A vida de Megan Pierce nem sempre foi um mar de rosas. Houve uma época em que ela nunca sabia como seria o dia seguinte. Mas hoje é mãe de dois filhos, tem um marido perfeito e a casa dos sonhos de qualquer mulher – e, apesar disso, se sente cada vez mais insatisfeita.
Ray Levine já foi um fotógrafo respeitado, mas agora, aos 40 anos, tem um emprego em que finge ser paparazzo para massagear o ego de jovens endinheirados obcecados em se tornar celebridades.
Broome é um detetive incapaz de esquecer um caso que nunca conseguiu resolver: há 17 anos, um pai de família desapareceu sem deixar rastro. Todos os anos ele visita a casa em que a mulher e os filhos do homem esperam seu retorno.
Essas pessoas levam vidas que nunca desejaram. Agora, um misterioso acontecimento fará com que seus caminhos se cruzem, obrigando-os a lidar com as terríveis consequências de fatos que pareciam enterrados havia muito tempo.
E, à medida que se deparam com a faceta sombria do sonho americano – o tédio dos subúrbios, a angústia da tentação, o desespero e os anseios que podem se esconder nas mais belas fachadas - , elas chegarão à chocante conclusão de que talvez não queiram deixar o passado para trás.
Palavras de uma leitora...
"Era como se a casa se recusasse a seguir em frente, como se as paredes e o teto estivessem de luto, esperando. Ou talvez aquilo fosse apenas um mecanismo de defesa. As pessoas precisavam de respostas. Precisavam de um desfecho. A esperança, Broome sabia muito bem, pode ser uma coisa maravilhosa. Mas também pode arrasar alguém dia após dia. A esperança pode ser a coisa mais cruel do mundo."
- Dezessete anos já tinham se passado... Mas para a família Green, o tempo não passara. Aquela esposa e seus filhos seguiam esperando pelas respostas que a polícia ou qualquer outra pessoa não conseguiu dar. Os dias passavam... Semanas. Meses. Anos. E eles ainda esperavam que Stewart Green, um esposo e pai dedicado, entrasse pela porta de casa e dissesse que tudo não passara de um terrível pesadelo. Sarah, sua mulher, não conseguia esquecer-se do quanto aquele homem havia feito por ela. Como ele teve força quando ela própria não tinha mais. Se havia sobrevivido ao câncer que descobrira durante a gravidez tinha sido porque ele lutara as suas lutas, a sustentara de pé. E ela não conseguiu fazer o mesmo por ele... Não conseguiu protegê-lo, como ele a tinha protegido. Mais do que tudo, ela só queria que aquele caso fosse resolvido. Que alguém lhe disse o que tinha acontecido com o pai dos seus filhos. Todos aqueles anos de suposições tinham custado muito caro para sua família. As dúvidas, a esperança... machucavam demais. Mas saber realmente diminuiria a dor? Ou seria preferível não mexer naquele passado e simplesmente seguir adiante, mesmo sem respostas? Às vezes uma dor pode ser substituída por outra muito pior... Às vezes o melhor é jamais saber...
"O que aconteceu naquela noite... nunca saiu realmente da minha cabeça. Eu fugi. Mudei de nome. Construí uma vida nova. Mas aquela noite me perseguia por toda parte. Ainda persegue. Achei que talvez estivesse na hora de parar de fugir. De enfrentar isso de uma vez por todas."
- É realmente possível livrar-se do passado? Trancá-lo dentro de uma caixa e nunca mais abri-la? Megan Pierce, uma esposa realizada e mãe de dois filhos adolescentes, diria que não. Ela tinha tudo que qualquer mulher sonharia em ter na vida. Mas ainda assim algo permanecia vazio e doloroso dentro dela. Algo relacionado com um passado de mais de dezessete anos antes... Um passado que estava trancado numa caixa da qual ela ainda possuía a chave. Um passado que após ser visitado pode recusar-se a deixá-la ir embora. E pode trazer consequências terríveis não só para ela, mas para todos aqueles que ela ama...
"Por quê? Por que retornar ao lugar onde havia perdido tudo? A não ser que... que algo o tivesse atraído de volta. A não ser que algo tivesse exigido que ele voltasse e descobrisse a verdade."
Ray Levine um dia tivera todas as possibilidades, todas as chances de ter um futuro brilhante. Fotógrafo apaixonado pelas imagens que uma câmera fotográfica podia captar, talento ele tinha de sobra e todas as portas encontravam-se abertas para ele, permitindo que optasse pelo que achasse melhor. Mas, de um instante para o outro, tudo dera terrivelmente errado. Era como se estivesse vivendo num constante pesadelo, que o fazia mergulhar num tormento sem fim. E ele já vivia nessa situação há vários anos, sem jamais encontrar uma saída. E sem poder fugir de todo aquele sangue. Sangue demais... Sangue por toda parte...
Agora, dezessete anos depois, ele retorna ao lugar mais obscuro do seu passado, desencadeando acontecimentos que mudarão para sempre a vida de muitas pessoas. E colocando sua própria vida em perigo.
“Ninguém pode ter tudo. Não é possível.”
Broome já havia sido impactado por alguns casos antes, mas aquele em especial havia se tornado parte da sua vida. Porque ele se envolvera pessoalmente. Acompanhara o sofrimento da esposa e dos filhos daquele homem que parecia ter evaporado no ar. Assistira aos jogos dos quais o menino participara, livrara a adolescente inconsequente quando ela se metera em encrenca... A cada visita, conseguia ver nos olhos deles as marcas daquele crime jamais solucionado. A dor tinha acompanhado aquela família por muitos anos e Broome prometera a si mesmo que não desistiria até encontrar as respostas que eles necessitavam para seguir em frente. Agora, exatamente dezessete anos após o desaparecimento de Stewart Green, um jovem é dado como desaparecido. Na mesma data. Nas mesmas circunstâncias. Haveria realmente ligação entre os dois casos? E se sim o que exatamente ocorrera com eles? Onde estariam? Teriam se cansado de suas vidas e decidido recomeçar do zero, longe de suas famílias? Teriam sido sequestrados e mantidos em cativeiro? Poderiam ter sido assassinados? Mas quem teria motivos para assassinar um pai de família exemplar e dezessete anos depois, no aniversário de seu desaparecimento, assassinar um jovem que não possuía nenhuma ligação com ele? Teria sido realmente uma coincidência? Broome estava determinado a encontrar todas as respostas. No meio disso tudo, a misteriosa visita de Cassie, fantasma do passado que todos acreditavam que estava morta e o envio de uma foto impactante, abrem as portas para segredos que deveriam ter permanecido ocultos... Para o bem de muita gente.
“Pensou em como o passado nunca nos abandona, nem as partes boas nem as ruins; em como o colocamos dentro de uma caixa e a guardamos em algum armário, pensando que nunca mais vamos abri-la. Então, um belo dia, quando nos sentimos sobrecarregados pelo mundo real, vamos até o armário e pegamos a caixa de volta.”
─ Minha experiência com os suspenses do Harlan Coben até agora é a mais incrível possível. Eu o conheci com o romance de suspense “Não Conte a Ninguém”, um livro que li faz já algum tempo, mas que ainda me invade os pensamentos e me faz lembrar de trechos marcantes, ainda capazes de me impactar. Amei tanto aquela história que logo em seguida li outro livro do autor, que acabou mostrando-se ainda melhor do que o primeiro. “Confie em Mim” me deixou de queixo caído com o final que ligava todos os pontos, e mostrava que um simples ato inconsequente, mesmo que provocado pelo amor, pode arruinar não uma, mas várias vidas. Ainda consigo sentir todas as emoções que esses livros me provocaram e foi exatamente isso que me fez querer ler o livro “Fique Comigo”. E não me arrependi nem por um segundo da minha decisão.rsrs...
“Supostamente, quando um instante passa, ele se perde para sempre, mas a verdade era que, naquele momento, ela ficou impressionada com a rapidez com que os anos podem ficar para trás, com que você pode voltar e reencontrar seu antigo eu, seu verdadeiro eu, aquele que nunca desaparece por completo.”
─ Ao ler esse livro, percebi que não sou a única a viver de passado.rsrsrs... Eu acompanhava a história de cada personagem e ficava me perguntando se teria feito o mesmo no lugar deles, se teria voltado. Se teria arriscado tanto tudo que conquistara. Se realmente daria aquele salto para trás e visitaria um período tão marcante da minha vida. Se estaria disposta a pagar o preço por tal atitude. Não sei. Só sei que durante boa parte da história fiquei desejando que os personagens não tivessem feito o que fizeram. Fiquei desejando que eles jamais tivessem voltado atrás, tivessem visitado aquele passado. Mas, quase no fim, percebi que era necessário. Que eles precisavam daquilo. Não por saudades, não por querer reviver aquela época, ou parte dela, mas sim para terminar de uma vez por todas o que não tinham terminado. Quando seguiram com suas vidas após acontecimentos traumáticos, eles não o fizeram da forma certa, de uma forma que os confortasse, que os trouxesse paz. Era necessário terminar o que tinham começado. Era necessário responder as perguntas que ainda se faziam. Era necessário voltar, mesmo que o preço a pagar fosse alto demais.
“Por mais que todos digam isso, você não acredita de fato em como tudo o que o rodeia é frágil – até sentir na própria pele.”
─ Não há muito o que eu possa falar sem revelar coisas que vocês devem descobrir durante a leitura. Gostaria de comentar sobre muitas coisas, mas isso estragaria toda a leitura de vocês e por isso não o farei. Tudo que posso dizer é que lamentei muito por vários personagens dessa história. Por suas escolhas, por suas realidades, por suas dores, seus sofrimentos. A história de Del e Maria, então, me emocionou demais e me provocou muitas lágrimas. Del havia feito uma escolha em sua vida e o preço que ele havia pagado por tal escolha tinha sido alto demais. Até para ele. Contra toda a minha vontade, senti pena dele. Porque seria obrigado a conviver para sempre com as consequências dos seus atos. Pois teria que aguentar a culpa e a dor. Existe um trecho muito marcante sobre ele e a Maria, um trecho que fiz questão de anotar no caderno de trechos preciosos, um trecho que é muito marcante e doloroso. Muitas vezes não pensamos antes de fazer as coisas. Achamos que somos donos das nossas vidas e podemos dizer e fazer o que bem entendemos. Mas se somos seres humanos possuidores de coração, temos uma fraqueza: o sentimento. O amor por alguém. E se amamos alguém e somos amados por essa pessoa, nossos atos podem afetá-la, o que, consequentemente, nos afetará. E se arrepender depois pode não ser suficiente. Pode ser tarde demais. Eu fico aqui lembrando do Del e só isso já me traz novamente lágrimas aos olhos. Sim. Ele tinha se arrependido. Mas tarde demais. Para qualquer nova chance. Para qualquer recomeço. Mas é sempre assim, verdade? Nos arrependemos sempre tarde demais...
“Como era estranha a rapidez com que a vida podia voltar ao normal depois dos acontecimentos mais dramáticos e surpreendentes... Em muitos aspectos, nada nunca muda.”
─ Recomendo essa história para os fãs do Harlan Coben e para aqueles que gostam de um suspense voltado para o lado emocional, para histórias marcantes. O autor não cria somente um suspense que nos rouba o fôlego, ele nos envolve. Faz a gente se apegar aos personagens e sentir os conflitos e as emoções deles. Entendê-los. E querer ajudá-los. Mesmo quando sabemos que nada mais pode ser feito.
─ Queridos leitores, talvez eu demore um pouco mais para responder comentários e emails. Acontece que meu computador está com defeito e eu tenho que mandá-lo para o conserto. Enquanto isso estou tendo que acessar a internet por uma Lan House e é através dela que estou publicando essa resenha. Sendo assim, não estou conectada com a mesma frequência. Espero que entendam. Não irei desaparecer por causa desse problema com o meu computador, apenas não aparecerei com a mesma frequência de antes.
Bjs!
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