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8 de março de 2018

A Promessa da Rosa - Babi A. Sette

(Editora: Novo Século
Edição de: 2016)


Série Flores da Temporada - Livro 1


Século XIX: status, vestidos pomposos, carruagens, bailes… Kathelyn Stanwell, a irresistível filha de um conde, seria a debutante perfeita, exceto pelo fato de que ela detesta a nobreza; é corajosa, idealista e geniosa. Nutre o sonho de ser livre para escolher o próprio destino, dentre eles inclui o de não casar-se cedo. No entanto, em um baile de máscaras, um homem intrigante entra em cena… Arthur Harold é bonito, rico e obstinado.

Supondo, por sua aparência, que ele não pertence ao seu mundo, a impulsiva Kathelyn o convida a entrar no jardim – passeio proibido para jovens damas. Nunca mais se veriam, ela estava segura disso. Entretanto, ele é o nono duque de Belmont, alguém bem diferente do homem que idealizava. De um instante a outro, o que parecia a aventura de uma noite se transforma em uma paixão sem limites.

Porém, a traição causada pela inveja e uma sucessão de mal-entendidos dão origem ao ciúme e muitas reviravoltas. Kathelyn será desafiada, não mais pelas regras sociais ou pelo direito de trilhar o próprio caminho, e, sim, pela única coisa capaz de vencer até mesmo a sua força de vontade e enorme teimosia: o seu coração.



Palavras de uma leitora...



- Se você leu meu desabafo no facebook e está com medo de a resenha conter spoiler, não se preocupe! Seu medo faz todo o sentido!kkkkk... Realmente esta resenha terá. Sinto tanta raiva, uma revolta tão grande que será impossível me controlar. Todavia, eu avisarei quando o spoiler começar. Haverá um aviso em destaque, prometo! :)

Você olhou para esta capa maravilhosa e pensou: "Nossa! A história deve ser incrível, apaixonante, o tipo de livro que estou precisando ler para voltar a acreditar no amor! Já quero ler!" Pensou? Pois sinto te informar que se você iniciar a leitura com tal ideia vai sofrer uma baita decepção. Acredite! Eu estou passando por isso. Criei expectativas grandes em torno deste livro e quebrei a minha cara. Ainda não superei o tombo. Se me arrependo de lê-lo? Com toda a certeza do mundo!

Era uma vez uma linda jovem de dezessete anos, cheia de vida e sonhos, determinada a casar-se por amor. Inteligente, apaixonada por livros, História e artes, sabia que era diferente de todas as moças da nobreza britânica do século XIX. Mas não se importava. Queria viver... apaixonar-se perdidamente e ser correspondida em seus sentimentos. Será que era realmente pedir demais? Será que era um pecado tão grande desejar sentir-se amada? Não suportaria passar todos os seus anos presa a um casamento por conveniência. Não era o que queria para seu futuro. Deixou isso mais do que claro para sua família, embora soubesse que, no fim das contas, era nas mãos do seu pai que estava a sua vida e a escolha de quem a desposaria. 

Em sua primeira temporada em Londres já despertara o interesse de possíveis pretendentes, por mais que seu comportamento peculiar, sua rebeldia e seus constantes sorrisos tenham desagradado boa parte da sociedade, que só aguardava uma oportunidade de apagar a alegria de seu rosto. Os homens a devoravam com os olhos e, em sua inocência, ela nem notava. Era invejada pelas mulheres, até mesmo por aquelas que possuíam laços de sangue com ela, e não percebia. Era tão simples em sua ingenuidade, acreditando que os outros tinham a mesma generosidade e compaixão que ela... que quando finalmente notasse quem eram as pessoas ao seu redor... seria tarde demais.

Foi num baile de máscaras que ela o conheceu. Ainda estava de castigo por sua última rebeldia, mas convencera os pais a deixá-la participar daquele baile. Embora tal evento deslumbrasse as mulheres, tudo o que Kathelyn queria era visitar o escritório de seu anfitrião e conhecer suas raras obras de artes, suas antiguidades gregas. Sonhava com aquele momento. Como poderia saber? Como imaginaria que aquela noite marcaria para sempre a sua vida? 

Ele a seguiu até ali. Não tirava os olhos dela desde que a vira pela primeira vez e ficou intrigado quando ela se esgueirou por aquele corredor até o escritório do visconde. Sua curiosidade logo deu lugar para dúvidas e pré-julgamentos. 

" - Por favor, deixe-me ir.
- Diga o que fazia aqui? - ele falou próximo à sua orelha.
- Eu... Eu apenas... Queria olhar."

Ao trocar algumas palavras com ela e perceber o grande conhecimento que ela tinha sobre Artes e culturas, bem como de História, percebeu também que ela não era uma dama. E tendo tal ideia sobre ela não era nenhum insulto aproximar-se mais... e mais. 

De início, Kathelyn teve medo dele. Ele encostava as mãos nela, tocava em seu corpo e por mais que não fossem intimidades era muito mais do que qualquer homem se atrevera. Porém, algo estava se passando no seu interior. Sem saber bem o que sentia e sem defesas para um sentimento desconhecido, ela se deixou guiar por ele naquela noite... acordando somente instantes antes dele conseguir o que queria. 

Furioso por ela não ter permitido que ele a possuísse no jardim, sem nem saber seu nome ou ter qualquer consideração (pois se ela não era uma dama aquilo não seria errado), jurou para si mesmo que a arrancaria do baile à força e a faria aprender a jamais se comportar daquela maneira. Porque o certo, é claro, seria permitir que ele tomasse o que queria. 

"Iria arrancá-la do baile à força. Ensinaria àquela provocadora inconsequente que ela não poderia se divertir com qualquer homem e sair incólume."

Não sabiam a identidade um do outro, mas o destino, irônico e cruel, trataria de fazê-los se encontrar outra vez... E, agora sabendo quem ela era e que não poderia tê-la em sua cama sem um contrato de casamento, Arthur, um duque dos pés à cabeça, trata de garantir que ela seja sua, num acordo com o pai da moça. 

Ah, ele a cortejaria. A faria se apaixonar por ele, mas não abriria mão das garantias. Ela não precisaria saber que seu pai já a entregara a ele. Não havia a menor necessidade de informá-la. 

Quanto mais frequente são as visitas do duque à sua casa e os passeios que insiste em fazer com ela, maior é o envolvimento de Kathelyn. Estava se apaixonando pela primeira vez e, na doçura do primeiro amor, não se importou com mais nada. Não via nada de errado no fato dele beijá-la com paixão na frente de toda a sociedade e tocar seu corpo como se já o conhecesse intimamente... Ele seria seu marido, a tinha pedido em casamento. E se seus pais permitiam, então realmente não era errado. Não podia saber... o que seria dela se ele voltasse atrás... se rompesse o compromisso... Não. Ela não fazia ideia da tragédia que atingiria sua vida. 

Era para ser seu conto de fadas. A realização do seu maior sonho. Mas se tornaria um pesadelo do qual ela não conseguiria acordar. Porque o homem para o qual ela se entregou sem reservas, a quem deu todo seu amor e confiança, seria o vilão da sua história. O destruidor de tudo o que um dia ela teve De absolutamente tudo. Aquele que a faria conhecer o inferno. 

"[...] Caso não consiga me convencer do contrário, saiba que terminarei o que começamos aquela noite no jardim."

- Essa frase tão "linda" é dita durante uma conversa, ainda no início do relacionamento. Ele disse para a mocinha, do alto de sua arrogância e desrespeito pelas mulheres, que se ela não conseguisse provar para ele que era uma dama, ele não teria nenhum problema em terminar o que começou no jardim, na noite em que se viram pela primeira vez. Porque somente uma dama merece respeito, sabe? Se a mulher não era tão privilegiada o que merecia? Ora, ser usada por ele. Atender suas vontades. 

Embora tenha iniciado a leitura do livro cheia de expectativas, acreditando com todo o meu coração que o amaria, tudo começou a mudar logo que conheci o Arthur. Tive o pressentimento de que ele causaria muitos danos. Dava para sentir algo obscuro no personagem. Ia além da arrogância dele, de sua posição como duque e do fato de ele se prender tanto aos costumes dos seus iguais. Tinha algo nele que me fazia mal. E ao me sentir dessa forma eu me peguntei se não tinha cometido um grave erro ao iniciar esta leitura. 

Mas eu não quis acreditar no que os meus sentidos gritavam. Achei que era coisa da minha cabeça, que o mocinho iria evoluir ao longo da história e provaria que era a pessoa certa para a Kathelyn, que a amaria como ninguém e a protegeria de tudo e todos. Realmente acreditei nisso. E quando ela sofreu aquele acidente e ele ficou tão louco de preocupação, eu suspirei. Disse para mim mesma: "Viu? Para que tanto medo?! É claro que ele é maravilhoso!" Só que o que veio depois... me mostrou, de maneira bastante dolorosa, que eu deveria ter seguido os meus instintos iniciais e abandonado a leitura. Assim não teria ficado tão destroçada, tão atormentada com a série de desgraças que esse filho de chocadeira causa. 

O que disse até agora não é spoiler. 

O QUE DIREI A PARTIR DESTE INSTANTE SERÁ! DAQUI PARA BAIXO HAVERÁ SPOILER!!!! Se não quer saber segredos do livro, pare de ler a resenha imediatamente!

E se você já leu o livro e o amou, ficou perdidamente apaixonada pela história e não suportaria que alguém falasse mal dela, também recomendo que pare de ler a resenha. Porque não existe a menor possibilidade de eu não desabafar pelo menos um pouco do ódio violento que sinto por esse desgraçado, filho da p..., verme dos infernos. Não mesmo. Preciso desabafar senão não conseguirei me livrar de todos os sentimentos ruins que este livro me provocou. Da dor na qual mergulhei por culpa dele. 

"Quase qualquer coisa é perdoável quando se tem um ducado lhe amparando."

E o Arthur bem sabia disso. Conhecia todas as hipocrisias de sua época e partilhava delas. Conhecia o valor de uma mulher e como obter o que desejava. Uma coisa que ele não conhecia? O significado da palavra amor. Nem mesmo se comesse um dicionário saberia. 

Em meus anos de leitora conheci mocinhos desprezíveis, baixos, cretinos, que sapatearam em cima das mocinhas, as humilharam e as fizeram derramar lágrimas que doíam em mim. Fiz resenhas sobre muitos livros assim e quem segue meu blog desde o princípio sabe de quais resenhas estou falando. Um dos livros mais marcantes com mocinhos assim foi Amor e Vingança, único livro que li da Sophia Johnson. Por que será que nunca mais li nada da autora? Tamanho foi o ódio que aquele livro me provocou que eu jurei para mim mesma que nunca mais leria nada dela. Se todos os livros do mundo deixassem de existir e eu só tivesse livros da Sophia Johnson para ler, deixaria de ser uma leitora. E falo muito sério! Não existe a menor chance de eu voltar a lê-la. A respeito muito como escritora. Só que o mesmo direito que ela tem de escrever um "romance" sobre um homem abusivo, violento e vingativo, que no final consegue o felizes para sempre ao lado da mocinha na qual ele tanto pisou, eu também tenho de não ler tais obras. Ela escreve o que ela quer. Eu leio o que quero. Simples assim.

E me pergunto, com uma dor no coração, se a Babi A. Sette conseguirá ficar na mesma categoria que essa escritora para mim. Se também será uma escritora que me recusarei a voltar a ler... Realmente não quero que isso aconteça. Quero me apaixonar pelas obras da autora. Só que isso vai depender do próximo livro da série. Que só lerei, gente, porque já o tenho. Se fosse por A Promessa da Rosa, a Babi já teria lugar garantido entre as escritoras que não voltaria a ler nunca. Mas como tenho aqui o segundo livro da série, ela conseguiu uma segunda chance comigo. 

- O que você não faria pela pessoa que ama? Pense em alguém que você ama muito e que confia em você. Teria coragem de abandonar essa pessoa? De entregá-la de bandeja nas mãos daqueles que você sabe (e sabe muito bem) que querem devorá-la, fazê-la em pedaços e só aguardavam uma oportunidade? Trairia dessa maneira alguém que confiou tão completamente em você? Uma coisa eu tenho como certa: quem ama não trai. Sei o blá, blá, blá que algumas pessoas falariam tentando me convencer do contrário, que existem circunstâncias e circunstâncias, etc e tal. Mas é uma certeza que tenho: quem ama não trai. Porque quando você ama alguém, você pode até odiá-la, desejar esganá-la em certos momentos, gritar um monte de besteiras em momentos de raiva, mas você nunca trairia essa pessoa. Porque o amor não permite. A traição não anda junto com o amor. 

E não. Não estou falando da traição mais comum do mundo. De deitar-se com outra pessoa, render-se às tentações do corpo e quebrar as promessas que fez, enganando seu par com outra pessoa. Não. Estou falando de algo diferente e muito mais grave. Estou falando de entregar alguém que você ama, de abandonar essa pessoa à própria sorte, de destruir a vida de alguém que você dizia amar. E que te amou. Que confiou. Ninguém destrói a vida de quem ama. Então, não existe maneira da autora me convencer que o Arthur um dia amou a Kathelyn. Ele sentia desejo, cobiça, queria ser seu dono, marcá-la como sua. Mas nada disso se confunde com amor. 

"- Quem é você, Belmont? - Ela empertigou-se ao perguntar, não o deixaria ver o quão afetada estava. Não deixaria."

- Quando penso no passado da Kathelyn, em toda sua inocência, em seus sonhos de um casamento por amor, como um perfeito conto de fadas, a dor que sinto é ainda maior. Ver alguém, cujo único erro que cometeu foi confiar nas pessoas erradas, ser destruída como ela foi é insuportável. Sei que existem muitas pessoas que sentem prazer com a desgraça alheia... e não é de hoje. Lembrem-se das fogueiras, das pessoas que eram queimadas. Lembrem-se daqueles que eram guilhotinados, açoitados até a morte... até mesmo crucificados. Existiam pessoas vibrando, aplaudindo, pedindo mais. Não é de hoje que as pessoas se divertem com o sofrimento dos outros. Mas, graças a Deus, eu não sou assim. E a dor da Kathelyn me feriu. Muito. Chorei com ela, senti meu coração se romper quando o dela foi rompido. Era como se tudo aquilo estivesse acontecendo comigo. E o que mais doía, o que era realmente insuportável era saber quem era o causador de tudo aquilo. Que tinha sido o homem que ela amou que fez aquilo com ela. 

Mas, Luna, pelo amor de Deus, o que o Arthur fez de tão grave?! Por que você o odeia tanto?! Será que consigo resumir? Foram muitas as coisas que ele fez.... Mas por que o odeio? Quando foi que ele conquistou o direito de ser um dos mocinhos que eu gostaria de ver morto no final do livro? Bem... Isso aconteceu no dia em que ele entrou em contato com um jornal de grande circulação e anunciou o término do relacionamento com a Kathelyn, sem nem dizer nada para ela. 

Só isso?! Você o odeia só por que ele rompeu o noivado? Pense de novo, gente! Não estamos falando do século XXI. Estamos na Inglaterra do século XIX, no meio de uma sociedade hipócrita e predadora, que não desperdiçaria jamais a chance de destruir alguém, de arruinar por completo uma jovem, pelo simples prazer de ver a sua queda. 

Quando anunciou o noivado, o Arthur sabia que se um dia o rompesse, a Kathelyn ficaria arruinada. Não por um simples rompimento, mas por todas as exibições dele ao longo do noivado. Todas as vezes que ele fez questão de tocá-la na frente da sociedade, de beijá-la como aqueles nobres beijavam suas amantes. Ele tocava em seu corpo abertamente, rompia todas as regras e os pais da Kathe não faziam nada porque tinham a garantia de um contrato, porque sabiam que ele iria se casar com ela e assim sua filha não corria nenhum perigo real. Mas aí ele rompe. E vai embora do país logo em seguida. Sem uma palavra. Sem uma explicação. 

O rompimento foi como uma acusação. A sociedade enxergou naquele término a condenação da mocinha. Se o duque tinha terminado o relacionamento era porque ela era uma perdida, porque provavelmente tinha entregado a ele (e quem sabe quantos outros) aquilo que deveria ter resguardado. Ele continuou sendo tratado com respeito. Era o certo da história. Ela? Para todos, era uma meretriz. Uma mulher sem honra que merecia o desprezo de todos. E que deveria se contentar em esquentar a cama dos homens. Seria para sempre uma amante. Jamais uma esposa. 

"A sociedade jamais levantaria para defender uma mulher quando um homem a acusa"

A sociedade cai com tudo em cima da Kathe. Vocês não fazem ideia do que ela passou. De como foi terrível o que fizeram com ela. E o Arthur sabia que isso aconteceria. E não se importou. Mais do que isso. Mais do que não se importar foi o que ele ainda fez depois. 

Embora tenha ficado destruída pela maneira como passou a ser tratada pelo rompimento do "mocinho", embora não pudesse mais sequer sair de casa e soubesse que não poderia mais se casar ou ter filhos, que todas as suas chances estavam acabadas, ela ainda tentou pensar positivo. Sim, seus sonhos de um casamento por amor estavam mortos. Sequer um casamento por conveniência um dia teria. Mas pelo menos tinha sua família. Eles a protegeriam, ela poderia ficar dentro de casa e o amor deles lhes bastaria. Ah, quanta ingenuidade!

Ao receber o comunicado do duque (nosso querido, maravilhoso Arthur) de que tinha um mês para pagar uma fortuna como multa pelo rompimento do noivado (foi o Arthur quem rompeu, mas exigia do pai da mocinha uma indenização por isso), o pai da Kathe surtou. Jogou para cima dela toda a culpa. Que ela tinha permitido que ele a beijasse em público, que ela tinha dado liberdade a ele, que ela tinha arruinado tudo e arrastado a família para a lama. Como o escândalo que envolveu a Kathe os atingia e pagar aquela fortuna como multa seria um golpe insuperável em suas finanças, o pai, que um dia a carregou no colo, brincou com ela, leu histórias antes dela dormir e a chamou de "minha princesinha" lhe virou as costas. Não. Não só isso. A jogou na rua. Só com a roupa do corpo. Deixando claro que ela não era mais sua filha, que não tinha mais pai, mãe ou irmã. E que não poderia levar consigo nem uma peça de roupa além daquela que a vestia e um centavo sequer. Sairia daquele jeito e iria para a rua que era o seu lugar. 

"- Saia desta casa como a meretriz que você é, com a cabeça baixa, porque mesmo esse queixo erguido que a boa vida lhe deu será dobrado pelo que ela lhe reserva.
- Para onde irei? - Sai em voz alta, mas a pergunta foi feita para si mesma. O conde que ouviu respondeu-a.
- Para onde vão as mulheres sem honra, para a rua, para o bordel, para o inferno, se assim desejar."

- Ela tinha apenas 17 anos. E foi ali que morreu. Naquele dia, quando o segundo homem que amava (seu pai) também lhe traiu. Quando a jogou na rua, sem ter para onde ir e como manter-se. Sabendo (assim como Arthur sabia que a estava destruindo) que a filha provavelmente teria que se prostituir se não quisesse morrer de fome. 

E aí o livro dá um salto de três anos. 

Ela se prostituiu? Aquela menina de dezessete anos, que cometeu o grande pecado de amar e confiar num homem e na própria família, teve que virar a meretriz que todos queriam para poder não morrer de fome? Não exatamente. Mas não venham me dizer que há honra na degradação, que ela se tornou poderosa por desempenhar o papel que foi obrigada a desempenhar. Não. Eu não aceito isso. E nem ela aceitava. Porque tinha nojo de si mesma quando se olhava no espelho. E se eu não quisesse o Arthur morto antes teria desejado vê-lo queimando no inferno quando vi no que a Kathe teve que se transformar. 

Embora não tenha chegado a vender o corpo para comer ou se tornado a "protegida" de algum nobre, foi obrigada a desempenhar um papel em que era tudo isso para a sociedade. Não a da Inglaterra. Mas da Holanda e depois da França.

- Quando foi jogada na rua pela família, após a traição do Arthur, ela não sabia o que iria fazer. Sua preceptora foi a única, dentre todas as pessoas, que não a abandonou. Então, ela partiu para a Holanda, disposta a tentar que seu amigo de infância a ajudasse. E ele realmente ajudou. De verdade. Com a ajuda dele se tornou uma famosa cantora de ópera, mas teve que se proteger por trás de um papel. Kathelyn deixou de existir. Construiu uma nova identidade. Tornou-se madame Borelli, uma jovem viúva, que foi amante do príncipe da Holanda e depois se envolveu com outros nobres importantes. Na Inglaterra isso não lhe asseguraria nenhuma proteção. Mas na França tal história, tal passado era a única maneira de ela poder circular livremente. Esteve na cama de muitos, embora não tenha estado na de nenhum. Desempenhou esse papel, mesmo sentindo-se podre por dentro. Sabia que jamais tinha feito nada daquilo, que sequer tinha sido tocada dessa maneira por alguém, mas para o mundo, para aqueles que a admiravam e desejavam, ela era alguém sempre disposta a ter "um protetor". 

Bem... Ao dizer que a Kathelyn nunca foi tocada daquela maneira por ninguém, eu não quis dizer que ela não foi tocada. Minha vontade de matar o mocinho só aumenta com cada lembrança. Sabem o que aconteceu com ela antes de conseguir chegar na Holanda? Pediu ajuda aos parentes. Não tinha nenhum dinheiro, passava fome, estava fraca e suja, mal suportando. Então... depois de receber uma recusa de ajuda de muitos, chega até seu primo Rafael, que cresceu com ela, implorando que ele lhe empreste o dinheiro para a viagem. Ele a recebe bem, claro. Ela toma um banho, come uma verdadeira refeição pela primeira vez em muito tempo e ele tenta oferecer dinheiro em troca de sexo. Ela recusa. Ele a estupra. Acreditem, quando ela conta tudo isso... é uma cena que marca a nossa mente, o nosso coração. Dói profundamente apenas lembrar. 

Tão fácil sentir compaixão pelo Arthur, não é? Pobre mocinho! Se arrependeu tanto, coitado! Enxergar o sofrimento da Kathelyn, se solidarizar com quem realmente sofreu nessa história toda, ah, isso é mais difícil, certo? 

É quando está na França que seu caminho se cruza novamente com o do Arthur. E o que vocês pensam que ele faz? Aquilo era tudo o que ele poderia desejar. Se ela já tinha estado com tantos, então era realmente a vagabunda que ele sempre julgou que fosse. Mas nem mesmo a fúria por ela ter se atrevido a se entregar a outros o impediu de querer tê-la. Na verdade, o motivou mais. Queria usá-la como os outros. Queria se satisfazer e se tivesse que chantageá-la para isso, não teria o menor escrúpulo. Afinal de contas, que direito ela teria de recusá-lo? Que diferença faria mais um?

"Não era mulher para se ter como esposa.
Era mulher para ser a amante."

- Claro que ele consegue o que queria. Embora jamais tenha se entregado a outros homens, Kathelyn nunca deixou de amá-lo. Mesmo que fosse um amor profundamente machucado. Ela não conseguia se afastar. Quando ele estava perto ela deixava que ele fizesse o que queria dela. Tentava resistir, lembrar de todo o mal que ele lhe fez, mas estava presa à doença que era o seu amor por ele. Mesmo que soubesse que só queria usá-la, que a ameaçava, que não tinha um pingo de respeito por ela, ainda assim ela não era capaz de superá-lo. De dizer:  "Chega! Você vai sair da minha vida de uma vez por todas!". Não. E isso só a destrói mais. 

Até os nobres da França, que sonhavam com a chance de tê-la em suas camas, a respeitavam mais do que o Arthur. Eles a veneravam, a tratavam como uma rainha, esperando que um dia ela aceitasse algum deles como protetor. E se eram recusados, não a difamavam por isso. Enquanto o Arthur, que tanto dizia para si mesmo que a amava, estava sempre expondo-a, gritando xingamentos, chamando a atenção dos outros para ela e a humilhando publicamente. Ele causou todas as dores dela. Ela perdeu a família, os amigos (embora não fossem amigos de verdade), a reputação, a irmã (que era sua melhor amiga e ela nunca mais pôde ver)... perdeu até o direito de estar de luto pela morte da mãe. Sim. A mãe dela, que teve que ver a filha ser jogada na rua, morreu um ano depois. Seu pai enlouqueceu, perdeu tudo o que tinha. Sua irmã teve que se casar por conveniência para não se ver arruinada também. Tudo o que ela tinha se acabou por tê-lo conhecido, por tê-lo amado. E ele? Se algo mudou na vida dele foi para melhor. Ela foi a prejudicada. Ele, o vitorioso. 

Cadê o romance desta história? É uma história de amor? Só se for de um amor unilateral. O Arthur é um perfeito anti-herói. Um egoísta dos pés à cabeça, que só pensava nos próprios desejos, em suas próprias vontades e em sua suposta honra. Nunca parou para pensar no dano que causava à ela. Nunca deu a mínima para isso. Não me digam que ele se arrependeu. Que mudou. Que pagou caro por tudo o que fez ela passar, porque isso não aconteceu. Ele "se arrependeu" porque a autora precisava disso para o felizes para sempre que ela pintou. Na essência, esse personagem jamais mudou. E nenhum arrependimento basta se ele não sofreu. Se não se arrastou sobre cacos de vidro como eu queria. Se vocês me acompanham no face, sabem que eu disse que não o perdoaria nem se ele se arrastasse sobre cacos de vidro. Só que ele nem chega perto de sofrer. Ele não paga pelo que fez. 

Ah, Luna! É que você não leu o spin off, é belíssimo! Verá como mudará de opinião se ler! Não leria nem sob tortura. Para mim, chega de Arthur. Não quero nem passar perto desse spin off. 

- Não falta talento na Babi A. Sette. Ela é uma escritora extremamente talentosa, dá para perceber a cada página. E estou falando bem sério. A escrita dela é envolvente, tem um toque de poesia e é cheia de mágica, de cenas que conseguimos realmente visualizar. Compreendo por que é tão querida pelos fãs. E se um autor consegue mexer completamente com as emoções do leitor, provocar uma bagunça nos sentimentos dele, é porque é incrível. Admiro muito a escrita dela. O que detonou o livro para mim foi ela criar um traste como mocinho, um homem abusivo, que destroça por inteiro a mocinha e depois ainda se sente no direito de causar mais dor, e depois escrever um final feliz para os dois, como se tudo o que ele fez não fosse nada. Como se a família dela também não tivesse sido destruída pelo que ele fez. Foi como se tudo o que ele fez fosse certo e merecesse um prêmio por isso. 

- Li que alguns leitores acharam que tinha um grande empoderamento feminino no livro, por causa da volta por cima que a Kathelyn dá, por ela ter conseguido seguir em frente. Mas não entendo. Realmente não entendo que empoderamento foi esse, se ela teve que se sujeitar a ser vista como meretriz, se teve que fingir ser amante para ter algum espaço no mundo, alguma liberdade. Se abriu mão novamente de si mesma para ser tudo o que o Arthur queria. Se o perdoou e ficou com ele mesmo sabendo que sua vida teria sido bem diferente se jamais o tivesse conhecido. Se ela era facilmente manipulada por ele, onde estava o seu poder? Me entristeceu muito ver a Kathelyn sendo tão dependente dele, necessitando sempre de qualquer migalha que aquele homem estivesse disposto a lhe dar. 

"Chorava porque a única pessoa que ela queria que a salvasse daquela tortura, que a levasse embora para um mundo longe de tudo aquilo, era um rosto que vinha e voltava e emergia de dentro sem que ela concedesse. Era o rosto do homem que ela queria odiar naquele momento. Era o rosto de Arthur."

- Sei que a autora é brasileira, que é uma escritora nacional. E o que penso é que seus livros merecem o mesmo que os livros das escritoras estrangeiras: sinceridade. Não faço resenhas mentirosas. Digo exatamente o que senti pelo livro. Nem os livros das minhas escritoras amadas escapam de uma resenha sincera, tanto que existem livros de escritoras que amo que estão na minha lista de livros odiados. Não é porque a Babi é nacional que direi que amei um livro que eu odiei com todas as minhas forças. 

- Também sei que nunca esquecerei esta história. Que me lembrarei do sabor amargo que ela deixou na minha boca, da angústia que senti, de todas as lágrimas que derramei pela mocinha, desejando salvá-la de toda aquela situação. Espero que O Despertar do Lírio (que lerei daqui a um mês, se Deus quiser) arranque as marcas que esse livro deixou. E que salve os livros da autora para mim. Se O Despertar do Lírio não der certo, se eu encontrar nele outro mocinho do tipo do Arthur, outro canalha assim, não terão mais livros da autora em minha estante, em minha vida. 

"As pessoas acham que a rosa é comum demais. Preferem a raridade das orquídeas ou a fragilidade das camélias. O que me intriga nisso é que ela é perfeita, e, por ser perfeita, todos a querem. Então, quando a possuem, ela passa a ser vulgar. Comum."

- Não avaliei o livro no Skoob. O que não é nada bom. Só que existem tantas coisas que deveriam ser consideradas na hora de dar estrelas ao livro, que preferi não avaliar. Qualquer estrela seria algo injusto. Se eu desse uma estrela (que significa ruim no Skoob) seria injusto com a escrita da autora, pois é realmente uma escrita belíssima. Ela sabe como conduzir o livro, como desenvolvê-lo, como criar cenas envolventes. Como eu disse, quem detona o livro é o mocinho que ela criou. Então... para não ser injusta de nenhuma maneria na hora de dar estrelas preferi não dar estrela alguma. 



Leitura do mês do Desafio 12 Meses Literários. Tema escolhido: Romance de Época

22 de dezembro de 2012

Fogo Secreto - Johanna Lindsey


(Título Original: Secret Fire)



Na fúria do desejo... eles descobriram o glorioso êxtase do amor.

Ainda que só a tivesse visto rapidamente através da janela de sua carruagem, o jovem príncipe sabia que deveria fazê-la sua...

Poucos minutos depois, lady Katherine Saint John era sequestrada numa rua de Londres como uma prostituta e levada para uma luxuosa mansão... para o prazer de seu admirador.

Porém, o que o príncipe Dimitri encontrou em sua cama foi uma tigresa cativa... consumida por uma ira feroz  pelo "bárbaro" russo que a tinha sequestrado... porém a quem, ao mesmo tempo, desejava com uma ânsia alheia a sua compreensão.




Palavras de uma leitora....



"— É teimosa, porém isso não muda nada. Você ficará... - Levantou uma mão ao ver que ela abria a boca. — Não te recomendo gritar. Do outro lado da porta estão dois guardas que virão de imediato fazê-la calar. Isso seria muito incômodo para você, além de desnecessário. Te darei algumas horas para que volte a pensar no assunto."


- Ele é gentil, verdade? Um "amor"! E esse não é o Dimitri, não. É o pau mandado dele, aquele que faz sempre o que ele quer, independente do fato disso vir a prejudicar alguém. Se o Dimitri ordenasse que ele espancasse uma mulher até a morte, ele sequer pensaria duas vezes. Sem dúvidas, um querido. 

- Ainda não sei bem o que dizer sobre essa história. Ultimamente, a paciência tem estado longe de mim e não creio que a compreensão esteja por perto. Não me sinto nem um pouco compreensiva. E muito menos sinto necessidade de ser. Dimitri não merece.rsrs... Na verdade, ele merece algo bem diferente... 


"— Já disse. Vá e busca outra mulher. 

Vladimir contemplou sombrio seu copo vazio e voltou a enchê-lo. 

— Não posso. Não me disse: "Quero uma mulher esta noite. Traga-me." Apontou para ela e disse: "Essa. Consiga-a." E ela nem sequer é bela, Marusia, salvo por seus olhos. Poderia conseguir-lhe dez ou doze mulheres mais a seu gosto antes desta noite. Ele quer esta. Deve tê-la. 

— Deve estar apaixonada — disse Marusia, pensativa — Essa é a única razão pela qual uma mulher de classe baixa recusaria tal honra. Não existe camponesa na Rússia...

— Isto aqui é Inglaterra. — recordou-lhe  — Talvez aqui pensem de outra maneira.

— Já estivemos aqui antes, Vladimir. Nunca tiveste tal problema. Te digo que ela está apaixonada por alguém. Porém existem drogas que podem fazê-la esquecer, turvar sua memória, torná-la mais disposta...

— Ele acreditará que ela está bêbada — replicou severamente Vladimir. — Isso não lhe agradará de modo algum.

— Ao menos a terá."



- Vocês não entenderam errado. Realmente uma mulher sugeriu que outra mulher fosse drogada, para que um homem a usasse como quisesse e não necessitasse gastar energias desnecessárias, sabe? Imagina quanto tempo o Dimitri gastaria lutando contra a Katherine! Pois se não estivesse drogada, ela lutaria até o último instante e isso não era conveniente. Tudo que o Dimitri queria era uma noite de sexo com a mulher que ele escolheu, independente da vontade da mulher em questão. Por isso o melhor a fazer era drogá-la. E a sugestão veio de outra mulher. O mundo realmente está perdido. Por mim, Dimitri, Marusia, Vladimir, Sonia e mais alguns, podem queimar no quinto dos infernos. São um bando de filhos da pontualidade. Não. Nem isso! São filhos de uma chocadeira!!! Vocês não fazem ideia do quanto eu estou furiosa aqui. E acreditam que eu li resenhas nas quais as pessoas mencionavam que esse livro lembra um conto de fadas??????!!! Então eu nunca li um conto de fadas na minha vida, pois não achei nada parecido com um conto de fadas. Se isso é um conto de fadas... eu li outro tipo de coisa em minha infância.rsrs...



Um pequeno resumo:


Ano de 1844. Século XIX.

Lady Katherine Saint John estava fazendo o que fazia sempre: protegendo os seus. Ou ao menos acreditava que estava fazendo isso. Desde a morte da mãe que ela assumia o papel de senhora da casa e mãe dos irmãos e até mesmo do pai. Tudo estava sempre nas costas dela. E daquela vez não foi diferente. Ela bem que gostaria de fechar os olhos para o que sabia que iria acontecer... Mas não podia. Era sua irmã e era seu dever protegê-la, zelar por seu futuro. Não podia simplesmente deixá-la estragar toda sua vida por causa de um sentimento tão estúpido como o amor. E foi pensando nisso que Katherine pegou emprestada as roupas de sua criada e seguiu Elizabeth, sua irmã caçula, que pretendia fugir com o homem por quem estava apaixonada, jogando toda sua reputação e herança no lixo.

Katherine poderia simplesmente impedir a irmã de sair de casa, mas ela sabia que outras oportunidades surgiriam e Elizabeth acabaria por conseguir escapar. O que ela necessitava era seguir a irmã para ter provas do que ela pretendia fazer e assim, com a consciência tranquila, poder trancá-la numa casa no campo até que arranjasse um marido adequado para ela ou Elizabeth recuperasse o juízo. 


O príncipe Dimitri Petrovich Alexandrov estava furioso. Logo agora que ele finalmente tinha decidido se casar e estava cortejando sua escolhida, sua irmã resolveu provocar um escândalo terrível na Inglaterra, forçando-o a sair da Rússia e ir buscá-la, antes que ela envergonhasse ainda mais a avó materna de ambos. Será que Anastasia não podia ser mais discreta? Por que não agia como ele? Mas não. Teve que ser estúpida o suficiente para ser pega enquanto transava com o marido de uma lady inglesa. Foi um verdadeiro escândalo e agora ele tinha que adiar seus planos para resolver seus problemas.


Dimitri, graças às indiscrições de sua irmã, é obrigado a sair da Rússia para buscá-la e assim, seu caminho acaba cruzando com o de Katherine, que seguia a irmã vestida como uma criada. O desejo sexual é imediato e Dimitri sequer pensa nas consequências ao ordenar que seu criado de confiança consiga para ele exatamente aquela jovem. Independente do preço a ser pago por esse prazer. Ele a queria e não aceitava um não como resposta. E Vladimir, o criado de Dimitri, seguiu ao pé da letra a sua ordem. Conseguiu a jovem. Sequestrando-a. E drogando-a, quando ela se recusou a servir de objeto sexual para o príncipe. 

Aproveitando-se do efeito da droga, Dimitri usa Katherine até que ela, esgotada, adormece. E na manhã seguinte usando de desculpas estúpidas ele a leva para a Rússia, disposto a mantê-la ao seu lado até que seu desejo por ela acabe. 

Só que as coisas nem sempre podem ser como a gente quer. E Katherine não toma conta somente da mente  de Dimitri e o faz desejá-la cada vez mais. Ela também invade seu coração, fazendo-o amaldiçoar o dia em que a conheceu.

Pena que isso não tenha sido exatamente um castigo...


"Vladimir sentiu uma momentânea pitada de piedade. Ela tinha sido verdadeiramente usada. Na habitação fechada, o odor das atividades da noite anterior era nauseante. Por certo, isso era o primeiro a se fazer: deixar que entrasse um pouco de ar puro.

Empurrando, afastou da janela o pesado guarda-roupa, respirando com dificuldade por causa do esforço; logo recebeu com agrado a brisa do amanhecer que entrou pela janela. 

— Obrigada, Vladimir - disse o príncipe, às suas costas.

—Meu senhor! — exclamou Vladimir, voltando-se rapidamente. — Me desculpe. Eu só ia despertá-la e...

— Não faça isso.

— Mas...

— Deixe-a dormir. Ela precisa. E eu desejo ver como ela é quando está em seu perfeito juízo.

— Não... Não o recomendo. — respondeu Vladimir, vacilante. — Não é uma jovem muito agradável.

— Não é? Bem, isso me parece impressionante, considerando o quanto ela foi agradável durante toda a noite. Para dizer a verdade não consigo recordar a última vez que desfrutei tanto."



- Está aí mais um trecho que muito me emociona.rsrs... Dimitri é um mocinho tão cheio de dignidade, tão honrado, que mesmo sabendo que a menina está drogada e que NÃO queria transar com ele, se aproveita completamente da situação. E achando tudo maravilhoso ainda por cima! Ele não a usou uma só vez. Foram várias. E ainda se sentiu incomodado quando Katherine finalmente adormeceu. Na manhã seguinte, ainda achou um absurdo ela não aceitar o valor generoso que ele lhe oferecia pela noite maravilhosa que passou ao seu lado e a considerou uma jovem antipática por ela reclamar tanto e jurar que faria com que seu servo pagasse pelo que tinha lhe feito. O que eu faço com um mocinho desses? Mato, verdade? Mas nem isso seria suficiente. A morte seria um castigo piedoso demais. Ah, não! O Dimitri merecia algo um tanto mais... satisfatório para mim. 


"— Sabia que ela era virgem, Vladimir?

— Não, meu senhor. Teve importância?

— Acredito que para ela, sim. Quanto ia pagá-la? 

Tendo em quanta essa nova informação, Vladimir duplicou o valor que tinha em mente.

— Cem libras inglesas.

Dimitri o olhou de lado.

— Que seja mil... não, duas mil. Quero que ela possa gastar em algumas roupas elegantes."


- Claro... Com dinheiro sempre se resolve tudo, não é? Eu bem que poderia dizer o que ele deveria fazer com esse dinheiro...


- Quando Katherine acorda, na manhã seguinte, e se lembra do que aconteceu, fica furiosa, desejando que Dimitri desapareça de sua frente o mais rápido possível. Ela não está com nenhuma vontade de ser compreensiva e antes que ele a deixe só, jura que fará o servo dele pagar pelo que tinha feito. Como Dimitri estava buscando uma desculpa para mantê-la com ele por mais algum tempo, ao ouvi-la, não pode ficar mais feliz. Era a desculpa perfeita! Como o imperador da Rússia estava prestes a visitar a Inglaterra e um escândalo envolvendo russos não seria bem-vindo, ele precisava afastar a Katherine daquele lugar. Sendo assim, ele ordenou ao Vladimir que a levasse para o barco, pois ela viajaria com eles, evitando assim problemas desnecessários. E Vladimir quase mata a garota. Mais uma vez, seguindo as ordens de Dimitri.

Ele a coloca dentro de um baú e não faz furos na droga do baú, deixando a mocinha ali dentro por tempo quase suficiente para matá-la. Quando ele finalmente se lembra da garota, ela já está desmaiada e quase morta. E o que Dimitri faz com o servo por quase matar uma jovem que teve a infelicidade de ser vista e desejada pelo maravilhoso príncipe???!!! Nada!!!!!!!! Ele não faz absolutamente nada contra a peste do Vladimir. Afinal de contas, Katherine não passava de uma criada (segundo a opinião dele) e Vladimir não tinha feito de propósito. 


- Eu poderia colocar mais trechos aqui e contar toda a história, mas não estou com paciência para isso. Não me agrada falar dessa história e as coisas que eu gostaria de dizer, não seriam educadas, sabe? rsrs... Existem tantos nomes que eu gostaria de usar contra o Dimitri, tantas palavras interessantes... Mas não. Minha educação não permite que eu faça isso aqui.kkkkkk... Por isso, tenho que me contentar em falar somente algumas coisas.

- Para começar, o Dimitri não me agradou desde o primeiro instante. Ele é lindo, tem um sorriso de abalar corações e um charme capaz de deixar as mulheres de pernas bambas, mas também existia algo nele que não me agradava. Talvez fosse o fato de eu já saber que espécie de traste ele era, mas não aposto muito nisso, não. Simplesmente creio que deve ter sido o modo como ele viu as atitudes da Anastasia ou o fato dele pouco se importar pelo fato da Katherine ter sido drogada. Ele a usou de forma tão descarada, sabendo o que tinha sido feito com ela e somente incomodado por achar que não conseguiria dar conta e teria que chamar seus homens para continuar de onde ele tivesse parado, que eu senti muito nojo dele. Literalmente. Deus! Será que eu tenho algum problema por achar um absurdo o que tinham feito? Porque era impressionante que ninguém nessa merda de história enxergava o tamanho do crime que tinha sido cometido contra a Katherine. Eles achavam tudo normal e que ela não tinha sofrido nenhum dano. Como que não tinha sofrido dano? Eles sequer sabiam se ela era casada, se estava apaixonada por alguém e mesmo esse não sendo o caso, ela simplesmente não queria. Será que ninguém ali conhece o significado da palavra "não"?! São imbecis? Inferno, eles não levaram em conta que a droga do corpo era dela e que ninguém tinha o direito de possuí-lo contra a vontade dela!!!!!!!!! E eu achei uma piada o fato deles sequer considerar aquilo um estupro. E o que era se não fosse um estupro????!!! Ela não cedeu, droga! A droga é que a controlou, que a fez perder o controle e deixar de pensar. E foi exatamente por ela não ceder que eles a drogaram, pois o príncipe a queria e iria tê-la por bem... ou por mal. A Katherine não queria aquilo. Se não estivesse drogada, ela lutaria até cansar, então foi um estupro. Ninguém me convence do contrário.


- Foram tantas as coisas que o Dimitri fez contra a Katherine que eu já não sabia mais que nome usar contra ele. Peste, filho da p..., praga dos infernos, filho do cão, filho de chocadeira, maldito desgraçado, traste, lixo, canalha... entre alguns outros que não posso citar aqui... já não eram suficientes. Eu necessitava de mais palavras para ficar satisfeita e não encontrar mais palavras só me deixou mais irritada. Foram muitas as vezes nas quais o mandei para o inferno, de onde ele sequer deveria ter saído. E foram muitas as maneiras que eu imaginei de matá-lo.kkkk... Só que não seria algo rápido, sabe? Não. Não estou tão boazinha assim. Ele teria que sofrer os tormentos do inferno antes de finalmente voltar para lá. E acho que ainda assim eu não ficaria satisfeita.

- Essa praga achava que o mundo, o Sol e as pessoas tinham que girar ao seu redor. Que suas vontades tinham que ser sempre satisfeitas, senão ele se tornava intratável e todos tinham medo sequer de se aproximar dele. Parecia, como a Moniquita disse, uma criança mimada que faz birra quando os pais não fazem o que ele quer. Numa criança eu perdoo isso. Claro que incomoda, mas eu adoro crianças e acho que isso até faz parte. Mas o Dimitri já tinha deixado de ser criança fazia tempo e seus pensamentos não eram nada infantis, suas atitudes eram dignas de um psicopata, e seus ataques de mau gênio simplesmente me irritavam além da conta. Será que ele não enxergava o quanto era ridículo e insuportável? De belo, só tinha a cara e o corpo, no resto simplesmente deixava a desejar. Qualquer mulher que o quisesse, seria somente por sua beleza física e seu desempenho na cama. Ele não tinha verdadeiras qualidades. 


- Uma coisa que achei simplesmente absurda, foi a própria Katherine passar a ver as coisas de forma estúpida. Obra da autora, é claro! Afinal de contas, "isso" é um romance.kkkkkkk... A ideia é que nos apaixonemos pelo casal e que vejamos beleza em tudo, que vejamos tudo como algo muito romântico (sim. Uma piada.kkkkkk...) e que o Dimitri seja o príncipe com o qual qualquer mulher sonharia. Quando a Katherine passou a se achar uma tonta por continuar lutando contra a vontade do Dimitri e colocou na cabeça que qualquer mulher no lugar dela se sentiria honrada por ter aquele Adônis atraído por ela, e que cederia sem pensar duas vezes... eu não sabia se ria, chorava ou atacava minha cabeça contra a parede.kkkkkkkkkkk.... Eu não posso com algo assim, gente! Deus do céu! A questão toda era a beleza dele? Quer dizer que um homem belo e rico pode tudo e deve ser perdoado por atitudes como essa? Se ele fosse feio e pobre aí sim deveria ser condenado?! É o que eu acabo por pensar. Só seria crime se ele fosse feio, ele sendo belo, não é crime algum. Definitivamente... eu não posso com algo assim.rsrs...


- Katherine é uma mocinha complicada. Também não gostei dela no início. A achei muito intrometida e fria e tudo que eu desejava era que ela tomasse conta da sua maldita vida e deixasse a irmã em paz. Ela não acreditava no amor e por isso estava disposta a livrar a irmã de cometer um terrível erro, já que o cara por quem ela estava apaixonada não tinha dinheiro. Tinha perdido toda sua fortuna e estava endividado. O importante para a Katherine era que a irmã fizesse um casamento "adequado" independente do fato de amar ou não o marido. O amor era algo para idiotas e o importante era somente a posição social e fazer o que era adequado, esperado de uma dama. Para mim, uma coisa é uma pessoa não acreditar em algo, outra bem diferente é ela querer que os outros vejam como certo somente o que ela quer e é ainda pior, ela tentar estragar a felicidade da irmã. Eu sei que a intenção dela não era fazer a irmã infeliz, ela somente queria que a irmã fizesse a vontade dela. Ironicamente, a vontade do Dimitri também não era fazê-la infeliz... tudo que ele queria era que ela fizesse a vontade dele. Muito interessante isso.rsrs... Não estou dizendo que achei justo o que aconteceu com ela (se achasse o livro receberia cinco estrelas e entraria para a lista dos preferidos), mas a questão é que os dois são parecidos. Tudo tem que ser como eles querem, senão eles lutam por aquilo e dane-se a vontade dos outros. No fundo, eles formam um lindo par!kkkkk... Se merecem totalmente. 

Mas não vi somente coisas negativas na Katherine. Eu adorei seu orgulho e sua coragem. Ela passou por tantas coisas de cabeça erguida e foi tão forte que não pude deixar de admirá-la. Ela me lembrou a Sheila (de A Carícia do Vento) e a Gelina (de A Conquistadora) em alguns momentos. E isso só complicou a situação do Dimitri. O meu ódio por ele só aumentou depois que algumas atitudes da Katherine me fizeram lembrar dessas mocinhas que tanto amo. Se eu já desejava acabar com ele de forma lenta e dolorosa, depois disso esse desejo só aumentou. 

Katherine me fez admirá-la todas as vezes que lutou contra o Dimitri e manteve seu orgulho. Todas as vezes que ela suportou situações humilhantes sem se deixar abater. Ela era pura força, pura coragem e eu gostei muito disso nela. Infelizmente, ela não fez com que eu a amasse, mas sempre que me lembrar dela, lembrarei de sua coragem e seu orgulho. Quanto ao Dimitri... sempre que me lembrar dele, meu dia ficará péssimo.rsrs...


- Bem... Não desejo falar mais nada. E claro, não recomendo a história. Nem se estivesse louca faria isso!kkkkkk.... Para mim, não foi um prazer ler essa "coisa", essa porcaria. Continuo admirando a Johanna Lindsey por sua escrita que sempre me envolve, por seu jeito de escrever a história que simplesmente nos impede de abandonar o livro, por mais ódio que a gente sinta pelo mocinho e pelos romances belíssimos dela que já li, embora tenha passado raiva até mesmo com eles.rsrs... Não será por causa desse livro que deixarei de admirar a autora e que ela deixará de ser uma das minhas autoras queridas. Mas que eu quero distância dos livros dela por um tempo, isso eu quero!kkkkkk... 


- Ah! Uma coisa que não deixarei de dizer, é claro: o livro é digno de uma estrela no skoob = ruim. Se eu fosse levar em conta a escrita da autora, o livro receberia cinco estrelas. E vocês acham isso justo? Acham que o Dimitri merece que o livro dele receba cinco estrelas somente porque admiro o jeito de escrever da autora? É óbvio que não! Isso seria muito injusto, sendo assim eu jamais poderia dar mais de uma estrela para essa história. E ele só recebe uma estrela porque isso significa que a história é ruim!kkkk... Se não fosse por isso, nem uma estrela ele receberia. E... o livro ainda ganhou dois prêmios! :D Passagens só de ida para as listas de: romances que odiei e os piores romances que li. Um ótimo prêmio, verdade? Maravilhoso!kkkkkk...


- Essa história foi uma indicação da minha amiga Moniquita. Calma!!!!! Ela não me enganou!kkkkkk... Ela deixou bem claro que eu odiaria a história. Mas ela queria muito saber minha opinião pela história e depois de uma eternidade, eu finalmente criei coragem (não sei se esse deveria ser exatamente o nome. Acho que "finalmente perdi o juízo" ficaria melhor.rsrsrs...) para ler essa história. 


Gostariam de saber a opinião da Moniquita sobre o livro? Basta ler a resenha dela, clicando AQUI. :)



Querem uma ótima notícia?!kkkkk.... O livro faz parte de uma série! Realmente uma delícia de notícia!rsrs... Só que a série não é exatamente uma série. Apenas todas abordam o mesmo tema: mocinhos que sequestram mocinhas e a tornam suas escravas particulares. Existe um grupo que traduz os livros (já que nenhum deles foi até hoje publicado aqui no Brasil) e já existem cinco livros traduzidos pelos fãs. Para encontrá-los, basta que vocês procurem no Google. :) É fácil de encontrar.

O nome dos livros já traduzidos:

1- Assim Fala o Coração (já resenhado no blog)
2- A Noiva em Cativeiro (já resenhado no blog)
3- Escrava do Desejo
4- Fogo Secreto (link para a resenha da Moniquita)
5- O Amor do Pirata (já resenhado no blog)


Bjs!



13 de novembro de 2011

Fogo Eterno - Lynne Graham



TEMPO DE AMAR

 
Quando sua assistente pessoal pediu uma licença prolongada, causou um enorme inconveniente ao bilionário grego Alexei Drakos. Ele contava com Billie Foster para tudo, desde administrar sua vida até se livrar de suas namoradas. Mal sabia Alexei que Billie se afastara para ter o bebê dele! Na verdade, ele sequer se lembrava da tórrida noite que tiveram e não fazia ideia de que ela estava grávida! Com Billie ausente, havia algo faltando para Alexei. Quando ela retorna, ele precisa lhe oferecer algo especial para fazê-la ficar... Quem sabe uma aliança de casamento... ainda que de conveniência?

 

TEMPO DE PERDOAR

 
O bebê de Billie nasceu, mas ela não contou a Alexei sobre o filho deles. No entanto, quando retorna à Grécia e ele lhe propõe um casamento de conveniência, ela sabe que precisa se arriscar para ficar com o homem que ama. Mas, na noite de núpcias, Alexei se surpreende ao descobrir que sua esposa não é virgem... e essa é apenas a primeira das revelações chocantes neste turbulento casamento.




Palavras de uma leitora...


- Bem... Confesso que não sinto muita vontade de fazer essa resenha. Hoje, toda hora que vinha fazer a resenha, acabava desistindo...rsrs... As coisas que talvez diga aqui (ainda não sei ao certo o que vou dizer, mas sei que não será bom) irão me atingir bastante, pois a Lynne Graham é minha autora amada. Falar mal de um livro dela é uma tortura...rsrs... Porém, eu tbm não conseguiria falar bem de um livro que detestei. Enfim... Depois de Passado Que Condena eu acreditava que nunca mais iria mandar outro livro da minha autora para a lista de romances que odiei. Mas estava enganada. A Lynne se esforçou bastante para me decepcionar outra vez...

- Ultimamente minhas autoras queridas têm estado dispostas a me aborrecer além do tolerável. Recentemente mandei um livro da Celeste Bradley (Adorável Trapaceiro/Maldito Traidor) para a lista de romances que odiei. O livro não teve chance alguma de salvação. É sem dúvida nenhuma um livro que eu gostaria de ter mandado com uma passagem só de ida para o inferno. Mas não podemos fazer tudo que queremos, então, tive que me conformar enviando o tal livro para a lista de romances odiados. Mais recente ainda, eu me recusei a escrever o suficiente sobre um livro da Judith McNaught (uma autora sensacional que escreve livros que nos emocionam demais, mas que errou feio ao escrever Milagres). Eu não quis exagerar na resenha e sabia que se continuasse escrevendo, era isso que iria acontecer. Enfim... Falar mal de um livro de uma autora da qual não somos fãs, é fácil. Mas falar coisas ruins de um livro de uma autora querida, é uma tortura. Não é segredo para ninguém aqui que a Lynne é uma das minhas autoras mais preciosas e eu perdoo muitas coisas dos mocinhos dela que não perdoaria num livro da Violet Winspear, por exemplo. Quem conhece os livros da LG, sabe: seus mocinhos são canalhas na maior parte do tempo. Se a história se passar em 365 dias, o canalha será um verme surdo e sem cérebro funcionando até o 364º dia. E ainda irá aprontar um pouco mais nas últimas 23 horas e cinquenta minutos. Aí, se achando completamente leve por ter pisado bastante na mocinha, ele, num momento de profunda reflexão, (faltando dez minutos para completar os 365 dias), irá perceber que sempre a amou e que TUDO QUE FAZIA ERA POR AMÁ-LA!!!! Aí, ele vai dizer que a ama com todo o seu coração... Em alguns casos pode dizer que estava perdido antes de encontrá-la e que não pode imaginar sua vida sem seu capacho... Perdão! Não era isso que eu queria dizer...kkkk... No lugar de capacho, ele dirá que não imagina sua vida sem seu amor...rsrsrs... Eles pisam nas mocinhas, fazem chantagens, se vingam, humilham em privado e publicamente também... Se recusam a enxergar a verdade que está batendo na cara deles. Não têm porcaria de cérebro em funcionamento quando é para pensar no que realmente se deve (Posso citar o que a Carlita mesmo percebeu no livro Passado Que Condena: como que uma mocinha sem moral e que não gostava do mocinho iria permanecer virgem por dez anos depois de se separar dele????!!!! E se não tivesse tido que se humilhar para o mocinho, seria provável que ela morresse virgem. Se não era dele, não seria de ninguém e ponto final.rsrsrs...), têm sérios problemas de audição, mas somente quando a mocinha cansa de ser acusada e decide gritar todas as verdades para eles. Aí, nesses momentos eles parecem estarem com algo bloqueando o ouvido deles. Não escutam! É como se as mocinhas estivessem falando com as paredes! E confesso: esse problema de audição é uma das coisas que mais me irritam nos mocinhos-vilões da Lynne. Não lembro se já comentei aqui, mas quando leio cenas assim eu sempre penso que se fosse comigo, eu puxava o miserável pelos cabelos e gritava dentro do ouvido dele. Não tenho paciência para tanto!kkkkk.... Enfim... E quando acreditam que ainda não fizeram o bastante, que as mocinhas ainda precisam sofrer mais, eles decidem ameaçar tirar os filhos delas. E não é que o cachorro do Alexei decidiu incluir esta estupidez na lista de coisas ruins que iria fazer? Pois bem... Não é à toa que esse livro já tem passagem só de ida para a lista de odiados. Mas fiquem tranquilos, esse não é o único motivo. Um dos motivos mais fortes para esse livro ir para aquela lista... A gota que fez o copo transbordar veio da suposta mocinha. O Alexei pode ser um verme, um lixo que eu nunca iria querer ter como marido, mas a mocinha é uma ordinária que não nasceu para ser mãe. Aquela sem vergonha, filha da pontualidade, é a pior mocinha da LG que eu tive o desprazer de conhecer. Maldita seja aquela tonta! Se ela estivesse na minha frente eu... (respira fundo, Luna). Se eu fosse uma assistente social, tirava o menino dela. Se o Alexei e o bebê (filho da maldita) estivessem se afogando e ela só pudesse salvar um... Tenho certeza absoluta de que ela correria para salvar o Alexei e deixaria o filho morrer. Ela poderia perder tudo, menos o Alexei. O Alexei era o ar dela. O filho???!! Ah, não era nada de tão importante! Miserável! Sinto vontade de mandá-la para a forca! (respira fundo de novo, Luna!!!) Alguém aqui já escutou aquela música da Shakira na qual ela diz que morra o último poeta, que seja contaminada toda a água do planeta, que tudo de ruim aconteça... Mas que "ele" fique? Ele, no caso, é o amado dela. Vou colocar um trecho aqui...rsrs...

Que se destruyan en el mundo los placeres
Y que se escriba hoy una ultima canción

Pero que me quedes tú y me quede tu abrazo
Y el beso que inventas cada día
Y que me quede aquí después del ocaso
Para siempre tu melancolía
Por que yo (yo) si (si) que dependo de tí
Y si me quedas tú
Me queda la vida

 
Que desaparezcan todos los vecinos
Y se coman las sobras de mi inocencia
Que se vayan uno a uno los amigos
Y acribillen mi pedazo de conciencia
Que se consuman las palabras en los labios
Que contaminen todo el agua del planeta
O que renuncien los filántropos y sabios
Y que se muera hoy hasta el último poeta

(Música: Que Me Quedes Tú/Cantora: Shakira)

- kkkkkk... Não me entendam mal, eu gosto muito dessa música. A conheço faz uma semana, creio, e gosto bastante dela. Confesso que na primeira vez que a escutei, a achei estranha, mas depois entendi...kkkkkk... Enfim... Mas eu lembrei da música quando li uma cena bem desagradável. Aí, pensei assim: Se a mocinha pudesse mudaria um trecho da música. No lugar de "Y que se muera hoy hasta el último poeta, pero que me quedes tú...", ela diria: "Y que se muera hoy hasta mi hijo, pero que me quedes tú...". Aquela maldita podia até "amar" o filho, mas desde que nunca precisasse escolher entre ele o Alexei. Se tivesse que fazer uma escolha, queridos leitores, ela escolheria o Alexei. Ela podia perder tudo, absolutamente tudo... menos ele. E eu não posso aceitar isso. Aquilo não é mãe. É uma cópia muito malfeita! Não sei o que a LG tinha na cabeça quando decidiu que aquela ordinária servia para ser mocinha. Aquela garota é muito mais do que tonta... Enfim... Mas vamos continuar. Por etapas, certo? Começo por onde? Deixa eu pensar... rsrsrs...

"- Eu não quero seu conselho! - Billie gritou em grego.

- Fique à vontade - murmurou Alexei sedosamente. - Mas certifique-se de manter a calcinha no lugar." (página 25)

- Necessito comentar sobre esse trecho? Não, verdade? Mas vou dizer uma coisa: se ele tivesse dito a última frase para mim, perderia todos os dentes da boca. Podia até ser um conselho, mas era o modo totalmente inadequado de dá-lo. Do jeito que meu sangue ferve por causa de mocinhos assim, tenho certeza de que se fosse comigo o cretino iria apanhar. Não sou uma pessoa agressiva, mas tenho certeza de que seria se encontrasse na vida alguém como o Alexei.

"A equipe de Alexei era toda de funcionários masculinos, e Billie foi assiduamente ignorada até a primeira vez em que ele lhe telefonou no meio da noite, para que ela o ajudasse com uma pequena crise, e os funcionários descobriram então que tinham de contatar Alexei através dela. Mais tarde naquela semana, com o 'gelo' quebrado, ela perguntou para um dos homens por que eles a excluíam tanto.

Panos lhe deu um olhar sem graça.

- Mais cedo ou mais tarde, as funcionárias do sexo feminino acabam na cama com Alexei - contou ele relutantemente. - E isso nos deixa desconfortáveis. Depois de uma ou duas semanas, Alexei sempre transfere essa pessoa do escritório principal para outro trabalho. Nós conhecemos o esquema. Quatro mulheres já entraram e saíram desse seu cargo num curto período de tempo." (página 31)

- Como é que é???!!! Leram bem o trecho acima? Vocês ainda duvidam do fato de que eu seria capaz de agredi-lo?! Não brinco. Falo muito sério. A Billie pode inventar um milhão de desculpas para esse tipo de comportamento do Alexei, mas ele perdeu todo o respeito que eu poderia vir a sentir por ele. Ele não respeita o próprio ambiente de trabalho. Não me interessa se as funcionárias se esfregaram em cima dele ou pularam em sua cama (com ele na cama), ele não colocou limites, então, era porque não os queria. Sabia muito bem o que estava fazendo. Não era nenhuma criancinha. Se queria transar com todas as suas funcionárias por que não resolveu ser dono de um bordel? Ser dono de um lugar assim combina mais com ele. Aí, ele poderia dormir com todas e eu não veria nada de mal nisso. Bem... porém o livro não escaparia da lista para onde vai. E se ele realmente fosse dono de um lugar assim o livro seria feito em pedaços sem eu pensar duas vezes. Nem o fato de ser da LG o salvaria! Espero que ela nunca use uma droga forte o suficiente para fazê-la colocar algo assim num livro dela. Gente, juro que nunca mais eu leria algo dela, se lesse um livro no qual o mocinho fosse dono desse tipo de lugar. Mas vamos continuar...

"Durante o segundo mês em que ela estava trabalhando lá, ele passou a noite no seu iate com duas modelos gêmeas, Katia e Kerry, que mal podiam articular uma sentença inteligente entre elas." (página 31)

"- Leve-as às compras - Alexei instruiu Billie na manhã seguinte, dando-lhe um cartão de crédito. - E não olhe as etiquetas de preços.

Billie viajou para a praia de lancha com as duas louras dando risadinhas. E, enquanto as escoltava para as butiques exclusivas, foi obrigada a ouvir sobre as habilidades sexuais de Alexei na cama." (página 32)

- Sinceramente, gente, quanto mais trechos releio dessa porcaria, mais aborrecida eu fico. Por Deus! Ou eu tenho um sério problema, vivo em outro planeta, ou a atitude do mocinho está abaixo de qualquer decência. Não é ser puritana, gente! Mas ele ultrapassou os limites do aceitável. Não me interessa o que as pessoas façam das suas vidas na vida real, ou como elas se comportam entre quatro paredes (se têm relações com duas pessoas ao mesmo tempo, com duas irmãs na mesma noite...), mas num livro eu não tolero. Lynne Graham não costuma colocar esse tipo de coisa e ela sabe muito bem disso! Não sei que porcaria ela tomou, só sei que isso afetou drasticamente esse livro! Qual é o problema com as autoras ultimamente?! Pelo amor de Deus! Transar com duas mulheres que são irmãs na mesma noite é nojento! E sabe o que é mais nojento? Ele virar para a mocinha no final da porcaria da história e dizer que sempre a amou! Eu sequer acredito que ele passou a amá-la depois e nunca acreditaria que ele a amava enquanto um sem número de mulheres passavam por todas as camas de todas as casas dele! No final desse lixo vocês acreditam que o desgraçado teve a coragem de se achar muito bonzinho por ter se livrado de todas as tais camas? Eu gostaria de dizer do que ele deveria ter se livrado, mas minha educação não permite. E o fato de adolescentes tbm lerem o blog tbm me impede de falar a tal palavra, mas creio que vocês entenderam. A Lynne ultrapassou os limites para mim. Depois desse livro vou precisar de vários meses antes de ter coragem de ler outro livro dela. Ela é minha autora amada, mas me decepcionou. Nenhum livro que li dela teve um mocinho tão sem moral e uma mocinha tão sem instinto materno quanto nesse livro.

E sabem o que o cretino fez depois que a mocinha falou, indignada, que não era para ele colocá-la numa posição na qual tivesse que ouvir outras mulheres falando da perfomance sexual dele? Acompanhem:

"Alexei a olhou por um momento, então caiu na gargalhada.

- Qual foi a minha nota? Recebi zero ou fui considerado um herói?" (página 32)

- Sem comentários. Se eu falar alguma coisa sobre isso... (Mais uma vez, Luna! Respire fundo! Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. Respira de novo! Não vale a pena perder o controle por causa desse livro. Não faz bem para sua saúde.)

" - Você sabe que isso é errado. Sabe que gosta muito mais de mim como funcionária do que como alguém que compartilhe sua cama - disse ela fervorosamente.

- Mas tê-la preenchendo as duas funções poderia ser incrível - replicou Alexei com convicção. - Eu reduziria o número de outras mulheres." (página 61)

- Sem necessidade de comentários.

- Bem... Vou tentar (como podem ver: tentar) explicar algumas coisas antes de colocar um trecho totalmente fatal aqui.

O livro começa quando a mocinha já "fugiu" para ter o filho que estava esperando do Alexei. Ela trabalhava como assistente pessoal dele há alguns anos e era louca por ele. Não me pergunte o que ela viu dentro dele. No seu interior. Algo de bom, sabe? Que a fizesse amá-lo. Mas o amor é irracional... Enfim... Na noite após o funeral dos pais do Alexei, o cretino resolveu beber além da conta e transar com a mocinha. Ela sequer pensou muito. Aquilo era tudo que ela sempre quis. Aí, depois de transar com ela (não vou dizer fazer amor, porque não acredito nem por um segundo no amor dele.) e de tomarem banho juntos, ele acaba sofrendo um acidente que o faz perder a memória. Mas claro que não foi a memória de toda sua vida! A única coisa que ele esqueceu foi que fez sexo com ela!kkkkkkkk... Para que a LG colocou meu tema favorito nesse livro? Só para me irritar ainda mais! Mas que droga! Aquilo não convenceu nem um pouco sequer! A amnésia soou falsa. Sem sentido. Se era causada por um trauma, a morte dos pais, ele deveria ter esquecido de mais coisas. Como por exemplo, a morte dos pais. Mas esquecer somente os momentos que passou com a Billie foi totalmente falso. Eu já estava muito mais do que furiosa e não tinha lido nem 100 páginas de um livro com 311 páginas! Enfim... Depois da mocinha se preocupar com a saúde dele e chamar um médico, ele fica revoltado e pouco tempo depois recomeça o namoro com sua paixão da juventude. Sim. Além de esquecer que tinha transado com a mocinha, ele recomeçou o namoro com outra mulher, um amor do passado dele. Fica claro que ele tbm fez sexo com a tal da Calisto e ainda passou quase um ano com a tal mulher. O filho da Billie nasce, completa alguns meses e ele ainda está com a Calisto. Mas vou parar de falar do Alexei agora. É a vez de falar da sem vergonha da mocinha.

- Primeiro de tudo: para mim, ela não passa de uma idiota que merece o homem que arranjou para a própria vida. A Lynne pode ter feito as páginas finais do livro transbordarem mel, mas nada me convence de que o Alexei vai ser fiel a Billie. Fidelidade (uma única mulher em sua vida) não faz parte do dicionário dele. Ele não se satisfaz somente com uma. Segundo: esconder do mundo que aquela criança linda e necessitada do amor da mãe era filho dela fez eu vê-la como um lixo, um nada, em forma de gente. Ela teve vergonha do filho desde o início. Não. Ela não escondeu o fato de ser mãe da criança para proteger o Alexei ou o filho. Ela só pensou nela. No que os vizinhos pensariam dela! Depois que o menino nasceu ela fez todos acreditarem que o menino era filho da tia dela. Rejeitou aquele menino e falo sinceramente quando digo que ela não parecia amar aquela criança como se fosse filho dela. Ela podia até gostar do mocinho. Mas é como gostamos dos filhos dos nossos amigos, por exemplo. Achamos os bebês umas gracinhas, pegamos no colo e brincamos com eles, mas não somos capazes de amá-los tanto quanto a mãe dos bebês os amam. Billie era incapaz de sentir amor materno. Não digo que ela não amava a criança. Só digo que não era aquele amor incondicional que só uma mãe de verdade sente. E terceiro: o fato da mocinha escolher o Alexei no lugar de preferir ficar com o filho me fez desejar acabar com a raça dela! Eu senti um ódio violento dessa vadia miserável naquele momento! Como ela teve coragem de fazer aquele tipo de escolha! Praga infeliz! Eu queria que ela desaparecesse do livro! Seu sentimento de culpa era muito fraco. Seu suposto amor era ridículo. Aquilo sequer merecia ter o filho maravilhoso que tinha! Não merecia ter filhos! Aquela peste! Queria poder entrar na droga desse livro somente para ensinar algumas coisas para aquela coisa. Nunca na vida poderei perdoá-la pelo que fez. Ela não vale nada.

" - Vou me vestir.

- Não. - Alexei fechou a mão em torno do braço delgado e a puxou de volta. - Não será necessário. O carro está parado lá fora. Alguém virar até aqui e fará suas malas.

Billie paralisou na soleira da porta do toalete.

- E quanto a Nicky?

O corpo musculoso roçava de leve o dela, mas enrijeceu-se mediante a pergunta.

- Ele continua aqui.

Billie girou. Os olhos verdes angustiados procurando os dele.

- Não posso fazer isso. Ele é meu filho, minha responsabilidade.

- Poderá visitá-lo... quando eu não estiver por perto. - Alexei deixou escapar um suspiro. - Cobrirei todas as despesas dele. Poderá ter as melhores babás, todos os luxos...

- Não pode me pedir para escolher entre os dois! - exclamou Billie, consternada com a diabólica barganha que ele tentava lhe impringir.

Desapiedados olhos dourados a encararam.

- Por enquanto essa é a proposta, e a escolha é sua." (páginas 212 e 213)

- Fico me perguntando o que seria daquele menino se o Alexei realmente não fosse o pai dele. Mas sequer necessito me fazer tal pergunta. A criança teria todo o luxo, mas não poderia ter a mãe, pois o Alexei não aceitaria viver no mesmo lugar que o filho da mocinha. Ele não aceitaria o filho de outro. Mesmo que fosse de uma relação que a mocinha tivesse antes de se casar com ele. Ele não estava disposto a ser pai de um filho que não fosse dele. E a Billie teria escolhido ficar ao lado do Alexei. Como escolheu naquele momento. Ela ficou se sentindo "culpada", mas só voltou para o lado do filho quando o Alexei a rejeitou de novo. Um homem que fala para a mãe de uma criança algo como o que o Alexei falou para a Billie, não é digno sequer de ter uma família. Um homem que manda a mãe de uma criança fazer aquele tipo de escolha não vale nada. É egoísta demais para enxergar algo além dos seus próprios interesses. O que vocês acham que eu faria se um canalha virasse para mim e pedisse para eu escolher entre ele e um filho meu? Não só o mandaria para o inferno, mas ele teria que passar um tempo no hospital antes. Para mim, a Billie vale a mesma coisa que o Alexei: NADA.

- Enfim... Cansei de falar sobre esse livro, gente. Ele me aborrece demais. Preciso parar. Ainda tinha mais coisas para dizer, mas vou resumir dizendo que no final o livro transborda mel, mas a autora não foi capaz de salvar seu casal querido. Já conheço a Lynne. Sei que ela transforma seus mocinhos em santos no final e estava preparada para aquela "doçura", todo aquele amor e blá, blá, blá. Ela não me convenceu. Esse livro é da LG, mas eu gostaria de mandá-lo para os quintos dos infernos! Parabéns, Lynne Graham! Você conseguiu me decepcionar de uma forma que me faz desejar ler seus livros de novo só daqui há vários anos. Só espero que tome mais cuidado da próxima vez ou corre o risco de perder uma fã.

- Queridos leitores, vocês já sabem, certo? Eu não recomendo essa história. Sinceramente, vocês podem até ler esse livro, mas saibam que eu jamais disse aqui que o recomendava. Existem pessoas que gostaram do livro. E não acho as pessoas loucas por isso. Claro que não. A Lynne é muito talentosa. Ela sabe bem como criar um bom final. E gosto tbm é algo complicado. As pessoas não precisam odiar os mesmos livros que eu...rsrs...



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