16 de outubro de 2021

Psicose - Robert Bloch

Tempo de leitura:


Literatura norte-americana
Título Original: Psycho
Tradutora: Anabela Paiva
Editora: DarkSide Books
Edição de: 2013
Páginas: 173 (e-book)

29ª leitura de 2021 (22ª resenha do ano)

Sinopse: Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas.

O livro teve dois lançamentos no Brasil, em 1959 e 1964. São, portanto, quase 50 anos sem uma edição no país, sem que a maioria das novas gerações pudesse ler a obra original que Hitchcock adaptou para o cinema em 1960.

Uma história curiosa envolvendo o livro é que Alfred Hitchcock adquiriu anonimamente os direitos de Psycho e depois comprou todas as cópias do livro disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, ele conseguisse manter a surpresa do final da obra.

Em Psicose, Bloch antecipou e prenunciou a explosão do fenômeno serial killer do final dos anos 1980 e começo dos 1990. O livro, junto com o filme de Hitchcock, tornou-se um ícone do horror, inspirando um número sem fim de imitações inferiores, assim como a criação de Bloch, o esquizofrênico violento e travestido Bates, tornou-se um arquétipo do horror incorporado a cultura pop.




Psicose é uma história que eu conhecia muito antes de ler. Não, não assisti o clássico filme de Hitchcock, mas recebi vários spoilers sobre o livro/filme ao longo da minha vida.kkkkkkk Sabia que tinha servido de inspiração para vários outros livros e filmes do gênero e sempre ouvi falar da tal cena do chuveiro, tanto que era a cena que eu mais aguardava na história, de tão curiosa para saber o que tinha de tão especial nela para ser tão marcante.rs

Vocês sabem que amo um suspense psicológico e embora Psicose, na minha opinião, não se encaixe exatamente neste gênero, nós acabamos entrando na mente do serial killer e é uma "viagem" bem perturbadora. 

Aqui temos como vilões Norman Bates e sua mãe, que dirigem juntos um decadente motel, que fica praticamente no meio do nada desde que a estrada nova foi construída e já não apareciam hóspedes como no passado. O caminho de Mary Crane se cruza com o dos dois numa noite chuvosa, após ela se perder e já ser tarde demais para encontrar a casa do noivo, para onde tencionava ir. Ao avistar o motel, ela decide se hospedar nele só por aquela noite e na manhã seguinte prosseguir com a viagem. O que não poderia imaginar é que os donos do local não eram as pessoas mais normais do mundo e que passar uma noite ali... poderia ser fatal. 

"Estava sozinha na escuridão. O dinheiro não a ajudaria e Sam não a ajudaria, porque ela errara o caminho e estava numa estrada desconhecida." 

Norman Bates já não era um menino, mas o peso de anos sob o domínio da mãe deixaram suas marcas. Por mais que tentasse enfrentá-la e se impor, agora que ela estava tão doente e já não deveria representar nenhuma ameaça nem para ele nem para ninguém, não conseguia reunir as forças necessárias para se libertar e sempre acabava abatido, cedendo às suas críticas, às suas vontades... à sua loucura. 

Quando aquela jovem apareceu, num sábado à noite, a única hóspede que chegara em todo o dia, ele ficou nervoso. Ela era atraente e estava sozinha. A convidou para jantar em sua casa, pois ela precisava de uma refeição e o restaurante mais próximo ficava longe demais para ir debaixo de chuva. Por isso, ela aceitou o convite. Norman sabia que deveria tomar todo o cuidado para não permitir que a mãe percebesse a presença de Mary... pois as consequências poderiam ser as piores possíveis...

"Eu acho que todos nós somos um pouco loucos de vez em quando."

Ao receber a notícia de que a irmã largara o emprego e fugira com uma imensa quantia que não lhe pertencia, Lila ficou chocada. Mas o choque se transformou em desespero quando uma semana se passou sem que recebesse qualquer telefonema ou carta de Mary. Sentia em seu coração que algo estava errado, que alguma coisa muito ruim tinha acontecido. E movida pela vontade de descobrir o que se passara e, talvez, ainda salvar a irmã, ela decide ir até a casa do noivo dela, na remota esperança de encontrá-la lá. Mas, como já pressentia, Sam também não tinha qualquer notícia sobre a noiva. Angustiados, os dois resolvem fazer de tudo para descobrir o paradeiro de Mary e suas investigações não demorarão a conduzi-los ao motel da família Bates... Sairão eles com vida de lá?!

"Nós não somos tão lúcidos quanto fingimos ser."

Como quem já leu o livro pode perceber, tentei ao máximo não dar spoilers na resenha, embora até a sinopse do livro revele mais do que o necessário. Mas, gente, se trata de um livro de 1959, um clássico extremamente conhecido, então, de qualquer forma vocês já devem conhecer o grande segredo do final... Ainda assim, não contarei.rs

Posso dizer que apreciei bastante esta leitura, embora não tenha me surpreendido com nenhum acontecimento ou revelação. Eu quis ler Psicose por curiosidade, sem grandes expectativas, e ele se mostrou um livro rápido, que flui muito bem e envolve por completo o leitor. Senti um pouquinho de medo sim porque já sou medrosa por natureza.kkkkkkk E fiquei perturbada com a mente transtornada do Norman, sem mencionar a mãe dele que é completamente louca, capaz de matar com uma frieza como se estivesse fazendo algo do cotidiano, algo "normal", sabe? Ela mata sem dar à vítima qualquer chance de defesa, mas depois deixa que o Norman se livre do corpo e limpe a cena do crime, além de ter que lidar com todas as demais consequências. Embora se sinta "em paz" por não ser ele a matar com as próprias mãos, sabe bem que é tão culpado quanto ela, pois é cúmplice e encobre todas as loucuras da mãe. A relação dos dois é um prato cheio para os estudiosos da mente humana, dos relacionamentos tóxicos que existem em algumas famílias, entre pais e filhos e o quanto isso pode afetar o futuro da pessoa e a maneira como ela lida com o mundo e as demais pessoas. 

"Não, garoto: não sou eu quem deixa você doente. É você mesmo

Este livro me lembrou muito uma história que li vários anos atrás, do meu amado Sidney Sheldon. Mas apenas mencionar o título do livro já seria um grande spoiler de Psicose para quem já tenha lido o tal livro do qual me lembrei.rs Só fico me perguntando se o SS não terá se inspirado nesta história aqui para criar seus personagens e toda trama presente naquele que considero um dos melhores livros que já li do autor. 




Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seus comentários são sempre bem-vindos! E são muito importantes para o blog!

Topo