19 de junho de 2022

A Casa do Penhasco - Agatha Christie

Tempo de leitura:
 
Literatura Inglesa
Título Original: Peril at End House
Tradutor: Otávio Albuquerque
Editora: L&PM Pocket 
Edição de: 2016
Páginas: 192

Sinopse: Uma semana de férias no ensolarado litoral da Cornualha... Esse parecia ser o cenário perfeito para coroar o fim da brilhante carreira do detetive Poirot, ao lado de seu inseparável companheiro, o capitão Hastings. 

No entanto, o clima de tranquilidade é quebrado quando eles conhecem a srta. Buckley, a jovem de ar rebelde herdeira da Casa do Penhasco, que lhes diz ter escapado da morte diversas vezes nos últimos dias. Seriam meros acidentes? Ou haveria alguma explicação sinistra por trás disso? Empolgado, Poirot decide abandonar os planos de aposentadoria e volta à ativa em A Casa do Penhasco, publicado em 1932, para mais um intrigante caso que testará todas as suas habilidades. 




Será que estou de volta? Ainda não sei. Esta é minha primeira tentativa de retorno às resenhas desde que perdi o meu anjo. Faz mais de seis meses que não escrevo uma resenha sequer, algo que nunca tinha acontecido em todos os doze anos de blog. 

Sabe quando você pega um livro para ler bem ao acaso? Não que a história não estivesse na minha lista de futuras leituras e até mesmo nas metas para 2022. A questão é que não pretendia lê-la agora. Estou com diversas leituras em andamento e bem atrasadas. Não fazia nenhum sentido iniciar algo sem ter finalizado pelo menos uma das que estão um tanto paradas.

"Minha massa cinzenta ainda funciona, a ordem, o método, tudo ainda está lá."

Depois de uma brilhante carreira como detetive, Hercule Poirot decide "sair de cena", pois não há nada "mais grandioso do que descer do pedestal no auge da fama" (página 10) e resolve curtir sua vida de aposentado com o seu grande amigo Hastings numa viagem para o litoral da Cornualha, onde só quer descansar. Nada de crimes. Nada de investigações. Somente paz e sossego... Até uma bala passar voando, quase atingindo uma jovem que se encontrava no jardim do hotel no qual ele estava hospedado. 

A quase vítima, uma jovem muito bonita e extrovertida, não chega a perceber o perigo. Acredita que o que passou perto da sua cabeça foi simplesmente uma abelha. Mas Poirot sabe o que viu e logo localiza a prova do fato: a pequena bala, que poderia ter colocado um ponto final na vida daquela moça. 

Sem ter visto o autor do disparo, a inquietação de Poirot só aumenta quando descobre que a moça havia escapado da morte três vezes nos últimos três dias, vítima de supostos "acidentes". Sabendo que nenhum ser humano poderia ser tão azarado ao ponto de sofrer três acidentes quase fatais num curto período de tempo, nosso amado detetive decide achar o autor daquelas tentativas de homicídio antes que ele finalmente conseguisse o que desejava. Mas qual seria a motivação? Quem poderia querer assassinar aquela jovem que não parecia possuir inimigos? E... por quê?! Dinheiro? Inveja? Ciúmes? Fosse qual fosse o motivo... era preciso correr contra o tempo, pois nada poderia garantir que Nick escaparia da quinta tentativa...

"Temos que agir rápido, Hastings. O perigo é iminente."

Sabe aquele tipo de livro que você simplesmente não consegue parar de ler?! A Casa do Penhasco é exatamente assim! O tipo de história que nos arrebata desde as primeiras páginas e só conseguimos pensar que precisamos devorar cada página na busca pelo assassino, lutando para seguir as pistas da autora e desvendar todos os segredos ao lado de Poirot. Eu quase enlouqueci de tanta ansiedade!kkkkkk Quando a quinta tentativa de assassinato aconteceu, meu coração chegou a acelerar!kkkkk Eu me envolvi demais com a história. E sim, levei um baita choque no final. Fiquei de queixo caído.rs

Esta é uma história da qual não posso falar muito para não acabar dando spoilers. É bem curtinha e dá para ler num único dia se você tiver tempo. Eu não tive, pois só podia lê-la no ônibus, durante a viagem de ida e volta para o trabalho. Eu lia até mesmo em pé no ponto do ônibus.rs 

"[...] todos os criminosos têm no fundo algum problema mental? Teriam eles alguma má-formação no cérebro? Sim, é muito provável. Mas isso é um assunto para médicos. Minha linha de trabalho é diferente. Tenho que pensar no inocente, não no culpado. Na vítima, não no criminoso."

Ao longo da leitura, suspeitamos até da nossa própria sombra!rs Eram muitos os suspeitos e poucos os motivos. Afinal de contas, Nick era uma jovem gentil, com um grupo de amigos bem selecionados e pouco dinheiro. Não tinha inimigos nem fortuna que pudesse motivar o crime. Ninguém tinha o que lucrar com sua morte, pois ela possuía apenas uma velha casa no penhasco, quase caindo aos pedaços. Todos pareciam gostar dela, não possuía uma personalidade que pudesse gerar uma antipatia gratuita em alguém. Mas... desde quando um assassino necessita realmente de um motivo para querer matar? 

Este caso quase enlouquece nosso querido Poirot. Quem o conhece sabe que ele necessita de ordem, de método, de ver todas as peças se encaixarem perfeitamente. E não é pouca a angústia que o invade ao tentar salvar a vida de Nick enquanto tem dificuldades para prever o próximo passo do assassino, pois cada vez que acredita estar perto de descobrir sua identidade e motivação, o criminoso age de maneira totalmente ousada e inesperada, jogando por terra as teorias do nosso detetive. Teria sido divertido vê-lo tão frustrado e irritado, se não fosse angustiante para nós também nos vermos no escuro, sem saber de quem realmente desconfiarmos. 

"O pior de tudo é essa tensão. A tensão de ficar o tempo inteiro pensando se mais alguma coisa vai acontecer. E como vai acontecer!"

Quando finalmente chegamos ao final da história... tudo se resolve de uma forma que nos faz querer gritar de raiva.kkkkk E não posso falar mais que isso! Não posso explicar o motivo da raiva. Leiam para descobrir!rs Fiquei muito chocada. A verdade é que desconfiei daquela pessoa, mas a descartei por achar muito improvável que fosse o que estava pensando. Até porque eu não conseguia encontrar o motivo, o que faria aquela pessoa ser a responsável pelo crime. O motivo é descoberto pelo Poirot na reta final e eu nunca poderia imaginar que seria aquilo! Nem passou pela minha cabeça! Foi frustrante e ao mesmo tempo maravilhoso não ter conseguido descobrir a verdade. A surpresa com os acontecimentos finais é um dos principais motivos para eu ter favoritado a história. 

"- O mal nunca passa impune, monsieur. Mas nem sempre essa punição é evidente."

Recomendo demais esta história! É Agatha Christie no seu melhor estilo! Aquele que a eternizou como a Rainha do Crime. Vocês sabem que existem alguns livros dela que não "descem", que me desagradaram muito. Mas são histórias como A Casa do Penhasco que me fazem nunca desistir de suas obras. Amo tanto este livro quanto E Não Sobrou Nenhum e Assassinato no Expresso do Oriente. Quer ler Agatha Christie?! Comece por um dos três e não irá se arrepender!


Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

2 comentários:

  1. Luna, também sou canceriana e apaixonada por romances, e estou amando o teu blog. Por enquanto o único conto que li de Agatha Christie foi A Cigana, pois prefiro o Sidney Sheldon. Mas por causa da tua resenha vou ler esses que você recomendou. E como sou aspirante a escritora, acho que ainda terei algum livro meu resenhado por você. Parabéns pelo blog
    um abraço da Alice Criff de MG.

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  2. Olá, Alice!

    Eu nunca li A Cigana. Ainda não tinha ouvido falar da história.

    Sidney Sheldon é TUDO!!! Um dos meus autores favoritos da vida. Li todos os romances que ele escreveu. Sinto muitas saudades das suas histórias. Necessito relê-las.

    Vai ser um prazer conhecer suas histórias, Alice! Te desejo imenso sucesso como escritora!

    Obrigada, querida!

    Bjs!

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