31 de dezembro de 2016

Retrospectiva 2016



- Olá, queridos! :)

Confesso que ainda me custa acreditar que este ano finalmente está chegando ao fim. Se 2015 foi difícil, 2016 foi quase um pesadelo. Foi um ano de perdas bastante dolorosas, de mudanças indesejadas e de duras lições. Não desejo reviver determinados dias, semanas e meses deste ano. Existiram ocasiões em que eu pensei que não conseguiria seguir adiante. Eram tantas coisas acontecendo todas de uma vez... mas como tudo nesta vida, esse tempo passou... Foi uma fase. Porém, sofri demais pelo adeus das pessoas que ficaram neste ano que se encerra. Um vizinho querido, que sempre me passava conforto, por me lembrar de uma época distante... quando uma pessoa que eu amava muito ainda estava viva. Perder esse vizinho foi como perder esta pessoa uma segunda vez. E doeu muito. E foi também um golpe extremamente duro o adeus de uma adolescente que eu conheci quando era apenas um bebê e que muitos sonhos tinha para realizar. Uma menina linda, que uma doença infeliz levou. Sim. 2016 foi um ano cruel. Por isso, é um alívio enorme saber que ele está chegando ao fim. Que poderei deixar este ano para trás. É uma das coisas que mais desejo no momento.

Quero ter esperanças... Acreditar que 2017 será um lindo ano para todos nós! Quero ter fé que muitas coisas maravilhosas irão acontecer! Que será um ano de recomeços, de perdão, de reencontrarmos a nós mesmos e estarmos um passo mais perto do que sonhamos para nossas vidas. Que seja um ano de realizações e muitos risos! Que venha recheado de amor! Que o amor esteja no ar, invadindo cada coração! Que sejamos mais solidários! Que haja menos guerra, por favor! Que as crianças tenham suas infâncias preservadas... Que seja um ano de amor. Porque se há amor... há também pouco espaço para a maldade! Quero muito amor em 2017, queridos! Para todos nós! Neste mundo inteiro!

Bem... Este era para ser um post de Retrospectiva Literária.rsrs Mas não pude deixar de expressar um pouco da minha alegria por 2016 estar indo embora. E toda a esperança que tenho para o ano que logo se iniciará! :) Apesar de tudo, temos sempre que acreditar. E eu vou acreditar sempre! :D

Mas como eu estava dizendo, este é um post de Retrospectiva... Hora de falar dos melhores livros que li neste ano. Aqueles que mais marcaram meu coração. Ainda que nem todos sejam livros de amor e com finais felizes...




"Eu queria ser uma versão melhor de mim, uma com todas as feridas cicatrizadas. Mas isso não acontece na vida real. Na vida real não há ressurreição, ainda que você a deseje todas as noites."

- Não existia livro melhor para abrir esta lista... De todos os livros que li este ano, este, sem sombra de dúvidas, foi o que mais me marcou. Até hoje posso rever as cenas todas em minhas memórias. Cenas que eu preferia esquecer. Momentos que me deixaram em prantos, querendo gritar, desejando poder fazer algo para ajudar aquelas duas meninas. Por que ninguém era capaz de enxergar que elas necessitavam urgente de socorro? Por que todos preferiram olhar para suas próprias vidas? Foi uma leitura dolorosa. Que me marcou de uma forma impossível de esquecer. E a coragem dessas duas meninas não deixa de ser uma motivação. Não deixa de me inspirar a sempre seguir em frente. Se elas tiveram esperanças e jamais desistiram mesmo diante das situações mais insuportáveis, por que eu deveria desistir, verdade? Viver é um privilégio. 




"Ele vivia a aurora de um novo dia, a primeira página de um novo capítulo da vida. Era emocionante. E assustador. Porque Phillip não queria fracassar. Não agora, não quando finalmente descobrira tudo de que precisava. Eloise. Seus filhos. Ele mesmo."

- Claro que não poderia faltar Julia Quinn nesta lista!rsrsrs... Entre os mais belos romances que tive a oportunidade de ler, está este livro! Envolvente desde as primeiras páginas, nos conta uma história de amor divertida e preciosa, de duas pessoas que nos cativam por completo e que realmente foram feitos um para o outro. De início, pode parecer que nada vai dar certo. Sobretudo se considerarmos os dois pestinhas que o Phillip tinha como filhos.kkkkk... Mas não há como não amarmos e entendermos aquelas crianças. E mesmo com todos os desafios, irmãos dispostos a matar o mocinho e as reviravoltas que o livro dá... o final feliz é garantido. E lindo. :)




"Talvez o universo tenha nos brindado com uma justiça perversa no final. Ou talvez os riscos de viver no mundo exterior simplesmente fossem maiores do que havíamos calculado."

- Apenas me aproximar deste livro na estante me causa pânico. É uma história que nos mostra uma realidade que existe por aí... de pessoas que são sequestradas e vítimas de crueldades que nem conseguimos imaginar. Quando entramos nestas páginas... queremos fugir. Ir para o mais longe possível de todo o horror que encontramos ali... Como um ser humano é capaz de tanto? Nunca vou conseguir entender... O livro me marcou profundamente, me deixando mais atenta, mais "acordada" e desconfiada. É muito bem escrito e se desenvolve de maneira brilhante, com um final que nos rouba o fôlego e deixa um gosto amargo na boca. É uma história dura, mas que se faz necessário ler, sabe. Ela tem muito a nos ensinar, apesar de todas as cenas que partem nosso coração. 




"Entre as mulheres de seu futuro, haveria uma que conheceria seus segredos e carregaria seus filhos, e testemunharia as mudanças que os anos operariam nele. E essa mulher não seria eu."

- Não se trata de um romance como o que talvez esperemos ao começar a leitura... vai além de uma simples história de amor. Conta a história de uma mulher que sofreu significativos golpes ainda quando criança, conhecendo o amor jovem demais para lidar com tal sentimento, que passou pela complicada fase da adolescência tendo ao seu lado seu melhor amigo, seu maior amor e, ao mesmo tempo, sentindo sua ausência dia após dia, sabendo que o tinha perdido antes mesmo de tê-lo... que ele tinha ido embora bem antes de realmente partir. Acompanhamos os anos seguintes, sua tentativa de ser mãe da irmã que tanto dependia dela, enquanto buscava seu lugar no mundo e se deparava com um novo amor... sem saber se estava preparada para ter o coração partido outra vez. É um livro lindíssimo! Um dos melhores que li não apenas em 2016, mas em toda minha vida!




"E eu penso, como sempre penso durante esses momentos, que ainda o amo. Amo tanto que sinto meu coração se quebrar em mais pedaços que meus ossos. E agora, mesmo em um momento como este, preciso ter cuidado. Não quero machucá-lo."

- Até mesmo agora... enquanto lembro de algumas cenas, necessito respirar fundo para lidar com a confusão de sentimentos que ele me provocou. É uma história perturbadora, que não poupa os personagens e muito menos nós leitores. Encaramos uma realidade chocante e brutal. É impossível sermos as mesmas pessoas depois deste livro. Ele altera algo dentro de nós... nos torna mais conscientes, mais humanos... e nos faz chorar demais. Como esquecer a pequena Lucy? Meu coração ainda dói por esta menina... por tudo o que ela passou. Ah, Lucy! Nunca poderei te esquecer. 




"— Mas pensei que não pudesse me perdoar.
— Eu também pensei, até tentar imaginar a minha vida sem você — Vito admitiu, agachando-se para poder fitá-la nos olhos. — O perdão sempre esteve presente. Apenas não me dei conta de já o ter alcançado. [...]"

- Um dos melhores livros que a LG já escreveu... É uma história mais profunda do que as que ela geralmente escreve, com um mocinho maravilhoso, humano, que rouba nosso coração sem sequer pedir licença!rs Fala de perdão, de recomeço... e claro, de amor também. Nos emociona muito e deixa uma sensação deliciosa quando terminamos a leitura! Tudo o que desejamos ao terminá-la é poder encontrar outras histórias como esta. Suspiros...




"Mas a gente não vê muitos finais felizes por aí, né?, perguntava seu lado cético. As coisas raramente terminam do jeito que queremos."

- Voltando aos livros perturbadores... Seria impossível que estivessem entre os preferidos e mais marcantes do ano apenas romances, apenas lindas histórias de amor. O Menino da Mala é um suspense que acelera nosso coração e nos faz ter medo até mesmo de imaginar como a história irá terminar. E nos faz refletir em como o passado pode retornar... nos forçando a enfrentar aquilo que deixamos inacabado... e sobretudo, nos fazendo encarar aquilo que deixamos para trás quando jamais deveríamos ter feito isso. O livro é tenso e no fim... ensina muito. Muito mesmo. 




"- Eu te amo - repetiu ele. - Não há nada nesta vida ou na próxima que possa me fazer deixar de te amar."

- Está aí uma história que eu desejo ler outra vez. E mais outra... e quantas for possível.rsrs Impossível não amarmos Lucy e Gregory, mesmo quando desejamos sacudi-los por não enxergar que tudo o que mais desejavam estava bem diante de seus olhos. Ao alcance de uma mão. Eles perderam muito tempo, um por se acreditar apaixonado por outra... e ela por não acreditar no amor... por temer tanto um sentimento tão lindo. Eles sofrem bastante para ficar juntos, mas tudo vale a pena. É um romance mágico, que me recordou Um Perfeito Cavalheiro e me deixou sonhando acordada! :) Julia Quinn sabe bem como escrever belos contos de fadas. Suspiros...




"Quando voltou a falar, sua voz, que não passava de um sussurro, fraquejou ainda mais. - Por que... por que Deus não me protegeu?
 Eva deixou que a pergunta pairasse no ar. Aquela mesma pergunta era feita por um bilhão de outras vozes, em sepulturas, mesquitas, igrejas, escritórios, celas de prisão e becos escuros. Atrás dela, um rastro de fé abalada e corações destruídos. Aquela pergunta clamava por justiça e implorava por milagres que nunca vieram."

- Um livro que reconta de maneira diferente e emocionante a história da Criação... e a triste queda de Adão e Eva. Acompanhamos os acontecimentos do Princípio de uma maneira totalmente nova e ao mesmo tempo fiel à Bíblia. É um suspense que transborda amor, apesar de tratar de um tema doloroso e mostrar a vida de uma menina quebrada de diversas formas pelo mundo, pelas pessoas que deveriam protegê-la... alguém que já não tinha mais fé, que já não acreditava em nada... Lilly passou por coisas que nenhuma criança, adolescente ou qualquer outro ser humano deveria passar... sua dor pode ser sentida por nós enquanto viramos página após página. E é nos braços de Deus, daquele no qual ela já não acreditava mais, que ela encontra consolo, um lugar seguro para abrir sua alma, para chorar tudo o que sentia. É uma história forte, linda e extremamente emocionante.




"Não havia nada ali que pudesse atirar na cabeça dele, então encheu um copo com água, deixou o banheiro, e atirou a água no rosto dele.
 Espantado, ele se sentou na cama muito viril e belo, com a pele morena e os cabelos negros em desalinho.
 - Que diabo foi isso? - perguntou, enxugando a água do rosto. 
 - Não ouse nunca mais falar comigo assim, seu cafajeste! - gritou Belle furiosa."

- Eu dei muita sorte com os livros que li da minha querida autora este ano. E foi difícil escolher quais fariam parte desta lista. Mas Belle não poderia ficar de fora.kkkkkk... Uma mocinha que me divertiu demais, que colocou o mocinho em seu devido lugar diversas vezes e se tornou a alma do livro com seu espírito livre, seu temperamento explosivo e a forma linda como protegida os irmãos. Ela faria qualquer coisa por aquelas crianças, até mesmo enfrentar alguém como o mocinho e arremessar objetos em sua direção. Adoro esta mocinha! Tem personalidade e toda a coragem que costumo admirar nas mocinhas dos livros! Sempre fico imaginando como é o dia a dia dela com o mocinho.rsrsrs... 




"Os maus não chegam até nós vestidos de preto. Nem tampouco irradiam uma energia maligna. Eles não se distinguem de seus vizinhos."

- Um lado de mim não gostaria de incluir este livro na lista... Mas não tenho como evitar o fato de que ele me marcou. Muito. E que, mesmo desejando, não poderei esquecê-lo. É uma história pesada, que nos mostra um lado sombrio do relacionamento entre duas pessoas e, sobretudo, nos mostra até onde pode ir uma pessoa... as coisas horríveis que um ser humano é capaz de fazer contra o outro. Além disso, também nos faz ver como a vingança é perigosa e como uma pessoa pode se perder até já não saber mais quem é. Obcecada por vingar a morte da irmã, Nora entra num mundo fatal, colocando não apenas sua vida em perigo, mas também sua essência... tudo que ela era. Cega pelo fascínio que o Michael despertava nela e o jogo que ele fazia, manipulando-a até controlar não só seu corpo como também sua mente, Nora acaba por seguir um caminho sem volta. E é difícil acompanhar a queda dela, ver como ele a reconstruiu da maneira que ele queria. Michael é um dos piores vilões que já tive o desprazer de encontrar nos livros. O livro é intenso e a autora brilhante! Ela conseguiu escrever algo original e muito bem desenvolvido, que nos envolve e nos prende, mesmo quando desejamos fechar o livro e arremessá-lo longe! 




"Eu não ia parar de chorar por Will, nem de amá-lo, nem de sentir falta dele, mas minha vida parecia ter aterrissado de volta no presente."

- E para fechar a lista com chave de ouro... :) Meus olhos se enchem de lágrimas só em lembrar desta história, gente. Estou aqui tentando não chorar. Sofremos muito com o fim do Will no primeiro livro. Quando terminamos... a dor ainda está ali. Queremos mudar o final, queremos trazê-lo de volta.... para a Lou. Como ele poderia deixá-la daquela maneira? Como podia simplesmente ir embora? E apesar de entendermos tudo o que o levou a tomar aquela decisão... é muito difícil aceitar. E para mim, Depois de Você foi essencial. Eu necessitava deste livro. Precisava demais dele. É uma história que cura um pouco da dor que o primeiro livro deixou. É um livro belíssimo! 



Feliz 2017!!!! Que seja um ano maravilhoso para todos nós! E, claro, com muitas leituras preciosas! :D

28 de dezembro de 2016

Falsa Submissão - Laura Reese

(Título Original: Topping From Below
Tradutora: Claudia Costa Guimarães
Editora: Record
Edição de: 2012)


Um thriller erótico e explosivo.

Duas irmãs embarcam em uma viagem aterrorizante ao entrarem em um jogo de sedução mortal, orquestrado por um homem que não conhece limites.

Chicotes, roupas justas de vinil, correntes, um cachorro dinamarquês. O prazer bizarro do sadomasoquismo não fazia muito sentido para Nora Tibbs, jornalista de uma pequena cidade na Califórnia, até sua irmã Franny, uma tímida enfermeira, ser brutalmente assassinada. Obcecada pela ideia de encontrar o criminoso, Nora se deixa conduzir pelo misterioso M. - o mesmo homem com quem a irmã havia se envolvido antes de ser torturada e morta - por um mundo de jogos eróticos perversos, descobrindo os desejos mais primitivos e sensações antes inimagináveis.

Disposta a ultrapassar os próprios limites para investigar o estranho universo que Franny conhecera antes de morrer, Nora experimenta um novo tipo de prazer na dor e na submissão, e fica dividida entre o amor carinhoso do namorado Ian e o magnetismo excêntrico de M., que a atrai de uma maneira inexplicável.

Ela só não desconfia que a morte acompanha seus passos e pode até estar ao seu lado na cama.




Palavras de uma leitora... 



- Esta resenha pode conter SPOILER!!!! Depois não digam que não avisei!rs


"Escreveu sobre M., sobre as coisas que ele fazia com ela, sobre sua humilhação e seu desespero. A perversidade, sutil e insinuante, perpassa suas palavras. [...] Como um câncer em metástase, ele entrou em sua vida com o intuito de destruí-la."

Algo do que eu não tenho a menor dúvida... Faz séculos que este livro está na minha lista de leituras. E ainda que eu não soubesse tudo que encontraria em suas páginas, sabia que era pesado. Muito pesado. E ao ler a sinopse, eu já imaginava o quanto era cruel a mente por trás do tormento de Franny. 

Logo de início, entramos no mundo dela, da jovem de 24 anos brutalmente assassinada e encontrada só duas semanas depois em seu próprio apartamento. É impossível não sentirmos uma imensa sensação de impotência enquanto a vemos caminhar cada vez mais para dentro da realidade do Michael, uma realidade da qual ela não conseguiria escapar. Um mundo obscuro que demoraria apenas alguns meses para destruir o que restasse de sua vida. Não é justo tudo o que ela sofre, quantas vezes tenta pedir ajuda para uma irmã que estava ocupada demais vivendo a própria vida para perceber que algo estava errado... muito errado. 

"Os maus não chegam até nós vestidos de preto. Nem tampouco irradiam uma energia maligna. Eles não se distinguem de seus vizinhos."

Franny sabia bem o que era estar sozinha. Desde a morte de seu irmão, quando ela tinha apenas 13 anos, o mundo seguro que ela até então conhecia foi desmoronando... A culpa era uma constante companhia, aumentando sua solidão, sua dor e a certeza de que um dia teria que pagar pelo que tinha feito. Um ano depois, seus pais também partiram e ela foi entregue à Nora, sua irmã, que estava envolvida demais com seu trabalho e sua vida para perceber que a menina tímida, com cabelos extremamente curtos e gordinha, bem diferente da irmã que ela um dia tinha conhecido, estava implorando por socorro. Por uma ajuda que ninguém daria. E que só a tornaria uma presa ainda mais fácil para Michael.

"Ele destruiu Franny, e o fez deliberadamente, metodicamente e sem remorso."

Os anos se passaram... Escondendo dentro de si a sua dor, Franny terminou a escola e cursou enfermagem, dedicando-se especialmente aos pacientes renais, que sofriam da mesma doença que fragilizara seu irmão pouco antes de sua morte. Ela queria fazer algo de útil. Fazer por seus pacientes o que não pudera fazer por Billy. Talvez isso aliviasse um pouco a sua culpa... Quando estava na clínica, envolvida no dia a dia daquelas pessoas, sua timidez desaparecia. Era uma pessoa segura, competente, e seus pacientes raramente tinham alguma complicação enquanto estavam sob seus cuidados. Mas da porta pra fora... ela era de novo uma garota insegura, que não olhava nos olhos e se sentia desconfortável quando alguém a notava. E ele a observou por semanas antes de decidir que era o momento certo para se aproximar...

"Beijou-a no pescoço e disse:
- Eu vou lhe dar o que quer, Franny."

- Mesmo atormentada pela dor e pela culpa durante anos, seu coração não deixava de desejar o amor. Uma família, um marido que a amasse acima de tudo e lhe protegesse, filhos para os quais ela daria todo o seu amor e que também a amariam incondicionalmente. Só queria o que quase todos queriam. Ser feliz. Mas, lá no fundo, não se julgava digna de nada. Sabia que seus sonhos jamais se realizariam.

Porém, quando Michael, aquele homem misterioso e irresistível, que parecia enxergar todos os seus segredos e desejos mais profundos, invade sua vida, escolhendo a ela quando poderia ter qualquer uma... ela volta a ter fé. A acreditar que talvez, apenas talvez, consiga se perdoar e construir um futuro ao seu lado. 

"Não me apaixono com facilidade, mas fico feliz em receber o seu amor. [...] Sabe o que isso quer dizer, não sabe? [...] Quer dizer [...] que agora você é oficialmente minha namorada. Isso me dá direitos territoriais sobre o seu corpo. Dá a mim interesses de proprietário sobre você. Agora, você me pertence."

- No início, Franny acredita estar vivendo um conto de fadas, mas ao confessar seu amor por ele, dá a Michael as armas necessárias para começar o lento e doloroso caminho que a levaria à morte. Era tudo que ele precisava para assumir de vez o controle: seu amor. A certeza de que, fizesse o que fizesse, ela não o deixaria. Não teria forças suficientes para abandoná-lo. Sabia que tinha feito bem a sua escolha. Não existia presa mais fácil do que ela. 

Prisioneira do amor que sente por Michael, e cada vez mais envolvida por sua capacidade de manipular e distorcer as coisas para que ela acreditasse que tudo o que ele fazia era normal, a felicidade com a qual um dia ela sonhou vai se tornando mais e mais distante e Franny já não era capaz de recordar um dia em que não chorasse, e o medo a invadia sempre que ia à sua casa, pois não conseguia imaginar que nova crueldade ele faria com ela. Que novas feridas lhe provocaria, física e emocionalmente.

"Uma onda de pânico percorreu seu corpo. 
- Michael, por favor. Não... - Mas ele enfiou um pedaço de pano em sua boca e suas palavras saíram arrastadas, abafadas."

Num diário, ela escreveu parte do período que passou ao lado de Michael, omitindo os detalhes que não suportaria colocar em palavras, nem mesmo para que apenas ela lesse. Mas seus relatos terminam poucas semanas antes de sua morte, fazendo com que permanecesse em segredo os acontecimentos que antecederam seu último dia... Dificultando que a polícia obtivesse alguma prova que Michael a assassinara.

Embora fosse evidente que ela havia sido torturada antes de morrer, a causa da morte seguia sendo um mistério e ainda que ele tivesse sido preso como suspeito, não demorou a ser liberado, pois não existia nada, além do seu envolvimento sádico com a Franny, que provasse que ele estivera em seu apartamento e a matara. Nada. Absolutamente nada que o ligasse à cena do crime. E com o passar dos meses, a polícia parece ainda mais longe de encontrar o assassino e Michael, embora siga sendo o principal suspeito, leva sua vida normalmente, como professor de música numa universidade local, alguém que qualquer um que visse jamais consideraria capaz de cometer um crime tão brutal. Mas a maldade... nem sempre é evidente.

"Uma lágrima rolou em meu rosto. Ela não merecia morrer daquela forma. E naquele instante, ainda sentada em seu sofá, jurei que, se a polícia não encontrasse seu assassino, eu encontraria."

- Nora Tibbs um dia considerara o trabalho tudo em sua vida. Não era dada a estabelecer laços emocionais com ninguém, possuía uma irmã e uma melhor amiga e essas eram as pessoas com as quais era mais próxima, ainda que visse Franny apenas uma vez por mês e sempre com pressa para que o encontro terminasse o mais rápido possível. Não é que não gostasse dela. Na verdade, a amava. Mais que tudo. Só que eram simplesmente diferentes demais, não tendo nada em comum nem para conversar. Franny era tímida, tendo medo até da própria sombra, enquanto Nora era descontraída, alegre e trocava de namorado como quem troca de roupa. Porém, quando recebe a notícia de sua morte, todo o mundo de Nora desaba. O trabalho, os homens, as festas, tudo deixa de ter importância. A dor é insuportável, e com ela vem a certeza de que, de alguma forma, era culpada. Tinha contribuído para que a vida da irmã terminasse daquela maneira. Onde ela estava enquanto sua irmã era torturada? Ocupada como sempre. Franny lhe telefonara. Diversas vezes. E ela não retornara suas ligações. Estava ocupada demais com a própria vida, enquanto a irmã estava a apenas poucos dias da morte.

"Quero que o tempo volte. Quero colocar Franny na pia da cozinha, cheia de água morna e espuma, e vê-la rir, tentando estourar as bolhinhas com os dedinhos gorduchos."

Dez anos mais velha que Franny, Nora foi uma segunda mãe para a irmã quando ela nasceu. Jamais sentiu um amor tão forte como aquele sentimento que a invadiu quando a pegou pela primeira vez em seus braços. Sabia que faria qualquer coisa por aquele ser tão pequeno e que sorria para ela, com tanta confiança. Mas conforme os anos se passavam e ela atingia a adolescência, enfrentando os desafios e problemas daquela fase, ia se afastando cada vez mais da irmã, do irmão e dos pais... E quando ingressou na faculdade, se mudou cortando quase por completo os laços que um dia a uniram tanto àquelas pessoas. E durante muitos e muitos anos ela não admitira nem para si mesma os motivos que a levaram a simplesmente partir. A negar dentro de si mesma o amor que ainda sentia. Era seu segredo. Eram os seus pecados. 

"Dos dezoito aos vinte e quatro anos, quando Franny veio morar comigo, tenho muito poucas recordações bem-definidas dela: quando eu ia para casa para as festas de aniversário, no Natal, no enterro de Billy, quando ela se escondia ao fundo, como que em transe, sem falar com ninguém. [...] O processo de negligência já começara. Ela precisava de mim, mas eu nunca notei."

Quando Nora está com 24 anos, sua irmã é entregue aos seus cuidados, pois seus pais haviam morrido num acidente de carro e ela era tudo que restava àquela menina. Envolvida com a correria do seu dia a dia, praticamente deixara Franny por conta própria, mal possuindo recordações dos anos que ela passou em sua casa. Depois, quando a irmã se mudara para viver a própria vida, os encontros se resumiam a um almoço uma vez por mês e ligações extremamente raras. Sabia que tinha sido egoísta. Sabia que pensara demais em si mesma, não enxergando aquilo que não queria ver, para que nada atrapalhasse a segurança de seu próprio mundo. Tinha consciência de que falhara com a irmã de muitas maneiras e que, se tivesse prestado atenção, talvez ela ainda estivesse viva. 

Tomada pela dor e pelo remorso, Nora pede licença do trabalho e inferniza a polícia durante meses, querendo ver o assassino de sua irmã atrás das grades, de preferência, no corredor da morte. E quando os detetives passam a evitá-la e o tempo continua passando sem que nenhuma prova capaz de condená-lo apareça, ela percebe que se não cuidar do caso sozinha, o doente que destruíra a vida de sua irmã seguiria passeando livremente pelas ruas, em busca de mais uma vítima. Não o deixaria escapar. Não falharia com Franny uma vez mais. 

"Haverá um final diferente desta vez, disto eu tenho certeza. Tanto para M. quanto para mim."

Determinada a descobrir como e por que Michael matara sua irmã, Nora se aproxima perigosamente de sua vida, colocando a si mesma como isca, não fazendo a menor ideia de no que está prestes a entrar e como será impossível sair. Ainda que tenha a certeza de que ele matou Franny, ela se considera forte o suficiente para manipulá-lo, para sair incólume do jogo que iniciara ao procurá-lo. Só que naquele jogo em particular... Michael era um mestre. E as chances de que ela perdesse bem mais do que o controle sobre o próprio corpo e a mente... eram enormes. Naquele jogo, sua vida corria sérios riscos. 

"De qualquer ângulo que encarar a coisa, Nora, verá que boa coisa ele não é. Faça-se o favor de ficar o mais longe que puder daquele homem. Volte a viver sua vida."

Afastar os outros sempre foi extremamente fácil para Nora e quando entra no mundo de Michael, buscando respostas e vingança, ela se distancia mais e mais das poucas pessoas que ainda faziam parte de sua vida. A melhor amiga, o namorado que foi seu porto seguro quando a irmã morreu e o detetive que seguia no caso e era o único a ouvi-la. Lentamente, ela vai se desconectando de todos... entrando mais e mais fundo no obscuro mundo em que ele vive. Sair já não parece possível. 

"O mundo no qual vivo agora, com M., é doentio, e minha obsessão beira a autodestruição. Tenho plena consciência disso. E também de minha impotência para impedi-lo."

- Ela acreditava estar no controle, julgava que sabia o que estava fazendo, mas com o passar do tempo já não enxerga nem sombra da pessoa que havia sido antes daquele homem surgir em sua vida. Antes dela permitir que ele a conduzisse mais e mais fundo, mostrando a ela uma realidade que até então desconhecia. 

"Ele está revelando uma face da minha alma que eu preferiria manter oculta. Não quero fazer parte do seu mundo, mas não sei como escapar dele."

Quando ela entra naquela situação, é para obter as provas necessárias para que o assassino de sua irmã seja punido, mas as coisas fogem do controle, empurrando-a numa direção que ela nunca desejou, fazendo-a encarar um outro lado de si mesma, transformando-a em alguém com quem não sabia se era capaz de conviver. Especialista na arte da manipulação, Michael a envolve profundamente, tal como fez com Franny, conhecendo seus segredos mais profundos, obrigando-a a revelar cada vez mais e ir mais e mais longe, até que ela não saiba como fazer o caminho de volta, como cobrir-se outra vez. Sem que perceba, faz exatamente o que Franny fez: dá a Michael as armas para que ele a destrua. 

"Caí num mundo sombrio, de isolamento, em cujo centro está M. Eu tinha uma carreira. Eu tinha amigos. Mas pouco a pouco perdi tudo."

- Sempre que Michael empurrava Franny para além dos limites, ela chorava, sofria. Não suportava as coisas que ele fazia com ela. Não sentia prazer com a dor. Só desejava um relacionamento normal. Só queria o seu amor. Mas as culpas do passado e seu amor por Michael a impedem de deixá-lo. Já Nora... ainda que estivesse com Michael por todos os motivos certos (por Franny) gostava de tudo que ele fazia com ela. Quanto mais ele a empurrava para além de qualquer limite, mais prazer ela sentia. Tudo podia ser degradante, bizarro, imoral, ela podia resistir no início, mas se entregava e permitia que ele fosse além... Ele já a tinha onde bem queria. Ela era dele. Conseguiria acordar? Conseguiria voltar? 

"- Há várias maneiras de se chegar até o inferno - digo, pensando no quarto negro da casa de M., na funda de couro, no guincho de aço. - Voltar é que é difícil."

Cega pela sedução de Michael, Nora não consegue perceber que já não está com ele apenas por Franny. Não consegue enxergar que já não possui qualquer controle e que está mais e mais perto da morte... 

"Ele baixa a cabeça e coloca o rosto próximo ao meu.
- Se pronunciar mais uma palavra - murmura, agarrando meu pescoço -, será a última."

- Por onde eu começo? Acredito que ao ler tudo que coloquei acima e os trechos que escolhi, vocês podem ter uma noção de como esta leitura não foi nada fácil. E estes foram trechos leves, digamos assim. Alguns trechos eu "censurei", cortei pedaços colocando aqueles [...], pois contém pedaços que não são lá muito leves. O livro é extremamente pesado, gente. Não só nas palavras, mas principalmente nas cenas brutais que nos mostra. Fala de sadomasoquismo, mas não daquele tipo que você encontra em Cinquenta Tons de Cinza e livros similares. Não é romance. Não é um livro sobre amor entre duas pessoas que, de comum acordo, decidem entrar no mundo do sadomasoquismo. Não é nada parecido com o que o Christian Grey tinha com a Anastasia (eu só vi o filme, gente. Não li os livros). Ele a machucava, era possessivo, controlador, f.... ao invés de fazer amor, como ele mesmo diz no filme, mas no fundo temos aquele cor de rosa do amor. O Grey ama a Anastasia. Aqui não tem nada disso. Este livro aqui é um thriller. Na capa diz que é um thriller erótico, mas além disso é também um thriller psicológico, um suspense cruel, mostrando um lado profundamente doentio da relação entre duas pessoas. 

E só há sadomasoquismo entre o Michael e a Nora, vale deixar bem claro. Um sadomasoquismo bem doentio, que a empurra para a morte, para um fim que poderia ser bastante horrível. O Michael não é um homem normal que apenas gosta de jogos consensuais. Não. Ele é um psicopata, gente. Ele é pura maldade. Consegue envolver suas vítimas ao ponto de elas acreditarem que ele se importa com elas e que nada que faz é realmente para machucar. É só um jogo, não é? Só que não é. Ele não quer só machucar, ele quer destruir. Quando a pessoa percebe já é tarde demais. Para qualquer coisa. 

"Michael a prendera outra vez. Não conseguia compreender por que ele o fazia. Não conseguia compreender como uma pessoa tão gentil podia ser tão cruel. Ele a segurara em seus braços e afastara seu cabelo do rosto com ternura, enquanto ela lhe implorava, baixinho para não a machucar."

Como podem perceber pelo trecho acima, com Franny tudo era diferente. Ela não gostava de nada daquilo. Não era sadomasoquismo com ela, era puro sadismo. Franny não encontrava prazer na dor. Não gostava de sofrer, mas o amava demais para conseguir fugir dele. Ela fazia tudo que ele queria, porque sabia que não tinha outra opção. Ele a seduziu até que ela se apaixonasse, até que ela fosse incapaz de deixá-lo. Ele a atormentou até o último dia da vida dela. É duro demais aceitar isso. Aceitar a morte dela. Era alguém tão frágil, tão necessitada de carinho. Ela se apaixonou pela pessoa errada e pagou muito caro por isso. Quantas pessoas não passam pelo mesmo? Quantas e quantas mulheres acabam mortas ao viverem relacionamentos abusivos? Independente de gostar de chicotes e tudo que envolve o mundo do sadomasoquismo, Michael por si só era um homem abusivo, que gostava de controlar as mulheres e feri-las, alguém com sangue frio suficiente para matar ao ser contrariado. Isso não tem nada a ver com sadomasoquismo. Tem a ver com maldade. Como o livro A Lista do Nunca, Identidade Roubada, No Escuro... ele não é muito diferente dos psicopatas desses livros. Só que ele é pior. Porque ele faz as vítimas fazerem exatamente o que quer, como se elas estivessem consentindo. É uma mente semelhante a do livro Restos Humanos, quando aquele doente envolvia as vítimas até forçá-las a cometerem suicídio, lembram? 

"Michael era tudo o que lhe restara. Ela aceitaria seus castigos e todas as coisas indescritíveis que ele fazia com ela, atos mais cruéis do que as mais violentas surras. Enquanto ele a amasse, ou tentasse amá-la, ela faria tudo o que ele pedisse."

- Nunca serei capaz de esquecer a Franny e todas as chances que ela não teve. Me dói muito pensar nessa mocinha. Primeiro se sentia culpada pela morte do irmão... e quando ela revela o motivo.... Nossa! É uma cena que nos leva às lágrimas. Dor demais para uma menina de 13 anos suportar. E como se não bastasse, seus pais se desligam totalmente da existência dela quando seu irmão morre. Concentrados no próprio luto, no próprio sofrimento, eles não percebem que têm uma filha precisando de ajuda. Simplesmente se esquecem dela e quando eles também morrem, é como se sua ferida ainda muito aberta ficasse infeccionada e nada fosse capaz de curá-la. Ir morar com Nora não a ajuda em nada. Franny acaba criando um mundo próprio, trancando todos fora dele. Vulnerável demais para conseguir escapar de uma mente tão cruel como a do Michael. 

"Pergunto-me agora o que passou pela cabeça da minha pobre irmã enquanto seu assassino a prendia com fita isolante, enquanto dava início à lenta tortura. Será que pensou em mim? Será que morreu achando que ninguém gostava dela? Se me dessem outra chance, Franny, eu faria tudo para que soubesse que eu gostava de você, e muito."

- Nora... Sinceramente, não sei de qual das duas irmãs eu sinto mais compaixão. Por quem eu sofro mais. As duas estavam marcadas por traumas do passado, cada qual lidando à sua maneira com a dor que sentiam dentro delas, ambas presas fáceis para o Michael. A Nora podia se considerar forte, dona de si, acreditar que sabia tudo que estava fazendo, mas estava tão longe disso! Talvez com ela o jogo dele tenha sido pior. Porque ele entrou na mente dela até fazê-la pensar o que ele queria. Nora não só fazia o que ele queria, seus pensamentos, suas vontades... ele manipulou tudo. É como se ele a tivesse desmontado e montado da exata maneira que queria. Usou cada um dos seus traumas, um passado que ela jamais tinha confessado para ninguém, usou suas inseguranças, usou o sexo também. Fez dela exatamente o que desejava. E a afastou de qualquer pessoa que pudesse salvá-la. 

"Estou na beira do abismo, e não há ninguém para me impedir."

- Perturbador... Este livro é profundamente perturbador, do começo ao fim que nos rouba o fôlego. Um final que é inesperado, de certa forma. Eu sabia que nada nesta história poderia terminar bem, mas não imaginei que terminaria daquela maneira. A justiça passou longe desta história, como de tantas outras que já li. Não. Isto não é spoiler. O único spoiler que dei até agora foi indicar sem sombra de dúvidas que o Michael matou a Franny. Mas isso foi spoiler mesmo? Porque é gritante que foi ele. Nós temos certeza desde as primeiras páginas. A autora não quis que isso fosse o grande mistério do livro. E não revelei nada sobre o final. Deixarei que vocês descubram como o livro termina. Mas há duas coisas sobre esta história que preciso contar.

- A autora, no intuito de nos mostrar até onde ia a maldade do Michael... na intenção de nos fazer conhecer a mente dele, o quanto ele era um monstro, coloca duas coisas extremamente pesadas no livro. E isso é spoiler!!! Há uma cena na qual o Michael coloca um vídeo ilegal e quer que a Nora assista. Não vou descrever o vídeo, pois me dá ânsia de vômito só lembrar... mas posso dizer que se trata de violência contra criança. Coisas que costumamos ver na série de TV Lei e Ordem - Unidade de Vítimas Especiais. Dá para vocês terem uma ideia do que é.

A outra cena impactante e de dar náuseas envolve o cachorro dele. E envolve sexo. Juntem as duas coisas e podem imaginar do que se trata a cena. Sim. São cenas muito, muito pesadas. São horríveis de ler. A maldade do Michael jamais conheceu limites. Ele é um demônio. Só pode ter vindo das profundezas do inferno. 

"A jornada de Franny foi muito mais dolorosa. Inadvertidamente, ela penetrou no coração de um homem mau, e jamais retornou."

- Não direi se recomendo a história ou não. Deixo que vocês decidam se vão lê-la ou não. Dei 4 estrelas ao livro, porque é impossível negar que a autora é brilhante, com uma escrita original, profundamente inteligente e audaciosa. Ela não teve medo de pegar pesado. Ela quis contar uma história e a contou. Sem economizar nas palavras. Sem poupar os leitores ou os personagens. É uma autora muito corajosa, que me impressionou e despertou minha admiração. Entendo perfeitamente até mesmo as pessoas que talvez tenham dado 5 estrelas ao livro. Eu só não dou 5 estrelas porque as duas cenas mais pesadas foram demais para mim. Meu estômago revirou e eu quase parei a leitura nessas duas vezes, de tão enjoada e revoltada que eu fiquei. Mas entendo por que a autora colocou tais cenas no livro. A história é muito bem elaborada, tudo se liga desde as primeiras páginas. 

Tirando essas coisas que contei sobre o livro: que é o Michael que matou a Franny (algo que qualquer um pode perceber desde as páginas iniciais, então não é tão segredo assim) e as duas cenas que mencionei, não revelei muita coisa sobre o livro. A história possui 413 páginas. Muita coisa acontece... existem vários segredos do livro que não contei. 

"Mas eu acredito em carma, e os maus serão punidos, mais cedo ou mais tarde. Se não nesta vida, numa próxima. Ninguém pode praticar o mal e ficar incólume. Eu preciso crer que haja uma ordem inefável no universo."

25 de dezembro de 2016

Ame um Estranho - Kathleen E. Woodiwiss

(Título Original: Come love a stranger
Tradutora: Neide Camera Loureiro
Editora: Record
Edição de: 1994)

Lierin
Sem nome e sem memória, e com dois homens lutando por seu coração, ela vive um pesadelo de violência e loucura... 

Ashton
A esposa adorada e desaparecida volta a entrar em sua vida misteriosamente - fazendo recordar alegrias... e as sombras escuras de um perigoso passado. 

Impostora
Na sinistra teia de mentiras e trapaças, Lierin luta para recuperar a verdadeira identidade e pertencer ao estranho homem que a fez lembrar o que o amor não consegue esquecer.





Palavras de uma leitora...



- Vocês devem me achar um tanto louca por estar escrevendo uma resenha em pleno dia de Natal.rs Mas hoje eu basicamente dormi e li. Cada instante acordada eu me perdia nas páginas desta história e quando finalmente terminei de lê-la soube que não poderia deixar a resenha para amanhã. 

Li muitos comentários negativos sobre o livro Ame um Estranho. E este foi um dos motivos para eu ter adiado a leitura. Porém, os livros da Kathleen costumam me enfeitiçar, me envolver por completo, ainda que seus mocinhos não sejam politicamente corretos ou totalmente dignos de serem chamados de "mocinhos". Wulfgar que o diga, uma vez que fazia bem em certos momentos o papel de vilão no livro O Lobo e a Pomba. Ela sabe como prender os leitores às histórias, mesmo quando queremos assassinar certos personagens. Por isso, incluí o livro na meta de leitura, disposta a lhe dar uma chance. E não. Não me arrependi. 

A história se passa no século XIX. Após um primeiro encontro que lhe rouba o fôlego, Ashton se angustia ao imaginar que nunca mais veria a mulher que o enlouqueceu com um simples olhar. Mas o destino tinha seus próprios planos e não demorou para que ele tivesse a oportunidade de revê-la, num momento em que ela mostrou que seus olhos verdes eram capazes de brilhar com uma fúria incontrolável, enquanto ela lhe dizia tudo que pensava ao seu respeito. Naquele momento, ele perdeu para sempre o coração. Mas não poderia imaginar quão pouco duraria sua felicidade... 

Cerca de um mês após se conhecerem e se apaixonarem, Lierin e Ashton decidem se casar, sem esperar pelo consentimento do pai dela, que estava na Inglaterra e não nutria muita simpatia por americanos. Aproveitando-se de sua ausência e temendo que ele não permitisse que eles se casassem, Lierin contou com o apoio do avô e pouco tempo depois ela e o marido iam em direção ao seu novo lar, acreditando que nada no mundo seria capaz de separá-los ou se intrometer no mundo de sonhos que criaram para si. Porém uma trágica põe um doloroso fim à vida que pretendiam construir juntos.

Durante a viagem para o seu novo lar, Lierin acaba morrendo afogada quando a embarcação que os levava é atacada por piratas. Ela ainda lutou contra as águas que ameaçavam todos os sonhos que tinha. Não queria deixá-lo. Não queria morrer, mas quando percebe que seu marido havia sido atingido por um disparo, toda a força lhe escapa e ela se deixa levar pelas águas... para o fundo... E seu último pensamento foi para ele. Para o homem que ela não suportaria perder. 

"[..] e à claridade fria do dia ele tinha de enfrentar a realidade torturante de que seu amor se fora para sempre."

Três anos depois, Ashton ainda não conseguira superar a perda de sua amada. Da única que conseguira roubar seu coração. Sentia, mesmo que parecesse loucura, que ela estava por ali... e que algum dia perceberiam que tudo não passara de um pesadelo. E então a dor iria embora e ele poderia estar de novo com Lierin. Amá-la com a mesma loucura do passado... sorrir ao seu lado e criar os filhos que desejavam ter. Não podia suportar um mundo onde ela não existisse...

Então... enquanto ele regressava para casa após mais uma de suas viagens, sua carruagem atropela uma jovem a cavalo, lançando-a ao chão e fazendo-o temer que a mesma morresse com a queda. Desnorteado, ele vai em seu socorro, apenas para ver-se diante de alguém que era a imagem de sua esposa. De sua Lierin. 

Confuso com a intensa semelhança, ele luta para não acreditar que ela fosse sua mulher. Lierin estava morta. Não podia se deixar levar pela dor e criar a ilusão de que aquela misteriosa jovem fosse ela. Mas quando ela finalmente abre os olhos... toda dúvida dá lugar à certeza de que, fosse por um milagre ou qualquer outra coisa, aquela era sua amada. E ninguém seria capaz de separá-los de novo. 

"Tenha piedade de mim, Lierin, e fique para sempre ao meu lado. Não desapareça de novo, porque certamente não serei mais um homem."

Seria esta jovem ferida, perdida e sem memórias realmente a mulher que um dia ele perdera para as águas do mar? Às vezes a vida nos dá aquilo que nosso coração mais deseja... e às vezes... não.


- Eu fiquei grudada ao livro desde a primeira página, mas a semana foi extremamente corrida e sempre que eu queria parar tudo e me concentrar apenas no livro, surgia algo para fazer e assim eu fui me irritando.rsrs Só hoje pude realmente estar com os personagens, entrar na história deles e me deixar envolver por completo por todo amor, sofrimento e intrigas que fazem parte de suas vidas. 

A história é presumível. Pude adivinhar o que se passava bem antes de toda a verdade aparecer. Desde as primeiras páginas eu já sabia o que aconteceria e nada me surpreendeu. Nem um pouco.rs Claro que isso não me impediu de ficar com os olhos cheios de lágrimas, xingar e amaldiçoar certas pestes de personagens e torcer por um final feliz ao estilo de Judith McNaught. Suspiros... Mesmo sabendo que o final não seria como o da JM. A Kathleen tem uma maneira interessante de escrever finais. Já estou acostumada. No entanto, sonhar não custa nada, certo?

- Amei muito o Ashton, seu amor incondicional, que nem a morte seria capaz de destruir. Ele jamais aceitou a morte de Lierin. Nunca pôde arrancá-la de seu coração, construir um novo mundo onde ela não mais estivesse. Ele vivia das lembranças que possuía e da fé de que um dia voltaria a vê-la. É impossível não se comover com este amor tão lindo! 

E também pude compreender toda angústia, confusão e desespero que faziam parte dos dias da jovem que nosso mocinho afirmava ser sua esposa. Após o acidente envolvendo a carruagem do Ashton, ela perdeu a memória de quem era e mesmo que ele apresentasse provas de que ela era quem ele dizia ser, a dúvida permanecia, pois alguém morto não pode simplesmente voltar assim. Ainda que o corpo de sua mulher não tivesse sido encontrado, era impossível que alguém caísse naquelas águas e sobrevivesse após várias horas, dias e semanas de buscas. 

Porém enquanto se recuperava na casa dele e o via todos os dias, cada vez mais era envolvida pela certeza dele, querendo com todas as forças acreditar que era sua mulher. Que pertencia àquele homem.

"Às vezes o amor podia vir e ir como os ventos errantes habituados a passarem impetuosamente sobre a praia; mas, por outro lado, podia ser uma coisa eterna que a distância, os anos e as agruras não conseguiam derrotar."

- A história dá várias voltas, fazendo com que a felicidade vá para bem longe dos protagonistas. Eles sofrem bastante, têm suas vidas ameaçadas por intrigas e ódio e pela própria dúvida acerca da identidade da mocinha. Porque mesmo enquanto os dois queriam acreditar que ela fosse Lierin, certos acontecimentos e pessoas tinham toda a certeza do contrário, lançando-os numa luta intensa para terem o direito de estar juntos. Mas uma coisa era certa... Fosse qual fosse o nome dela, Ashton não estava disposto a perdê-la uma segunda vez. Faria o que fosse preciso para mantê-la ao seu lado. Ainda que isso lhe custasse a própria vida... 

- Eu gostei muito desta história. Muito mesmo! Mas não pude deixar de desejar que certas coisas acontecessem de maneira diferente, que a autora se dedicasse mais ao envolvimento entre o casal e menos a tudo que estava contra eles. Achei que o livro podia ter um ritmo diferente e um final mais de acordo com o amor que os personagens sentiam. Enfim... Mas nem tudo é como a gente quer.rs

Dei 4 estrelas ao livro. Mesmo sendo uma história bem construída, inteligente e linda, não chega a ser digna de 5 estrelas porque a autora se concentrou demais em coisas que não mereciam tantas páginas. É uma história que tinha tudo para se tornar uma 5 estrelas, mas infelizmente a Kathleen não explorou todo o potencial desta maravilhosa história, desta trama tão bem elaborada. O que é realmente uma pena. :(

Mesmo assim, é uma história que vale muito a pena ler! Claro que recomendo!


Feliz Natal, meus queridos!!!! Sei que o dia está quase terminando, mas desejo que a magia desta data tão especial permaneça com vocês! Que cada dia seja recheado de amor, paz, saúde e muita felicidade! Que saibamos todos amar. Perdoar. E nos importarmos com as outras pessoas, mesmo que não as conheçamos. Que venhamos a pedir a Deus por aqueles que mais necessitam de amor e ajuda. Que amemos, gente! O amor é o mais lindo sentimento que existe. E foi por amor que Jesus veio ao mundo e passou tudo que passou para nos salvar. Para nos dar uma nova chance. Se estamos vivos é  graças a Ele. Cada dia é um milagre. Aproveitem muito estes milagres! Estas chances de serem felizes! Viva o amor! Sempre!

16 de dezembro de 2016

Diários do Vampiro - Reunião Sombria - L. J. Smith


4º Livro da Série Diários do Vampiro

Em nome do amor.

Apesar de para sempre marcados pela tragédia, Bonnie, Meredith e Matt tentam retomar o rumo de suas vidas. Até que sonhos e premonições alertam Bonnie que um mal antigo e poderoso ameaça a todos e é preciso buscar ajuda...

Com a morte de Elena, Stefan e Damon deixam Fell's Church e voltam a vagar pelo mundo sob a cruz de sua sina: a sede de sangue. Mas um chamado inesperado os coloca novamente no caminho de Elena - e daqueles que ela ama.

Presa entre a vida e a morte, Elena permanece ligada a Stefan, por quem se sacrificou. Mas, quando um grande perigo ameaça a cidade e seus amigos, o destino oferece a ela mais uma chance de reencontrar o amor.




Palavras de uma leitora...



- Sim. Faz mais de seis anos que li o terceiro livro desta série. Seis longos anos se passaram antes que eu criasse coragem para ler Reunião Sombria e mergulhasse outra vez no universo sombrio e cruel de Diários do Vampiro. E mesmo o passar do tempo não me fez esquecer a revolta que senti com a maneira como o livro anterior terminou. Só de lembrar, meu sangue volta a ferver. E minha raiva da autora parece aumentar. Ainda me custa acreditar que ela realmente iria encerrar a história daquela forma. Com a morte trágica da personagem principal. Com seu sacrifício pelos que amava. Definitivamente, esta autora não tem coração. Ou não pensa nos corações dos fãs. Ainda sofro com aquele final, gente. :(

Reunião Sombria começa cerca de seis meses após a morte de Elena. Enquanto Katherine, séculos atrás, fingiu a própria morte e assim fez os irmãos Salvatore, Stefan e Damon, combaterem até acabarem com suas vidas e retornarem como vampiros e inimigos eternos, nossa mocinha deu a própria vida para salvá-los, numa das cenas mais impactantes da série. Ela matou Katherine, mas perdeu também a vida, se separando para sempre do homem que amava e deixando para trás amigos, família e sonhos. E um vazio que jamais poderia ser preenchido.

Enquanto a cidade seguia em frente, tentando esquecer todo o mistério por trás da morte dela, Bonnie, Meredith, Caroline e Matt não sabiam como recomeçar. Tudo o que se passou antes daquele terrível fim, assim como a ausência de Elena, marcou para sempre a vida de todos eles e, mesmo inconscientemente, eles sabiam que algo estava para acontecer. Algo ao que talvez ninguém conseguisse sobreviver... 

Através de pesadelos aterrorizantes, Elena tenta avisar Bonnie do perigo que se aproxima e que ameaça todos os moradores da cidade. Tentando acreditar que tudo não passa de um sonho, Bonnie é obrigada a encarar a realidade quando uma de suas amigas é brutalmente assassinada. Correndo contra o tempo, ela tenta atrair Stefan de volta à cidade, pois só ele será capaz de deter o mal que caminha por aquelas ruas e que não irá parar em apenas uma vítima.

O que ela não poderia imaginar é que quem quer que fosse que estava por trás do novo horror que invadiu a cidade... queria justamente aquilo... Que Stefan voltasse... para sua morte. 


- Comecei a leitura com um pé atrás. Temendo bastante o que poderia encontrar neste livro. Como vocês podem perceber eu adiei a leitura por muitos anos. Porque não me sentia preparada para encarar esta série de novo. E se não tivesse colocado o livro na meta de leitura deste ano, provavelmente não o leria nem tão cedo. 

- Não sei se vocês se lembram, mas a série Diários do Vampiro originalmente seria uma trilogia, cujo último livro seria A Fúria. Ou seja, do alto de sua insensibilidade, a autora tinha toda a intenção de terminar a história com a morte da protagonista e o sofrimento de todos que a amavam e que se sentiam culpados por ela ter se sacrificado para salvá-los. Como a série girava em torno do triângulo amoroso que envolvia Stefan e Damon desde a época em que eles amavam Katherine, a autora decidiu que resolveria o problema matando Elena. Eles amaram Katherine e como ela não podia ficar com os dois, a autora tirou a Katherine de cena e depois a transformou em vilã. Resolveu criar um novo triângulo quando os dois conheceram a mocinha e se apaixonaram por ela. Ambos lutaram para conquistá-la e como ela não podia ser dividida então o melhor a se fazer era matá-la, certo? NÃO!!! É impossível eu aceitar um final como aquele, gente! Me dá uma raiva enorme lembrar de como a autora foi cruel com quem acompanhava a história desde o primeiro livro, que passou por tudo com os personagens para depois ser obrigado a ver um fim daquele tipo. É inaceitável! Me revolta de uma maneira que vocês não imaginam! Respira fundo, Luna! Respira! Enfim... Pois bem. A história se acaba assim. Elena morre. Stefan e Damon ficam com o coração partido e vão embora daquela cidade amaldiçoada. Fim. Acabou-se assim. E aí... por pressão dos fãs, a autora aceitou escrever a continuação da história. Reunião Sombria

- Nesta continuação que não existiria, observamos a tentativa de recuperação dos amigos mais próximos de Elena, que tentam se reconstruir dos cacos que ficaram após a partida dela. Sem saber como seguir em frente, cada um lida com o luto de uma maneira até que decidem fazer uma festa surpresa para Meredith. É aí que tudo começa outra vez... Desesperados, eles recorrem a Stefan, sem saber exatamente que tipo de monstro está à espreita, prestes a fazer uma nova vítima. Mas com Stefan há também o retorno do Damon. Meu querido Damon. :D

- Quem espera ver um maior protagonismo de Elena neste livro, vai se decepcionar. A história é quase toda narrada do ponto de vista da Bonnie e as cenas envolvendo nossa mocinha são apenas em sonhos, visões que sua amiga tem, nas quais Elena tenta alertá-los e ajudá-los a enfrentar o mal que está na cidade. Um mal extremamente perigoso, antigo e sem compaixão. Alguém que tinha sede de sangue e... vingança. E que não se importaria em matar toda a cidade para ter o que desejava. 

- Apesar da raiva que ainda sinto da L. J. Smith, eu gostei muito deste quarto livro. Que não existiria, não se esqueçam. rsrs A história flui naturalmente, nos envolvendo de tal forma que quando vemos tudo já acabou. Deixando a necessidade de seguir acompanhando os personagens. Que nos faz querer mais e mais. Mas é somente quase 20 anos depois desta relutante continuação que a autora decide, assim do nada, escrever uma nova sequência intitulada O Retorno. Em resumo: a trilogia que originalmente terminaria com a morte da Elena, ganhou a relutante continuação Reunião Sombria. E terminou aí. Fim. Mesmo. Quase duas décadas depois, a autora percebe que não, a série não deveria ter terminado e nos traz mais três livros. E o que eu acho disso?! É melhor eu nem falar nada, sabe.rsrs

- Reunião Sombria não encerra nada. Mesmo que a autora não tivesse escrito uma nova continuação, a história não ficaria fechada no quarto livro. Várias perguntas ficam sem respostas. O final é aberto, um pouco menos brutal que A Fúria, mas mesmo assim não é um fim que os personagens merecessem e que nós fãs esperávamos. 

- Não sei se a série terminará para mim aqui ou se lerei O Retorno. Ainda estou pensando. Não sou fã desta autora, como vocês podem perceber. E sabem que tenho uma relação de amor e ódio com a série. rsrs Nunca morri de amores pelo Stefan, que sempre adorou fazer papel de pobre coitado injustiçado por todos. E no início eu não suportava a Elena. Me apeguei a ela apenas no terceiro livro, só para ficar chocada e destruída pela sua morte. E me apaixonei pelo Damon no segundo livro, mesmo contra minha vontade.rs Para mim, ele é o personagem que tem maior consistência. É misterioso, com aquele ar de lobo mau (no caso: vampiro mau) sedutor, que grita aos quatro ventos que não presta e mesmo assim nos chama. Nos faz amá-lo. Torcer por ele. Querer pegá-lo no colo.kkkkkkkkkk... Ele aparece pouco neste livro, mas quando aparece... Deus do céu!kkkkkkkk... Meu coração chegava a acelerar. 

- Mesmo assim, o Damon sozinho, por mais irresistível e deliciosamente apaixonante que seja (suspiros...), não é suficiente para eu seguir lendo a série. Então... não faço a menor ideia se um dia lerei os outros livros. Que não existiriam.rsrsrs... 

Mas confesso que a série de TV sim eu estou quase decidida a acompanhar. :)

13 de dezembro de 2016

Noites de Esperança - Susan Meier


O milagre do Natal ao alcance de todos!


MILAGRE INUSITADO
Após a morte da esposa, Clark Beaumont está tentando viver o espírito natalino pelo bem das crianças. Mas com o filho indo mal na escola e a filha quase sem falar, ele precisa de um verdadeiro milagre. Althea Johnson era para ser apenas a tutora do menino. Porém, com sua ajuda, os Beaumont voltam a ganhar vida. E conforme o Natal se aproxima, Althea começa a sonhar em passá-lo ao lado desta família.

ACORDO PERFEITO
Quando Ricky Langley oferece ajuda a Eloise, ela sabe que não pode recusar. Em troca, terá de acompanhá-lo a doze festas de Natal. Sim, Ricky é incrivelmente lindo e charmoso, mas isso é apenas um acordo de negócios... Mas os sentimentos dela não entendem as regras! Ricky tem os motivos próprios para detestar essa época do ano. Porém, a cada encontro, Eloise o faz gostar mais do feriado natalino. E ele começa a abrir seu coração para um futuro muito diferente ao lado dela.




Palavras de uma leitora...




- Duas histórias lindas que se passam na época do Natal. Histórias que falam de amor, esperança, recomeço e perdão...


Em Milagre Inusitado, conhecemos Althea e Clark, duas pessoas machucadas por quem amavam e que não faziam a menor ideia de como seguir em frente. Dia após dias eles respiravam, levantavam e faziam tudo o que tinham que fazer. Mas viver? Já não sabiam o que era isso. E tudo o que mais desejavam naquele natal era uma segunda chance. Uma forma de reencontrar o caminho de volta para si mesmos.

Althea jamais teve um natal de verdade. Sua infância tinha sido marcada por gritos, surras e medo e assim que teve a oportunidade de fugir de todo o desespero que era obrigada a enfrentar naquela casa, ela escapou. Sem olhar para trás. Sem querer reconhecer que não estava abandonando apenas uma vida de sofrimento, mas também sua irmã e mãe. E mesmo sufocada pelo remorso, ela passou anos tentando se convencer de que não tivera outra alternativa. Mas não conseguia se perdoar. Não acreditava ser digna de amor ou felicidade, mesmo que desejasse uma família com todas as suas forças. Queria ser amada, sentir-se protegida nos braços de alguém que jamais a deixaria. Mas estava ferida de tantas maneiras que sabia que nunca teria o que tanto sonhara....

Mais de dois anos se passaram desde a trágica morte de sua esposa, mas o silêncio e a tristeza ainda preenchiam os espaços da casa onde um dia viveram. E no meio de toda aquela dor, existia também a raiva pela traição que ela cometeu. Ele tinha dado a ela e aos filhos todo o seu amor e ela o pagou traindo-o e humilhando-o diante de toda a cidade. E ele não fazia ideia de como confiar outra vez. De como reconstruir a vida que ela deixou em pedaços.

Porém, o destino parece ter suas próprias ideias quando coloca no caminho de Clark a jovem professora de seu filho. Com a empregada internada e as notas do filho indo ladeira à baixo, ele contrata Althea para que lhe dê aulas particulares e ela não demora a transformar todo o mundo de seus filhos, devolvendo a eles o sorriso, a alegria e a diversão e mexendo com Clark de uma maneira que o fazia querê-la o mais longe possível tanto quanto desejava tê-la em seus braços. 

Com nenhum dos dois pronto para se entregar uma vez mais... quais as chances de uma relação dar certo? 

Às vezes... apenas precisamos nos deixar levar pela magia do natal... 


- Eu gostei muito desta história! Me apeguei demais às crianças do livro, desejando que tudo pudesse ser consertado o mais rápido possível em suas vidas. Elas estavam tão perdidas e infelizes, principalmente a pequena de três anos que só se comunicava em sussurros e somente com o pai e o irmão. É linda a maneira como a Althea invade a vida deles, alterando as coisas desde o primeiro dia. Ela própria estava machucada, sofrendo, mas com tanto amor dentro dela, desejando salvar aquela família mesmo que ela também precisasse de alguém para salvá-la. Eu amei todos eles! 

- Desejei com todo o meu coração que o pai da Althea recebesse o que realmente merecia. Um lixo! Um verme da pior espécie, que maltratava as filhas e a esposa, mas que fingia ser maravilhoso na frente dos outros. Como o desprezei! Não há maneira de eu culpar a mocinha por ter fugido. Ela era jovem demais e já não suportava mais tantos maus-tratos. Porém, mesmo depois de partir ela não consegue se libertar daquele passado. É somente ao lado de Clark que ela começa a ter suas feridas curadas. E não é um processo rápido. É preciso muito amor e paciência para que ela consiga se perdoar.


Em Acordo Perfeito, encontramos Eloise e Ricky, duas pessoas marcadas por insuportáveis tragédias, que só desejavam que o natal passasse bem rápido e que a dor um dia diminuísse. 

Acostumada a ser ignorada pelos pais desde que era criança, Eloise mergulhou fundo quando o conheceu. Mesmo que não pertencesse ao mundo dela, ele lhe ofereceu amor, algo que ela nunca tinha recebido. E ela se apaixonou perdidamente, mandando para o inferno toda e qualquer consequência e se casando com ele, para fúria dos seus pais, que não aceitaram que ela os humilhasse daquela maneira e lhe viraram as costas no momento em que ela mais necessitava. Com a morte do marido, após uma luta contra o câncer, Eloise tentou recomeçar a vida e fazer as pazes com os pais, que nem se deram ao trabalho de deixá-la entrar. E assim os anos se passaram... E ela continuava no mesmo lugar. Escondendo dentro de si a dor que a rejeição de sua família provocou e passando de um trabalho temporário para o outro. Até que... durante uma festa... seu caminho se cruza com o de Ricky, mudando para sempre a vida dos dois.

Ricky estava cansado de ver os olhares de preocupação de seus amigos. Sabia que precisava fazer algo. Mostrar que estava bem. Que havia superado todo o inferno que enfrentara dezoito meses antes, quando perdeu de maneira brutal o filho que tanto tinha aprendido a amar. Embora ainda sangrasse por dentro, sobretudo naquela época do ano, não queria envolver os outros em sua dor. Só desejava que o natal passasse e ele pudesse voltar a se concentrar no trabalho. E esquecer tudo. Absolutamente tudo. É por isso que não perde a oportunidade de fazer um acordo com Eloise, poucas horas após conhecê-la. 

Ela precisava de um emprego. E ele necessitava de uma acompanhante para ir com ele a doze festas de natal. Nada melhor do que unir o útil ao agradável, certo? Mas quando o coração entra no jogo, as coisas simplesmente podem fugir do controle... e, de repente, podemos ter tudo o que sonhamos...

- Esta é minha história preferida do livro. :) Amei a primeira, mas ri e me emocionei mais com a segunda, embora ela tenha sido curtinha e a autora tenha ficado muito naquele chove e não molha que me irrita.rsrsrs Ainda assim, meus olhos se encheram de lágrimas com Eloise e Ricky. Eu senti o sofrimento deles, o desejo e o medo de sonhar outra vez, de acreditar, de apostar num novo relacionamento. O medo de perder de novo, a culpa por estarem respirando quando alguém que amavam tinha ido embora. É fácil nos envolvermos com a história deles e desejarmos muito que eles se acertem logo e que percebam que não adiantava lutar contra o inevitável. Tinham sido feitos um para o outro. Somente juntos poderiam encontrar o que tanto buscavam sem nem perceber. 

- É lindo o carinho que começa a surgir entre eles. Os olhares, os toques hesitantes... os sorrisos. Eles são muito fofos juntos, só lamento que tenham demorado tanto para se entregar. Se dependesse de mim, antes da metade do livro eles já estariam casados, com filhos, desfrutando de uma segunda lua de mel na época do natal, num lugar acolhedor, com lareira e longe do mundo, de todos. Suspiros... rs

- Claro que recomendo muito as duas histórias! São lindas, suaves e deliciosas! E perfeitas para lermos tão perto do natal. :)

- Esta resenha era para ter ficado pronta ontem. Não tem nada melhor do que resenhar logo após terminarmos a leitura. Sempre prefiro escrever quando as emoções ainda estão bem frescas, quando ainda estou sonhando acordada com a história. Quando ainda estou no livro, sabe.rsrs Mas começou a cair uma tempestade enquanto eu escrevia. E isso me obrigou a interromper a resenha. :( Enfim... Não necessito dizer que passei o dia desejando chegar logo em casa para concluí-la. :D
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