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27 de dezembro de 2024

Leituras concluídas em 2024 - Parte 1



Olá, queridos!


Este, sem sombra de dúvidas, não foi um dos meus melhores anos de leitura. Consegui ler 20 livros, mas só fiz a resenha de dois. Algo que não quero que se repita em 2025: minha intenção é resenhar todos os livros que vier a ler no próximo ano ou, pelo menos, a maioria. Eu gosto de conversar sobre as histórias. Gosto de tentar passar para a resenha um pouco de tudo o que vivi durante o tempo que passei ao lado de cada livro. Quero retomar esse hábito que sempre me fez tão bem. 

Mas vamos aos livros lidos em 2024!





Os Abismos foi meu primeiro contato com a escrita da autora Pilar Quintana, muito conhecida aqui no Brasil pelo livro A Cachorra, que ainda não li. Ele me impactou muito por abordar o tema da depressão, visto pelo olhar de uma filha, uma criança que tem que lidar com a depressão da mãe, sem encontrar em ninguém qualquer apoio. É um livro muito forte e sensível. Se tornou um dos meus favoritos da vida. Link para a resenha aqui

A princesa salva a si mesma neste livro, da querida Amanda Lovelace, foi uma releitura que eu estava necessitando muito fazer. Adoro os livros da autora! Suas poesias me reconectam comigo mesma e me fazem ansiar por viver, por ser tudo o que posso ser. 

A garota dos olhos azuis, de Karin Slaughter, foi um livro que doeu muito. Quem acompanha o blog sabe que admiro muito a escritora e que um dos livros que mais me impactaram nesta vida foi Flores Partidas, um thriller sobre violência contra as mulheres na sua forma mais cruel. Em A garota dos olhos azuis, temos a oportunidade de conhecer melhor a Julia, uma estudante de 19 anos, pouco antes do seu sequestro e morte. É um livro que dói muito por sabermos o que acontece com ela em Flores Partidas. Então cada página virada nos enche de tristeza, de desespero por não podermos mudar tudo o que iria acontecer com ela. Foi um livro que me deixou arrasada. 




A cor púrpura, de Alice Walker, é um livro que também aborda o tema da violência contra a mulher. Ele fala ainda sobre racismo e estruturas de poder social e político. Um livro que nos machuca, revolta, enfurece... Eu senti uma confusão de sentimentos ao longo da leitura e não consegui experimentar o mesmo alívio sentido por outros leitores ao término da história. O final é bonito, mas não chega a compensar os personagens por tudo o que eles passaram. 

Noite na taverna, de Álvares de Azevedo, é um clássico da literatura brasileira que aborda o tema da violência contra a mulher de um jeito que nos provoca um imenso desejo de acabar nós mesmos com os criminosos presentes na história. Aqui temos um grupo de amigos que, bêbados, resolvem confessar seus crimes uns aos outros, como se estivessem falando do tempo, como se não existisse nada de errado no que fizeram. É revoltante!

A alegria espera por você, de Upile Chisala, é um livro de poemas muito bonito, que nos faz querer acreditar em dias melhores. Tenho um outro livro da escritora aqui e pretendo lê-lo logo nos primeiros meses do próximo ano. 




O pássaro de fogo e outros contos é uma coletânea de contos de fadas russos bem diferentes do que conhecemos por contos de fadas.rs Apesar de ter considerado algumas histórias bem estranhas, de modo geral eu gostei bastante do livro. 

Evguiêni Oniéguin, de Aleksandr Púchkin, nos traz uma história toda contada em versos, que foi maravilhosa de acompanhar. O livro aborda questões existenciais, a linha tênue entre o bem e o mal, relacionamentos tóxicos, amizades falsas, entre outros assuntos também muito importantes. Eu não esperava gostar tanto da história e que ela me fizesse refletir sobre tantas coisas! Recomendo!

Mário e o mágico, foi meu primeiro contato com a escrita do Thomas Mann. Apesar de ser um livro curto, é bem denso, abordando o tema do fascismo. A história nos causa um incômodo muito grande desde as suas primeiras páginas, quando nos apresenta um cenário em que as pessoas estão dominadas por uma ideologia excludente e nociva. O livro nos causa um impacto significativo e um medo em relação ao futuro. Pode o passado um dia se repetir por inércia das pessoas? A verdade é que vemos tal passado muito presente em vários países atualmente e guerras que não deveriam estar acontecendo enquanto a comunidade internacional não faz nada de decisivo para acabar com um derramamento de sangue que não possui justificativa.

Observação: Tive que dividir o post em duas partes porque o blog não permite que eu coloque o nome de todos os autores na parte de "marcadores", por ter um limite de caracteres. 


5 de setembro de 2020

Livros lidos e não resenhados (julho/agosto de 2020)

Olá, queridos!

Às vezes acontece de eu ler um livro e, por um motivo ou outro, não conseguir fazer a resenha. Felizmente, isso aconteceu muito pouco ao longo dos mais de dez anos do blog. Mas 2020 está sendo atípico. Um ano digno de ser considerado um pesadelo. E claro que isso afetou as minhas leituras. Existem momentos nos quais não sinto vontade de ler, passo dias sem tocar em livro algum (lembrando que a leitura é minha maior paixão) ou não sinto vontade de fazer resenhas. E tudo bem. Porque ler e/ou resenhar não é para ser uma obrigação, mas sim um prazer. 

Todavia, não é só por isso que alguns livros não serão resenhados de agora em diante. Toda vez que eu não fizer a resenha de alguma história que tiver lido, irei explicar os respectivos motivos. 


Literatura norte-americana
Título Original: The good daughter
Tradutor: Zé Oliboni
Editora: HarperCollins
Edição de: 2018
Páginas: 464

40ª leitura de 2020 

Sinopse: Charlotte e Samantha eram apenas adolescentes quando invadiram sua casa em Pikeville à procura de seu pai Rusty, um advogado de defesa odiado por algumas pessoas da cidade que o viam como "a mão direita do Satanás" por defender todo tipo de criminosos.

Ele estava no fórum quando dois homens descontaram seu ódio na família - matando sua esposa, atirando na cabeça de Samantha, deixando-a à beira da morte, e aterrorizando Charlotte.

Afetadas pelo trauma, as irmãs precisam se reencontrar após um crime hediondo em uma escola. Charlotte é a primeira a chegar ao local do crime e revive a violência de seu próprio passado. Após tantos anos de segredos e silêncio, a família é obrigada a lidar com o caso em uma história de intrigas e reviravoltas que mostra que nem tudo é o que parece.




A Boa Filha foi minha penúltima leitura de julho e a 40ª do ano. Um livro que li numa leitura coletiva e amei cada momento (menos o final da história). É um livro que nos envolve desde o prólogo, quando sofremos um choque muito grande com a violência presente nas cenas, a crueldade enorme de que Samantha, Charlotte e a mãe delas são vítimas. É um início que nos rouba o fôlego e viramos as páginas com ansiedade, desejando saber tudo o que ocorreu depois, como conseguiram superar e seguir em frente. 

Eu tinha que terminar a leitura do livro Para Sempre para um desafio e terminei de ler os dois quase ao mesmo tempo, dando prioridade para a resenha da outra história, o que acabou prejudicando esta, vez que o mês de julho terminou sem que eu tivesse conseguido começar a resenha de A Boa Filha. Assim, ao iniciar as leituras de agosto já não havia tempo para me dedicar como sempre me dedico na hora de escrever sobre um livro. Vários dias já tinham se passado. :(

Esta não é uma leitura fácil, mas depois de Flores Partidas (outra história da mesma autora), eu já estava preparada para tudo. Acho que nenhum livro conseguiria ser mais pesado que aquele. 

Durante a leitura coletiva foram realizados dois debates e ambos foram maravilhosos! Como vocês já sabem, amo ler em conjunto, pois é possível conversar e desabafar sem medo de estragar a leitura de ninguém com spoilers.rsrs

É um livro que recomendo muito, mas para quem já conhece os livros da autora ou está acostumado a ler livros fortes. 




Literatura Irlandesa 
Título Original: The picture of Dorian Gray 
Tradutor: Jorio Dauster
Editora: Folha de São Paulo
Edição de: 2016
Páginas: 176
43ª leitura de 2020

Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura #6

Sinopse: Escrito em 1890, este romance de Oscar Wilde talvez seja até mais atual do que em seu lançamento. O culto à aparência física e à eterna juventude deixou de ocupar apenas alguns estetas e aristocratas, como ocorria no fim do século XIX, para se transformar em fenômeno de massa. 

No esplendor da juventude, Dorian Gray posa para um quadro, e lamenta que, com o passar dos anos, perderá a beleza ali retratada. Ou será que não? Um pacto diabólico está em curso. 




Este é um livro que resolvi não resenhar por um simples motivo: já tem resenha dele no blog. Sim. Porque o li pela primeira vez em 2018 e vocês podem ter acesso à resenha clicando aqui

Na época, eu jurei que nunca iria reler esta história. Que nunca mais permitiria que o livro me causasse todo aquele tormento, aquele desgaste emocional tão grande. Lendo a resenha vocês poderão entender um pouco do que estou falando. O Retrato de Dorian Gray é um livro completamente digno de 5 estrelas, mas é uma história que tem como personagens principais dois homens podres, cruéis. Que sentem prazer na maldade. É uma história que faz com que nos sintamos mal. Pelo menos, foi assim que me senti da primeira vez que li. E o sentimento permaneceu na releitura. 

Mas por que decidi reler? Porque, através do projeto de leitura coletiva da Mell do canal Literature-se, eu fiquei sabendo que a versão que li em 2018 é a autocensurada pelo próprio autor e contendo 7 capítulos a mais que a versão original. Isso acontece porque este livro do Oscar Wilde causou muitos problemas ao autor em sua época. O livro sofreu censura pelo próprio editor dele, pelo que entendi, e mesmo assim recebeu duras críticas. O autor, então, autocensurou o próprio texto e acrescentou mais sete capítulos. Todavia, de nada adiantou. O livro chegou a ser usado como prova contra o autor, que foi condenado a dois anos de prisão e trabalhos forçados por ter tido relações com rapazes, ou seja, por ser homossexual. Isso era considerado crime. E o livro foi usado como prova contra o autor! Sim! Inacreditável!

Este foi meu motivo para reler. Já que eu tinha lido a versão censurada e contendo 20 capítulos, quis ler a versão original, sem censura e com seus 13 capítulos. Confesso que não notei grandes diferenças. Cheguei a comparar em vários momentos as duas versões, mas as diferenças são mínimas, pelo que pude perceber. A maior diferença é que uma versão tem 20 capítulos e a outra tem 13. 

Como eu disse, meus sentimentos pela história permanecem os mesmos. Sigo detestando profundamente o Dorian. Sigo sentindo asco do Henry. Eles são ainda mais cruéis do que eu me lembrava!


Literatura Brasileira
Editora: Companhia das Letras
Edição de: 2009
Páginas: 280

48ª leitura de 2020 

Sinopse: Clássico absoluto dos livros sobre a infância abandonada, Capitães da Areia assombrou e encantou gerações de leitores e permanece hoje tão atual quanto na época em que foi escrito. A história crua, comovente, dos meninos que moram num trapiche abandonado e vivem de pequenos furtos e golpes causou impacto desde o lançamento, em 1937, quando a polícia do Estado Novo apreendeu e queimou inúmeros exemplares do livro. Longe de manifestar piedade por suas pequenas criaturas, Jorge Amado as retrata como seres dotados de energia, inteligência e vontade, ainda que cerceados pelas condições sociais hostis em que estão inseridos. Com sua prosa repleta de verve e humor, o escritor baiano nos torna íntimos de cada um desses personagens e nos contagia com sua obstinada gana de viver. 




Eu demorei a publicar este post (pretendia publicá-lo no dia 31 de agosto) porque passei todos estes dias sem decidir se iria ou não fazer a resenha de Capitães da Areia, um livro que bagunçou minhas emoções, me provocou uma angústia enorme e se tornou um dos meus preferidos da vida. 

Acontece que não consegui, simplesmente não consegui escrever a resenha. Não sou capaz de falar sobre este livro, de expressar sequer um terço de tudo o que sinto, de como ele se cravou profundamente em meu coração.

Como falar dessas crianças abandonadas, morando nas ruas e sobrevivendo de furtos para ter o que comer e o mínimo para vestir (muitas vezes vestindo farrapos)? Como expressar a dor que me consumiu ao conhecer a história de cada uma delas, sem poder fazer nada para salvá-las, para tirá-las daquelas condições antes que fosse tarde demais?!! Eu ficava "sufocada" durante a leitura, imaginando o terror que era viver daquela maneira, sendo desprezadas pela sociedade e pelo Estado que eram os verdadeiros culpados por elas estarem ali, naquelas condições miseráveis. Um Estado que "lavava as mãos" e empurrava aquelas crianças e adolescentes para um destino aparentemente sem volta. Uma sociedade hipócrita que queria torná-las invisíveis. Eu senti tanta raiva, tanta revolta! E muito desespero. 

"No reino do céu seriam iguais. Mas já tinham sido desiguais na terra, a balança pendia sempre para um lado."

A maneira como essa crianças eram tratadas me fazia desejar entrar no livro e espancar aqueles seres que não mereciam ser considerados humanos! Até mesmo quando tentavam vender algumas coisinhas ou fazer desenhos para conseguir algum dinheiro para comer, as crianças eram humilhadas e agredidas! Como não se revoltar?! Como não alimentar o ódio no coração se por todos os lados tentavam impedi-las de sobreviver?! 

Não desprezei nem julguei nenhuma daquelas crianças e adolescentes, pois eram o que o Estado as tornou, o que os privilegiados poderiam ter evitado, mas nada fizeram, pois pensavam apenas no próprio umbigo. E eu me pergunto: o que mudou? Hoje em dia temos o Estatuto da Criança e do Adolescente, a proteção integral da infância, algo que não existia quando Capitães da Areia foi escrito. Todavia, realmente mudou alguma coisa? Nenhuma criança está desamparada pelas ruas, tendo sua infância arrancada e um destino de sofrimento? Eu reconheço a importância enorme do ECA, ele representou um marco, um reconhecimento verdadeiro dos direitos humanos das crianças e adolescentes, mas muita coisa ainda precisa ser feita. Capitães da Areia segue sendo um livro muito atual. Existem muitas crianças desamparadas ainda nos dias atuais, existem muitas infâncias sendo perdidas, das mais diferentes formas. 

Este foi um livro lido para o Clube de Leitura - Clássicos da Literatura Nacional criado pela Kelly, do canal Aventuras na Leitura. Para saber como participar basta clicar AQUI. Agora em setembro leremos Vidas Secas, do Graciliano Ramos. 



10 de maio de 2019

Flores Partidas - Karin Slaughter


Título Original: Pretty Girls
Tradutora: Carolina Caires Coelho
Editora: HarperCollins
Edição de: 2016
Páginas: 464
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Irmãs. Estranhas. Sobreviventes. Quando Lydia contou para a irmã que o cunhado havia tentado estuprá-la, Claire não acreditou. Dezoito anos depois, porém, tudo o que Claire achava saber sobre o marido se prova uma mentira. Quando vídeos escondidos no computador de Paul mostram uma face terrível do homem que ela julgava conhecer, Claire percebe que o drama de sua família tem muitas camadas que precisarão ser descobertas antes que a assustadora verdade por fim venha à tona. 




Eu não deveria estar escrevendo esta resenha hoje, pois estou tão triste que até escrever é difícil. Me sinto meio entorpecida, como se meu corpo estivesse tentando se manter longe de tudo mesmo com todo este peso emocional em cima de mim. São muitos problemas na família. Problemas sérios, a maioria de saúde. Tudo aconteceu de uma vez e como são pessoas da minha família, que eu amo, acabo sendo atingida fortemente pela dor e pela preocupação. Tentando manter a fé em Deus, de que tudo ficará bem. Mas é difícil. Muito difícil. 

"Aquela era a maneira como um ser humano ficava quando partia para um mundo que não o valorizava, não o amava, não queria que ele voltasse para casa. Sua mãe estava certa. Os detalhes acabaram comigo."

Claro que não era o momento certo para ler um livro de suspense tão forte e doloroso. Mas eu estava querendo mergulhar numa história que me fizesse pensar apenas nos problemas dos personagens e esquecer os meus próprios. De certa forma funcionou. Enquanto lia esquecia minha própria vida. Todavia, esta história acabou por me fazer pensar em outras vidas. Em outras famílias.... Nas milhares, talvez milhões, de pessoas desaparecidas neste mundo imenso. Quantas devem ter desaparecido hoje? Quantas vão sumir amanhã e depois, depois, depois... Quantas estão presas em algum lugar neste exato instante, implorando por uma ajuda que nunca irá chegar? Sabemos que pessoas que somem raramente são encontradas com vida. Existem muitas famílias espalhadas pelo mundo que nunca tiveram o consolo de um corpo sobre o qual chorar, de um túmulo para visitar, pois seu ente querido nunca foi encontrado. Isso dói na alma. Se você possui um coração com certeza não consegue se manter indiferente a tanto sofrimento. Quase todos os dias da minha vida eu penso nas pessoas que estão sofrendo aí fora, sendo maltratadas e assassinadas por algum monstro chamado de ser humano. Deixei de assistir jornais, por não suportar mais tanta crueldade. Fico pedindo para minha família não comentar comigo sobre as notícias que viram ou leram, tenho tentado me afastar desta realidade tão brutal em que vivemos, num mundo em que você sai sem saber se vai voltar, um mundo no qual o medo vem fazendo parte da vida das pessoas. 

20 de novembro de 2016

Cega - Karin Slaughter

(Título Original: Blindsighted
Tradutor: Alexandre Raposo
Editora: Record
Edição de: 2005)


 A pacata Heartsdale, na Geórgia, entra em pânico quando Sara Linton, pediatra e médica-legista da cidade, encontra Sibyl Adams, uma jovem professora universitária, morta em um restaurante local. Além de ter sido violentamente estuprada, Sibyl fora esfaqueada: dois cortes profundos formavam uma cruz macabra na altura do estômago. No entanto, quando Sara realiza a autópsia, a brutalidade do assassino é revelada em toda a sua extensão.

O chefe de polícia, Jeffrey Tolliver, ex-marido de Sara, está à frente da investigação. Quando uma segunda vítima é brutalmente crucificada alguns dias depois, ele tem de encarar o fato de que o assassinato de Sibyl não fora um ataque pessoal, um caso isolado. Na verdade, um estuprador sádico aterroriza o condado de Grant.

Jeffrey não está sozinho em sua busca. Lena Adams, a única detetive da cidade, quer justiça a qualquer preço, uma vez que Sibyl era sua irmã. Sara também não consegue escapar do horror. Um segredo de seu passado pode ser a chave para descobrir o assassino - a menos que ele a encontre primeiro.




Palavras de uma leitora... 



- Tenho este livro desde 2013. Lembro exatamente onde e como o adquiri. Não foi bem num sebo nem numa livraria. Era um lugar novo na rua onde eu fazia determinado curso e na intenção de incentivar a leitura, o local oferecia troca de livros. Você levava um livro que não quisesse mais e poderia trocar por qualquer outro que tivesse lá. Eu cheguei a comprar livros em sebos para poder trocar pelas raridades de histórias que encontrava ali. Adquiri verdadeiros "tesouros" do Sidney Sheldon naquele lugar.rs Os livros estavam quase todos em perfeito estado, uns nem lidos tinham sido. Sinto saudades dali. Suspiros...

- Cega me atraiu por ser um suspense e pela capa tão diferente e misteriosa. No entanto, vocês já me conhecem. Eu adquiro um suspense/romance policial, mas, na maior parte das vezes, levo anos para criar coragem de lê-lo.rsrsrs... Com este não foi diferente. E, no final das contas, não tive medo à toa. Eu realmente tinha que temer esta história. Porque ela dá arrepios. Mexe com todos os nossos nervos e nos faz desconfiar até da nossa sombra. Pelo menos, foi o que se passou comigo. Tudo que mais necessito é tirar os acontecimentos deste livro da minha mente.

"Quem quer que tenha feito aquilo, provavelmente estava a caminho de alguma coisa muito mais dramática naquele exato momento."

Era para ser mais um dia normal. Só que tudo começara a dar errado desde o início. Como pediatra de uma pequena cidade, o que Sara mais via em seu dia a dia eram infecções comuns à infância, nada que fosse grave, nada que terminasse em morte. Mas os resultados do exame daquele menino mostravam que talvez ele não chegasse ao ano seguinte. E teria que ser ela a dar aquela notícia à família. Só aquilo já bastava para destruir o seu dia, mas algo ainda mais terrível estava prestes a acontecer. Se tivesse alguma ideia... talvez não tivesse ido até o restaurante. Ou, talvez, tivesse chegado mais cedo, a tempo de salvá-la... Ela não sabia se um dia conseguiria superar o terror que cairia sobre sua cidade naquela semana... 

Sara estava muito atrasada quando se encontrou com a irmã no restaurante que todos ali frequentavam desde sempre. Conhecia todo mundo, incluindo a jovem que encontrou no banheiro, momentos depois, ensanguentada sobre um vaso sanitário, enquanto agonizava. A cena a chocou tanto, mas nada a preparou para os segundos seguintes, quando Sibyl morreu em seus braços de maneira extremamente cruel e dolorosa. Ainda que trabalhasse também como médica-legista, Sara jamais se deparara com uma cena assim... Ou talvez, sua mente apenas não recordasse...

"Isso é um homicídio metódico cometido por alguém que quer dizer alguma coisa."

- Para Jeffrey, o trabalho como chefe de polícia local era relativamente fácil. As pessoas daquela cidade eram, de modo geral, calmas e colaboradoras. Todos se ajudavam e crimes violentos não costumavam ocorrer ali. Por isso, foi um choque encontrar o corpo da jovem professora ali, brutalmente ferida, com sangue por todos os lados. Quem poderia querer matá-la? Quem seria capaz de machucar alguém como ela? E, acima de tudo, como ele daria aquela notícia à sua irmã? Porque a vítima era irmã da melhor detetive de sua equipe, Lena Adams, que não fazia a menor ideia do pesadelo que a irmã enfrentara enquanto ela estava longe... 

"Lena olhou para ele diretamente nos olhos. Ele se esforçou para não desviá-los. 
- Ela está morta." 

- Para Lena, sua própria morte começara ali, no dia em que perdeu a irmã. Não era capaz de entender como alguém pudera lhe tirar a única pessoa que ela amava, aquela que sempre esteve com ela em todos os momentos, que se mudara para aquela cidade para que estivessem sempre juntas. Durante toda a infância, Lena fora o apoio da irmã, aquela que a protegia, que impedia que qualquer mal se aproximasse. Mas, naquele dia, ela estava longe. Conseguiria se perdoar por ter falhado? Sabia bem a resposta para aquela pergunta. Sem Sibyl, sua própria vida não fazia mais qualquer sentido. Não podia imaginar um mundo onde ela não estivesse, não suportava saber que nunca mais ouviria sua voz ou veria o seu sorriso. Era injusto que ela respirasse enquanto a irmã fora assassinada. E só era capaz de seguir em frente porque precisava colocar as mãos em quem lhe fizera aquilo. Não descansaria enquanto não o pegasse...

Mas o que Sara, Jeffrey e Lena ainda não sabiam era que o assassino estava mais perto do que poderiam imaginar. E que não apenas não pararia naquela vítima, como colocaria suas próprias vidas em perigo... 

... Mas a segunda vítima, encontrada terrivelmente crucificada, abre os olhos de Sara para uma verdade que ela não quer reconhecer. Que... em seu passado... se esconde o motivo e os segredos por trás daqueles crimes... E que, talvez, seu nome seja o próximo da lista. 

"- Me abraça - implorou ela. - Por favor, só me abraça."

- Eu conheço autores de suspense/romance policial o suficiente para estar acostumada com este tipo de história. Já vi descrições realmente terríveis de assassinatos e outros crimes. Descrições que causam pesadelos, que fazem com que as histórias fiquem em nossa cabeça muito tempo depois da leitura. Ainda assim... não estava preparada para este livro. Não mesmo. Não que ele seja mais pesado que outros que conheço. Na verdade, me lembrou imenso O Beijo da Morte de James Patterson (foi transformado em filme recebendo no Brasil o título de Beijos que Matam), com a mesma narrativa crua, emotiva e envolvente de um jeito que não queremos, pois apesar de todo o pesadelo que encontramos nas páginas, não conseguimos parar de ler. O livro não é mais aterrorizante que outros que conheço, mas ele tem algo que me deixou muito abalada, desejando não tê-lo lido. Querendo simplesmente ter optado por uma leitura diferente. 

- A história conta com três protagonistas. A pediatra e médica-legista Sara Linton, seu ex-marido e chefe de polícia Jeffrey e a detetive Lena, que é irmã da primeira vítima e aquela com mais motivos para querer encontrar o assassino por trás daqueles crimes. Apesar de ter amado a Sara e o Jeffrey e a complexidade do relacionamento entre os dois, que ainda se amam muito, mas não querem dar o braço a torcer e reconhecer que se necessitam, a personagem da qual mais gostei foi a Lena. Ela é o tipo de heroína que adoro encontrar nos livros. Forte, decidida, com seu próprio passado e traumas, mas com uma coragem que impressiona. Ela é uma guerreira em todos os sentidos, marcando presença na história e nos fazendo desejar que a vida sorria um pouco mais para ela, pois tudo em sua vida ia de mal a pior. E me revoltei tremendamente com as coisas que a autora fez com esta personagem. Ela quis dar um maior protagonismo à Sara e eu até entendo isso. A Sara é marcante. Forte como a Lena, com um passado de gelar nosso sangue, mas a autora não precisava ter feito tudo que fez com a minha mocinha preferida da história. E não sei se algum dia conseguirei perdoá-la por isso. Duvido muito. 

- Enfim... É um romance policial cru, com um toque de romântico e recheado de cenas que nos dão náuseas e nos fazem pensar em quanta maldade existe neste mundo e como não conhecemos as pessoas. Os crimes mais brutais são cometidos por quem menos imaginamos. Talvez por alguém que conhecemos a vida inteira e que se mostrava inofensivo, incapaz de fazer mal até mesmo para uma mosca. É como dizem... Ninguém nunca conhece uma pessoa de verdade, apenas o lado que ela quer mostrar

- O livro é totalmente digno de 5 estrelas. A autora é brilhante, nos fazendo virar página após página, sem conseguir desgrudar do livro. E eu descobri que este é apenas o primeiro de uma série envolvendo os protagonistas. Não quero nem imaginar como as outras histórias são.rsrs 
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