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25 de março de 2020

A Megera Domada - William Shakespeare

Literatura inglesa
Título Original: The Taming of the Shrew
Tradutor: Millôr Fernandes
Editora: L&PM Pocket
Edição de: 2013
Páginas: 84 (em e-book)
15ª leitura de 2020

*Lido no Kindle Unlimited

Sinopse: Batista é um rico mercador, pai de duas filhas ainda solteiras. Quando ele decide que sua filha mais velha, Catarina, dona de um temperamento forte e uma língua afiada, deve se casar antes de Bianca, os pretendentes da caçula propõem a Petrúquio, rico viajante recém-chegado à cidade, que tente conquistar a megera. Nesta tradução de Millôr Fernandes, o  humor, a poesia, o sarcasmo e o drama do amor de Catarina e Petrúquio não estão apenas intactos e fiéis ao texto original: estão vivos.



A Megera Domada sentiu muita vontade de ser a primeira história no ano para a qual eu daria 2 estrelas. E ela conseguiu o que tanto queria!

Minha relação com as peças de Shakespeare não é das melhores. Mesmo quando li Romeu e Julieta pela primeira vez, na adolescência, tive problemas com o autor. Poucos anos atrás, já adulta, apostei na leitura de Hamlet, acreditando que poderia dar certo... Não deu. Então, pensei que em vez de ler as tragédias escritas por ele, poderia ler suas comédias, em mais uma tentativa de gostar de suas obras. O resultado foi desastroso.kkkkkk... E aí vocês podem pensar: "Ah! Você simplesmente não gosta de ler peças!". O que não é verdade: apreciei muitíssimo a leitura de Édipo Rei, Antígona (maravilhoso!) e Medeia.

*Pode ter spoiler (embora seja um livro clássico e bem conhecido, adaptado várias vezes, inclusive para a TV)

"Catarina: (A Batista) Eu pergunto, senhor, é seu intuito transformar-me em brinquedo desses pretendentes?"

Forte o trecho acima, não acham? Catarina, protagonista desta história, faz essa pergunta ao próprio pai. O trecho me provocou a sensação de que essa jovem já estava cansada de conhecer tantos idiotas e que por isso mesmo ela passou a ser chamada de "megera", entre outros termos pejorativos. Por simplesmente estar cansada de ser vista como objeto (e fonte de riqueza para quem a desposasse, já que levaria um belo dote) e ter resolvido tratá-los da maneira que eles, de fato, mereciam.

A história de Catarina e do traste do Petrúquio está dentro de outra história. O livro começa com um prólogo no qual um homem humilde, que vivia embriagado, vira objeto de piada de um grande nobre, um poderoso entediado que queria se divertir às custas dos outros (e eu não achei nenhuma graça de sua palhaçada). Por ordens dele, o pobre homem é levado para os aposentos do "poderoso" e é preparado um grande "teatro", no qual todos, quando o homem acordasse (ele tinha desmaiado de bêbado) iriam fingir que ele era o soberano, o dono de toda aquela riqueza. Iriam dizer que ele achava que era pobre apenas porque tinha sido vítima de uma doença, de um desvario, uma loucura, que o deixou naquele estado mental, mas que na verdade ele era rico, casado, tinha muitos servos... Enfim... Tudo isso para fazer o homem de idiota. Como todo mundo ali insistiria que ele era o dono de tudo, ele começaria a duvidar de sua própria mente e de suas certezas e acreditaria neles.

E é exatamente o que acontece. Sly acredita naqueles trastes e eles dão continuidade ao joguinho estúpido. No meio disso tudo, chegam uns comediantes que, para entreter os nobres, decidem representar uma comédia, um espetáculo que deveria divertir a todos. E esse espetáculo é justamente a história de Catarina e Petrúquio.

"Sou vendaval e ela que se curve. Sou homem rude; não cortejo ninguém como criança."

Na história de Catarina e do traste, sabemos que ela é intratável e, como eu disse, acredito que a protagonista é assim por estar já sem paciência com tantos homens interesseiros e com o pai tentando empurrá-la como mercadoria. Acontece que ela possui uma irmã mais nova, a bela Bianca, tão doce e delicada, tão linda e sensível, que todo moço quer como esposa. Mas Batista, pai das duas, decide que Bianca não poderá se casar enquanto Catarina for solteira. Não que pareça que ele goste da filha mais velha ou algo parecido. Eu fiquei com a impressão que ele não queria ter que suportar Catarina sem ter Bianca em casa para aliviar seus dias com sua suposta meiguice.

Os pretendentes de Bianca, então, decidem se unir temporariamente para encontrar algum tolo que aceite aquele "demônio" (é assim que se referem à Catarina, pois ela trata todos os homens com muita "gentileza" para não dizer o contrário) como esposa, e o caminho deles fique livre para cortejar a jovem desejada, que estava proibida até mesmo de sair de casa enquanto a mais velha não se casasse.

E eis que surge Petrúquio, homem rude, mas de posses, que tudo que deseja é se casar com uma mulher rica, para poder assim aumentar sua fortuna. Ele não quer saber se ela é bela ou não, muito menos se é meiga ou insuportável, isso porque ele se garante, se julga capaz de domesticar qualquer mulher como se se tratasse de um animal.

"Eu sou aquele que nasceu para domar-te e transformar a Cata selvagem numa gata mansa. Mas, aí vem teu pai: não recuses nada, pois eu quero e terei Catarina como esposa."

Para surpresa de todos nós leitores, apesar de tratar o Petrúquio muito mal, e até mesmo agredi-lo fisicamente, Catarina não resiste quando ele afirma que vai se casar com ela. Ela não luta contra aquela ideia, ela parece aceitar. O que fez eu pensar que algo não estava bem em sua cabeça. Que ela tinha sofrido algum surto momentâneo. Não consegui entender o que se passou com ela. Não era possível que tivesse se apaixonado à primeira vista e acreditado realmente que poderia ser feliz com aquele verme.

O interessante e revoltante, é que Petrúquio percebe o controle que já exercia sobre Catarina e decide humilhá-la antes mesmo do casamento. No dia marcado para a cerimônia, ele se atrasa muito, muito, muito! Para que ela ficasse envergonhada diante dos outros. E como se não bastasse, se veste da pior maneira possível. Os outros chegam a tentar convencê-lo a se trocar, mas ele afirma que vai se casar daquele jeito e ponto final. E após o casamento não permite que ela participe da festa. A leva para sua propriedade e deixa os convidados com o pai dela, pois Catarina não tinha permissão para participar da sua própria festa de casamento. E aí são muitas situações desagradáveis e chocantes.

Petrúquio agride o seu criado na frente dela, para deixá-la nervosa e forçá-la a implorar que ele pare. A deixa sem comer e sem dormir, supostamente "porque a ama" (????!!!) e a ilude fingindo que vai comprar coisas para ela, apenas para fazê-la ver o lindo chapéu e vestido para depois inventar uma desculpa qualquer para não permitir que ela tenha nada daquilo. Ele joga com o emocional dela o tempo inteiro e usa os criados para ajudá-lo em suas crueldades. Para ter o mínimo de paz, Catarina é obrigada a fazer o que ele quiser. Se ele diz que o sol na verdade é a lua, ela tem que concordar, senão não terá paz. Se ele disser que o céu é verde, então tem que ser verde para ela. Onde que não há abuso nesta história??? Nem todo abuso é físico. Petrúquio abusa psicologicamente da Catarina a história inteira. E o que senti vontade foi de mandar a história para o quinto dos infernos.

"Meu falcão agora está faminto, de barriga vazia. E, enquanto não ficar bem amestrado, não mandarei matar a sua fome. Assim, aprenderá a obedecer ao dono."

No trecho acima o traste está falando da Catarina. Não sei como ela, que parecia tão forte e decidida, pôde cair numa armadilha como era este casamento. É algo que foge a minha compreensão. Pior é o autor dar a entender que o casamento dá certo e que ela é feliz nesta relação. O monólogo dela ao final da história é chocante. E embora existam estudiosos, especialistas e leitores que acreditam que havia muita ironia ali (e eu, de certa forma, concorde que foi uma fala bem irônica), como se Catarina quisesse dizer "finjam que obedecem enquanto os homens acham que mandam", não deixa de ser um trecho problemático. Porque quando lembramos de tudo o que passou nas mãos dele, ficamos com a certeza que aquela foi a forma que ela encontrou de ter alguma paz e "espécie" de felicidade na relação. E isso não é engraçado, mas sim muito triste.

Imagino que Shakespeare teve seus motivos para escrever esta história. Possivelmente teve a intenção de criticar a sociedade da época (século XVI), os costumes, enfim... Mas eu não gostei do livro. Só não dei 1 estrela (uma estrela significa ruim; duas estrelas "livro regular") porque reconheço que a história flui bem, que é envolvente, bem escrita, que algumas cenas chegam a divertir e de modo geral, se você conseguir ignorar todo o problema dessa relação abusiva, pode agradar muitos leitores.

Quando criança, eu assisti "O Cravo e a Rosa", uma novela que eu lembro de ter amado muito e que foi inspirada neste livro. Não consigo lembrar da novela em si, mas apenas do sentimento que eu tinha por ela, que era de amor e que eu me divertia com a história dos protagonistas. E ao ler A Megera Domada e me revoltar tanto com toda a crueldade do Petrúquio, fiquei tentando recordar cenas da novela, para ver se minha mente de criança na época não percebeu essas violências ou se a história na novela foi contada de maneira diferente. Infelizmente, não consigo lembrar.


2 de agosto de 2018

Hamlet - William Shakespeare

(Título original: Hamlet
Tradutor: José Antonio de Freitas
Editora: Martin Claret
Edição de: 2010)


Considerado o mais influente dramaturgo de todos os tempos e o maior escritor da literatura inglesa, William Shakespeare (1564-1616) escreveu poemas, comédias, tragédias e dramas históricos que foram traduzidos para os principais idiomas do mundo. Sua obra teatral, conservando toda a complexidade, mistério e encantamento no curso do tempo, é permanentemente representada no teatro e transposta para o cinema e televisão. 

Hamlet, a tragédia do triste príncipe da Dinamarca enredado em intrigas, traições e vinganças, é uma das peças mais conhecidas e apreciadas do Bardo de Avon. Muitos estudiosos se debruçam sobre esta obra, que pode ser examinada e interpretada por diferentes perspectivas, tendo sido como objeto de estudo para Freud e Lacan, e inspirado escritos notáveis, como Goethe, Joyce e Dickens, entre outros.



Palavras de uma leitora... 



- Cerca de dez anos atrás, curiosa por conta de todo o amor que muitas pessoas sentem pelas obras de Shakespeare, caí na besteira de dar uma chance ao livro Romeu e Julieta, uma das tragédias mais famosas do autor. Claro que já conhecia a história. É impossível passar pela vida sem obter spoilers desse livro.rsrs É uma história que costuma ser trabalhada nas salas de aula, que faz parte das bibliotecas escolares e vende aos montes ainda nos dias atuais. E não, eu nunca tive paciência para assistir nenhuma adaptação. Já tinha antipatia pela história antes de lê-la, confesso. Posso ser uma romântica incurável, mas Romeu e Julieta nunca me encantaram. Dois jovens apaixonados que se suicidam por amor. Ainda não consigo enxergar a magia que enfeitiça tantas pessoas. Tudo bem, eles não tinham intenção de se matar, pretendiam fugir juntos para viver seu grande amor, uma vez que suas famílias eram inimigas mortais e o amor entre eles era impossível. Mas fizeram tanta besteira, uma escolha mais estúpida que a outra que não consegui sentir compaixão, me comover nem nada. Tudo o que me prometi foi que nunca mais leria nada de Shakespeare.kkkkk...

Mas com o passar dos anos e os planos de ler mais clássicos, voltei atrás na minha decisão. Não custaria tanto assim pelo menos ler algumas de suas tragédias. Todavia, não estava na minha meta fazer isso este ano. Ocorre que a leitura de Emma, de Jane Austen, teve que ser adiada (era o clássico de julho) por causa do TCC e eu precisava incluir um novo clássico na lista, um que fosse mais curto e rápido de ler. 

Como a leitura seria em grupo, com outras amigas no WhatsApp, deixei que elas escolhessem entre Antígona (de Sófocles) e Hamlet. O segundo acabou ganhando, o que me provocou certo desespero.rsrs Deveríamos começar a lê-lo no dia 20/07 e encerrar em 31/07. Eu até comecei a leitura no dia programado, mas só fui até a página 21. O livro estava me provocando tanto tédio que o deixei de lado e fui ler O que dizem seus olhos. Voltei para a peça apenas no dia 28/07 e abandonei de novo.kkkkkkkk... Dessa vez para ler Rebelde e Um mundo novo.rs O que posso fazer se o autor não consegue me envolver, gente?! E não é que eu tenha um sério problema em ler peças (tudo bem, não gosto muito), pois amei a experiência de ler Édipo Rei, de Sófocles (embora, definitivamente, tragédias não sejam para mim), um escritor muito mais antigo que Shakespeare, e que poderia ter me causado maior dificuldade. A questão é que não consigo simpatizar com as histórias do autor. Não me convencem. Tudo parece forçado demais. 

- Concluí a leitura apenas no dia 31 e pode-se dizer que li o livro todo num dia, vez que antes só tinha chegado à página 21. E creio que ganhará o prêmio de história mais tediosa e estúpida do ano. Sério! Quanta baboseira num livro só! Começo a pensar que não existirá o dia em que verei as obras de Shakespeare com bons olhos.

"Há dois meses apenas que ele morreu... não, nem tanto... ainda não há dois meses..."

A história gira em torno de Hamlet e a quase certeza que ele tem de que seu pai foi traído e assassinado pelo próprio irmão, o atual rei da Dinamarca. 

Muito apegado ao pai, ele não consegue superar a perda, estando ainda de luto enquanto todos os outros parecem ter seguido muito bem com suas vidas. Especialmente sua mãe, que em prantos sofreu a morte do marido, mas cerca de um mês depois já estava casada com seu irmão, dedicando a ele palavras de amor eterno. Hamlet vê com muita ironia e desprezo a relação entre os dois, a considerando incestuosa e inaceitável, nutrindo em seu coração não apenas o ódio pelo tio, mas também um ressentimento profundo em relação à mãe, quem ele passou inclusive a ver como uma rameira. 

Paralelo a isso temos a jovem Ofélia, moça sonhadora e submissa, a quem Hamlet jura amor. Obediente ao pai, ela lhe confessa o interesse do jovem príncipe e Polônio proíbe terminantemente a filha de voltar a encontrar-se com o rapaz, pois seus mundos eram diferentes. E o príncipe nunca se casaria com alguém como ela. 

Ocorre que uns soldados e oficiais, bem como o amigo de Hamlet (Horácio) ficam assombrados com o aparecimento de um espectro, que era a imagem do falecido rei. Sem saber o que pensar e repetindo-se a aparição, resolvem comunicar o fato ao príncipe, que decide ficar de guarda com eles para o caso do fantasma retornar. 

Embora o espectro tenha se negado a falar com os outros pediu que Hamlet fosse com ele para lhe contar algo importante. Foi quando lhe revelou algo terrível: o fantasma que tanto se parecia com seu pai disse a ele que foi assassinado pelo irmão, inclusive relatando como ocorreu a morte e por que não houve suspeitas. 

"[...] Porém, sabe tu, ilustre jovem: a serpente que mordeu teu pai e lhe tirou a vida agora cinge-lhe a coroa."

Transtornado, sem saber bem o que pensar, mas no fundo do seu coração acreditando que aquilo era verdade, se vê dividido entre a vingança e a dúvida que corroía sua mente. Em seu coração sabia que o tio, seu próprio sangue, tinha assassinado o irmão. Mas sua mente não sabia ao certo e necessitava de provas. Porque não poderia cometer um homicídio sem ter certeza de que a vítima mereceria a morte. 

Hamlet, então, muda drasticamente de comportamento, o que faz o rei e a rainha desconfiarem que algo de errado se passava. Polônio, supondo que o príncipe enlouquecia de amor por ter sido privado da companhia de Ofélia, garante ao rei que aí residia o problema, algo que não tranquiliza o monarca, que começa a ver no sobrinho um obstáculo. Sua "loucura" era uma ameaça a todos ao seu redor e no amor que o povo sentia pelo jovem príncipe também existia um perigo. O melhor seria mandá-lo para longe...

Cada vez mais agitado e dizendo coisas aparentemente sem sentido, embora entremeadas de lucidez, Hamlet aproveita uma oportunidade única de testar o tio e comprovar se o que o espectro dissera era verdade ou algo vindo dos infernos para confundi-lo e fazê-lo perder a razão. 

E a partir daí que começa um jogo de armadilhas e traições em que a morte parece um destino certo para quase todos os envolvidos. 

- Eu não tenho nenhuma intenção de dar spoilers do livro. Embora todos saibamos começo, meio e fim da história de Romeu e Julieta sem sequer necessitarmos ler (risos), o mesmo não acontece com Hamlet. Eu, pelo menos, nada sabia antes de ler. Claro que pude prever os acontecimentos, afinal de contas, trata-se de uma tragédia. Bastava ter um leve conhecimento do que o autor gostava de colocar em suas peças para imaginar o rumo que as coisas tomariam. E não me surpreendi com absolutamente nada. 

"[...] Mãe, por amor da salvação, não derrameis sobre a vossa alma o bálsamo enganador de que não é o vosso crime, e sim a minha loucura quem fala; isso apenas serve para cobrir com uma tênue película o lugar da úlcera, enquanto a gangrena sem ser vista, minando por baixo, infecciona tudo."

- Não tive paciência com nenhum personagem desta tragédia. Também não senti compaixão alguma. Todos me pareceram completos imbecis, incapazes de guiar a própria vida com um mínimo de inteligência. Todavia, o fato do livro ter me feito revirar os olhos de tédio e os personagens apenas terem me provocado repulsa não faz com que eu deixe de mencionar certos pontos. Como, por exemplo, a maneira como o Hamlet tratava a mãe. 

Que ele estivesse de luto pela morte do pai eu entendo. E também não encaro muito bem o fato da mãe dele ter resolvido se casar com o cunhado um mês depois da morte do adorado marido. É algo que não seria bem visto nem nos dias atuais. Como o protagonista ironiza num determinado momento: o amigo não tinha chegado para o velório de seu pai, mas sim para o casamento de sua mãe, vez que é curto o intervalo de tempo entre um acontecimento e outro. Porém, nada dá a ele o direito de falar com a mãe daquela forma desprezível, nem ficar debochando ou chamando-a de rameira. Durante a leitura quase toda fica evidente como ele detesta a própria mãe, como julga e condena sem piedade. Impossível sentir um mínimo de afeto por um personagem desse tipo. Que se julgava tão acima de qualquer erro e considerava-se o dono de toda verdade e moral. 

- Outro ponto é a intenção (na minha opinião) do livro ser apenas um espetáculo. É uma peça, que foi escrita mesmo para ser representada. Mas que não teve a preocupação de ter personagens consistentes, que nos fizessem acreditar, pelo menos, em metade do que eles aparentemente sentiam. Dá para visualizar o "show", a dramatização de relações familiares, impregnadas de traições, para impressionar quem lesse/assistisse. É algo muito diferente do que encontrei em Édipo Rei, por isso penso que deveria ter apostado em Antígona e não em Hamlet.rs

- Sei que muita gente morre de amores pelas obras do autor e deve estar querendo me esganar, mas, infelizmente, Shakespeare não é para mim. Não tenho paciência com tanto drama forçado e sem sentido. Claro que não sou nenhuma estudiosa das peças do autor, não sou especialista alguma. Apenas uma leitora. E talvez tenha quem diga que o livro é precioso, fonte de diversas reflexões, riquíssimo, inspiração de outros grandes autores (Shakespeare SEMPRE é) etc. Que ele aborda assuntos importantes e é um clássico de peso. Eu diria que existem outros diversos livros, entre clássicos e não clássicos, que tratam dos mesmos assuntos e são mil vezes mais interessantes. 

- Uma curiosidade: descobri que muitas daquelas frases feitas que utilizamos (como: ser ou não ser, eis a questão) foram retiradas deste livro.rsrs Não posso negar que possui alguns trechos que realmente merecem destaque e eu marquei vários deles. 

É a segunda vez que me decepciono com o autor. Então, já não sei se apostarei nas outras obras dele. Preciso pensar sobre o assunto.rs

- Esta foi minha última leitura do mês de julho, mas vocês provavelmente terão acesso à resenha no dia 02 de agosto. :)
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