24 de junho de 2019

A Mulher na Janela - A. J. Finn

Tempo de leitura:
Título Original: The Woman in The Window
Tradutor: Marcelo Mendes
Editora: Arqueiro
Edição de: 2018
Páginas: 352
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. 



Quando este livro foi lançado eu li muitas resenhas sobre ele. A maior parte delas dizia maravilhas do livro, ao ponto de o considerar um dos melhores thrillers lidos, favorito do ano e coisas assim... Como sou uma apaixonada por suspenses, sobretudo os psicológicos, fiquei morrendo de vontade de ler a história, queria amar o livro também, me surpreender como outros leitores tinham se surpreendido, ficar fascinada com os acontecimentos... Enfim... Desejei tanto o livro que o adquiri e passei na frente de outros suspenses que estavam na pilha de leitura há muito mais tempo. O resultado? Uma baita decepção! Este livro até pode ser o favorito de muitos leitores, mas de modo algum entrou para a minha lista de amados. No máximo, merece 3 estrelas. Isso porque estou boazinha. Porque, para ser sincera, não o considero sequer digno disso. 

Eu comecei a leitura predisposta a amar o livro. Estava muito empolgada e o bom é que não conhecia spoilers. Se peguei spoiler em algum momento não me recordo, portanto, a história toda seria uma surpresa para mim. Só que logo nas primeiras páginas notei que as coisas não seriam bem como eu imaginava. A leitura era lenta, arrastada, do tipo que você não tem muito ânimo de seguir sem interromper, sabe? Eu conseguia me separar da história com tranquilidade, sem nenhum desejo de virar a noite lendo ou deixar de fazer outras coisas para estar com o livro. Pelo contrário! Quando o largava para ler outra coisa sentia até certo alívio. Sério. E isso é péssimo. Detesto quando pego um livro que só me provoca decepções e tédio. 

Mas mesmo saturada do livro logo nas primeiras páginas, ainda tive esperanças. Pensei que o ritmo lento de "nada está de fato acontecendo" fosse só para nos fazer conhecer em detalhes a rotina da protagonista e depois todo esse início de "grande vazio" faria todo o sentido. Teria uma explicação. Ledo engano!rs 

Uma mulher na janela traz a história de Anna Fox, uma psicóloga que sofre de agorafobia e não consegue sair de casa há mais de dez meses. Tal fobia foi provocada por um grande trauma sofrido em seu passado, portanto, é uma espécie de estresse pós-traumático. É também um transtorno de ansiedade que faz com que a pessoa tenha medo de espaços e lugares públicos e situações que fujam ao seu controle. Anna tinha pavor do que poderia lhe acontecer se colocasse os pés para fora de casa, assim ela transformou aquele lugar em seu refúgio, com janelas e portas sempre fechadas. 

Ela fazia uso de medicações extremamente fortes como parte de seu tratamento. Todavia, como morava sozinha e não havia quem de fato pudesse verificar se ela estava se cuidando ou não, tornou um hábito misturar os remédios com álcool... muito álcool. Além de tomar vários comprimidos de uma vez ou passar horas e dias sem tomá-los. Tudo estava descontrolado em seu tratamento e era tão forte a depressão que também enfrentava, dia após dia, que na verdade ela não se importava muito. Só lutava para aguentar mais um dia. E outro. Assim, distraia a mente bisbilhotando a vida dos vizinhos através de sua janela e com a ajuda de sua câmera, onde registrava diversos momentos. Participava também de um site no qual ajudava outras pessoas com transtornos mentais, pois antes de se ver como paciente era também uma doutora e muito competente. 

Um dia, ela percebe a chegada de novos vizinhos. Os Russells, como viria a saber mais tarde. Pai, mãe e filho adolescente. Não demora muito para que ela conheça o rapaz, Ethan, que vai visitá-la como uma gentileza de sua mãe. Embora não houvessem sinais de abuso doméstico, ela percebe no menino uma certa tristeza e... medo. 

Um tanto desnorteada por conta das medicações pesadas e do excesso de álcool, toma os Russells como uma espécie de projeto, deixando de bisbilhotar os outros vizinhos para se concentrar apenas neles. E quando Jane, mãe do adolescente, percebendo a curiosidade de Anna, acaba se aproximando dela... as coisas seguem um rumo inesperado. 

Anna houve um grito. Tem certeza disso. Também vê sangue. Muito sangue. E sabe que um crime foi cometido na casa dos Russells. Todavia, quando liga para a emergência e a polícia atende ao seu chamado... todos dizem que ela estava enganada. Afinal de contas, nunca sequer conheceu a mãe do rapaz...

O livro gira justamente em torno disso: será que o que Anna viu era real? Ou não passou de fruto da sua imaginação, incentivada pela quantidade de remédios e álcool em seu organismo? Ninguém confiava em sua palavra, ninguém acreditava nela. Para uns, não passava de uma maluca. Para outros, era alguém tentando chamar a atenção. 

E isto foi o que primeiro me irritou no livro. Não foi nem o tédio que a história estava me provocando, mas a forma ridícula como o autor desacreditava sua personagem. Ele forçou tanto a barra que ficou absurdo. De todo o modo ele tenta forçar o leitor a não acreditar em Anna, pois precisava disso para que sua história se desenvolvesse. Só que ele faz as coisas de tal forma que é ridículo demais, ao ponto da pessoa rir de nervoso e vergonha alheia. Pelo menos, eu fiz isso, de tão chocada que fiquei com a maneira como tudo era ridiculamente óbvio. Sinto muito, mas para mim era tudo patético. 

O autor torna Anna tão "não confiável" que a única conclusão a qual poderia chegar é que deveria sim confiar nela.kkkkkk Simples assim. Porque Anna tomava uma grande quantidade de medicação (capaz de provocar alucinações, como ele faz questão de ressaltar mais de uma vez, pois quer que acreditemos que Anna está delirando) e eram várias garrafas de vinho por dia que a personagem consumia, o que por si só poderia tê-la matado (mistura de medicações pesadas com várias garrafas de vinho). Assim, eu já decidi de cara que iria confiar na Anna, de tanto que o autor forçou a barra para nos fazer duvidar da personagem. E ser óbvio desse jeito não é legal em nenhum livro de suspense. 

Mas não é só nisso que o autor "exagera". Há uma outra questão na história que também entrega boa parte dos acontecimentos. Nós podemos até chegar ao final do livro sem saber tudo, mas sabemos quase com total certeza quem tinha feito o quê. Porque quase tudo no livro é óbvio demais. 

Somente uma coisa no livro me surpreendeu: uma certa reviravolta que acontece e nos deixa literalmente de queixo caído.rs Claro que foi outra jogada do autor para desacreditar sua protagonista, mesmo assim foi uma revelação e tanto e fiquei com o coração acelerado, em choque. Cheguei a chorar, confesso. A cena me emocionou e me fez sofrer. Por isso talvez tenha decidido dar 3 estrelas. Se não fosse por essa reviravolta tão impactante o livro teria recebido 1 estrela. 

Não posso falar mais nada sem soltar spoilers. Portanto, vou parar por aqui.rs Claro que não serei injusta e dizer que a história não tinha potencial. Tinha e muito! Se o autor não tivesse tornado a narrativa tão arrastada, sem que as coisas de fato acontecessem por muitas e muitas páginas, e se não tivesse tomado decisões tão absurdas, a história poderia ser muito boa. Ele tinha tudo nas mãos para criar uma trama de tirar o fôlego, mas não soube, na minha opinião, utilizar os elementos que estavam à sua disposição. A história não me convenceu. Não me conectei aos personagens. Achei boa parte das cenas ridículas e por isso não recomendo. Vocês podem imaginar o quanto isso me deixa frustrada, pois detesto demais me decepcionar com um thriller. É horrível perder tempo com um livro, mas quando se trata de um suspense eu fico mais irritada.

Claro que vocês não devem levar muito em conta a minha opinião sobre esta história. A verdade é que ela é muito querida por muitos leitores. Como eu disse, é o favorito de várias pessoas, possui avaliações bem positivas e provavelmente eu é que tive problemas com o livro. Não era o momento ou o tipo de história capaz de me agradar. 


Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

14 comentários:

  1. Achei interessante!

    Beijos,
    www.thalitamaia.com

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  2. Que pena que você não curtiu tanto. Eu adorei a história, e acho que ela conseguiu superar minhas expectativas. O final não era nada do que eu imaginava, e aquela coisa de nos deixar na dúvida se ela confiável ou não realmente me deixou balançada. kkkk
    beijos

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  3. Olá Luna,
    esse livro está na minha lista de desejados desde o lançamento, apesar disso tenho receio de não curtir muito a história, eu já tinha essa impressão mas ler sua resenha enfatizou algumas semelhanças que eu havia notado dessa trama com a de "A garota no trem", assim como neste a protagonista de a garota no trem, também presenciou algo e devido ao fato dela ser alcoólatra as informações vindas dela foram questionadas incansavelmente durante todo o enredo, coisas do tipo também me incomodam e eu acabei não curtindo tanto a história. Agora eu meio que não sei mais se "A mulher na janela" é uma leitura pra mim. Ainda pretendo lê-lo, mas só se a oportunidade surgir em algum momento no futuro.

    Abraços!

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  4. Eu comecei a ler sua resenha e achei que você ia amar o livro hahaha meu deus! É realmente muito frustrante quando um livro que recebe tantos bons comentários, acaba não sendo tudo isso pra gente, né? Eu também sou uma dessas pessoas que não simpatizou com a história e entendo totalmente os pontos levantados por você.

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  5. Olá! Ao contrário de você, eu não li muitas coisas positivas sobre esse livro,pra ser mais exata, essa deve ser a quinta resenha negativa que leio desse livro. Eu amo suspense psicológico e quando esse livro saiu e fui ler a sinopse, Eu quis ler na hora, porém fui ler resenhas sobre E muitas negativas acabado desanimando total e tirei da minha lista. Uma pena né? Tinha tudo pra ser bom, mas trama arrasta é um porre

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  6. Oi Luna!
    Não li esse livro, mas já li resenhas referentes e algumas eram boas e outras nem tanto, então não se sinta constrangida de não ter gostado cada um tem sua opinião. Obrigado pela dica, sua resenha ficou maravilhosa e obrigado por sua sinceridade também. Bjs!

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  7. Oi.

    Quando eu tentei ler esse livro pela primeira vez, a leitura não me agradou muito, mas depois que o peguei novamente para ler, acabei pegando um bom ritmo e a leitura fuiu muito bem. Estou esperando agora o que o autor está preparando para um furuto livro.

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  8. Oi Luna, tudo bom?
    Eu adorei a capa desse livro, quase comprei quando o autor veio ao Brasil, mas aí o preço inflou MUI-TO. Curti bastante a premissa e fiquei super curiosa pra saber mais sobre essa história, sou super curiosa com esses assuntos de realidade x imaginação. Adoro mistérios assim. Amei sua resenha!

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  9. Li esse livro ano passado e achei fenomenal! É uma história de arrancar o fôlego com esse suspense todo. Recomendo para todos.

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  10. Olá!
    Uma pena que a história não te agradou e que frustou suas expectativas.
    Estou bem curiosa para assistir a adaptação, pois gostei bastante da trama e seus momentos finais e apesar de Amy Adams não ser minha atriz favorita acho que tem tudo para ser bem atraente.

    Camila de Moraes

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  11. Oi, tudo bem?
    Eu preciso confessar que discordo quase que integralmente da sua resenha haha. Para mim, um dos pontos fortes do livro foi justamente a construção da Ana. Ele mergulhou na cabeça de uma personagem com sérios problemas psicológicos, que abusa do álcool e da medicação. É claro que uma pessoa nessas circunstâncias teria sérias dificuldades em discernir o que é real do que é imaginação. E não senti que ele desacreditou a personagem; eram dúvidas normais dadas as circunstâncias. Para mim, esse é um dos melhores thrillers que li porque ele não se concentra só no suspense (eu também acertei quem era desde o começo), mas porque ele foca na construção da sua protagonista. A Ana não é uma personagem fácil de se gostar, mas é um livro que exige uma boa dose de empatia para conseguir entender a mente dela e a situação em que se encontrava.
    Uma pena que a leitura não tenha funcionado para você. Mas o bom da leitura é isso, cada um tira suas próprias conclusões.
    Beijos!

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  12. Oi Luna, me lembro bem dos comentários extremamente positivos que vi desse livro, na época fiquei com muita vontade de ler ele, mas ainda não o comprei. Pena que não superou suas expectativas, se eu for lê-lo futuramente tentarei ir com menos empolgação.

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  13. Oi, Luna!
    Estou tendo as mesmas impressões que você com esse livro. A leitura é muito arrastada, lenta mesmo, já comecei e parei várias vezes e para um thriller isso não é normal. Estou achando uma história muito confusa e fico cada vez mais perdida na leitura, nem sei se vou finalizar.

    Beijos!

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  14. Oi Lu,
    Quem acha que A mulher na janela é incrível nunca leu Karin Slaugther kkkkkkkk. Esse livro me tirou do sério várias vezes, não poder acreditar na veracidade dos acontecimentos não me deixava ansiosa, me deixava P da vida, e apesar do final ter sido de certa forma inesperado.. ou não... o livro foi muito mais cansativo do que produtivo, então te entendo perfeitamente.

    Beijokas

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