(Título Original: THE GOODBYE QUILT
Tradutora: Ana Rodrigues
Editora: Harlequin
Edição de: 2013)
"Como se diz adeus a um pedaço de seu coração?
Se você for uma artesã, já terá um modo consagrado de se expressar."
A loja de tecidos preferida de Linda Davis é o lugar em que as mulheres se encontram para compartilhar suas criações: colchas de casamento, colchas para bebês, colchas de comemoração. Cada qual costurada com muitos sonhos, esperanças e suspiros. Agora, a única filha de Linda se prepara para entrar na faculdade, deixando-a confusa com tantas emoções. De um lado, a felicidade por Molly ter crescido. De outro, uma pontada de angústia por vê-la partir. Qual será o papel de Linda quando ela não for mais necessária como mãe? Ao viajarem juntas para fazer a mudança de Molly, Linda prepara uma colcha com os retalhos de roupas que ela guardou de sua menina. A barra do vestido de batizado, um enfeite de fantasia. Ao unir cada pedacinho, ela descobre que lembranças podem ser costuradas de modo a manter ambas, mãe e filha, com o coração aquecido por muito tempo...
Afetuoso, sensível e sábio, A Colcha de Despedida é a leitura perfeita para mulheres que encontram no artesanato a inspiração para a vida.
Palavras de uma leitora...
"Oh, meu bebê... Eu costumava ser a responsável por estabelecer os limites de seu mundo. Agora você está em um rumo que a leva além dos limites e para longe de mim. Sempre vou adorar qualquer tempo que passemos juntas. Sempre. Mas você nunca mais será de novo meu bebê."
- Uma história que me arrancou lágrimas. Que se cravou fundo no meu coração. Que me emocionou demais e me fez entender melhor esses anjos que Deus manda para a Terra e que chamamos carinhosamente de "mãe" ou "mamãe". Através das palavras, sentimentos e lágrimas da Linda, mergulhamos no mundo das mamães e passamos a saber o que elas sentem. O que elas guardam no mais profundo do coração delas e o quanto é difícil para elas verem um filho partir. Deixar o ninho. Seguir um caminho diferente, um caminho do qual elas não farão parte.
"Como posso simplesmente deixá-la partir? Não concordo com isso, não criei minha melhor obra para simplesmente mandá-la para longe de mim."
"Já eu me sinto incapaz de me mover. Não estou pronta. Essa dor aguda que sinto me pegou de surpresa, não esperava que fosse ser tão intensa. Todos os filhos vão embora de casa. É assim que funciona. Se você faz seu trabalho de pai ou mãe corretamente, esse é o resultado final. Eles partem. [...] Ah, mas o preço do sucesso é um pedaço de sua alma."
- Linda está passando pelo momento mais difícil da sua vida. Durante dezoito anos ela tinha vivido por Molly. Cada atitude dela, cada escolha era em função de sua única filha. Do seu tesouro mais precioso. Da menina que quando pequena bastava olhar para o seu rosto para sorrir. Da menina que ela tanto tinha protegido e amado. Agora, essa menina estava com dezoito anos e indo para o outro lado do país. Para longe dos seus braços, da sua proteção. E para Linda isso era simplesmente insuportável. Como ela poderia deixá-la partir? Como poderia deixar que Molly fosse para tão longe? Quem a protegeria? Quem enxugaria suas lágrimas quando ela chorasse? Quem resolveria sempre as coisas para ela? Embora ela soubesse que era chegado o momento de Molly cuidar da própria vida, seu coração não aceitava isso. Doía demais saber que sua filhinha estaria tão longe do seu alcance, que Molly não poderia correr imediatamente para os seus braços se estivesse necessitando de consolo, que ela não poderia mais resolver os problemas da filha. Sua filhinha tinha crescido. E embora ela sentisse orgulho da moça linda e maravilhosa que ela tinha se tornado, seu coração sofria pelos momentos passados e que não voltariam mais. Seu coração sofria pela despedida que estava prestes a acontecer. Molly partiria. E Linda teria que aprender a fazer alguma outra coisa que não fosse ser mãe. Era hora dela ter sua vida de volta. Mas quem disse que ela queria sua vida de volta?
"Quando fecho os olhos, consigo ver tantos momentos, congelados no tempo... São tantos detalhes, precisos como um retrato instantâneo [...]"
- Sem saber como dizer adeus para a filha e procurando esconder de todos a sua dor, Linda começa a trabalhar em algo que ela ama fazer: quilt. Ela não sabia um modo adequado de se separar de sua filha, de dizer adeus. Então, ela resolveu fazer uma colcha de retalhos, com os momentos mais preciosos da vida da filha e frases de incentivo. Para que quando Molly se sentisse sozinha ou com saudades de casa, ela pudesse abraçar aquela colcha e sentir que a mamãe e o papai sempre estariam com ela, para que ela pudesse olhar para aquela colcha e lembrar-se de tantos momentos lindos que elas tinham passado juntas e que sempre fariam parte de suas vidas, mesmo que fosse através das lembranças. Durante a viagem até a universidade que tinha escolhido a sua filha, Linda trabalha no quilt e deixa seu coração e sua mente serem invadidos pelas lembranças. E ela não consegue parar de pensar que voltará para casa sozinha. Que aquela é sua última chance de estar com a filha. Que ela não estaria mais presente quando Molly vivesse um momento importante. Ela estaria há quilômetros e quilômetros de distância. Como ela poderia suportar isso?
"Desde seu primeiro sorriso até seu último dia no colegial, todos os dentes de leite que caíram, os troféus de futebol, os recitais de piano, os distintivos das bandeirantes, em todas essas ocasiões eu estava lá, torcendo por ela."
- Não será uma semana fácil. A última semana delas juntas. As duas precisarão lidar com suas próprias dores durante essa viagem e muita coisa poderá acontecer. Assim como Linda está sofrendo por ver a filha partindo, Molly também sofre por estar partindo. Ela está indo para um lugar desconhecido, para uma vida desconhecida. Longe do seu melhor amigo (seu cachorrinho que ela tanto ama e esteve com ela em tantos momentos importantes), do seu pai (com quem ela teve muitas brigas, mas quem sempre tentava livrá-la das situações difíceis), de sua mãe (que sempre esteve presente quando ela precisou e quem sempre a incentivou a ultrapassar os obstáculos e fazer as coisas que lhe davam medo), dos seus amigos, de sua casa, da vida que ela tinha tido até aquele momento e, principalmente, do seu namorado. Para ela, deixar Travis para trás era como deixar todo o seu coração. Ir para longe dele em busca de um bom futuro profissional, para ela era como trair seu próprio coração. E ela queria acreditar que aquele não era o fim. Que ele a esperaria e que eles continuariam juntos, mesmo estando tão distantes fisicamente.
- Embora essa viagem de carro até a universidade seja a última semana de mãe e filha juntas, isso não significa que elas aproveitarão ao máximo esse momento.rsrs... Deixando as brigas de lado, sabe? Claro que elas viverão muitos momentos especiais durante essa semana, que farão coisas juntas. Mas também existirão desentendimentos e muitas lágrimas. Existem coisas que tanto mãe quanto filha precisavam ouvir e falar. E tudo vem à tona nessa semana. São coisas que arrancam lágrimas não só delas, mas nossas também. Uma das revelações de Linda me deixou muito triste, pois achei que ela não merecia algo assim e me sensibilizei muito. Eu senti muito carinho pela Linda desde o início e existiram coisas que a Molly fez que me irritaram.rsrs... Eu entendia a Molly. Ela é uma pessoa maravilhosa. Inteligente, bondosa, amorosa, determinada e sabe bem o que quer da vida e o que espera das pessoas. Mas isso não significa que ela não tenha defeitos e não faça coisas reprováveis. Do mesmo modo que o fato da Linda ser uma mãe tão incrível e de ter conquistado de tal forma o meu coração, não faz dela uma pessoa perfeita. Ela também faz coisas erradas, diz coisas erradas e pensa coisas erradas.kkkkk... Mas não existe ninguém perfeito. E esse livro não procura falar de pessoas perfeitas. Ele conta simplesmente a história de amor entre uma mãe e sua filha. Ele conta a vida delas juntas, fala de seus sentimentos e do quanto a separação é difícil. É um livro que contém muito amor, muito sentimento e muitas lembranças que provocam as nossas próprias lembranças.
- Ao ler sobre algumas lembranças da Linda, eu chorava não só pelas lembranças dela, mas pelas minhas próprias. Pelas lembranças da minha vida e de tantos momentos que vivi com a minha mãe. Momentos dolorosos e outros lindos, emocionantes. Graças a Deus não tive que me separar da minha mãe. Continuo vivendo com ela e pretendo viver com ela até que eu me case (depois só mudarei de casa, mas ela morará ao lado), mas as lembranças da Linda mexeram comigo. Não só as lembranças dela com a filha, mas as lembranças que ela tinha da própria mãe. E ela diz algo muito triste num momento de recordação: "Perder a mãe deixa uma marca permanente e inexplicável em uma pessoa, é uma ferida que nunca cicatriza completamente." Algo que é triste, mas verdadeiro. Eu não poderia imaginar minha vida sem minha mãe. E nem quero imaginar. E ao ver algumas atitudes da Molly eu fiquei muito triste, não só pela Linda, mas pela própria Molly. Tive vontade de gritar para ela: "Sua boba! Um dia você vai se arrepender amargamente da sua atitude e não terá o tempo de volta, não terá o momento de volta para consertas as coisas! Um dia vai desejar ter feito o que deixou de fazer e aí já será tarde demais!" Quantos de nós já não tivemos esse tipo de arrependimento? Essa vontade de retirar algo que disse, e que nem sentia quando disse, mas estava com raiva e por isso disse? Quem nunca desejou ter feito algo que deveria ter feito? Quem nunca desperdiçou momentos importantes? Mas quando temos as pessoas que amamos por perto, podemos tentar fazer o melhor com o tempo que ainda nos resta. Mas e quem não tem mais por perto a pessoa que magoou? E quando essa pessoa não pode mais ser encontrada porque já não faz mais parte desse mundo? Aí, a oportunidade está perdida para sempre. Mas creio que Molly só vai pensar nas coisas que ela deixou de fazer quando já for tarde demais. Não que ela seja uma filha má. Longe disso! Ela aprendeu muito com a mãe e se tornou alguém incrível. Mas cometeu dois erros importantes que eu creio que um dia irá lamentar ter cometido. Mas só aí também ela perceberá que foram erros. No momento, ela não pensa isso. Lamento demais por ela. :(
"Fico olhando para ela, imaginando quando viajaremos juntas de novo, quando voltaremos a escolher um hotel na estrada por causa da piscina, quando comeremos porcarias novamente vendo TV até tarde da noite. Tudo nessa nossa viagem é mais significativo e intenso porque é a última vez."
- Um filho ao partir para uma viagem de um final de semana, de uma semana, um mês, vários meses ou um tempo indeterminado pode até se sentir eufórico, dono da própria vida, com o mundo todo ao seu alcance, mas para a mãe dele, que ficou para trás, a experiência é muito diferente. Mesmo feliz pelo filho, ela sofre, pois uma mãe sempre quer proteger seu filho e resolver os problemas por ele, mesmo quando sabe que ele tem que fazer tudo sozinho, que tem que ser independente. Ela sempre se preocupa. Fica com medo de que algo saia errado, que esse filho encontre em seu caminho alguém mau, que algo aconteça e ela não esteja com ele nesse momento.
"Família. História. Amor e perda. Toquei cada centímetro desse tecido. Ele absorveu meu cheiro e as essências invisíveis de minha pele, o cheiro de nossa casa, uma ocasional gota de sangue e, às vezes, minhas lágrimas."
- Eu me encantei muito com a dedicação da Linda à colcha de retalhos. Embora eu não seja artesã pude entender perfeitamente o amor da Linda por essas colchas tão lindas e tão difíceis de se fazer. Ela ama demais o tempo que gasta costurando retalhos nas colchas, preparando-as com tanto amor e dedicação. Com tanta adoração. Adora conversar com outras mulheres sobre isso e passar horas e horas costurando ao lado delas. Eu entendi todo esse amor, pois cada vez que ela falava do quilt eu lembrava do meu amor pelos livros. Do quanto adoro cada instante que passo ao lado deles, do cheiro deles, de senti-los em minhas mãos. Cada momento que viajo através das páginas das histórias, cada lágrima que derramo ao me emocionar com eles... os momentos que passo falando deles, conversando com outras pessoas sobre eles. Todo o meu carinho ao retirar a poeira deles, mudá-los de posição. Fazê-los se sentir melhor.rsrsrs... Eu pude entender a Linda porque a dedicação dela ao quilt é semelhante à minha dedicação aos livros. O amor dela por essas colchas me lembra o meu amor pelos meus livros, entendem? Admirei demais o trabalho dela, o carinho dela ao fazer aquela colcha para a menina dela, para sua filhinha. Eu via todo o amor dela cada vez que ela juntava um novo retalho, cada vez que ela escrevia uma nova frase, como "Faça o que lhe dá medo".
- Enfim... Essa história é diferente do tipo de história que estou acostumada a ler. Leio romances, lembram?rsrs... Não costumo ler histórias sobre mãe e filha, sobre relacionamentos entre pais e filhos e coisas assim. Mas foi uma experiência maravilhosa. O primeiro livro que li da Susan Wiggs, uma autora que pude perceber que é sensacional. Já me considero fã dela. :D E graças a Deus (e a Harlequin, pois foi ela que me deu) eu tenho outro livro da Susan Wiggs aqui. Ela não me deixou abandonada depois dessa história.kkkkkkkk... Tenho outro livro dela aqui, guardadinho esperando o momento para ser lido. :) Faz muito tempo já que tenho esse livro, mas depois que li A Colcha de Despedida, não creio que demorarei muito para ler a outra história.rsrsrs...
- Recomendo essa história sem pensar duas vezes! É linda, emocionante e nos ensina grandes lições. Mereceu todas as cinco estrelas do Skoob. E falando em Skoob... Algo que me deixou triste foi ver que teve quem deu duas estrelas ao livro. Embora eu respeite muito a opinião de cada um, não consigo entender como alguém pode achar essa história "regular". Ela é muito mais que isso, gente. É simplesmente linda. Eu penso que cada um de vocês deveria dar uma chance para a história. Eu dei essa chance e não me arrependi. :)
"Como se diz adeus a um pedaço de seu coração? Não é preciso fazer isso. Sempre há um modo de manter perto de nós as coisas que nos são mais preciosas."
Bjs!
P.S.: Só mais um trechinho. :D
"Somos como um personagem de desenho animado, atravessando distraídas uma ponte de madeira precária sem perceber o fogo atrás destruindo tudo rapidamente conforme passamos. [...] A mulher na outra mesa simplesmente não vê a ponte, não vê o tempo engolindo os momentos dela com o filho como um dragão cuspindo fogo."