8 de abril de 2019

Jane Eyre - Charlotte Brontë

Tempo de leitura:
Título Original: Jane Eyre
Tradutora: Heloisa Seixas
Editora: Folha de São Paulo
Edição de: 2017
Páginas: 608
Coleção Folha Mulheres na Literatura #28
Onde comprar (em outras edições): Amazon

Sinopse: Romântica e austera, despojada e passional, modesta e belicosa, a órfã Jane Eyre é a protagonista e a narradora deste romance da inglesa Charlotte Brontë (1816-1855). Longe de ser apenas uma versão ultrarromântica da Gata Borralheira, essa quase adolescente sem beleza nem recursos se torna a porta-voz do agudo, ainda que controlado, senso crítico da autora. Duas variedades do conservadorismo religioso - a fria rigidez moral e o fanático senso missionário - são retratados por Charlotte Brontë em personagens plausíveis e situações excruciantes. O engajamento moral que tenhamos com relação às aventuras e desventuras de Jane Eyre faz com que, apesar de narrada sem pressa, esta história seja das que parecem rapidíssimas de ler. Escrito, sem dúvida, com um olho no sucesso comercial - que foi grande desde seu lançamento, em 1847 -, "Jane Eyre" também é, por sua construção equilibrada, pela inteligência e pela qualidade das paixões que põe em cena, um dos grandes romances do século 19. 
Marcelo Coelho - Colunista da Folha. 



Quando você termina uma leitura e só pensa: "Meu Deus do céu!!! Como fui tão estúpida por não ter apostado nesta história antes!!!" É um daqueles livros que realmente são dignos de serem considerados clássicos mundiais. Que você lê e se sente próximo da autora, como se fossem grandes amigos. Já é comum eu sentir esta conexão em relação às irmãs Brontë. Foi assim com a Emily e agora com a Charlotte. Elas tinham aquilo que nem todo escritor tem: o dom. Existem muitos e muitos autores sensacionais por aí, amados profundamente por nós leitores. Mas aquele "algo mais", aquele dom tão único, são poucos os que possuem. Jane Eyre me arrebatou, me envolveu por completo, me transformou.... simplesmente me marcou a vida. E eu amo isso. Amo ser marcada por uma história. Que fique em mim como uma cicatriz, uma tatuagem... É tão bom amar tanto assim um livro! Suspiros...

"Minhas recordações mais remotas já incluíam referências daquele tipo. Menções à minha dependência já se tinham tornado uma melodia monótona aos meus ouvidos. Dolorosas, chocantes, mas só em parte inteligíveis."

Jane Eyre tinha apenas dez anos quando foi trancada num quarto assustador após se defender da violência praticada pelo filho de sua tia. Ninguém nunca se importava quando ele a agredia. Ela deveria aceitar tudo de cabeça baixa e em silêncio, pois tinha que agradecer por ter um teto, por ter uma tia tão "caridosa" capaz de criar "como se fosse sua filha" uma órfã pobre como ela. Foram muitas às vezes em que fizeram questão de deixar claro qual era a sua posição naquela casa, mas naquele dia tudo explodiu. Estava cansada de tanta violência, cansada de tanto sofrimento físico e emocional. Por isso, se defendeu e acabou pagando bem caro. 

"Sentia-me arrasada, fisicamente fraca. Mas o pior dos meus males era uma tristeza descomunal, uma tristeza que arrancava de mim lágrimas silenciosas, sem parar. Mal eu acabava de enxugar com a mão uma gota salgada que descia por meu rosto e já outra se formava."

Depois de passar tantas horas trancada naquele lugar que provocava medo em todos os moradores da casa, a saúde física e emocional de Jane foi fortemente abalada e a Sra. Reed, "sua tia", recebeu o conselho de mandar a criança para longe de sua família, para uma instituição de caridade que funcionava como escola para meninas pobres. Ela agarrou com força sua chance de finalmente se ver livre da menina que tanto odiava e não demorou para despachá-la para a escola, sem nem olhar para trás. Sem nem considerar procurar por ela em todos os anos que se seguiram...

"Bem que eu tinha razão em temer, em detestar a Sra. Reed. Porque era da natureza dela me ferir com crueldade. Nunca, em sua presença, eu podia estar feliz."

Embora tenha apreciado se livrar de Jane, a Sra. Reed não desejava que a menina pudesse encontrar afeto e felicidade em seu novo lar. Por isso, tratou de inventar diversas mentiras sobre ela, que deveriam ser repassadas pelo diretor da escola às outras alunas e professoras, para que a desprezassem, para que quisessem distância de alguém como ela. 

Jane não sabia o que esperar de Lowood, a instituição na qual moraria e estudaria pelos próximos anos de sua vida. Temia ser rejeitada por conta da maldade da Sra. Reed, mas no fundo do seu coração sentia esperança. Finalmente estava livre daquela casa, das surras, das humilhações, das agressões verbais. Talvez, apenas talvez, encontrasse uma amiga em seu novo lar. Alguém que pudesse amar e que retribuísse o seu sentimento. Estava muito cansada de ser sozinha. Cansada de não ter ninguém. 

"Se as pessoas fossem sempre gentis e obedientes com aqueles que lhes são cruéis e injustos, as pessoas más sairiam sempre ganhando. Não temeriam nada e, assim, nunca se transformariam. Ao contrário, só iriam piorando. [...] Devo resistir àqueles que me punem injustamente."

Na instituição de Lowood, Jane conhece a fome, o frio e as doenças fatais. Ali naquele lugar, por mais que existissem professoras bondosas como a Srta. Temple, que era a superintendente da escola, os alimentos eram sempre escassos e os cobertores insuficientes para lidar com o frio cruel. Por isso, muitas das meninas, fracas demais para suportar doenças agressivas, acabavam morrendo antes mesmo de chegar à adolescência. No entanto, por mais dor que Jane tenha visto naquele lugar, não o trocaria pela vida junto à Sra. Reed. Em Lowood ela tinha amigas, que nem mesmo as mentiras de sua tia puderam lhe arrancar. Tinha a Srta. Temple, tão bondosa, cuidando das meninas com tudo o que possuía. E acima de tudo tinha a sua quase irmã, Helen. A menina que tanto lhe ensinaria e marcaria profundamente a sua vida. 

"Mesmo que o mundo inteiro detestasse você e a achasse má, se sua consciência a absolvesse de qualquer culpa você não estaria sozinha..."

Foram os oito anos que passou naquele lugar que moldaram o seu caráter, que contribuíram para torná-la o que ela era naquele momento. A jovem de dezoito anos, tão forte e resiliente. Todo o seu passado não foi capaz de destruir as qualidades que carregava desde a infância. E as perdas sofridas em Lowood apenas lhe ensinaram muito, pois levava no coração cada palavra amiga, cada livro lido ao lado daquelas que lhe queriam bem, o silêncio afetuoso de um abraço, a cumplicidade e a esperança de ainda viver dias incríveis. 

Mas seu tempo em Lowood chega ao fim. E sua história... a parte que ela mais deseja nos contar... acontece bem longe dali. Em Thornfield, local no qual trabalhará como preceptora da pequena Adèle e conhecerá Edward Rochester, um homem misterioso e complexo, que despertará em seu coração sentimentos que nunca imaginou experimentar. 

Todavia, esta não é uma história de amor. Não como os leitores imaginam. É a autobiografia de Jane Eyre e ela tenciona nos contar a sua história. O amor talvez faça parte dos acontecimentos, mas não há garantias. E os leitores não devem esperar algo como Orgulho e Preconceito. Também não será nada na linha de O Morro dos Ventos Uivantes. Será apenas a história de uma vida....

"Espera-se das mulheres que sejam calmas. Mas as mulheres são como os homens. Precisam exercitar suas faculdades, necessitam de um campo para expandir seus esforços, assim como seus irmãos. Sofrem com as rígidas restrições, a estagnação absoluta, tanto quanto os homens sofreriam."

Sim, eu estou empolgada, queridos leitores! :D Quando lemos um livro tão especial como este algo se transforma dentro de nós e só queremos compartilhar este sentimento, dividir com outras pessoas a mesma emoção. A única parte ruim é que a emoção é tão forte que nem sei como expressar tudo o que sinto por esta história, por este livro tão maravilhoso. 

Charlotte Brontë é a irmã mais velha de Emily, autora de O Morro dos Ventos Uivantes, e minha escritora da vida! Minha diva eterna! Assim como a Emily, ela também publicava suas obras sob pseudônimo masculino, por conta da opressão da época, vez que a sociedade não via com bons olhos as escritoras femininas, sobretudo se elas ousassem escrever histórias que iam além do que fosse considerado adequado para uma mulher ler/escrever. E as três (estou incluindo aqui a Anne Brontë, autora que lerei em breve) não seguiam nenhum padrão. Sua escrita forte e visceral, tratando de assuntos polêmicos, capazes de chocar a sociedade hipócrita da época, provocava rejeição. Emily foi a que sofreu uma rejeição mais dura, todavia, Charlotte não escapou de ter seu romance desprezado. Afinal de contas, Jane Eyre traz críticas sutis, mas claramente percebidas pelo leitor. Críticas a uma sociedade que via a mulher como mero adorno de uma casa, que deveria se contentar em cuidar do lar, do marido e dos filhos e não expressar qualquer emoção mais forte. Que não deveria desejar nada além disso e que só tinha como possíveis profissões a de "esposa", preceptora ou criada. Que tinha que se submeter às vontades do homem, fossem quais fossem, e ao mesmo tempo ser exemplo de retidão e santidade. A autora faz diversas críticas à sociedade de sua época e é incrível acompanhar tudo isto... o desenrolar da história de nossa protagonista e seu crescimento como pessoa, como mulher. Nunca poderei esquecer minha querida Jane Eyre. 

"- Não creio, senhor, que tenha o direito de mandar em mim, apenas por ser mais velho ou por ter visto melhor o mundo do que eu."

Este é um romance de formação, um tipo de romance que acompanha o crescimento tanto físico quanto psicológico/emocional da protagonista, nos fazendo amadurecer com ela. O marco inicial é a infância da Jane, quando ela está com apenas dez anos e nos apresenta a sua vida naquela casa maldita, junto a parentes que mais pareciam demônios. E vamos acompanhando as mudanças que ocorrem em sua vida, sua experiência nos anos que passa na escola, a ida para Thornfield como preceptora e um dos momentos mais significativos de sua existência que é quando ela conhece Edward Rochester, um personagem muitíssimo difícil de entendermos e que será muito importante na vida de nossa protagonista. Mas como eu disse mais acima: não espere romance deste livro. Não aquele tipo de romance com o qual talvez esteja acostumado. O livro não se concentra nisso. E a história entre Jane e Edward é muito complicada. 

"Então ouça o que digo: não sou um vilão. Não pense que sou essa encarnação do mal."

Embora não seja um vilão, o senhor Rochester me provocou sentimentos muito confusos sobre os quais não posso falar muito para não acabar soltando spoilers. Eu tenho uma opinião sobre ele que não é uma das mais agradáveis e falar poderia entregar acontecimentos do livro e eu não quero isso. Me limito a dizer que se fosse escolher entre personagens masculinos das duas autoras (Charlotte e Emily) ficaria com a paixão brutal do Heathcliff, porque para mim ela seria preferível ao egoísmo atroz do Rochester. Acho que isso é suficiente para que entendam como é forte o desprezo que sinto por este personagem. No entanto, o livro não é sobre ele. É sobre a Jane.rs

"Eu não fora espancada, nem queimada ou mutilada. E, contudo, onde estava a Jane Eyre do dia anterior? O que acontecera com sua vida?"

Este é um livro que mexe profundamente com nossas emoções. Por vezes necessitamos fechá-lo para pensarmos em nossa própria vida, em nossas próprias escolhas. No quanto muitas vezes desperdiçamos momentos por nos concentrarmos em coisas tão banais. Jane nos ensina muitíssimo com sua história de vida. É uma das personagens mais fortes que tive o privilégio de conhecer e se eu tivesse metade de sua sabedoria já estaria satisfeita.rs Ela percorre um longo e doloroso caminho para chegar onde chegou, mas no fim tudo acaba valendo a pena. Porque o mais importante não era ser querida por todos, mas estar em paz com a própria consciência. Era amar a si mesma antes de amar os outros. Porque somente quando temos amor próprio é que temos a capacidade de amar o outro sem nos anularmos, sem que este amor se torne um veneno em nossa vida. 

"Eu me importo comigo mesma. E quanto mais solitária, sem amigos e sem sustento, mais eu me respeito."

O que mais posso fazer além de recomendar fortemente que você leia este livro o mais rápido possível?! Não perca a chance de conhecer esta história tão maravilhosa! De se sentir transportado para dentro do livro, para viver cada momento com a Jane. 

E não posso terminar esta resenha sem, pelo menos, mencionar personagens que foram tão importantes não só para a Jane, mas também para mim. A mais inesquecível de todas é a Helen, a menina que nossa protagonista conheceu na escola. Só pensar na Helen já faz meus olhos se encherem de lágrimas. Queria que tudo tivesse sido diferente para ela... Queria muito. Nunca nesta vida serei capaz de esquecer tudo o que ela me ensinou, toda sua sabedoria e bondade. É daquelas personagens que se cravam em nosso coração. 

Diana e Mary também são umas queridas e fico imensamente feliz por terem surgido na vida da Jane, quando ela mais necessitava de um ombro amigo. E não poderia esquecer da Srta. Temple, que era tão maravilhosa para as meninas da escola. Seu amor lindo pela Jane e pela Helen fez com que ela ganhasse um espaço todo seu em meu coração. 

E é isso, queridos! Eu poderia falar muito mais. Afinal de contas, o livro tem 608 páginas.rsrs Mas prefiro que conheçam a história profundamente por conta própria. Mergulhando na leitura e vivendo uma experiência como a que eu vivi. 

Meu único motivo para não ter favoritado o livro foi o Rochester. Mas o livro merece todas as cinco estrelas recebidas e até muito mais que isso! E no meu coração ele tem lugar especial. Se eu precisasse ir embora e só pudesse levar dez livros comigo podem ter certeza que Jane Eyre estaria entre eles. 

Mal posso esperar para conhecer a terceira irmã Brontë: Anne, autora de A Senhora de Wildfell Hall. :D

"Mesmo quando nossas energias parecem requisitar um alimento que não podem ter, quando nosso desejo tenta nos levar a um caminho que não podemos trilhar, isso não quer dizer que precisamos morrer de inanição, entregando-nos ao desespero."





Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

9 comentários:

  1. Oi Luna,
    Sou completamente apaixonada por essa obra, das três, essa é a que mais traz significados a mim. Ao contrário de você prefiro Rochester, mesmo com a sua dualidade e mente atormentada. No final o reconhecimento é o que faz com que eu feche todo o arco da vida de Jane. A singularidade de sua vida realmente encanta. Adorei a resenha e espero que também se encante com a escrita da Anne também. Bjim!
    Tammy

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  2. Eu nunca li nada dessa autora, e depois dessa resenha eu preciso urgente desse livro! Na real, eu quero toda essa coleção. Tenho os clássicos da literatura, e quero muito essa também.
    Amei a resenha!
    beijos

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  3. Olá!
    Até hoje não havia me sentido realmente tocada para conhecer essa obra, mas sua resenha tão apaixonada e tão minuciosa me deixou muito curiosa para conhecer essa personagem, os horrores que viveu, sua luta. Não sou conhecedora de clássicos, confesso que tenho grande resistência nesse gênero, mas esse sem dúvidas vai pra lista de leituras.

    Camila de Moraes

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  4. Eu ainda não li este livro e estou me sentindo estúpida... rs
    Você citou tantas personagens femininas maravilhosas que já quero ler exatamente agora. Amei a dica.
    beijos

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  5. Oi Lu!!!
    E com muita honra finalizei minha leitura. Quando li a primeira irmã Bronte não consegui me apegar aos personagens e a leitura, tudo era muito novo, e confesso que ainda é. Ainda sim, apesar da dificuldade de penetrar a história de início, em poucos capítulos já estava adaptada a narrativa da Jane, e apesar de em alguns momentos querer dar-lhe uma sacudida, no fim seu desenvolvimento foi invejável. Jane se tornou uma mulher de peso e muita à frente da sua época, um exemplo de garra e amor próprio que com certeza quero levar pra vida toda!!!
    Amei participar dessa leitura com vocês, e vamos para próxima!!

    Beijokas

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    1. Olá, flor!

      Foi maravilhoso participar desta leitura! E este livro eu levarei para a vida toda! E concordo: Jane é incrível. Um exemplo, alguém que nos inspira e ensina muito. Impossível não amá-la!

      Bjs!

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  6. Oiee! Tudo bom?
    Eu AMO Morro dos ventos uivantes, e sempre tive vontade de ler mais das irmãs porém sempre acabava deixando pra depois. Tô colocando esse livro nas minhas prioridades A G O R A! Que personagem a frente de seu tempo! Amei muito! Sua resenha tá incrível e apaixonada, faz a gente querer ler também <3

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  7. Oi, tudo bem?
    Eu nunca li nada das irmãs Brontë, mas Jane Eyre é o que tenho mais curiosidade, seguido por A Senhora de Wildefel Hall, da Anne. Eu já assisti ao filme e gostei muito da história, e lendo a sua resenha fica impossível não ficar com vontade de ler. Acredito que a Jane seja uma personagem ainda mais complexa e interessante no livro do que no filme. Só fiquei surpresa pelo seu desprezo ao sr. Rochester. Apesar de ser um personagem problemático, no filme eu consegui entender o lado dele também. Fiquei curiosa para saber o que vou achar dele no livro.
    De qualquer forma, adorei sua resenha e fico feliz que tenha gostado tanto da leitura.
    Beijos!

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  8. Olá Luna!!!
    Amo as irmãs Brontë de uma forma que nem posso expicar.
    Diferente de você Jane Eyre tornou-se favorito, pois mesmo amando o livro da Emily esse me tocou de uma forma que não imaginei.
    Já assistiu o filme que conta a história das três??
    Super recomendo para você ter uma ideia acerca da vida dessas três irmãs e tem muito mais livros delas para conhecer, além desses três que tenho certeza que você vai amar.
    Adorei a resenha!!!

    lereliterario.blogspot.com

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