28 de janeiro de 2021

Auto da Compadecida - Ariano Suassuna

Tempo de leitura:


Literatura Brasileira
Editora: Nova Fronteira
Edição de: 2014
Páginas: 192

1ª leitura de 2021 (1ª resenha do ano)

Sinopse: O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".





*Sinopse acima retirada do Skoob, pois minha edição não vem com sinopse

 
Esta é a primeira leitura que consegui terminar neste mês que foi bastante complicado para mim. Felizmente, ler Auto da Compadecida foi uma excelente escolha para tentar melhorar meu humor, pois trata-se de um livro leve, que nos faz chorar de rir, principalmente no terceiro ato. 

Eu tinha tentado ler o livro na semana passada, mas foram dias bem agitados e fiquei com todas as leituras paradas. Voltei ao início no dia 26/01, não li no dia 27 e concluí hoje, mas é aquele tipo de história que dá para ler facilmente em um dia, caso a pessoa queira e possa dedicar algumas poucas horas exclusivamente a esta deliciosa história. 

A peça, escrita por Ariano Suassuna tendo como inspiração principalmente a literatura de cordel, que é parte importante da cultura do Nordeste, se passa basicamente num só dia (se eu não tiver me distraído e perdido a passagem do tempo) e tem como personagens principais o trapaceiro João Grilo e seu bom amigo inventor de histórias, Chicó.rsrs Todavia, existem outros personagens que, embora pareçam passageiros, vão ser essenciais para o desenrolar dos acontecimentos, como o padeiro e a mulher dele, por exemplo. 

Tudo começa com a doença do cachorro, que a mulher do padeiro (conhecida por ser adúltera e trair o marido com todo mundo) criava como filho. A mulher acreditava que se o padre benzesse o bichinho, ele ficaria curado. Como o marido fazia todas as vontades da mulher, apoiou sua decisão e João Grilo, que era empregado dos dois, resolveu tratar da questão junto ao padre. Não que João Grilo amasse os patrões e quisesse ajudá-los... Longe disso! Na verdade, odiava os dois como a ninguém nesta vida, vez que quando esteve seriamente doente e suplicou por ajuda, não recebeu sequer um copo de água, enquanto a mulher do padeiro preparava as melhores refeições para o cachorro. Ele estava alimentando lentamente todo o rancor e não pretendia deixar de se vingar quando a oportunidade surgisse. 

O padre não aceita benzer o cachorro, pois aquilo era pecado e coisa e tal. Até que João Grilo, mentiroso como só ele sabia ser (risos) diz com toda a lábia que o cachorro era de um tal de Antônio Moraes, um homem importantíssimo na região. Logo, benzer o bichinho deixa de ser pecado e o padre fica ansioso por agradar o senhor Antônio. É assim que se desenvolve uma tremenda confusão que vai envolver sacristão, Bispo, frade e até cangaceiro! Sem mencionar os ilustres personagens Manuel (Jesus) e Compadecida (Nossa Senhora). Claro que também existirá um antagonista que nenhum deles gostaria de ver na frente: "o coisa ruim". 

Quando comecei a leitura eu não sabia nada sobre a história, exceto que era uma comédia. Como sequer tinha visto o filme, estava realmente no escuro, sem ter ideia do que aconteceria. E isso fez com que a leitura fosse ainda mais prazerosa. Não costumo ligar para spoiler (só fico furiosa se for spoiler de algum thriller, suspense, pois aí não tem como, acaba perdendo a graça!rsrs), porém desta vez foi ótimo não ter buscado saber nada sobre as desventuras dos personagens.

Não sei se é sensato dizer que meu personagem preferido foi o João Grilo, seguido de perto pelo Chicó. Como ele era trapaceiro! Mas era também tão divertido!kkkkkkk E o Chicó e suas histórias "impossíveis" de serem reais, mas contadas de uma forma que você chegava a acreditar!kkkkkk Eu ria demais com ele. 

Manuel e Compadecida aparecem só no último ato (a história é composta de três), mas para mim foi a melhor parte da peça. Eu quase chorei de tanto rir. Manuel faz o papel de juiz, o coisa ruim é o acusador e Compadecida é a advogada. João Grilo, como sempre, aprontando todas!rs

É uma história que recomendo muito, até para aqueles que não curtem ler peças. Depois deste livro, senti muita vontade de ler tudo o que o autor escreveu. 

Agora preciso procurar pelo filme. Quero muito ver o João Grilo em ação!rs



-> DLL 21: Um livro adaptado para filme/série



Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

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