27 de abril de 2021

Quincas Borba - Machado de Assis




Literatura Brasileira
Editora: Nova Fronteira 
Edição de: 2016
Box Todos os Romances e Contos Consagrados de Machado de Assis
Volume 2: Memórias Póstumas de Brás Cubas / Quincas Borba / Dom Casmurro

10ª leitura de 2021 (11ª resenha do ano)

Sinopse: Os três romances deste volume são considerados as obras-primas de Machado de Assis e representariam a introdução do realismo no Brasil. Desde a dedicatória, que não é escrita pelo autor, mas por um narrador defunto, as Memórias póstumas de Brás Cubas já mostram claros traços de inovação: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias póstumas."




Apesar deste segundo volume conter três romances do autor, neste post trarei apenas a resenha de Quincas Borba, pois já fiz as resenhas de Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, livros lidos anteriormente. 

Como li Memórias póstumas de Brás Cubas cerca de três anos atrás, não vou me lembrar com detalhes da participação do Quincas Borba no referido livro. Lembro apenas que ele aparece na história e que sua jornada se encerra ali, o que me fez na época acreditar que o livro Quincas Borba se passaria antes da história do Brás Cubas, mas na verdade ambas as histórias acontecem mais ou menos no mesmo tempo e não há a necessidade de ler as duas para compreendê-las. Se o leitor quiser ler apenas este livro aqui não terá nenhuma dificuldade para entendê-lo por não ter lido o outro, vez que não se trata de uma continuação, são histórias independentes. 

Eu ainda não sei bem o que sinto por esta história. Dei 4 estrelas por reconhecer o quanto ela foi bem trabalhada pelo autor, que sempre consegue nos envolver em suas tramas e tornar qualquer história irresistível. Quanto mais eu lia mais queria ler, ainda que não estivesse suportando os personagens nem acompanhar o comportamento deles. Mas estou sendo repetitiva, pois vocês já sabem que não costumo simpatizar com os personagens do autor, ainda que ame suas histórias e seja um dos meus autores preferidos da vida. Ele tem a habilidade de criar personagens muito reais, que em sua maioria possuem defeitos que não conseguimos tolerar. É muito fácil odiá-los. Até agora o único livro do autor no qual gostei de mais de um personagem, que eu me lembre, foi Helena, que se tornou a minha história favorita dele. 

Em Quincas Borba, temos como protagonista não o personagem que dá título ao livro, mas sim o Rubião, grande amigo do Quincas, e aquele que vai desempenhar o papel de enfermeiro particular nos últimos tempos de vida do filósofo. 

Rubião era um professor e vinha de um lar humilde, não conhecendo outra realidade de vida. Ao se tornar amigo do Quincas Borba, um filósofo meio louco, mas muito rico, ele tinha a intenção de ter acesso à fortuna dele através de um casamento do amigo com sua irmã. Acontece que a moça falece antes que ele consiga realizar seu desejo e tudo o que lhe restava para tentar subir um pouco de vida, era seguir sendo um fiel cuidador do filósofo, na esperança de que quando o Quincas falecesse (ele estava muito doente) deixasse alguma coisa para ele, como gratidão por seus cuidados. 

E o amigo realmente falece em pouco tempo, deixando não apenas uma parte de sua fortuna como gratidão, mas sim a fortuna inteira. Rubião era o único herdeiro do Quincas e da noite para o dia se torna um homem muito rico. Dividido entre a felicidade e o choque, ele rapidamente faz todo o necessário para colocar as mãos em sua herança, tendo como única condição deixada pelo falecido, que ele cuidasse do cachorro que pertenceu ao amigo, e que levava o mesmo nome do filósofo. 

Um tanto desnorteado pela imensa boa sorte, Rubião sai de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, pretendendo fixar residência na corte, entre os ricos e privilegiados. Logo conhece Cristiano Palha e sua esposa Sofia, que se tornam seus grandes amigos e guias naquele mundo até então desconhecido. Deslumbrado por aquela nova vida, se torna presa fácil de interesseiros, que se aproximam para obterem uma parte do que ele possuía. Ingênuo demais para reconhecer quem de fato era seu amigo ou não, é muito gentil e mão aberta com todos, gastando bastante e permitindo que fizessem o que bem entendessem em sua casa, acreditando no carinho que diziam sentir por ele. 

E no meio de uma situação que qualquer leitor perceberia que não acabaria bem, Rubião ainda se apaixona por Sofia, a esposa de seu amigo e sócio nos negócios. Uma paixão avassaladora, que se torna tudo para ele, que o cega e confunde, e desequilibra por inteiro as suas emoções. Ainda que desejasse ser leal ao Palha, não conseguia evitar aquele sentimento que parecia dominá-lo. E o pior de tudo era não ser correspondido, vez que Sofia tinha planos para sua vida que não incluíam se relacionar amorosamente com um novo rico, que em nada a ajudaria a ascender socialmente. 

Qual a possibilidade de toda essa história terminar bem? Nenhuma.rs Mas o Machado de Assis é muito bom em nos surpreender....

Eu esperava um determinado final para este livro. Já dava como certo que sabia como tudo terminaria e foi um grande choque me deparar com um fim tão... inesperado. Não posso falar muito para não dar spoiler, mas digo que se você ainda não leu o livro e resolver dar uma chance sem antes procurar saber todos os spoilers, vai se surpreender bastante. E isso é bom. Eu, particularmente, gosto de ser surpreendida em minhas leituras. Exceto quando é um acontecimento final que não faria sentido, mas no caso deste livro foi um encerramento bastante lógico, embora eu não tenha chegado a cogitar que terminaria assim. 

Em nenhum momento gostei do Rubião, por mais que sentisse pena por ele estar tão cercado de gente falsa e interesseira. Ele confiava em pessoas que só queriam o seu dinheiro e não conseguia enxergar isso. No entanto, é um personagem que não me provocou empatia, por conta de seu caráter duvidoso. Ainda assim, reconheço que ele fez algumas coisas muito boas e não era um personagem de todo ruim. Os personagens que eu sim detestei profundamente foram o Palha e sua esposa Sofia. Eram duas pessoas que fariam qualquer coisa para conquistar um elevado status social, para terem poder. Palha é canalha, mas Sofia, a personagem que mais desprezei, é a frieza em forma de gente. 

O livro não se resume apenas à história do Rubião, mas possui outras histórias paralelas. É um livro cheio de camadas, que através da filosofia criada pelo Quincas Borba e passada para o Rubião, o tal do Humanitismo, faz uma baita crítica social, sempre cheia daquela ironia elegante do autor. A filosofia em si é bem confusa; defende que não há morte, que tudo acontece de acordo com equilíbrio no universo, que nunca devemos lamentar por quem perde e nem nos sentirmos culpados ao ganharmos, pois aquilo tinha que ser daquele jeito, e se alguém morre é para outra pessoa viver, mas que a pessoa que morreu não morreu de fato. É muito confuso.rs Mas uma coisa que pegamos dessa filosofia é o quanto ela é egoísta e nos faz lembrar daqueles que tudo fazem para serem vencedores, até mesmo pisar ou destruir os "perdedores". 

É como se essa filosofia humanitista defendesse que será vencedor o mais forte, o mais esperto, o que não se importa com os outros. E que o perdedor será o mais fraco, devorado pelos espertos. Que "o mundo é dos fortes". Que os fortes não precisam se sentir culpados por tudo o que conquistaram (muitas vezes sem merecer de fato), e que se existem pessoas desprivilegiadas é por serem fracas. Essa filosofia, criada pelo Quincas, é usada pelo autor para fazer uma importante e ferina crítica social ao pensamento vigente em sua época e que, na verdade, ainda é defendido hoje em dia por várias pessoas. 

"[...] o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
- Mas a opinião do exterminado?
- Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias."

O mais importante no livro, para mim, é essa filosofia, pois é através dela que tudo se desenrola, embora ela praticamente não volte a ser mencionada na história após a morte do Quincas. Mas em tudo o que se passou, tanto com o Rubião quanto com os personagens secundários, como Dona Tonica e o pai dela, bem como com a Maria Benedita e até com a própria e desprezível Sofia, é clara essa filosofia humanitista em ação. Tudo acontece de acordo com ela e é fácil para o leitor perceber isso. Achei incrível a forma como o autor desenvolveu sua crítica e os acontecimentos do livro. Foi brilhante!

Eu não sei se amo ou detesto este livro.kkkkkkk Mas recomendo muito! Vale a pena a leitura, vale a pena mergulhar no mundo destes personagens tão complexos e acompanhar como cada um terminará na história. 

Apesar de amar muito o autor, li este livro recentemente apenas por conta da leitura coletiva promovida pela Isa, do canal Ler Antes de Morrer, senão eu teria lido outros livros do autor antes deste. Eu amo leituras coletivas, pois me incentivam a ler livros que eu talvez demorasse muito para ler se não fosse em conjunto. 


Até breve, queridos! :)



23 de abril de 2021

A Morte da Sra. Westaway - Ruth Ware



Literatura Inglesa
Título Original: The death of mrs Westaway
Tradutora: Alyda Sauer
Editora: Rocco
Edição de: 2021
Páginas: 320

11ª leitura de 2021 (10ª resenha do ano)

Sinopse: "As cartas não dizem nada que você não saiba. Não podem revelar nenhum segredo nem ditar o futuro. Elas só podem mostrar o que você já sabe." Hal Westaway lê cartas de tarô no cais de Brighton e, desde a morte da mãe, luta diariamente para pagar suas contas e sobreviver. A notícia inesperada de uma herança pode mudar sua vida para sempre e, mesmo sabendo que tudo pode ser um enorme engano, ela decide acreditar... e jogar. Quando Hal Westaway recebe uma carta inesperada anunciando que ela herdou uma soma substancial de sua avó da Cornualha, aquilo lhe parece uma resposta às suas preces. Ela deve dinheiro a um agiota e as ameaças do sujeito estão cada vez mais agressivas: ela precisa botar a mão em dinheiro vivo o mais breve possível. Existe apenas um problema: as avós de Hal morreram há mais de vinte anos. A carta foi enviada à pessoa errada. Hal sabe, no entanto, que as técnicas que usa para “ler” as pessoas através do tarô podem ajudá-la a conseguir esse dinheiro. Se alguém tem habilidade para comparecer ao funeral de um estranho e reivindicar um espólio que não lhe pertence, é ela. Ao chegar à cerimônia, porém, Hal percebe que há algo muito, muito errado a respeito de toda aquela situação, e a herança está no centro de tudo. Mas Hal Westaway fez sua escolha, e não pode voltar atrás. Ela precisa continuar ou arriscar perder tudo. Até mesmo a própria vida. Uma velha casa, uma governanta assustadora, conflitos familiares e dilemas morais. Ingredientes clássicos que se tornam surpreendentes na voz de um dos grandes nomes contemporâneos do suspense, Ruth Ware.






Um thriller psicológico que bem poderia ser classificado como "um drama familiar letal"...

"Ela abriu o portão e as ferragens rangeram, um som baixo como um lamento através do barulho da chuva que a fez tremer mais ainda. Algo no tom daquele ruído lhe provocou um arrepio na nuca. Foi como se a casa estivesse morrendo de dor."

Sabe aquele tipo de livro que você não consegue parar de ler, que te rouba o sono e dá um nó na cabeça? A Morte da Sra. Westaway é exatamente assim. Eu pretendia seguir o cronograma que fiz, vez que foi uma história escolhida para leitura coletiva no grupo do Telegram, cujo debate só irá ocorrer em 05/05. Mas não consegui ser tão disciplinada.kkkk Eu encerrava um capítulo e já começava a ler o outro avidamente. Queria respostas e também descobrir se minha teoria estava certa, já que sempre tento adivinhar com antecedência o plot twist de um bom suspense.rs

Confesso que senti um pouco de medo durante a leitura, algo que não esperava. A atmosfera gótica, os passos silenciosos no escuro, luzes que não acendiam, cômodos proibidos... Quarto com grades na janela e trancas do lado de fora da porta... Tudo isso me provocava um certo pânico.

"Mas ali no alto só havia uma explicação, não eram grades para impedir alguém de entrar, e sim de sair."

A casa que se torna praticamente um personagem dentro da história, guardando terríveis segredos, é um lugar abandonado, com cômodos desgastados pelo tempo, cheios de poeira e teias de aranha. Não é que ninguém não morasse ali: a tal senhora Westaway, cuja morte desencadeia todo o drama e suspense do livro, viveu naquela propriedade até seu fim. A casa não estava "abandonada" por não ser habitada, mas sim porque ninguém se preocupou em conservá-la. 

"Ela descobriu que as verdades mais importantes muitas vezes estavam no que as pessoas não falavam [...]"

Ao longo da leitura senti como se aquela casa assustadora "falasse" e sentisse. Como se tivesse "apodrecido" por todo terror do qual foi testemunha. Toda dor e lágrimas sofridas entre suas paredes...

Harriet Westaway sabia o que era passar por privações em sua vida. Desde pequena precisava lidar com a falta de dinheiro, sendo sempre a criança mais pobre entre seus colegas de escola, vestindo roupas e sapatos usados e encarando de frente a situação com a coragem que sua mãe lhe ensinou. A mãe que era sua amiga, seu único familiar. A mãe que lutava dia após dia para sustentá-la, com quem ela viveu todos os bons e maus momentos. A mãe que morreu, vítima de um terrível acidente, dois dias antes do seu aniversário de 18 anos, deixando-a sozinha num mundo hostil, sem saber como seguiria em frente...

"Era a injustiça que machucava mais, feito ácido na garganta. Teve vontade de berrar contra a injustiça daquilo tudo. Quero uma trégua, ela queria soluçar. Só uma vez quero que aconteça uma coisa boa comigo."

Sendo jogada no mundo adulto de uma hora para outra, e sofrendo a dor de perder quem mais amava, ela buscou consolo no álcool e pegou um empréstimo com um agiota, na tentativa de continuar tendo um teto onde morar e algo para comer, mas este foi um dos piores erros de sua vida. Quanto mais trabalhava para pagar as dívidas mais elas aumentavam, num ciclo que não tinha fim. O que ela devia inicialmente se multiplica, tornando impossível quitar uma dívida que era muito superior ao valor que ela de fato tinha pego emprestado. Sem saber o que fazer e sem meios de fugir dos capangas do agiota, enviados para "cobrá-la", Hal tenta não ceder ao desespero... é quando uma misteriosa carta, endereçada à ela, tanto se apresenta como a solução para os seus problemas quanto a lança na direção de segredos do passado que deveriam ser mantidos enterrados...

Destinatário da carta: Harriete Westaway. Endereço: o seu, sem nenhum erro de digitação. Mas aquilo só poderia ser um estranho engano, pois era impossível que ela realmente fosse a pessoa que o remetente procurava. O advogado que lhe enviou a referida carta, comunicava o falecimento de sua avó, Hester Westaway, a data do funeral e o fato de Harriet ser uma das beneficiadas pelo testamento. Seria um alívio para todas as suas dívidas se não existisse um pequeno problema: seus avós tinham falecido muitos anos antes, o que a fazia ter a certeza de que não era a Harriet correta, que tudo não passava de um equívoco. 

Mas diante da situação desesperadora na qual se encontrava, e após sofrer mais uma ameaça do capanga do agiota ao qual devia dinheiro, ela decide arrumar suas coisas e ir até o funeral, se passar pela neta da falecida e colocar as mãos na sua parte da herança. Eram pessoas ricas, certo? Um pouco de dinheiro que ela conseguisse com aquele engano não afetaria suas vidas. Só que ao chegar à Igreja e ao longo do funeral, ela percebe que nada seria tão simples assim... Alguma coisa de muito errada havia naquela história. Por que nenhum dos filhos lamentava a morte da mãe? Por que se comportavam de forma tão estranha uns com os outros? 

"Não era apenas a sensação de uma casa negligenciada há muito tempo. Era algo mais sombrio, de um lugar que esconde segredos, onde pessoas foram tremendamente infelizes e ninguém apareceu para consolá-las."

Ao hospedar-se na casa para leitura do testamento, fica ainda mais surpresa ao perceber o quanto o local estava se deteriorando, como o ambiente era sombrio e triste... O quanto as pessoas que um dia viveram ali tinham sofrido? Sua vontade era de voltar correndo para sua antiga vida, mas tudo se complica gravemente quando descobre que todos os filhos da falecida haviam sido deserdados, sendo ela a única herdeira dos bens. O que parecia apenas um jogo inofensivo, pois um pequeno valor que ela acreditava que herdaria não afetaria ninguém, se torna extremamente perigoso após essa bombástica revelação. 

O que as pessoas estariam dispostas a fazer por dinheiro? Sufocada pelas próprias mentiras, ela decide escapar para a sua realidade, voltar para sua cidade, sua vida... Mas uma foto revira todo o seu mundo: ali, naquela imagem congelada no tempo, entre as pessoas reunidas, estava a sua mãe. O choque é grande demais e Hal tenta entender que ligação haveria entre sua mãe, aquela casa e aquelas pessoas. Que segredos se esconderiam no passado? Por que sua mãe nunca mencionou que tinha vivido ali? Disposta a descobrir toda a verdade, ela demora a perceber que o preço talvez fosse alto demais... Talvez custasse a sua própria vida. 

"[...] que segredo era esse, o segredo que era o cerne de todo aquele mistério, que tinha alguém disposto a matar para protegê-lo?"

Este é um livro que ao mesmo tempo que eu amei também odiei profundamente.kkkkkkk Fiquei muito mal com o final, embora tenha que reconhecer que uma vez que adivinhei os principais segredos bem antes da metade da leitura, poderia muito bem saber como tudo terminaria, mas a verdade é que me neguei a suspeitar dessa pessoa. Me deixei enfeitiçar, me deixei enganar. Eu não quis colocar tal pessoa na lista de suspeitos quando o mais lógico seria colocar a tal pessoa como principal suspeita, levando em conta tudo o que eu tinha adivinhado sobre os segredos da história. Mas eu fui imbecil, me apaixonei por uma personagem que era especialista em prender as pessoas em seus encantos para depois dar o bote. Eu caí direitinho, como a Hal também caiu. A diferença é que eu já tinha descoberto boa parte dos segredos que essa pessoa tentava esconder, Hal ainda não sabia, então... a grande estúpida fui eu mesma. Ainda não me perdoei por ter sido tão burra! E também sofro muito pelo monstro, psicopata do livro, ser justamente quem eu menos queria. 

"Hal podia ser qualquer coisa, menos um rato. E não seria presa de ninguém."

Eu conversava com uma amiga durante a leitura e dizia que o psicopata poderia ser qualquer pessoa, menos aquela pessoa. Que eu não suportaria que fosse quem eu tanto amava no livro. Sabe quando você descobre algo inconscientemente, mas não quer admitir aquilo conscientemente?rs No fundo eu sabia que poderia ser, mas me negava a aceitar. Dizia: "Não, não, não! A autora não pode fazer isso, a autora não vai fazer isso comigo!"kkkkkk Realmente, gente! Eu não imaginava que fosse sofrer tanto com o final deste livro. Vai demorar para eu conseguir superá-lo.

Não há nada mais que eu possa falar sobre a história sem correr o risco de soltar spoiler. Vocês podem ver que eu passo perto do spoiler nesta resenha, mas não chego a fazer nenhuma revelação importante, apenas passo bem pertinho disso.rs Dizer que o psicopata é quem eu menos queria, quem eu mais amava no livro, não significa dizer quem é, pois é impossível vocês saberem de qual personagem estou falando, exceto se já tiverem lido a história. :)

Se recomendo o livro? MUITO! Já quero ler outros livros da autora! 



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