - Seus dedos rodopiaram no ar como um balão que tivesse escapado. - Tudo, até mesmo nós, desapareceria na não existência."

"Fico olhando para as ondas do mar... O ir e vir da maré é mais ou menos como a minha vontade de viver e morrer ao mesmo tempo."

"Durante alguns instantes, ficou olhando pela janela. O impulso de saltar no vazio era tentador. Será que Adonai apararia sua queda? Será que ele ao menos perceberia se ela caísse?"

"Em algum lugar no depósito da alma, todas as experiências são armazenadas. Embora o acesso às lembranças seja restrito, a história encontra maneiras de se fazer conhecer."


"Eu não passei por uma tragédia. Eu sou a tragédia!"

"Talvez eu precise que o gelo debaixo dos meus pés quebre para que eu possa cair e desaparecer. Oh, Deus, ainda que eu esteja totalmente maluca, Você viria me encontrar? Acho que quero mesmo ser encontrada, mas por Você, não apenas pelos outros."

"Quando voltou a falar, sua voz, que não passava de um sussurro, fraquejou ainda mais. - Por que... por que Deus não me protegeu?
 Eva deixou que a pergunta pairasse no ar. Aquela mesma pergunta era feita por um bilhão de outras vozes, em sepulturas, mesquitas, igrejas, escritórios, celas de prisão e becos escuros. Atrás dela, um rastro de fé abalada e corações destruídos. Aquela pergunta clamava por justiça e implorava por milagres que nunca vieram."

"Lilly é uma garotinha que morreu muito tempo atrás, uma menina fraca, quebrada e impotente que merece descansar em paz."

"O sofrimento é uma coisa estranha. Como a alegria, ele nos pega desprevenidos, totalmente de surpresa. Faz parte da vida, faz parte da natureza humana."

"Um dia, talvez, você também encontre uma maneira de me perdoar em seu coração."

21 de agosto de 2016

Tesouro Escondido - Sharon Kendrick

(Título Original: The Ruthless Greek's Return
Tradutora: Angela Monteverde
Editora: Harlequin
Edição de: 2016)


Chamas do passado

Loukas Sarantos já foi guarda-costas dos homens mais poderosos do mundo. Agora, esse grego implacável é um deles. Com sua mais nova aquisição, finalmente conseguirá vingar-se de Jessica Cartwright, a única mulher que ousou abandoná-lo. Como garota-propaganda da joalheria de Loukas, Jessica precisa acatar todas as suas ordens... e ele aproveitará cada segundo para tê-la sob controle. Mas quando a antiga paixão ressurge, Loukas percebe que ela é joia mais preciosa que já vira... e fará de tudo para possuí-la novamente.



Palavras de uma leitora... 


"A dor física não tinha problema, mas a emocional era insuportável. Aprendera que só havia uma maneira de permanecer imune. Não se envolver. Não deixar ninguém chegar perto demais."

- Excelente maneira de se proteger, certo? E também de destinar ao fracasso qualquer relacionamento... 

Após uma infância marcada pela separação dos pais, a morte da mãe e a ida para a casa do pai, que vivia ao lado da mulher que causou a separação e com quem tinha uma filha adorada, Jessica aprendera a esconder seus sentimentos. A jamais demonstrar o que sentia. E a permanecer o mais distante possível de outro ser humano. Não era à toa que passara a ser conhecida como Rainha do Gelo. Mas toda sua força de vontade e reservas não são suficientes para fazê-la resistir ao charme de Loukas e às suas tentativas de envolvê-la. Ela acaba completamente apaixonada por ele e, tempos mais tarde, é invadida por todos os sentimentos que tentara evitar. Pela dor que jamais imaginou voltar a sentir...

Jessica e Loukas iniciam um relacionamento proibido e ainda mais intenso justamente por isso. Ambos tinham seus próprios motivos para ocultar dos demais aquilo que viviam, aquilo que os unia e enlouquecia. Só que tudo termina rápido demais. Deixando um vazio na vida dos dois. E uma amargura que os acompanharia pelos próximos oito anos...

Após a morte do pai e da madrasta num terrível acidente, Jessica acaba responsável pela meio-irmã de 10 anos e a quem ela não acreditava amar. Mas as circunstâncias acabam por aproximá-las e uma na outra... encontram a cura para suas feridas. Jessica perdera tudo que tinha na vida. A mãe, o pai, o tênis que havia sido sua maior paixão durante tanto tempo e... Loukas... o homem para quem entregara não só sua inocência como também seu coração. Em Hannah, ela encontra forças para seguir em frente e recomeçar. Mas quando a irmã parte para seguir seu próprio caminho, Jessica se vê de novo sozinha... tendo que lidar com as lembranças do um dia tivera e da tristeza pelo que poderia ter tido...

"Que pessoa não ficava de vez em quando deitada na cama imaginando como sua vida teria sido se tivesse tomado outro rumo?"

- É quando Loukas reaparece em sua vida, trazendo de volta o passado, fazendo exigências e ameaçando mais que sua segurança... colocando em perigo um coração já destroçado. Seria forte o bastante para não se render à paixão que ainda a consumia? E como esconder que durante todos aqueles anos jamais deixara de amá-lo? Ainda que não tivesse toda a experiência que ele com certeza adquirira ao longo da vida, sabia que Loukas não a procurava para uma conversa amigável. Ele queria vingança. Queria dar o troco pelo que achava que ela havia feito. E ela sabia também que estava na hora de encerrar de uma vez por todas aquela história. Não passaria a vida inteira dependente daquele amor... dependente dele

- Faz muito tempo que li um livro da Sharon Kendrick. E creio que foi por ter sérios problemas com a história. rs Ou mais precisamente: com o mocinho do tal livro. Algo que não acontece com Tesouro Escondido. Embora não seja uma história que tenha me provocado fortes emoções, eu gostei bastante. E não me arrependo de ler. Apenas não leria de novo.kkkkkkk...

- A história entre Jessica e Loukas é complicada. Os dois tiveram uma infância de dor, que marcou profundamente suas vidas e desempenhou grande papel em suas escolhas. Eles tinham pavor de amar. Não queriam voltar a sofrer. Não desejavam que outro ser humano pudesse deixá-los vulneráveis como um dia estiveram. Sofriam justamente por medo de sofrer e eu compreendo muito isso. Posso entender exatamente o que se passava pela mente e o coração dos dois. E lamento que eles tenham causado uma grande bagunça e tanta mágoa um no outro por causa disso.

- Embora tenham se permitido um relacionamento, nunca baixaram por completo suas defesas. Nunca abriram o coração. Só falavam com seus corpos e qualquer conversa pessoal era proibida. Assim, ambos se viam inseguros, sem saber o que tinham e o que esperar. Mesmo assim, quando a relação é descoberta pelo pai de Jessica, que reage muito mal, Loukas a pede em casamento. Sendo imediatamente rejeitado. Então ele vai embora... prometendo a si mesmo que um dia a faria pagar por ter brincado com ele. Por tê-lo usado e descartado como se não significasse nada. Ou seja, ele a culpa por não enxergar que o que eles tinham era forte, que ele a amava. A culpava por ela não ver o que ele próprio jamais permitiu que ela enxergasse. Louco, não é?rsrs Do mesmo modo, a Jessica acreditava ter tomado a decisão correta já que sabia com toda a certeza que para ele não passara de uma aventura, que ele nunca sentiu por ela o amor que ela sentia por ele. Faltou conversa. Faltou confiança. Sobrou dor nessa relação. Mas a verdade é que a separação se fez necessária, pois naquela época nenhum dos dois estava realmente preparado para algo mais sério. Muito menos para um casamento. Não era o momento certo. Por mais dolorosa que a separação tenha sido, foi o melhor. 

- Eu gostei muito deste casal. Fiquei com vontade de bater nos dois? Claro!rs Quis sacudi-los, gritar em seus ouvidos que eles precisavam parar de presumir o que o outro sentia e em certas ocasiões senti ganas de simplesmente desistir dos dois. Já estava ficando sem paciência.rs Porém, embora de modo geral tenha gostado demais deles, a história não me provocou nem metade da emoção que eu imaginava sentir. Não tocou meu coração. Não me fez sorrir ou chorar. E por isso recebeu apenas 3 estrelas. 

16 de agosto de 2016

Seis Anos Depois - Harlan Coben

(Título Original: Six Years
Tradutor: Ricardo Quintana
Editora: Arqueiro
Edição de: 2014)

Jake Fisher e Natalie Avery se conheceram no verão. Eles estavam em retiros diferentes, porém próximos um do outro. O dele era para escritores; o dela, para artistas. Eles se apaixonaram e, juntos, viveram os melhores meses de suas vidas.

E foi por isso que Jake não entendeu quando Natalie decidiu romper com ele e se casar com Todd, um ex-namorado. No dia do casamento, ela pediu a Jake que os deixasse em paz e nunca mais voltasse a procurá-la.

Jake tentou esconder seu coração partido dedicando-se integralmente à carreira de professor universitário e assim manteve sua promessa... durante seis anos.

Ao ver o obituário de Todd, Jake não resiste e resolve se reaproximar de Natalie. No enterro, em vez de sua amada, encontra uma viúva diferente e logo descobre que o casamento de Natalie e Todd não passou de uma farsa.

Agora ele está decidido a ir atrás dela, esteja onde estiver, mas não imagina os perigos que envolvem procurar uma pessoa que não quer ser encontrada.

Em Seis Anos Depois, Harlan Coben usa todo o seu talento para criar uma trama sensacional sobre um amor perdido e os segredos que ele esconde.


Palavras de uma leitora...


"- Você quer tanto isso, essa segunda chance, a oportunidade de redenção que não consegue enxergar a verdade.
- E que verdade é essa, Benedict?
- Ela se foi - disse ele, apenas. - Largou você. Nada vai mudar isso."


- Seis anos antes, num dos piores momentos de sua vida, Jake conheceu a mulher que o ensinaria a amar, apenas para partir seu coração em vários pedaços depois. No momento em que ela lhe dissesse adeus e se casasse com outro, como se o tempo que viveram juntos não tivesse significado nada. Como se todo o amor, a sensação de que tinham sido feitos um para o outro, não passasse de uma ilusão. Um amor que só ele viu, mas que ela jamais chegou a sentir. 

Destroçado pela maneira como ela jogou fora tudo o que partilharam, ele compareceu ao casamento e assistiu, com uma dor que não saberia explicar, sua mulher trocando votos diante de um altar, encerrando a história deles dois. Mas antes de partir, ela fez questão de fazê-lo entender que estava realmente tudo acabado. Que ele não deveria procurá-la. Nunca mais. 

"- Prometa que não vai nos seguir, telefonar nem mandar e-mail.
A dor no peito aumentou, incisiva e pesada.
- Prometa, Jake. Prometa que vai nos deixar em paz."

- E assim os anos se passam... Por mais que tenha pensado em ir atrás dela durante todo aquele tempo e não tenha existido um só dia no qual não a recordasse, ele manteve sua promessa. Se ela não queria vê-lo, tudo bem. Não a incomodaria. Não roubaria sua paz ou prejudicaria de alguma forma a sua felicidade. A amava tanto que estava disposto a passar a vida em tormento se isso significaria que ela estaria bem, que poderia ser feliz. Mas, então, Todd, o marido de Natalie, morre e ele não consegue resistir ao desejo de vê-la mais uma vez. Nem que fosse no velório do marido. Quebraria sua promessa, por alguns instantes, e depois seguiria em frente. Só precisava vê-la. Nada mais. Uma última vez. 

"Faria o que Natalie me pedira. Iria deixá-la em paz. Pensaria nela todos os dias, mas nunca telefonaria, não tentaria me aproximar nem a procuraria on-line. Manteria a promessa.
Por seis anos."

- Porém, ao comparecer ao velório de Todd, toda sua vida toma um novo e arriscado rumo, quando ele percebe que a viúva daquele homem não é a mulher que ele conheceu anos antes e o abandonou. A viúva não era Natalie, mas sim uma mulher completamente diferente. O que estaria acontecendo ali? Teria aquele homem duas famílias? Ou... tudo não passara de uma grande mentira, de uma farsa muito bem armada para forçá-lo a desistir dela? 

Completamente atordoado por aquela descoberta, Jake vai atrás de resposta. E quanto mais perguntas faz mais perto da morte também fica. Seis anos antes... Natalie desaparecera de sua vida. E não existia nenhuma pista de seu paradeiro. Agora... ao mexer naquele passado, ele colocava em perigo não só a própria vida, mas também a de muitas outras pessoas. O que se esconderia por trás do desaparecimento de Natalie? Que segredos ela ocultaria? Fosse o que fosse, ele iria descobrir. Precisava encontrá-la. Necessitava entender o que a levara a partir. E mais do que tudo, necessitava ter a certeza de que a sua amada não estava em perigo. Estava disposto a arriscar o que fosse preciso para achar a mulher da sua vida. Ainda que isso, literalmente, custasse a vida dele. 

"- Escute-me com toda atenção. Eles podem encontrar Natalie primeiro. [...] - ou nós podemos. A escolha é sua. 
Era verdade. Porém, mais do que isso, ele tinha deixado de fora uma última possibilidade, por mais remota que fosse.
Eu poderia encontrá-la antes de todos."

- Assim que iniciei a leitura desta história, não consegui parar. Quanto mais eu lia mais queria ler. Porque o autor nos envolve bastante ao criar todo aquele mistério e não temos coragem de largar o livro enquanto não descobrimos tudo.rs Eu queria saber que segredos Natalie escondia, o que a levara a ir embora, se estava viva ou morta... e se Jake conseguiria encontrá-la. Não me atreveria a parar de ler enquanto não tivesse a resposta para todas as minhas perguntas. 

E, no final das contas, eu descobri tudo antes mesmo do protagonista.kkkkkkkkk... Quanto mais o Jake obtinha respostas que ele ainda não conseguia interligar, mais informações ele me dava para montar o quebra-cabeças, ainda mais quando eu tinha como base um livro anterior do autor, que jamais pude esquecer: Não Conte a Ninguém. Por mais diferente que Seis Anos Depois seja, se já tivermos lido Não Conte a Ninguém é muito fácil seguir uma determinada linha de raciocínio e chegar a todas as respostas. Foi fácil, fácil.rs E até mesmo a maneira como o livro terminaria eu pude imaginar. E isso não prejudicou em nada o livro. Porque tinha que terminar exatamente daquele jeito. Eu ficaria decepcionada com outro final. 

"Todos têm um tipo próprio de loucura." 

- E não há dúvidas de que Jake é 99% louco.rsrsrs... Porque somente uma pessoa nada normal faria as coisas que ele fez. Bem...somente uma pessoa louca ou... completamente apaixonada, certo? Não tem como duvidar do amor que ele sentia pela Natalie. Ela era todo o seu mundo. Sem ela... ele apenas respirava sem de fato viver. E me surpreende muito que ele tenha conseguido manter a promessa por seis anos, que não tenha ido atrás dela antes. Todo esse amor é lindo, de nos fazer suspirar... mas é também um amor perigoso, que o faz bater de frente com a morte várias vezes. E nem mesmo assim ele desistia. Só conseguia pensar que precisava encontrá-la. Que tinha que salvá-la. Quem não iria querer ser amada assim?! Suspiros...

- A história só não ganhou 5 estrelas porque eu achei que algumas coisas poderiam ter sido melhor desenvolvidas, que outros personagens deveriam ter tido um papel mais ativo por serem importantes para os acontecimentos... Mas eu amei o livro! E o recomendo muito! Vale a pena! A história nos envolve do começo ao fim e ficamos com uma sensação muito boa depois. Eu simplesmente amei! :)

12 de agosto de 2016

A Herdeira - Kiera Cass



Série a Seleção - Livro 4

Trinta e cinco pretendentes e uma princesa. Uma nova Seleção começou.

Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, a filha mais velha do casal. 

Criada para ser uma líder forte e independente, ela nunca quis viver um conto de fadas como o de seus pais. Por isso, antes de conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, a jovem está totalmente descrente.

Mas, assim que a competição começa, a situação muda de figura, e Eadlyn percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto imaginava. 



Palavras de uma leitora...


- Pensem numa criatura extremamente mimada, egoísta e insuportável. Que te dá nos nervos apenas lembrar! Pensaram?! Pois bem. A protagonista desta história é exatamente assim. Não me recordo de já ter conhecido mocinha mais infantil e superficial. 

"Por acaso não sabiam quem eu era e para que haviam me treinado? Eu era Eadlyn Schreave. Nenhuma pessoa era tão poderosa quanto eu."

- Confesso a vocês que estou muito decepcionada. A história de America e Maxon tinha terminado de maneira inesquecível, se tornando o meu livro preferido da série. O amadurecimento dos protagonistas, a participação mais ativa de personagens que roubaram nosso coração, os ataques rebeldes que levaram parte de nós... tudo contribuiu para tornar o livro marcante. Maravilhoso! Terminei a leitura com um sorriso e lágrimas nos olhos. Muito feliz pelo casal, mas destruída pela morte de personagens que eram importantes para mim, que deixaram muito deles no livro e levaram muito de nós quando partiram. A Escolha mexe com nossas emoções, encerra a história do casal de maneira brilhante. E por mais que eu não imaginasse que poderia amar a história da filha de America e Maxon como amei a deles, não passou pela minha cabeça que eu fosse odiar a história e querer esganar a protagonista. O que a Kiera Cass fez com essa série????!!! É por isso que chego a sentir arrepios quando alguns autores decidem continuar histórias que, inicialmente, eles não planejavam continuar. Por causa de desastres como os que vi em A Herdeira. Para mim, (lembrando que é apenas a minha opinião pessoal; opinião esta que, como leitora, eu tenho o direito de ter) é como se a autora destruísse com as próprias mãos toda a série. Porque A Herdeira, infelizmente, manchou tudo para mim. Sempre que eu lembrar da America e do Maxon não conseguirei não lembrar do desastre que é a filha deles. 

"Isto não é um jogo, cavalheiros. Isto é a minha vida."

- Sério que era a vida dela? E existiria alguma coisa que Eadlyn fosse capaz de enxergar além da própria vida? Tudo girava em torno dela. E se não girasse, teria que girar, pelo simples fato de ela desejar que fosse assim. Ela se considerava alguém tão especial, que estava acima de todos os outros, incluindo seus próprios pais e irmãos. Porque ela seria rainha. Porque o trono era dela. Então, todos deveriam adorá-la e amá-la, por mais que ela não desse motivos para ninguém amá-la. Muito menos seu povo. Quando foi que ela pensou nas necessidades de alguém? Nos sentimentos de qualquer pessoa?! E ainda tinha a petulância de se considerar uma pobre coitada que não era entendida por ninguém. Ah, por favor! Haja paciência para aturar alguém tão egocêntrico e desprezível! E eu não sou uma pessoa que se possa considerar muito paciente. Ainda que fosse! Com a Eadlyn não dá! Ela simplesmente não desce pela minha garganta. Fico me perguntando como da America e do Maxon, dois personagens lindos, bondosos e comprometidos com o povo deles... pôde sair alguém como a Eadlyn. São coisas assim que jamais entenderei, sério.rsrsrs...

- A história se inicia vinte anos após o final de A Escolha. Após as reviravoltas angustiantes das páginas finais, que resultaram na separação do casal, seguida pela morte brutal dos pais do Maxon num ataque rebelde que os assombraria por toda a vida, America e Maxon finalmente percebem que não importava o quanto brigassem e considerassem que uma vida juntos seria recheada de imperfeições, se amavam demais para desistir um do outro. Então, eles reencontram o caminho que os unia e passam juntos por aquele momento de dor, quando toda Illéa parecia chorar a perda de seus entes queridos. Com a morte dos pais, Maxon se torna automaticamente rei, assumindo a responsabilidade por um país em crise, mas cheio de sonhos de tornar aquele um lugar melhor para todos. Ao lado de America, dá esperanças ao povo... Faz com que toda a população acredite num amanhã. Num amanhã que ele pretendia tornar realidade. E consegue. 

- Em A Herdeira, conseguimos perceber o que aconteceu com a população de Illéa durante os vinte anos que se passam. É lindo saber que o sistema de castas foi derrubado, tornando-se apenas uma lembrança amarga para muitos e doce para os poucos que eram privilegiados por tal sistema. Vemos também que o país comemorou com o casal o nascimento dos gêmeos, Eadlyn e Ahren (que se torna herdeira do trono por ter nascimento sete minutos antes do irmão), assim como também se emocionaram quando mais dois bebês nasceram, completando essa bela família, que tanto tinha feito por todos. Mas então... percebemos também que America e Maxon pagaram um alto preço por toda a dedicação... por todas as melhorias que levaram para seu povo. E que, no final das contas, não parecia ter valido a pena. 

- É triste demais ver o meu casal tão cansado, como se tivessem mais anos do que realmente tinham. Cada vez que eles apareciam, ainda que tivéssemos o desprazer de ter que vê-los pelos olhos da insuportável, a sensação que tínhamos era de que eles carregavam o peso do mundo nas costas. As preocupações os consumiam e como se não bastasse toda a pressão que estavam suportando, ainda vinha a Eadlyn com seus caprichos e birras. O que me fazia desprezar ainda mais essa garota.

Com o fim da divisão em castas da população, novos problemas surgiram. Embora as pessoas tenham apreciado e apoiado a liberdade que todos passaram a ter...isso não acabou com a realidade que sempre irá existir em qualquer país: seguiriam existindo os que tinham muito, os que tinham o necessário, os que tinham pouco e... os que não tinham nada. Mesmo sendo um rei bom e amado, que se importava realmente com seu povo, Maxon não podia acabar com essa realidade. As pessoas pareciam não entender que para o país crescer e maiores oportunidades surgirem para todos... a população toda precisaria fazer a sua parte. Só que ninguém entendia. Muito menos quando se tornava mais e mais evidente que logo America e Maxon deixariam o trono e o passariam para sua filha. Alguém que o povo não queria. Alguém que era desprezada e as pessoas viam como uma ameaça. É a partir daí que surge uma insatisfação cada vez mais crescente e o povo passa a ansiar pela queda da monarquia. Já não queriam reis. Porque não queriam Eadlyn. Quem pode condená-los por isso?! Eu, com toda certeza, não! 

Desesperado para distrair a população, enquanto pensa numa maneira de consertar as coisas e melhorar a vida dessas pessoas, Maxon sugere que façam uma nova Seleção... Vinte anos antes, ele conheceu America entre outras 34 garotas, na Seleção que representava sua única oportunidade de ser feliz. Agora, embora as coisas tenham mudado e sua filha não seja obrigada a encontrar um marido da mesma forma que ele conheceu America, Maxon suplica que sua filha lhe ajude e participe da Seleção. Então, batendo o pé e fazendo cenas, Eadlyn acaba concordando. Não por seu povo. Nem por seus pais. Apenas porque era o que esperavam dela. Mas ela coloca na cabeça que vai infernizar a vida de cada um dos 35 pretendentes e que no final das contas não escolherá nenhum. Porque não precisa de amor e nem de ninguém. Afinal de contas, ela será rainha. Não existe pessoa mais poderosa e importante do que ela. Algo que ela repete bastante no livro, de diversas maneiras. 

- Eu detestei o livro de maneira geral. Ele é todo escrito segundo a visão dessa criatura infantil e não existiria forma da história me agradar assim. Não quando era justamente essa menina que narrava tudo. Além disso, ela não conseguia sequer dizer nada que fosse inteligente. Suas conversas eram muito tolas, extremamente superficiais e cansativas. E isso se aplica aos Selecionados. Nenhum deles me cativou. Nenhum deles tornou esta leitura suportável. O livro inteiro é uma completa perda de tempo. 

Mas sabe uma coisa que fez meu sangue ferver? A maneira como a autora transformou o meu casal querido em pessoas que eles NÃO eram!!!! Há muito tempo, nas aulas de História, eu ouvi o professor falar em "pão e circo" e "Roma". Ainda que a gente não recorde o que significa isso, ao lermos o que Maxon pretendia fazer, pensamos imediatamente em "pão e circo". A maneira como ele pretendia iludir, distrair a população dos problemas sérios que estavam acontecendo no país, é lamentável. Totalmente em desacordo com o que conhecemos dele. Por favor, eu tive três livros para conhecer o Maxon e a America! Foram três livros contando somente a história deles. Creio que isso me torne capaz de concluir que essas atitudes iam contra o que eles sempre acreditaram e tudo o que fizeram pelo país. A America e o Maxon que eu conheço jamais recorreriam a algo assim. Eles nunca foram covardes. E jamais seriam. É por isso que esquentou meu sangue ver uma America tão apagada e um Maxon tão conformado neste livro. Além do fato de eles terem permitido que a Eadlyn chegasse ao ponto que chegou e quase arruinasse o país inteiro com seu egoísmo. 

- Na minha opinião, a série poderia ter terminado no livro 3. Ou eu deveria ter encerrado a leitura desta história no 3º livro...

- Dei 2 estrelas ao livro. E somente porque America e Maxon apareceram, por mais que não sejam eles mesmos. Se eles não fizessem parte de A Herdeira, nem 2 estrelas a história teria recebido!

- Eu lerei o quinto e último livro da série. Apenas porque se cheguei até aqui tenho que terminar. Mas se a autora levar adiante a ideia que começou nas páginas finais deste livro, nunca mais na vida lerei algo escrito por ela. É uma promessa. 


Série A Seleção

4- A Herdeira
5- A Coroa

6 de agosto de 2016

A Escolha - Kiera Cass

(Título Original: The One
Tradutor: Cristian Clemente
Editora: Seguinte
Edição de: 2014)

Série A Seleção - Livro 3


Quando foi sorteada para participar da Seleção, America não imaginava que chegaria tão perto da coroa - nem do coração do príncipe Maxon. Com o fim do concurso cada vez mais próximo, e as ameaças rebeldes ao palácio ainda mais devastadoras, ela se dá conta de tudo o que está em risco e do quanto precisará lutar para alcançar o futuro que deseja. 

America já fez sua escolha, mas ainda há muitas outras em jogo... Aspen, seu antigo namorado, terá de encarar um futuro longe dela. E Maxon precisa ter certeza dos sentimentos da garota antes de tomar a grande decisão, ou acabará escolhendo outra concorrente. 


Palavras de uma leitora...



"Eu estava encurralada por todos os lados, perdendo tudo o que sempre fora importante para mim."

- Tantos acontecimentos... Ainda me custa crer que tanta coisa se passou em tão poucas páginas. Foram reviravoltas de tirar o fôlego e partir nosso coração. Ansiava pelo desfecho da história, mas não imaginava que sofreria tanto quando o momento chegasse. 

Após terminar de ler A Elite, eu corri para a continuação, mais do que desesperada para saber como tudo terminaria. Claro que sabia que America ganharia. Que ela conquistaria o coração do nosso mocinho. Apesar de todos os problemas e de tudo que estava contra eles, não tinha dúvidas de que ela seria a escolhida. Só que... muita coisa se passa antes disso. A Escolha é um livro intenso, arrebatador, leve e profundo, divertido e angustiante. Eu ri muito, gargalhei com algumas cenas. Mas também chorei. E tenho a sensação de que falta um pedaço de mim. 

"Pensei que estivéssemos entendidos depois do abrigo. Mas parecia que tudo tinha ficado mais complicado do que antes, quando eu ainda tentava decidir o quanto gostava dele. Eu não sabia o que isso significava para nós. Nem se ainda havia um nós com que valesse a pena me preocupar."

- Para quem não leu os livros anteriores, é claro que esta resenha terá spoiler.rs

Em A Elite, após os tristes e chocantes acontecimentos que tiraram Marlee, melhor amiga de America, da Seleção, e a fizeram ser açoitada em público, apenas cinco garotas restaram. A saída de Marlee foi um ponto impactante na história não só para ela, mas sobretudo para America e sua posição diante dos olhos da população de Illéa, que se voltou contra ela, considerando-a cúmplice da traição de sua amiga. 

Marlee jamais quis conquistar o coração do príncipe. Seu segredo mais bem guardado era o amor que sentia por um dos guardas do palácio, alguém com quem ela pretendia passar o resto da vida. Determinada a ficar até o momento que Maxon a eliminasse, para que assim pudesse ver todos os dias o homem amado, Marlee não pensou nas consequências de sua decisão, pois um momento de descuido foi o suficiente para quase acabar com a vida dela e de Carter.

Ao serem flagrados num momento íntimo, ambos foram condenados à morte por traição. Não querendo que alguém morresse por causa de leis que ele próprio não aprovava e considerava desumanas, Maxon perdoou suas vidas, mas seu pai e o povo de Illéa jamais permitiriam que tal crime passasse impune e assim o casal foi condenado ao castigo físico... sendo ambos açoitados à vista de todos. Inclusive de America que nem numa outra vida seria capaz de ver tamanha crueldade sem fazer nada. Ao inferno com o rei e suas leis! Porque ela lutaria com unhas e dentes para defender aquela que foi como uma irmã para ela em cada dia que passaram juntas naquele lugar. E foi exatamente o que ela fez. Lutou. Uma luta em vão... que só causou mais sofrimento a todos que se importavam com as duas. E fez o povo clamar para que ela fosse eliminada da Seleção. Afinal de contas, uma jovenzinha que se atrevia a tentar poupar uma "criminosa" de seu castigo, que eles consideravam pouco diante da monstruosidade do seu crime, jamais seria digna de se tornar princesa. Ninguém ali parecia enxergar que o único pecado de Marlee tinha sido amar...

O que acontece com Marlee afeta diretamente a relação entre America e Maxon, que sempre foi muito frágil diante das complicações da seleção e dos sentimentos que ela ainda possuía por Aspen. Quando finalmente parecia que eles iriam se acertar e que ele a escolheria, a crueldade do que acontece com sua amiga a abala profundamente, fazendo-a pôr em dúvida tudo o que sabia sobre o homem que estava começando a amar e que até então ela acreditava ser uma boa pessoa. Mas como alguém poderia permitir que outra pessoa passasse por tamanha dor sem fazer nada para impedir? Ela implorou. Suplicou aos gritos que ele parasse com aquilo, mas Maxon não quis ouvi-la. E isso construiu um abismo entre eles... e parecia que ponte alguma seria capaz de fazê-los achar o caminho de volta um para outro. 

"- Depois de todo esse tempo, ainda sinto que há um abismo entre nós. A Seleção o obrigou a entregar seu afeto em pedaços. Nunca terei você por completo. Nenhuma de nós terá.
Novamente, me esforcei para escapar de suas mãos, mas dessa vez ele não tentou me segurar."

- As acusações, indecisões e frieza de nossa mocinha acabam por jogar Maxon na direção das outras garotas, que estavam mais do que dispostas a consolá-lo e fazê-lo enxergar que America não seria a escolha certa. Que ela jamais o amaria e aceitaria como quaisquer das outras. Magoado e desejando que, ao menos uma vez na vida, alguém o compreendesse e amasse, Maxon se aproxima cada vez mais de Kriss, aumentando seriamente a distância que existia entre ele e America. 

Confusa com as atitudes de Maxon e sua incapacidade para entender tudo o que se passava com ela, America chega à conclusão de que o mais seguro seria retornar para Aspen. Esquecer de uma vez por todas tudo o que havia vivido no palácio e fingir que jamais conhecera o príncipe. Que tudo não passara de um sonho que chegara ao fim. Não queria ser princesa. Jamais desejou tal coisa. E não suportaria toda a angústia e injustiça que viriam junto com o título. Se em algum momento quis ganhar, foi por ter conseguido ver além do que ele mostrava aos outros. Foi por ter enxergado um ser humano por trás da máscara de aparente indiferença. 

"[...] É só que, quando estamos juntos, sinto que sou America. Não uma casta ou parte de um plano. Também não o vejo como alguém distante. Ele é apenas ele, e eu sou apenas eu."

- Porém, mesmo acreditando que no fim acabaria por perdê-la, Maxon não desiste de America e tenta encontrar a maneira de fazê-la voltar a confiar nele... e, o mais importante, aprender a amá-lo. Só que mesmo quando voltam a aproximar-se e a parecer mais unidos do que nunca, as inseguranças de ambos acabam por fazê-los pagar um alto preço... 

"Ele abriu os braços, e eu me joguei neles. Maxon me abraçou em silêncio, acariciando meus cabelos. Queria poder apagar tudo e ficar apenas com aquele momento, aquele breve segundo em que ele eu sabíamos o quanto significávamos um para o outro. 
- Por favor, não chore, querida. Eu pouparia suas lágrimas o resto da vida, se pudesse. 
- Eu nunca mais vou ver você." [Trecho do livro A Elite]

- No final de A Elite, levada pelos ciúmes que sentia por Maxon e a revolta por descobrir tudo que havia por trás do sistema de castas e da monarquia que governava seu país, America toma a decisão de contar ao povo toda a verdade que conhecia. Começando por sugerir à população o fim das castas, ela tenta expor a sujeira oculta nos diários do primeiro monarca de Illéa, mas é impedida pelo rei e expulsa da Seleção. 

Lutando pela mulher que amava, Maxon enfrenta o pai para defender America de sua maldade e impedi-lo de afastá-los, mas todos os seus esforços de nada servem. Maxon acaba por receber no lugar dela a surra que o rei pretendia lhe dar. A vida inteira, ele havia apanhado do pai, que acreditava que aquela era a melhor forma de tratá-lo e mantê-lo sob seu controle. Cada tentativa de rebeldia lhe custava muito caro. As marcas em suas costas eram a prova de todas as vezes em que tentara se libertar e fazer o que considerava certo. Daquela vez, não foi diferente. Jamais permitiria que o pai a machucasse como o havia ferido por tantos anos. Além de receber a surra em seu lugar, Maxon percebe que não existiria maneira de manter America ao seu lado. E então, aceita o fim. Despedindo-se para sempre da única mulher que havia chegado a amar...

Mas certas reviravoltas, forçam o rei a reconsiderar sua decisão. Poderia odiar America com todas as suas forças e desejar vê-la morta, mas sabia perfeitamente que se ela fosse embora as chances de perder Maxon seriam enormes. Para manter o filho ao seu lado e concentrado em suas obrigações, ele sabia que ela precisaria ficar. Mas que ninguém tivesse dúvidas de que ele faria até o impossível para que ela não fosse escolhida...

"Pela primeira vez, meu sentimento era sólido. Não tentava me distanciar, apegada a Aspen e a todas as dúvidas que vinham junto. Não estava me envolvendo com Maxon e, ao mesmo tempo, mantendo um pé na porta para o caso de ser rejeitada. Simplesmente deixei as coisas acontecerem.
Eu o amava."

- Em A Escolha os laços entre America e Maxon se tornam mais fortes, apesar das inseguranças ainda permanecerem. Levada pelo medo dele, no fim das contas, acabar por partir seu coração e se casar com outra, nossa mocinha não consegue se entregar por completo, mantendo a parte mais importante de si mesma protegida, e assim aumentando as dúvidas de Maxon e impedindo-o de confiar nela o suficiente para encerrar a seleção e pedi-la em casamento. America sempre lhe pediu tempo... Agora, era ele quem necessitava de tempo para acreditar que o amor que ela sentia pelo ex tinha acabado... que ela seria capaz de amá-lo e ser feliz ao seu lado. Mas tempo, definitivamente, era tudo o que ninguém ali teria...

" — Olhe para mim, America.
Pisquei algumas vezes e olhei para ele. Mesmo com a dor, ele abriu um sorriso.
— Pode partir meu coração. Mil vezes, se desejar. Sempre foi seu para machucar como quiser."

- Nesta terceira e última parte da história do casal, além das intrigas e todos os medos que sempre o fazem dar um passo atrás... ameaçando sua relação, America e Maxon enfrentam problemas ainda mais sérios quando os ataques dos rebeldes do sul se tornam mais violentos e o número de mortes cresce. Os rebeldes não só queriam destruir a monarquia, queriam também que a Seleção acabasse e para tanto passaram a atacar a família das garotas, provocando terror na população e assassinatos que marcarão para sempre a vida de todos. Incluindo a de nós leitores. 

"— Você… não sente repulsa? — ele perguntou, hesitante.
— O que você quer dizer?
— Minhas costas.
Acariciei seu rosto e olhei bem fundo em seus olhos, para não deixar dúvidas sobre meus sentimentos.
— Maxon, algumas dessas cicatrizes estão nas suas costas para que não estivessem nas minhas, e eu amo você por isso."

- Este é, sem sombra de dúvidas, o melhor e mais triste livro desta série. Chorei pelo casal, chorei pelas outras garotas... chorei por tantos personagens que é bem provável que tenha esgotado o meu estoque de lágrimas.rs A série começa de maneira superficial, com personagens imaturos que não tinham muita noção do que exatamente queriam para suas vidas e muito menos com forças suficientes para lutar pelos próprios sonhos. Mas ainda no primeiro livro percebemos o crescimento começar a acontecer... Em A Elite, é evidente o amadurecimento não só do casal, mas também de outros personagens da série. E temos a oportunidade de conhecê-los melhor. De enxergá-los como pessoas, com qualidades e defeitos. Mas é somente neste último livro que eles atingem o ponto em que são capazes de perceber tudo o que era realmente importante para cada um deles. Quais sonhos queriam realizar e quais poderiam deixar para trás. É aqui que eles resolvem lutar. Por eles mesmos. Por suas vidas. E é delicioso e ao mesmo tempo muito doloroso acompanhá-los. Não creio que algum dia serei capaz de esquecer cada um deles, até mesmo o rei com sua tirania dos infernos. Penso que esses personagens estarão sempre em minha memória. E jamais vou aceitar o fim de alguns deles. Não seria capaz. 

"Olhei nos olhos dele; podia sentir as lágrimas ameaçando sair. Como digo adeus para você?"

- Uma das coisas consistentes nesta história, que ora me irritava ora me emocionava, foi o amor da mocinha pelo Aspen. Sim, eu acredito que foi amor. Um amor de menina, um amor puro, suave e idealista, mas ainda assim amor. Ela não o tinha amado como veio a amar o Maxon depois. Não foi com o mesmo desespero ou a mesma profundidade, mas o amou demais. E não nos convenceria se ela de uma hora para a outra deixasse de se importar com ele ou vice-versa. O que existia entre eles era forte e ainda que seu coração pertencesse ao Maxon e o Aspen também viesse a amar outra pessoa, eles seguiriam sendo muito importantes um para o outro. Ele sempre estaria ali para ela, capaz de dar a própria vida para protegê-la... e o mesmo se passaria com ela. Não era uma história que pudesse terminar. E eu entendo isso. A relação entre os dois era muito linda. Por mais incrível que possa parecer, eles ficaram ainda mais conectados após terminarem. Eu senti muita raiva do Aspen em certos momentos, por ele colocá-la em perigo cada vez que tentava se aproximar, uma vez que ambos sabiam que qualquer contato que tivessem poderia fazê-los ser acusados de traição e condenados à morte. Nesses momentos, quando meu coração quase saía pela boca temendo que o rei descobrisse que eles tinham um passado e se aproveitasse disso para destruir a America, eu sentia ânsias de esganar o Aspen. Mas com o tempo... pude perceber que colocá-la em perigo era algo que ele jamais desejou. Ele era o seu eterno protetor. E seria assim até o último dia de sua vida. Não pude não amar a história entre esses dois. 

- O desfecho desta história não é só alegria. Embora as páginas finais tenham me feito sorrir encantada e tenham me emocionado, não pude me livrar do sentimento de tristeza por certas coisas. Acaba por ser um final agridoce. E inesquecível. 

- Por que eu digo que a história entre o casal termina aqui? Ocorre que a partir do 4º livro da série, conheceremos a história da filha deles, que viverá sua própria Seleção. Só me pergunto se conseguirei amar a história dela tanto quanto amo a dos seus pais.rs

"— Maxon Schreave, eu amo você. Eu amo você.
— E eu amo você, America Singer. Amo você com todo o meu coração."


Série A Seleção

3- A Escolha
4- A Herdeira
5- A Coroa

5 de agosto de 2016

A Elite - Kiera Cass

(Título Original: The Elite
Tradutor: Cristian Clemente
Editora: Seguinte
Edição: 2014)

Série a Seleção - Livro 2

Não se sentia capaz de ser princesa.
Não queria abandonar Aspen.
Não sabia o que fazer.

A Seleção começou com 35 garotas. Agora, restam apenas seis, e a competição para ganhar o coração do príncipe Maxon está acirrada como nunca. Quanto mais America se aproxima da coroa, mais se sente confusa. Os momentos que passa com Maxon parecem um conto de fadas. Mas sempre que vê seu ex-namorado Aspen no palácio, trabalhando como guarda e se esforçando para protegê-la, ela sente que é nele que está o seu conforto. America precisa de mais tempo. Mas, enquanto ela está às voltas com o seu futuro, perdida em sua indecisão, o resto da Elite sabe exatamente o que quer - e ela está prestes a perder sua chance de escolher. 


Palavras de uma leitora...


"Segurei forte a mão dele. Por algum motivo, me doía ter que soltá-la. Parecia haver uma fragilidade naquele momento, como se pudéssemos quebrá-lo se nos agitássemos demais."

- Às vezes vale muito a pena seguir lendo uma série... Esta é uma delas. 

Vocês sabem que A Seleção não estava nos meus planos. Nem deste e nem dos próximos anos. Não fazia parte da minha lista de futuras leituras. Foi uma indicação, quase uma intimação (rsrs), de uma colega de trabalho que ama a série e queria que eu lesse. Eu gostei muito do primeiro livro, sobretudo por ser diferente e a única história que já li sobre divisão em castas. Mas não o amei. O primeiro livro é muito bom, mas não ao ponto de fazer eu me apaixonar pelos personagens, de suspirar com o romance deles e querer de verdade ler todos os livros da série. Eu queria ler todos os três que contam a história da America e do Maxon, mas não fazia parte dos meus planos prosseguir... ler depois a Seleção na qual a filha dela se torna protagonista. Não. Eu pararia na America. Só que houve uma mudança de planos.kkkkk... Minha decisão mudou completamente após A Elite. Que livro! Estou até agora com os acontecimentos na minha cabeça e mais que ansiosa para ler o livro que vem a seguir, de saber finalmente como a America e o Maxon conseguirão ficar juntos. Parecia tudo tão improvável, gente. Tudo que aconteceu... Esta segunda parte foi tensa. Demais. Chorei. Me revoltei. Quis gritar de raiva. Cheguei a gritar.rs E fiquei com um nó insuportável na garganta nas páginas finais. Como isso aconteceu? Como uma série que era apenas muito boa para mim conseguiu se tornar especial?! Ainda não sei. Mas uma coisa é certa: a autora conseguiu me ganhar. Já sou sua fã incondicional! 

"Não podia imaginar nada forte o bastante para roubar aquela felicidade."

- Vocês lembram como tudo começou? Após uma Terceira e também uma Quarta Guerra Mundial, os Estados Unidos, como nós conhecemos, deixam de existir. O país é dividido, vários novos países surgem entre eles Illéa, que derruba a república e adota a monarquia e também o sistema de castas. Aqueles que eram aliados do monarca que consegue subir ao poder após uma espécie de golpe, ganharam as melhores castas. Já aqueles que não tinham dinheiro ou foram contra o monarca, tinham as piores. Assim surgiram oito castas, sendo a última a dos mendigos que eram considerados quase lixos. Desta forma, várias e várias décadas se passam... a história do mundo é apagada. A verdade bem escondida em diários que jamais deveriam ir parar nas mãos de alguém que pudesse querer revelar aquilo que a monarquia estava disposta a matar para esconder... Alguém como America. 

"Havia algo que eu não sabia? Derrubar que sistema? Escravizar pessoas? Por acaso a estrutura do nosso país não era uma necessidade, mas uma conveniência?"

- America foi criada sabendo que era uma Cinco. Podia não ser miserável, mas estava bem longe de ter uma vida boa. Como Cinco só podia dedicar-se a escolher uma profissão entre artistas e músicos. Para sua sorte, nasceu com talento para a música e era capaz de encantar todos a sua volta. Mas o dinheiro que pagavam para ouvi-la não era suficiente para tirar seus pais da situação de pobreza ou sonhar em ser algo mais. Nunca receberia o necessário e ainda que recebesse, o sistema de castas a impediria de ser muito mais. Não era livre para cursar uma outra profissão, para ser médica, advogada, professora... e muito menos para se casar com quem bem entendesse. Existiam regras. Regras demais. Feitas para separar e aprisionar. Feitas para calar. Aqueles que se rebelavam... eram fortemente reprimidos. Ela já tinha visto acontecer. Embora não concordasse com nada daquilo e se sentisse presa, jamais passara por sua cabeça tentar mudar as coisas. Sabia que era impossível. Até fazer parte da Seleção... até descobrir coisas que poderiam fazer sua vida correr sérios perigos...

"Como uma história inteira poderia ter sido esquecida? Como é possível que ninguém jamais tenha falado dos antigos países? Onde estaria toda essa informação? Por que ninguém sabia?"

- No início, America não queria fazer parte da Seleção. Estava ali porque sua mãe queria e também porque Aspen, aquele que namorava em segredo há dois anos, partira seu coração, rompendo um relacionamento que era tudo o que ela tinha... que ela acreditara que não teria fim. Ela o amou com todo o seu coração e em poucos minutos ele a despedaçara. A Seleção, com suas futilidades, era uma fuga. Da realidade de sua vida, dos sonhos impossíveis e da lembrança daquele amor... Só que com o passar do tempo, Maxon, o príncipe que escolheria entre 35 garotas, de diferentes castas, qual seria a sua esposa... acaba por se tornar algo mais. Com paciência e ternura, ele vai destruindo a opinião que ela tinha dele e fazendo-a enxergar que ele ia muito além das aparências. Que por trás do príncipe existia um homem. Um ser humano mais parecido com ela do que poderia imaginar. Um homem disposto a lutar contra todos para ficar ao seu lado. 

"[...] Procurei uma alternativa adequada, mas a verdade é... - Maxon me olhou firmemente nos olhos - que existe você. Talvez eu não esteja procurando de verdade, talvez elas não sirvam para mim. Não importa. Só sei que quero você. E isso me assusta."

- No primeiro livro, embora Maxon comece a mexer com as estruturas de nossa mocinha, ela não consegue abrir espaço suficiente em seu coração para ele. Aspen ainda estava ali, ocupando todo o espaço. Poucos dias de convivência com o príncipe não eram capazes de destruir anos de relacionamento, de um amor que foi tão importante na vida dela. E tudo só piora quando Aspen é escolhido para ser guarda e trabalhar diretamente para a família real, no palácio... bem perto de America. As emoções dela ficam extremamente confusas e ela não faz a mínima ideia do que quer. Se fica e tenta conhecer Maxon e dar a ele a oportunidade que ele tanto espera ou... se desiste e volta para casa, lutando para construir um futuro ao lado de Aspen. De quem ela ainda ama. E quando finalmente America fica perto de uma decisão... as coisas fogem ao seu controle. Talvez já não seja possível escolher. 

"Só de imaginar outra garota nos braços de Maxon, fazendo-o rir, casando-se com ele... Isso despedaçava meu coração."

- Ao iniciarmos a leitura deste segundo livro, tudo o que sabemos é que só restam seis garotas e todas estão dispostas a conquistar o coração do príncipe. Bem... isso não é exatamente uma verdade. Desde o livro anterior, sabemos que Marlee, melhor amiga da nossa mocinha, não está ali porque quer. Não pretende ser princesa. Mas seus motivos para permanecer nos são desconhecidos durante uma boa parte de A Elite... uma boa parte, não tudo. :( Porque bem antes do final tudo é revelado... da pior maneira possível. Enfim... 

Mesmo conhecendo os sentimentos do príncipe por ela e com seus próprios sentimentos tornando-se mais e mais fortes a cada dia, America segue confusa, incapaz de tomar uma decisão. E quando achava que estava perto de fazê-lo algo acontecia e a jogava na direção contrária. Em momentos, tinha a certeza de que seu lugar era ao lado de Maxon... em outros... Aspen parecia seu destino.

"Eu tinha que escolher. Aspen ou Maxon? 
 Mas como decidir entre duas boas opções? Como decidir se qualquer escolha deixaria parte de mim destruída? Me consolei com o pensamento de que ainda tinha tempo. Eu ainda tinha tempo."

- Não. Ela não tinha tempo. Em sua ingenuidade, ainda desconhecendo tudo que estava por trás da Seleção e os segredos que se escondiam por trás das portas do palácio, America acreditava ter tempo suficiente para dizer a Maxon se iria ser sua princesa ou se desistiria da Seleção. Desde o início, ele mostrou o quanto ela era querida para ele. E que bastava uma palavra sua para que ele encerrasse a Seleção e a tornasse sua esposa. Ele teve toda a paciência que podia, mas as indecisões de nossa mocinha, acabam por começar a fazê-lo pensar em outras possibilidades. Afinal de contas, aquela, como ele mesmo dizia, era sua única chance de encontrar uma mulher que o fizesse feliz. Não era livre para escolher alguém que simplesmente conhecesse. Como quase todos naquele país, o príncipe também não era livre. Mas esse não era o único motivo para que o tempo que America acreditava possuir não passasse de uma doce ilusão. 

Desde o primeiro livro, a família real vem sendo atacada e seriamente ameaçada por rebeldes. Os nortistas apenas deixavam muita bagunça por onde passavam e pareciam sempre em busca de algo... cada invasão parecia uma procura... por alguma coisa oculta no palácio. Já os sulistas... esses queriam sangue. Por onde passassem... existiriam mortes. Em A Elite os ataques se intensificam, colocando todos em perigo, mas também aproximando America da verdade... dos segredos tão bem guardados. 

"Seria assim tão simples? Contar uma história à geração seguinte e repeti-la até que fosse aceita como fato?"

- Uma aproximação que poderá custar o coração de nossa mocinha, sua participação na Seleção, na vida de Maxon... e até mesmo... custar sua própria vida. Porque ao tentar contar ao povo o que sabia, America consegue ganhar o ódio de um inimigo muito poderoso: o rei. Alguém que ela não iria gostar de ter como inimigo. Nem um pouco

No meio de intrigas, trapaças, ataques rebeldes, segredos, terríveis mentiras, assassinatos e ameaças... A Seleção deixa de ser uma competição pelo coração do príncipe e uma vida ao seu lado... e torna-se muito mais. Temos aqui história. Muita história. E um perigoso jogo pelo poder. 

"Ele poderia me fazer em pedacinhos naquele exato momento. Mesmo que houvesse alguém por perto, o que fariam? Ninguém me defenderia do rei."

- O primeiro livro foi tão superficial que nunca poderia passar pela minha cabeça que o segundo seria mil vezes melhor. Esta segunda parte é fantástica, nos prendendo por completo do começo ao fim. Quanto mais eu lia mais queria ler. Queria saber tudo. Torcia demais para que as coisas entre a America e o Maxon não tomassem o rumo que estavam tomando... sofri demais pelos dois. E sofri por outros personagens também. Nossa! Tem uma cena que ainda me causa arrepios. Horrível. Me chocou demais e me fez sentir uma revolta enorme. Esta história não é tão leve como a princípio parecia. Não é só uma história bonitinha sobre um príncipe e sua plebeia que se torna princesa. Não. Vai além disso. Por mais que utilize fantasia, que a autora tenha criado duas guerras que jamais ocorreram e uma sociedade completamente diferente da realidade dos americanos, a história tem consistência. A autora cria um conteúdo histórico plausível. Que conseguimos perceber melhor apenas no segundo livro. E que dá um toque todo especial à história. 

Além disso, podemos conhecer melhor os outros personagens agora. Como o rei e a rainha, que apenas apareciam brevemente na primeira parte. E que, aparentemente, terão um papel muito mais importante agora. Sobretudo o rei. Sinto enorme compaixão pela America quando imagino tudo o que ela ainda deve sofrer nas mãos dele. E sei que o Maxon não poderá protegê-la, não importa o quanto ele lute por isso. :(

"Não importava o que viesse, eu enfrentaria. Tinha que enfrentar."

- O que mais posso dizer?rs De um instante para o outro, me tornei completamente fã desta série. E estou aqui já desesperada para ler A Escolha, que é a terceira parte, e saber o que ainda está por vir... Louca para vê-los juntos e felizes... E para que America seja capaz de provocar todas as mudanças que deseja. Que não consigam impedi-la. Que ela tenha forças para ir em frente mesmo com todos os riscos. Sei que ela é apenas uma e que nem mesmo com Maxon ao seu lado seria capaz de transformar tudo da noite para o dia. Mas ela cresceu muito, amadureceu o suficiente para nos mostrar que tem capacidade para levar a população a lutar por mudanças. Não se trata só de um romance para mim. Eu quero muito mais desta história. 

"Porque então eu era dele. Eu sabia. Nunca estive tão certa."


Série A Seleção 

2- A Elite
3- A Escolha 
4- A Herdeira 
5- A Coroa
Topo