14 de setembro de 2021

O Clube do Crime das Quintas-Feiras - Richard Osman

Tempo de leitura:

 


Literatura Inglesa
Título Original: The Thursday Murder Club
Tradutor: Jaime Biaggio
Editora: Intrínseca
Edição de: 2021
Páginas: 400
Série O Clube do Crime das Quintas-Feiras - Livro 1

25ª leitura de 2021 (18ª resenha do ano)

Sinopse: Fenômeno editorial que o mundo não via desde o lançamento de Harry Potter, O Clube do Crime das Quintas-Feiras é um exemplo concreto de como uma história de mistério e assassinato pode ser extremamente engraçada.

Toda quinta, em um retiro para aposentados no sudeste da Inglaterra, quatro idosos se reúnem para ― segundo consta na agenda da sala de reunião ― discutir ópera japonesa. Mas não é bem isso que acontece ali dentro. Elizabeth, Ibrahim, Joyce e Ron usam o horário para debater casos policiais antigos sem solução, confiantes de que podem trazer justiça às vítimas e encontrar os responsáveis por algumas daquelas atrocidades do passado.

Com todos os integrantes acima dos setenta anos, o Clube do Crime das Quintas-Feiras não é a equipe de detetives mais convencional em que se conseguiria pensar, mas com certeza está mais do que acostumada a fortes emoções. Afinal, Joyce foi enfermeira por décadas, Ibrahim ajudou pacientes psiquiátricos em situações dificílimas, Ron era um reconhecido líder sindical e Elizabeth... bom, digamos que assassinatos e redes de contatos sigilosas não eram nenhuma novidade para ela.

Quando um empreiteiro local com projetos bastante questionáveis na cidade aparece morto, o grupo tem a oportunidade de seguir as pistas de um caso atual. Apostando em seus semblantes inocentes e habilidades investigativas estranhamente eficazes ― além de trocas de favores clandestinas com a polícia, que, apesar de todos os esforços, parece estar sempre um passo atrás de seus colegas amadores ―, os quatro amigos embarcam em uma aventura na qual as mortes do presente se entrelaçam com antigos segredos, e em que saber demais pode trazer consequências perigosas.




Eu fiquei com muitas dúvidas entre dar 3 ou 4 estrelas ao livro. Estava mais inclinada a dar 3 estrelas, mas o fato da história ter me comovido tanto em sua reta final me fez mudar de ideia...

Foi graças ao grupo de leituras coletivas no Telegram que eu aceitei ler este livro que nem sequer estava na minha lista de futuras leituras. Ainda não tinha ouvido falar sobre ele e sua sinopse me pareceu no mínimo interessante, diferente do que estava acostumada a ler em suspenses ou romances policiais. 

O fato da sinopse mencionar que ele é um "fenômeno" me faz questionar se li o livro de maneira errada ou se apenas faço parte da minoria que não ficou 100% apaixonada pela história nem pelos personagens. Que o considerou até mesmo bem fraco tanto para um romance policial quanto para uma comédia, pior ainda para uma mescla dos dois! Mas, como eu disse, o livro ganhou 4 estrelas por ter me emocionado no final. Não pelo desfecho, pela revelação do assassino, mas sim por outros motivos bem diferentes. 

Não vou fazer um resumo detalhado do livro, pois a sinopse é bem completa e eu apenas acabaria repetindo muito do que já consta nela. Bem... Aqui nesta história temos quatro idosos que querem curtir o tempo que lhes resta de vida da melhor forma, ter o merecido descanso, lazer, depois de tantas décadas seguindo regras e trabalhando muito. Como parte da nova fase de suas vidas, está o clube do crime das quintas-feiras, que consiste basicamente em reuniões semanais para discutir casos antigos jamais solucionados. E nada poderia ser mais emocionante do que um assassinato recente, de alguém conhecido, para movimentar um pouco as coisas. 

Os quatro (Elizabeth, Joyce, Ibrahim e Ron) decidem assumir o trabalho da polícia e descobrir quem teve motivos e oportunidade para cometer o assassinato. E, para deleite deles, outro homicídio acontece, talvez tendo suas raízes num passado bastante distante... Com a ajuda de "fontes" e "contatos" que só eles possuem, estão dispostos a provarem que ainda podem ser muito úteis e se divertirem enquanto investigam. 

Eu não detestei a história. Nada disso. Gostei sim de vários momentos, não foi uma leitura que quis abandonar nem nada. Mas também não me deixava ansiosa pelo próximo capítulo, entende? Eu não me empolguei, não fiquei ansiosa para desvendar os segredos nem descobrir o assassino. É um livro que eu bem poderia passar sem ler, pois nem sequer me conectei aos personagens, exceto pela Joyce, que é a única no livro todo que posso realmente dizer que gostei. Pelos outros não senti absolutamente nada... e aqui tenho que mencionar novamente uma exceção, embora diferente: Elizabeth. Não a amei, nem gostei realmente dela como da Joyce... na verdade, foi uma personagem que em certas situações me provocou antipatia. Que queria controlar tudo e todos, que me parecia que só se importava em ser ela a decidir, em ser ela a resolver... Talvez eu tenha feito uma leitura equivocada e injusta da personagem, mas infelizmente foi essa a impressão que ela provocou em mim. Eu até me diverti com a personagem, até mesmo gostei um pouquinho dela, mas no fundo, no fundo não gostei.rsrs

E o que motivou as 4 estrelas? O passado do misterioso padre, Bernard, John e Penny, personagens que não possuem protagonismo no livro, mas que acabam tocando nosso coração de uma forma... Não posso falar muito deles, pois corro o risco de soltar spoilers, mas posso dizer que eu fiquei muito emocionada e mudei de ideia sobre as três estrelas por causa deles. 

Foi um tanto difícil concluir esta leitura, e nem foi por conta do livro em si, mas por ter perdido meu avô para a Covid-19 enquanto estava com a leitura em andamento. Foi complicado ler um livro protagonizado por idosos com mais de 70, 80 anos, sabendo que essa doença maldita o levou com apenas 68 anos. Alguém que sempre foi forte, que amava trabalhar, que acreditava que sobreviveria à essa doença e tinha tantos planos para sua vida... Ele tomou as vacinas. Estava se cuidando, mas de alguma forma o vírus o atingiu e o levou embora. Enquanto a maior parte da população não estiver totalmente vacinada, casos assim ainda serão "normais". É muito triste. Dói muito. 

Vacine-se! Não só por você, mas por quem você ama. Até mesmo por quem talvez você nem conheça. Apenas pare para pensar que mesmo pegando o vírus e tendo a sorte de não possuir sintomas, você pode transmitir para alguém que não só pode ficar em estado grave, mas morrer. Por isso, além de se vacinar, mantenha o distanciamento social o máximo possível, use máscaras, álcool! Se cuide por você e pelos outros! Milhões de pessoas já morreram por causa desse vírus. MILHÕES DE PESSOAS! Mais de 500 mil só no Brasil. Não são números, são seres humanos. Famílias destroçadas. Sonhos interrompidos. Grávidas que partiram com seus bebês ou deixaram seus recém-nascidos órfãos. Crianças, adolescentes, homens e mulheres, idosos... pessoas de todas as idades, com ou sem comorbidades, ricas ou pobres. Eu evito falar de Covid aqui no blog. Quero que o blog seja um lugar de refúgio, de prazer, mas tem hora que não dá, gente! Quando vejo notícias de aglomerações inacreditáveis em plena pandemia, quando pessoas desfilam por aí sem máscara como se tudo estivesse bem e perfeito... Não dá! Sinto vontade de gritar. De gritar muito. E uma desesperança enorme em relação aos seres humanos. 




Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

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