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22 de dezembro de 2012

Fogo Secreto - Johanna Lindsey


(Título Original: Secret Fire)



Na fúria do desejo... eles descobriram o glorioso êxtase do amor.

Ainda que só a tivesse visto rapidamente através da janela de sua carruagem, o jovem príncipe sabia que deveria fazê-la sua...

Poucos minutos depois, lady Katherine Saint John era sequestrada numa rua de Londres como uma prostituta e levada para uma luxuosa mansão... para o prazer de seu admirador.

Porém, o que o príncipe Dimitri encontrou em sua cama foi uma tigresa cativa... consumida por uma ira feroz  pelo "bárbaro" russo que a tinha sequestrado... porém a quem, ao mesmo tempo, desejava com uma ânsia alheia a sua compreensão.




Palavras de uma leitora....



"— É teimosa, porém isso não muda nada. Você ficará... - Levantou uma mão ao ver que ela abria a boca. — Não te recomendo gritar. Do outro lado da porta estão dois guardas que virão de imediato fazê-la calar. Isso seria muito incômodo para você, além de desnecessário. Te darei algumas horas para que volte a pensar no assunto."


- Ele é gentil, verdade? Um "amor"! E esse não é o Dimitri, não. É o pau mandado dele, aquele que faz sempre o que ele quer, independente do fato disso vir a prejudicar alguém. Se o Dimitri ordenasse que ele espancasse uma mulher até a morte, ele sequer pensaria duas vezes. Sem dúvidas, um querido. 

- Ainda não sei bem o que dizer sobre essa história. Ultimamente, a paciência tem estado longe de mim e não creio que a compreensão esteja por perto. Não me sinto nem um pouco compreensiva. E muito menos sinto necessidade de ser. Dimitri não merece.rsrs... Na verdade, ele merece algo bem diferente... 


"— Já disse. Vá e busca outra mulher. 

Vladimir contemplou sombrio seu copo vazio e voltou a enchê-lo. 

— Não posso. Não me disse: "Quero uma mulher esta noite. Traga-me." Apontou para ela e disse: "Essa. Consiga-a." E ela nem sequer é bela, Marusia, salvo por seus olhos. Poderia conseguir-lhe dez ou doze mulheres mais a seu gosto antes desta noite. Ele quer esta. Deve tê-la. 

— Deve estar apaixonada — disse Marusia, pensativa — Essa é a única razão pela qual uma mulher de classe baixa recusaria tal honra. Não existe camponesa na Rússia...

— Isto aqui é Inglaterra. — recordou-lhe  — Talvez aqui pensem de outra maneira.

— Já estivemos aqui antes, Vladimir. Nunca tiveste tal problema. Te digo que ela está apaixonada por alguém. Porém existem drogas que podem fazê-la esquecer, turvar sua memória, torná-la mais disposta...

— Ele acreditará que ela está bêbada — replicou severamente Vladimir. — Isso não lhe agradará de modo algum.

— Ao menos a terá."



- Vocês não entenderam errado. Realmente uma mulher sugeriu que outra mulher fosse drogada, para que um homem a usasse como quisesse e não necessitasse gastar energias desnecessárias, sabe? Imagina quanto tempo o Dimitri gastaria lutando contra a Katherine! Pois se não estivesse drogada, ela lutaria até o último instante e isso não era conveniente. Tudo que o Dimitri queria era uma noite de sexo com a mulher que ele escolheu, independente da vontade da mulher em questão. Por isso o melhor a fazer era drogá-la. E a sugestão veio de outra mulher. O mundo realmente está perdido. Por mim, Dimitri, Marusia, Vladimir, Sonia e mais alguns, podem queimar no quinto dos infernos. São um bando de filhos da pontualidade. Não. Nem isso! São filhos de uma chocadeira!!! Vocês não fazem ideia do quanto eu estou furiosa aqui. E acreditam que eu li resenhas nas quais as pessoas mencionavam que esse livro lembra um conto de fadas??????!!! Então eu nunca li um conto de fadas na minha vida, pois não achei nada parecido com um conto de fadas. Se isso é um conto de fadas... eu li outro tipo de coisa em minha infância.rsrs...



Um pequeno resumo:


Ano de 1844. Século XIX.

Lady Katherine Saint John estava fazendo o que fazia sempre: protegendo os seus. Ou ao menos acreditava que estava fazendo isso. Desde a morte da mãe que ela assumia o papel de senhora da casa e mãe dos irmãos e até mesmo do pai. Tudo estava sempre nas costas dela. E daquela vez não foi diferente. Ela bem que gostaria de fechar os olhos para o que sabia que iria acontecer... Mas não podia. Era sua irmã e era seu dever protegê-la, zelar por seu futuro. Não podia simplesmente deixá-la estragar toda sua vida por causa de um sentimento tão estúpido como o amor. E foi pensando nisso que Katherine pegou emprestada as roupas de sua criada e seguiu Elizabeth, sua irmã caçula, que pretendia fugir com o homem por quem estava apaixonada, jogando toda sua reputação e herança no lixo.

Katherine poderia simplesmente impedir a irmã de sair de casa, mas ela sabia que outras oportunidades surgiriam e Elizabeth acabaria por conseguir escapar. O que ela necessitava era seguir a irmã para ter provas do que ela pretendia fazer e assim, com a consciência tranquila, poder trancá-la numa casa no campo até que arranjasse um marido adequado para ela ou Elizabeth recuperasse o juízo. 


O príncipe Dimitri Petrovich Alexandrov estava furioso. Logo agora que ele finalmente tinha decidido se casar e estava cortejando sua escolhida, sua irmã resolveu provocar um escândalo terrível na Inglaterra, forçando-o a sair da Rússia e ir buscá-la, antes que ela envergonhasse ainda mais a avó materna de ambos. Será que Anastasia não podia ser mais discreta? Por que não agia como ele? Mas não. Teve que ser estúpida o suficiente para ser pega enquanto transava com o marido de uma lady inglesa. Foi um verdadeiro escândalo e agora ele tinha que adiar seus planos para resolver seus problemas.


Dimitri, graças às indiscrições de sua irmã, é obrigado a sair da Rússia para buscá-la e assim, seu caminho acaba cruzando com o de Katherine, que seguia a irmã vestida como uma criada. O desejo sexual é imediato e Dimitri sequer pensa nas consequências ao ordenar que seu criado de confiança consiga para ele exatamente aquela jovem. Independente do preço a ser pago por esse prazer. Ele a queria e não aceitava um não como resposta. E Vladimir, o criado de Dimitri, seguiu ao pé da letra a sua ordem. Conseguiu a jovem. Sequestrando-a. E drogando-a, quando ela se recusou a servir de objeto sexual para o príncipe. 

Aproveitando-se do efeito da droga, Dimitri usa Katherine até que ela, esgotada, adormece. E na manhã seguinte usando de desculpas estúpidas ele a leva para a Rússia, disposto a mantê-la ao seu lado até que seu desejo por ela acabe. 

Só que as coisas nem sempre podem ser como a gente quer. E Katherine não toma conta somente da mente  de Dimitri e o faz desejá-la cada vez mais. Ela também invade seu coração, fazendo-o amaldiçoar o dia em que a conheceu.

Pena que isso não tenha sido exatamente um castigo...


"Vladimir sentiu uma momentânea pitada de piedade. Ela tinha sido verdadeiramente usada. Na habitação fechada, o odor das atividades da noite anterior era nauseante. Por certo, isso era o primeiro a se fazer: deixar que entrasse um pouco de ar puro.

Empurrando, afastou da janela o pesado guarda-roupa, respirando com dificuldade por causa do esforço; logo recebeu com agrado a brisa do amanhecer que entrou pela janela. 

— Obrigada, Vladimir - disse o príncipe, às suas costas.

—Meu senhor! — exclamou Vladimir, voltando-se rapidamente. — Me desculpe. Eu só ia despertá-la e...

— Não faça isso.

— Mas...

— Deixe-a dormir. Ela precisa. E eu desejo ver como ela é quando está em seu perfeito juízo.

— Não... Não o recomendo. — respondeu Vladimir, vacilante. — Não é uma jovem muito agradável.

— Não é? Bem, isso me parece impressionante, considerando o quanto ela foi agradável durante toda a noite. Para dizer a verdade não consigo recordar a última vez que desfrutei tanto."



- Está aí mais um trecho que muito me emociona.rsrs... Dimitri é um mocinho tão cheio de dignidade, tão honrado, que mesmo sabendo que a menina está drogada e que NÃO queria transar com ele, se aproveita completamente da situação. E achando tudo maravilhoso ainda por cima! Ele não a usou uma só vez. Foram várias. E ainda se sentiu incomodado quando Katherine finalmente adormeceu. Na manhã seguinte, ainda achou um absurdo ela não aceitar o valor generoso que ele lhe oferecia pela noite maravilhosa que passou ao seu lado e a considerou uma jovem antipática por ela reclamar tanto e jurar que faria com que seu servo pagasse pelo que tinha lhe feito. O que eu faço com um mocinho desses? Mato, verdade? Mas nem isso seria suficiente. A morte seria um castigo piedoso demais. Ah, não! O Dimitri merecia algo um tanto mais... satisfatório para mim. 


"— Sabia que ela era virgem, Vladimir?

— Não, meu senhor. Teve importância?

— Acredito que para ela, sim. Quanto ia pagá-la? 

Tendo em quanta essa nova informação, Vladimir duplicou o valor que tinha em mente.

— Cem libras inglesas.

Dimitri o olhou de lado.

— Que seja mil... não, duas mil. Quero que ela possa gastar em algumas roupas elegantes."


- Claro... Com dinheiro sempre se resolve tudo, não é? Eu bem que poderia dizer o que ele deveria fazer com esse dinheiro...


- Quando Katherine acorda, na manhã seguinte, e se lembra do que aconteceu, fica furiosa, desejando que Dimitri desapareça de sua frente o mais rápido possível. Ela não está com nenhuma vontade de ser compreensiva e antes que ele a deixe só, jura que fará o servo dele pagar pelo que tinha feito. Como Dimitri estava buscando uma desculpa para mantê-la com ele por mais algum tempo, ao ouvi-la, não pode ficar mais feliz. Era a desculpa perfeita! Como o imperador da Rússia estava prestes a visitar a Inglaterra e um escândalo envolvendo russos não seria bem-vindo, ele precisava afastar a Katherine daquele lugar. Sendo assim, ele ordenou ao Vladimir que a levasse para o barco, pois ela viajaria com eles, evitando assim problemas desnecessários. E Vladimir quase mata a garota. Mais uma vez, seguindo as ordens de Dimitri.

Ele a coloca dentro de um baú e não faz furos na droga do baú, deixando a mocinha ali dentro por tempo quase suficiente para matá-la. Quando ele finalmente se lembra da garota, ela já está desmaiada e quase morta. E o que Dimitri faz com o servo por quase matar uma jovem que teve a infelicidade de ser vista e desejada pelo maravilhoso príncipe???!!! Nada!!!!!!!! Ele não faz absolutamente nada contra a peste do Vladimir. Afinal de contas, Katherine não passava de uma criada (segundo a opinião dele) e Vladimir não tinha feito de propósito. 


- Eu poderia colocar mais trechos aqui e contar toda a história, mas não estou com paciência para isso. Não me agrada falar dessa história e as coisas que eu gostaria de dizer, não seriam educadas, sabe? rsrs... Existem tantos nomes que eu gostaria de usar contra o Dimitri, tantas palavras interessantes... Mas não. Minha educação não permite que eu faça isso aqui.kkkkkk... Por isso, tenho que me contentar em falar somente algumas coisas.

- Para começar, o Dimitri não me agradou desde o primeiro instante. Ele é lindo, tem um sorriso de abalar corações e um charme capaz de deixar as mulheres de pernas bambas, mas também existia algo nele que não me agradava. Talvez fosse o fato de eu já saber que espécie de traste ele era, mas não aposto muito nisso, não. Simplesmente creio que deve ter sido o modo como ele viu as atitudes da Anastasia ou o fato dele pouco se importar pelo fato da Katherine ter sido drogada. Ele a usou de forma tão descarada, sabendo o que tinha sido feito com ela e somente incomodado por achar que não conseguiria dar conta e teria que chamar seus homens para continuar de onde ele tivesse parado, que eu senti muito nojo dele. Literalmente. Deus! Será que eu tenho algum problema por achar um absurdo o que tinham feito? Porque era impressionante que ninguém nessa merda de história enxergava o tamanho do crime que tinha sido cometido contra a Katherine. Eles achavam tudo normal e que ela não tinha sofrido nenhum dano. Como que não tinha sofrido dano? Eles sequer sabiam se ela era casada, se estava apaixonada por alguém e mesmo esse não sendo o caso, ela simplesmente não queria. Será que ninguém ali conhece o significado da palavra "não"?! São imbecis? Inferno, eles não levaram em conta que a droga do corpo era dela e que ninguém tinha o direito de possuí-lo contra a vontade dela!!!!!!!!! E eu achei uma piada o fato deles sequer considerar aquilo um estupro. E o que era se não fosse um estupro????!!! Ela não cedeu, droga! A droga é que a controlou, que a fez perder o controle e deixar de pensar. E foi exatamente por ela não ceder que eles a drogaram, pois o príncipe a queria e iria tê-la por bem... ou por mal. A Katherine não queria aquilo. Se não estivesse drogada, ela lutaria até cansar, então foi um estupro. Ninguém me convence do contrário.


- Foram tantas as coisas que o Dimitri fez contra a Katherine que eu já não sabia mais que nome usar contra ele. Peste, filho da p..., praga dos infernos, filho do cão, filho de chocadeira, maldito desgraçado, traste, lixo, canalha... entre alguns outros que não posso citar aqui... já não eram suficientes. Eu necessitava de mais palavras para ficar satisfeita e não encontrar mais palavras só me deixou mais irritada. Foram muitas as vezes nas quais o mandei para o inferno, de onde ele sequer deveria ter saído. E foram muitas as maneiras que eu imaginei de matá-lo.kkkk... Só que não seria algo rápido, sabe? Não. Não estou tão boazinha assim. Ele teria que sofrer os tormentos do inferno antes de finalmente voltar para lá. E acho que ainda assim eu não ficaria satisfeita.

- Essa praga achava que o mundo, o Sol e as pessoas tinham que girar ao seu redor. Que suas vontades tinham que ser sempre satisfeitas, senão ele se tornava intratável e todos tinham medo sequer de se aproximar dele. Parecia, como a Moniquita disse, uma criança mimada que faz birra quando os pais não fazem o que ele quer. Numa criança eu perdoo isso. Claro que incomoda, mas eu adoro crianças e acho que isso até faz parte. Mas o Dimitri já tinha deixado de ser criança fazia tempo e seus pensamentos não eram nada infantis, suas atitudes eram dignas de um psicopata, e seus ataques de mau gênio simplesmente me irritavam além da conta. Será que ele não enxergava o quanto era ridículo e insuportável? De belo, só tinha a cara e o corpo, no resto simplesmente deixava a desejar. Qualquer mulher que o quisesse, seria somente por sua beleza física e seu desempenho na cama. Ele não tinha verdadeiras qualidades. 


- Uma coisa que achei simplesmente absurda, foi a própria Katherine passar a ver as coisas de forma estúpida. Obra da autora, é claro! Afinal de contas, "isso" é um romance.kkkkkkk... A ideia é que nos apaixonemos pelo casal e que vejamos beleza em tudo, que vejamos tudo como algo muito romântico (sim. Uma piada.kkkkkk...) e que o Dimitri seja o príncipe com o qual qualquer mulher sonharia. Quando a Katherine passou a se achar uma tonta por continuar lutando contra a vontade do Dimitri e colocou na cabeça que qualquer mulher no lugar dela se sentiria honrada por ter aquele Adônis atraído por ela, e que cederia sem pensar duas vezes... eu não sabia se ria, chorava ou atacava minha cabeça contra a parede.kkkkkkkkkkk.... Eu não posso com algo assim, gente! Deus do céu! A questão toda era a beleza dele? Quer dizer que um homem belo e rico pode tudo e deve ser perdoado por atitudes como essa? Se ele fosse feio e pobre aí sim deveria ser condenado?! É o que eu acabo por pensar. Só seria crime se ele fosse feio, ele sendo belo, não é crime algum. Definitivamente... eu não posso com algo assim.rsrs...


- Katherine é uma mocinha complicada. Também não gostei dela no início. A achei muito intrometida e fria e tudo que eu desejava era que ela tomasse conta da sua maldita vida e deixasse a irmã em paz. Ela não acreditava no amor e por isso estava disposta a livrar a irmã de cometer um terrível erro, já que o cara por quem ela estava apaixonada não tinha dinheiro. Tinha perdido toda sua fortuna e estava endividado. O importante para a Katherine era que a irmã fizesse um casamento "adequado" independente do fato de amar ou não o marido. O amor era algo para idiotas e o importante era somente a posição social e fazer o que era adequado, esperado de uma dama. Para mim, uma coisa é uma pessoa não acreditar em algo, outra bem diferente é ela querer que os outros vejam como certo somente o que ela quer e é ainda pior, ela tentar estragar a felicidade da irmã. Eu sei que a intenção dela não era fazer a irmã infeliz, ela somente queria que a irmã fizesse a vontade dela. Ironicamente, a vontade do Dimitri também não era fazê-la infeliz... tudo que ele queria era que ela fizesse a vontade dele. Muito interessante isso.rsrs... Não estou dizendo que achei justo o que aconteceu com ela (se achasse o livro receberia cinco estrelas e entraria para a lista dos preferidos), mas a questão é que os dois são parecidos. Tudo tem que ser como eles querem, senão eles lutam por aquilo e dane-se a vontade dos outros. No fundo, eles formam um lindo par!kkkkk... Se merecem totalmente. 

Mas não vi somente coisas negativas na Katherine. Eu adorei seu orgulho e sua coragem. Ela passou por tantas coisas de cabeça erguida e foi tão forte que não pude deixar de admirá-la. Ela me lembrou a Sheila (de A Carícia do Vento) e a Gelina (de A Conquistadora) em alguns momentos. E isso só complicou a situação do Dimitri. O meu ódio por ele só aumentou depois que algumas atitudes da Katherine me fizeram lembrar dessas mocinhas que tanto amo. Se eu já desejava acabar com ele de forma lenta e dolorosa, depois disso esse desejo só aumentou. 

Katherine me fez admirá-la todas as vezes que lutou contra o Dimitri e manteve seu orgulho. Todas as vezes que ela suportou situações humilhantes sem se deixar abater. Ela era pura força, pura coragem e eu gostei muito disso nela. Infelizmente, ela não fez com que eu a amasse, mas sempre que me lembrar dela, lembrarei de sua coragem e seu orgulho. Quanto ao Dimitri... sempre que me lembrar dele, meu dia ficará péssimo.rsrs...


- Bem... Não desejo falar mais nada. E claro, não recomendo a história. Nem se estivesse louca faria isso!kkkkkk.... Para mim, não foi um prazer ler essa "coisa", essa porcaria. Continuo admirando a Johanna Lindsey por sua escrita que sempre me envolve, por seu jeito de escrever a história que simplesmente nos impede de abandonar o livro, por mais ódio que a gente sinta pelo mocinho e pelos romances belíssimos dela que já li, embora tenha passado raiva até mesmo com eles.rsrs... Não será por causa desse livro que deixarei de admirar a autora e que ela deixará de ser uma das minhas autoras queridas. Mas que eu quero distância dos livros dela por um tempo, isso eu quero!kkkkkk... 


- Ah! Uma coisa que não deixarei de dizer, é claro: o livro é digno de uma estrela no skoob = ruim. Se eu fosse levar em conta a escrita da autora, o livro receberia cinco estrelas. E vocês acham isso justo? Acham que o Dimitri merece que o livro dele receba cinco estrelas somente porque admiro o jeito de escrever da autora? É óbvio que não! Isso seria muito injusto, sendo assim eu jamais poderia dar mais de uma estrela para essa história. E ele só recebe uma estrela porque isso significa que a história é ruim!kkkk... Se não fosse por isso, nem uma estrela ele receberia. E... o livro ainda ganhou dois prêmios! :D Passagens só de ida para as listas de: romances que odiei e os piores romances que li. Um ótimo prêmio, verdade? Maravilhoso!kkkkkk...


- Essa história foi uma indicação da minha amiga Moniquita. Calma!!!!! Ela não me enganou!kkkkkk... Ela deixou bem claro que eu odiaria a história. Mas ela queria muito saber minha opinião pela história e depois de uma eternidade, eu finalmente criei coragem (não sei se esse deveria ser exatamente o nome. Acho que "finalmente perdi o juízo" ficaria melhor.rsrsrs...) para ler essa história. 


Gostariam de saber a opinião da Moniquita sobre o livro? Basta ler a resenha dela, clicando AQUI. :)



Querem uma ótima notícia?!kkkkk.... O livro faz parte de uma série! Realmente uma delícia de notícia!rsrs... Só que a série não é exatamente uma série. Apenas todas abordam o mesmo tema: mocinhos que sequestram mocinhas e a tornam suas escravas particulares. Existe um grupo que traduz os livros (já que nenhum deles foi até hoje publicado aqui no Brasil) e já existem cinco livros traduzidos pelos fãs. Para encontrá-los, basta que vocês procurem no Google. :) É fácil de encontrar.

O nome dos livros já traduzidos:

1- Assim Fala o Coração (já resenhado no blog)
2- A Noiva em Cativeiro (já resenhado no blog)
3- Escrava do Desejo
4- Fogo Secreto (link para a resenha da Moniquita)
5- O Amor do Pirata (já resenhado no blog)


Bjs!



27 de maio de 2012

Identidade Roubada - Chevy Stevens


(Título Original: Still Missing
Tradutor: José Roberto O`Shea
Editora: Arqueiro)




Era para ser um dia como outro qualquer na vida de Annie O’Sullivan. A corretora de imóveis levanta da cama com três objetivos: vender uma casa, fazer as pazes com a mãe e não se atrasar para o jantar com o namorado.

Naquele domingo, aparecem poucas pessoas interessadas em visitar o imóvel. Quando Annie está prestes a ir embora, uma van estaciona diante da casa e um homem sorridente vem em sua direção. A corretora tem certeza de que será seu dia de sorte. Mas o inferno está apenas começando. Sequestrada por um psicopata, Annie fica presa durante um ano inteiro em um chalé nas montanhas, onde vive um pesadelo que deixará marcas profundas.


Construído de maneira extremamente original, Identidade roubada é o relato visceral que Annie faz à sua terapeuta dos 365 dias em que ficou à mercê do homem a quem chamava de Maníaco.

As memórias que vêm à luz ao longo de 26 sessões de análise são intercaladas com a história de sua vida desde que conseguiu escapar do chalé: a luta para superar seus medos e se reencontrar, a investigação policial para descobrir a identidade do sequestrador e a sensação perturbadora de que seu martírio ainda não acabou.

Em sua estreia, Chevy Stevens cria uma heroína inesquecível que, depois de sobreviver a uma experiência devastadora, precisa descobrir a verdade para se libertar.

Surpreendente e avassalador desde a primeira página, este thriller psicológico entrou na lista de mais vendidos do The New York Times e foi finalista dos conceituados prêmios Arthur Ellis e International Thriller of the Year. 




Palavras de uma leitora...


"Existe por aí um monte de livros dizendo que a gente cria o próprio destino, e que aquilo em que acreditamos irá se realizar. Nós devemos sair por aí só com pensamentos positivos na cabeça, e então tudo será sombra e água fresca. Não... desculpe... não é nada disso. A gente pode estar se sentindo mais feliz do que nunca e mesmo assim pode acontecer uma grande merda.


Mas a merda não apenas acontece. Ela derruba e esmaga você no chão, porque somos idiotas o bastante para acreditar em sombra e água fresca." [Página 78]




- Vocês não têm noção do quanto esse trecho me marcou. Fico relendo-o e pensando em tudo que aconteceu com a Annie. Todo o pesadelo que ela viveu e sinto muita vontade de chorar. Também sinto vontade de gritar, atacar o livro longe e matar certos personagens com minhas próprias mãos. Estou sentindo uma mistura louca de sentimentos. Nem sei explicar o que sinto... Enquanto lia esse livro eu tinha medo até de sair de casa. E ainda estou apavorada. É um dos livros mais intensos que já li na vida. Um dos mais abaladores. Mais chocantes. Nunca irei superá-lo. Esquecê-lo. Seria impossível.




"Naquela noite, enquanto sirenes passavam diante da nossa casa, aumentei o volume da TV para não ouvir o barulho. Mais tarde, descobri que todo aquele tumulto era por causa de Daisy e do meu pai.


No caminho de casa, meu pai parou na lojinha da esquina. Enquanto atravessavam o cruzamento, um motorista bêbado avançou o sinal vermelho e bateu neles de frente. O imbecil amassou nossa van como se fosse um lenço de papel. Passei anos me perguntando se eles ainda estariam vivos caso eu não tivesse implorado a meu pai que comprasse sorvete para sobremesa. Só consegui ir adiante porque tive certeza de que a morte deles era a pior coisa que poderia acontecer na minha vida. Puro engano." [18]




- Nem sei por onde começar. É difícil falar sobre esse livro. Não paro de pensar em tudo que aconteceu e no quanto a Annie foi forte. No lugar dela, eu teria morrido. Simples assim. O Maníaco não precisaria me matar e nem eu precisaria acabar com a minha vida. Simplesmente jamais teria a força da Annie. Ela é uma guerreira, alguém que sempre irei admirar. Uma personagem que já ganhou destaque na minha lista de favoritas. Não dá para não admirar alguém que sofreu tanto e mesmo assim deu a volta por cima. Alguém que foi cruelmente destruída pela vida e que conseguiu se levantar, mesmo que fosse duro juntar seus pedaços. Falar da Annie me faz sentir uma dorzinha dentro de mim. Se tinha alguém que não merecia sofrer tanto, era ela. E se vocês soubessem... Soubessem o quê?! Vamos falar sobre isso daqui a pouco. Mas nem adianta terem esperança. Não contarei segredos da história.


Era um domingo de sol. Annie estava ansiosa para vender um imóvel e em vez de ficar em casa, curtindo o dia lindo, foi trabalhar. O dia foi calmo. As pessoas estavam aproveitando o aparecimento do sol e quando ela estava prestes a ir embora, um estranho simpático apareceu. Ele era atraente e tinha um sorriso irresistível. Queria ver o imóvel e parecia entender o fato de que ela já estava indo embora. Ele foi tão adorável, gentil e compreensivo que Annie acabou aceitando mostrar a casa para ele. Mas ela não podia imaginar que estava diante de um louco. Um louco que iria destruir a sua vida.


Ele a sequestrou. O fraco movimento facilitou as coisas. Quando Annie percebeu, havia um revólver encostado em suas costas.


"No segundo que esperei pela resposta, percebi que ele estava muito perto de mim. Algo rígido pressionou minha região lombar.


Tentei me virar, mas ele agarrou meus cabelos e puxou minha cabeça para trás, com um gesto tão rápido e doloroso que parecia arrancar meu couro cabeludo. Meu coração ficou espremido entre as costelas, e o sangue subiu à cabeça. Eu queria que minhas pernas chutassem, corressem... que fizessem alguma coisa... mas elas não conseguiam se mexer.


- É, Annie, isto aqui é uma arma. Então, escute bem. Vou soltar seu cabelo e você vai ficar calminha, enquanto vamos até o carro. E quero ver esse sorriso bonito até chegar lá, está bem?" [Páginas 12 e 13]




- Annie não conseguia respirar. Estava em choque. Era difícil acreditar que aquilo estava acontecendo. Que ela estava realmente sendo sequestrada e que provavelmente seria assassinada antes que alguém tivesse tempo de notar a sua falta. Ele a levou para o carro. Ela tentou fugir depois de entrar, mas ele tinha trancado a porta através de uma chave de acionamento a distância. Pouco tempo depois, o carro parou. Ele a fez sair do carro e a levou até o porta-malas. Annie começou a lutar, socar e chutar. Gritava, mas não havia ninguém para socorrê-la. Ele conseguiu colocá-la no porta-malas e pouco tempo depois Annie estava desacordada.


Era só o início do inferno... Durante um ano, Annie sentiria na pele o que um psicopata é capaz de fazer com outro ser humano. Seria espancada, estuprada, aterrorizada, perderia muito. Perderia tudo.




"E, já que estamos acertando os ponteiros, vamos estabelecer algumas regras básicas antes de começarmos nossa brincadeira. Vai ter que ser do meu jeito. Isso quer dizer que você não vai perguntar nada. Nem mesmo "Como se sentiu quando blá-blá-blá...?". Vou contar a história desde o começo e, quando quiser ouvir sua opinião, eu peço.


Ah! E, caso queira saber, não, nem sempre fui uma pessoa amarga." [Página 8]




- Annie tinha uma vida agradável. Um namorado lindo e bem-sucedido, uma carreira que a fazia viver com conforto, uma casa que amava com todo o seu coração e que tinha lutado muito para conseguir. Uma cadela que era sua melhor amiga. Era uma mulher independente, bem-sucedida e que nunca tinha feito mal para ninguém. Vivia a própria vida sem incomodar os outros.


Naquele dia, ela tinha tido mais um dos seus desentendimentos com a mãe. Por um motivo fútil. E daria tudo para ter aquele momento de volta. Daria tudo para ouvir mais uma vez a voz da mãe. Para sentir seu abraço. Queria que o tempo voltasse e que ela não tivesse saído de casa naquele dia... Naquela noite, seu namorado iria na sua casa. Quanto tempo ele demoraria para perceber que algo estava errado? Será que haveria tempo para salvá-la? Será que alguém conseguiria encontrá-la com vida?


- O Maníaco, que dizia se chamar David, a levou para um chalé. Um lugar isolado de tudo... Um lugar do qual Annie jamais poderia escapar.




"Eu não tinha como me proteger, nem como sair. Era preciso me preparar para o pior, mas eu nem sequer sabia o que o pior poderia ser." [Página 21]


- O pior é muito mais do que qualquer um de nós poderia imaginar. Alguém aqui já assistiu Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais? Já assistiu algum filme sobre psicopata? Eu já. E mesmo assim fiquei chocada com as atitudes do Maníaco. E não só chocada. Apavorada. Completamente apavorada. Foram muitos os momentos nos quais eu fiquei gelada. Nos quais eu tremi e senti náuseas. Senti desespero por não poder tirar a Annie de lá. Imaginei cada cena. Vi suas lágrimas, escutei seus gritos, imaginei sua dor, sua angústia. Pude escutar ela chamando pela mãe, pelo namorado... por alguém que a socorresse. E foi um pesadelo. Minhas noites de sono não foram nada boas enquanto eu lia esse livro. E mesmo quando terminei a leitura, continuei em agonia. Cada soco, cada coisa terrível que ele fazia com ela me deixava desesperada. Eu só queria que um milagre acontecesse e ela conseguisse sair dali. Esperava a cada instante que a polícia invadisse o local e a socorresse. Mas o tempo passa, gente. O tempo passa e ninguém aparece.


Depois desse livro tenho certeza de uma coisa: coitado do mocinho que estuprar uma mocinha nos próximos livros que irei ler. Se existir um livro com estupro por parte do mocinho, ele já estará condenado. Fui tolerante com alguns livros. Já perdoei estupros em vários livrinhos que se tornaram queridos por mim. Mas depois desse livro, cada vez que ler um livro no qual o mocinho da história abuse da mocinha, irei lembrar da Annie, irei lembrar da sua dor e não me vejo mais sendo capaz de perdoar. O Maníaco não era nenhum mocinho, mas sempre verei a Annie nos meus pensamentos. Sempre lembrarei da sua dor. Por isso, não serei mais capaz de perdoar estupro por parte do mocinho em alguma história. O mocinho terá que sofrer os tormentos do inferno para eu perdoá-lo. E mesmo assim... Não sei se voltarei a ser capaz. Você precisaria ler o livro para saber por que eu não conseguiria mais. Você precisaria ler o que a Annie diz. Precisaria se envolver e imaginar a dor dela. É simplesmente um pesadelo. Se você decidir ler esse livro se prepare para a dor que vai sentir durante a leitura. Não estou brincando e nem aumentando as coisas. Ler esse livro é uma tortura, gente. Mas depois que começamos a ler, mesmo sofrendo, mesmo angustiados, não conseguimos parar. Não é possível fechar o livro e virar as costas para a Annie. Para a sua história. Eu não consegui.




" Ele me roubou o Natal. Junto com um monte de outras coisas, claro. Você sabe... coisas como amor próprio, autoestima, alegria, segurança, a capacidade de dormir numa cama... mas, tudo bem... quem vai ficar se queixando?" [Página 53]




- Ele destruiu a vida dela. Seus nervos, marcou seu corpo, sua alma. O que ele fez com ela não tem nome. E só em pensar que ela ficou vivendo aquele inferno por um ano... Sabe... Ela tem razão. Se escrevêssemos nosso próprio destino, se só bastasse ter pensamentos positivos para que a vida fosse perfeita, se só bastasse a gente fazer o bem, a Annie jamais viveria aquele pesadelo. Jamais seria estuprada, espancada e obrigada a fazer coisas doentias... E centenas de pessoas, na vida real, não passariam por centenas de diferentes infernos. Mas inferno da mesma forma. Não. Nós não escrevemos nosso próprio destino. Pelo menos, não sou capaz de acreditar nisso agora.




"Antes de tudo isso acontecer eu nunca fui muito simpática, e tinha bons motivos - irmã morta, pai morto, mãe alcoólatra, padrasto babaca -, mas ao menos eu tentava não descontar a merda no mundo inteiro. Hoje em dia? Cara! Parece que qualquer um me deixa irritada. Você, os repórteres, os tiras, o carteiro, uma pedra no meio do caminho." [Página 62]




- Não direi como a Annie consegue escapar. Não contarei como foram as coisas entre ela e o Maníaco (só precisam saber que ela foi estuprada, espancada e submetida a coisas absurdas. Mas não contarei cada detalhe.) e nem revelarei nenhum segredo. Vamos falar sobre outras coisas agora.


Quando a Annie finalmente volta para sua cidade, sua casa, sua vida (bem... se é que se pode chamar aquilo que ela passou a ter de vida. Lembram o que eu disse sobre ele ter destruído a vida dela? Eu não estava brincando.), ela se torna uma pessoa bem amarga. Serão muitas as vezes em que vocês verão ela xingando, ignorando os amigos e afastando qualquer um da sua vida. Alguns podem condená-la, mas por favor, não faça isso aqui, pois não conseguirei ficar calada.rsrs... É preciso passar pelo que ela passou para ter direito de dizer que ela se comportou de forma estúpida. Que ela deveria ficar sorrindo para todo mundo e feito de conta que sua vida não era uma merda. Ela não passou por pouca coisa naquela droga de lugar, não ficou contente quando aquele sádico invadiu o seu corpo, socou cada centímetro seu. Inferno! (respira fundo, Luna. Respira bem fundo.) Ela sofreu os tormentos do inferno! E não acho justo alguém virar e dizer que isso não era desculpa para ela agir como passou a agir. Sabem o que é estar destruída? Completamente destruída? Conseguem imaginar isso? Então podem perceber que é impossível ser a mesma pessoa depois de ser feita em pedaços.


- Não sei se vocês já perceberam, mas estou com muita raiva. Uma raiva terrível. Gostaria de gritar aqui tudo que está preso. Tudo que gostaria de colocar para fora, mas acabaria falando demais e não desejo isso. Então, é melhor eu me controlar.


- Quando, após retornar, a nossa Annie passa por um momento de profundo desespero, ela decide procurar uma terapeuta. Alguém para quem ela pudesse contar tudo. Alguém que a ajudasse a sair daquele inferno. Que a ajudasse a se libertar. E é assim que nós passamos a conhecer sua história. O livro é dividido em 26 sessões. Uma mais forte do que a outra. A cada sessão mais coisas são reveladas. Nós acompanhamos o passado e o presente da Annie. Em alguns momentos ela vai viajar para mais longe... para sua infância, quando ela perdeu o pai e a irmã. Sentiremos com ela a culpa que ainda a devora, descobriremos que ela ainda não superou aquela perda, seremos levados de volta para o chalé... Acompanharemos sua "vida" lá... e seremos levados para o presente de novo. Saberemos como está sendo a "vida" da Annie. Iremos descobrir por exemplo, que ela não consegue dormir mais na própria cama. Que se esconde no closet, pois sente que não está segura. Que abraça a cadela e chora sozinha, cheia de medo e sendo atormentada pelos fantasmas do passado. Acredite, não é fácil. Não dá para ficar indiferente ao sofrimento dela. Não dá para não se envolver.




"O interessante é que quase ninguém pergunta como me sinto agora... não que eu fosse dizer. Só me pergunto por que não há interesse em saber o que acontece depois... todo mundo só quer saber da história. Acho que as pessoas pensam que a coisa acaba ali.


Quem me dera." [Página 52]


- Pois é. Como os seres humanos podem ser insensíveis! Fiquei indignada com a quantidade de egoísmo que vi nesse livro. Com os malditos repórteres que só queriam ganhar dinheiro através da história dela. Que não estavam nem aí para o que ela tinha sofrido. Só queriam a história. E fiquei indignada com muitas outras coisas. 


- Houve um determinado momento da história na qual eu senti raiva de mim mesma. Muita raiva. Por quê?! É difícil confessar isso, mas houve um momento no qual eu senti pena do Maníaco. O quê??????!!!!!!! Sim. É verdade. Felizmente, o sentimento passou logo. Mas é que com a quantidade de revelações feitas durante essa história, eu me peguei lamentando por ele também. Não direi quais foram os meus motivos. Leiam o livro para descobrir, meus queridos. Sei que gosto de spoiler e algumas pessoas que conhecem meu blog também gostam, mas eu própria pedi para minhas amigas não me contarem demais. Eu queria descobrir lendo. Esse é um tipo de livro que é crime contar os segredos. Vocês vão até gostar de perder o fôlego com as revelações.rsrs... Não privarei ninguém dessa sensação.kkkk... 




"Eu odiava levar em conta a opinião de um maníaco. Mas se alguém nos diz que o céu é verde, embora saibamos que é azul, e a pessoa age como se ele fosse verde, e repete que é verde dia após dia, como se de fato acreditasse nisso, finalmente começamos a nos perguntar se não estamos loucos por pensar que é azul." [Página 71]


- Sabe... Como a Moniquita disse, ela teve que ser muito forte para não enlouquecer. Ela tem uma força que causa admiração. Que a torna inesquecível. Eu no lugar dela teria ficado completamente louca. Literalmente. Ele queria forçá-la a acreditar que ele estava certo. Que tudo que ele fazia era normal. Ela estava errada por não aceitar seu destino. Por não aceitar que ele era o cara que ela estava esperando. Você conseguiria permanecer normal diante de uma coisa dessas? Com alguém, dia após dia, fazendo você acreditar que está errada? Em algum momento, você não acreditaria mais em você mesma. Eu pelo menos não seria capaz. Se bem que eu teria morrido antes mesmo de enlouquecer.




"Eu costumava me perguntar: Por que eu? Por que, entre todas as mulheres que podia ter sequestrado, ele foi escolher uma corretora de imóveis, uma mulher que trabalha? Eu não era exatamente a esposa ideal para um homem das montanhas. Não que eu desejasse a alguém o que tinha acontecido comigo, mas não teria sido melhor para o Maníaco uma pessoa mais frágil? Alguém que não causasse tanto problema? Mas percebi que ele sabia o que estava fazendo. O tempo todo." [Página 71]




- Existe um momento no qual a Annie confessa para a terapeuta que acha que está enlouquecendo. Motivo? Ela sente que as coisas ainda não acabaram. Sente que não está segura. Vive com medo como se alguém ainda quisesse lhe fazer mal. Será que ela está mesmo enlouquecendo, gente? Será que é consequência de tudo que ela sofreu? Ou... Ela realmente ainda está em perigo? 


Durante as investigações policiais ficaremos em choque diante das revelações. Serão muitas e capazes de realmente roubar o nosso ar. Se preparem para emoções fortíssimas. Do começo ao fim. A história não é tranquila em momento algum. Nós prendemos a respiração várias vezes durante a leitura. Nossos nervos ficam à flor da pele.




"Você tem jeito de ter abraçado essa profissão porque quer mesmo ajudar as pessoas.


Talvez não possa me ajudar. Isso me deixa triste. Não por mim, mas por você. Deve ser frustrante para um terapeuta ter um paciente incurável. Aquele primeiro profissional que procurei ao voltar para Clayton Falls me disse que ninguém é uma causa perdida, mas acho isso balela. Tenho certeza de que tem gente que fica tão esmagada, quebrada, que nunca deixará de ser um fragmento humano.


Eu me pergunto quando a coisa aconteceu com o Maníaco. Qual terá sido o momento decisivo... o momento em que alguém pisou com o calcanhar da bota e esmagou a vida dele e a minha.


... Teria sido no útero? Ele teria alguma chance? Eu tive?


... Ele tinha o lado maníaco, o cara que me sequestrou, me espancou, me estuprou, me submeteu a brincadeirinhas sádicas, me aterrorizou. Mas, às vezes, quando estava reflexivo, feliz ou entusiasmado, quando seu rosto se iluminava, eu enxergava o sujeito que ele poderia ter sido. Talvez aquele cara tivesse formado uma família e ensinado a filha a andar de bicicleta, e teria feito para ela bichinhos com balões, você entende? Que droga! Talvez tivesse sido um médico e salvado muitas vidas." [Página 99]




- Esse trecho me deixa muito triste, pois eu também pude imaginar que tudo poderia ter sido diferente. Que se... as coisas não tivessem sido uma droga desde o início (não direi o que tornou o Maníaco um psicopata), ele certamente seria alguém muito diferente. Alguém poderia ter estendido a mão para ele e o salvado, entende? E assim, também teria salvado a Annie. São por coisas como as que acontecem nessa história que eu às vezes penso que Deus se arrependeu de ter criado os seres humanos. E que chora o tempo inteiro por causa de nós. Mas Ele nos ama demais, sabe? E por isso ainda não acabou com a gente. Destruímos uns aos outros. O tempo inteiro. É tanta maldade que muitas vezes, sinceramente, eu não quero nem sair de casa. Minha mãe certa vez me contou uma coisa que fazia quando criança. Foi num momento difícil que eu estava vivendo. Ela disse que quando era criança e via alguma coisa terrível na televisão, se escondia dentro de uma caixa, pois achava que assim estaria segura. Que as coisas que aconteciam com aquelas pessoas na televisão não aconteceriam com ela se ela estivesse dentro daquela caixa. Mais uma tia dela, quando percebeu o que ela fazia foi bem clara com ela: se uma coisa tiver que acontecer não adianta você se esconder em lugar nenhum. Só Deus pode nos proteger. Não dá para nos escondermos. Com o tempo, minha mãe parou com aquilo. Só Deus pode nos proteger, queridos. Só Ele. Não existe lugar seguro neste mundo.


"Quando eu disse que estava ferrada, eu quis dizer "f" (queridos leitores, estou colocando somente o "f" em respeito aos adolescentes que também leem o blog) e mal paga. Tipo: tenho que dormir todas as noites dentro do closet.


Foi difícil à beça logo que voltei e fui para a casa da minha mãe, onde fiquei no meu antigo quarto. De manhã cedo eu saía do closet, para ninguém perceber. Agora que estou na minha casa, essa merda fica mais fácil, pois tenho tudo sob controle. Mas não entro num edifício se não souber onde ficam as saídas. Ainda bem que seu consultório fica no térreo. Eu não estaria aqui se esta sala ficasse numa altura de que não pudesse pular.


À noite... bem...  à noite é pior. Não consigo confiar em ninguém. E se alguém destrancar a porta, deixar uma janela aberta? Se eu já não estivesse maluca, o fato de correr pela casa verificando tudo enquanto tento impedir que os vizinhos vejam o que estou fazendo valeria um atestado de insanidade.


... Às vezes, volto ao dia do sequestro... repasso mentalmente minhas ações até os momentos finais do plantão, cena por cena, como um filme de terror que nunca acaba, um filme em que a gente não consegue impedir que a jovem abra a porta ou entre num prédio vazio... e me lembro da capa daquela revista, na lojinha do posto de gasolina. É bizarro pensar que neste exato momento alguma mulher está olhando minha foto, achando que sabe tudo a meu respeito." [Página 17]


- Já disse que vocês vão ficar chocados com as revelações? Pois bem... O que mais posso dizer? Que eu adoro a Annie e ninguém nesse mundo tem direito de julgá-la, condená-la ou atirar qualquer pedra, não importa o tamanho da pedra, eu também já disse. Eu disse que tem muita sujeira nessa história? Como assim?! Não irei explicar.rsrs... Vocês terão que ler para descobrir. :)


- Por que eu, que amo romances daqueles apaixonantes, li um thriller psicológico mesmo sabendo que não era o tipo de livro adequado para mim? Além de ser uma curiosa incurável quando se trata de livros, existem duas culpadas. Dessa vez não é a Carlita e a Moniquita.kkkk.. Elas são inocentes! Ano passado li uma resenha no blog da querida Náh (link para a resenha: AQUI ). Sobre o livro. E fiquei fascinada. A resenha dela estava tão envolvente que eu fiquei louca pelo livro. Sabia que estava me metendo numa grande encrenca. Que o livro não era o tipo feito para mim de jeito nenhum. Que ele me causaria pesadelos. Mas coloquei ele na minha lista. Quando passasse por algum lugar no qual o livro estivesse com um bom preço eu o compraria. E aconteceu mais rápido do que eu imaginava.kkkkk...


Mas eu fugi do livro o quanto pude. Até... que uma amiga lembrou que eu tinha falado com ela sobre o livro e quis lê-lo. Ela leu o livro, me contou o quanto o livro mexeu com ela e falava com tanta emoção da história, de uma forma tão impressionante que eu fui desistindo de lutar contra a vontade de lê-lo. Quando ela me devolveu o livro, eu logo tive uma oportunidade de lê-lo. Estava voltando para casa, num determinado dia da semana, e o trânsito estava terrível. Eu estava estressada e tinha colocado o livro na bolsa.rsrs... Foi inevitável. Comecei a ler a história e o medo começou a tomar conta de mim.kkkkkkk... Se eu contasse para vocês o que aconteceu comigo ontem vocês iriam rir, por isso, não conto!!!!rsrs... Deixem que só eu vou rir de mim mesma!kkkk... Então, elas foram culpadas. Eu não teria lido o livro se elas não tivessem me forçado a fazer isso.kkkkk... Obrigada pela maravilhosa resenha, Náh! Eu não teria desejado esse livro se não tivesse lido sua resenha. E te agradeço também, Ane!rsrs... Por ter insistido tanto até eu resolver encarar a leitura. Agora nós poderemos nos apoiar no nosso medo.kkkkk... Não sei quanto a você, mas eu não irei dormir tranquila durante um bom tempo. Não irei mesmo. Sair sozinha de casa?! Nem em pensamento!kkkkk... E quando for necessário sair, colocarei uma música no último volume para me impedir de pensar no medo.rsrs... Sabem... Acho que sou eu que irei precisar de terapia agora.kkkkkkkk... Mesmo assim eu agradeço! :D




- Só dei 5 estrelas ao livro no skoob porque não podia dar mais. Porém, ele merece muito mais do que cinco estrelas!!! É um livro incrível. E eu... recomendo?! Somente a quem tem certeza de que está preparado para ler uma história como essa. Lembrando que: o livro é forte, muito forte. Vai mexer profundamente com as suas emoções. Pode fazer você sentir muito medo e de verdade, pode te fazer mal. Não é uma leitura fácil. Eu não me arrependo de ter lido o livro e até me tornei fã da autora, mas eu quero um tempo agora. Não lerei outro livro assim nem tão cedo!rsrs... 




Bem... é isso. Sei que essa resenha ficou bem longa, mas eu não disse nem metade do que gostaria de dizer. Foi difícil manter o controle, mas creio que consegui.rsrs... 




Bjs e até breve!

19 de maio de 2012

A Conquistadora - Teresa Medeiros



Ele é Conn, das Cem Batalhas, o rei guerreiro que forjou uma nação numa terra de clãs isolados. Na qualidade de rei supremo da Irlanda, dirige o lendário Fianna, o seu grupo de guerreiros de elite. Mas o misterioso assassínio de vários dos melhores homens de Conn ameaça o trono. Conn parte sozinho em busca de um inimigo aparentemente invencível, sem saber que vai ter de enfrentar uma mulher de olhos verde-esmeralda e cabelos cor de labaredas…

Empunhando uma espada chamada Vingança, Gelina Ó Monaghan jura derrotar o homem que considera o responsável pela ruína da sua família. Nunca imaginou que ele pudesse vencê-la em combate… e ao mesmo tempo conquistar o seu coração. A sua paixão proibida transforma-se numa guerra travada com espadas e beijos, promessas e traições - e a rendição será apenas um início…



Palavras de uma leitora...



"- Tão tímida e doce - murmurou. - Não tenhas medo de mim.


- Ouvi o soldado falar contigo. Sei quem és... o rei - disse em voz baixa, com medo de, sem querer, dizer o nome dele.


- Hoje fui rei. Esta noite sou apenas um homem.

Os lábios dele roçaram os dela. Gelina entreabriu-os e a boca dele colou-se à sua com alguma insistência, o sabor quente, doce e forte da cerveja na sua língua.

A boca dele moveu-se:

- Estava com medo de nunca mais te encontrar e de a doçura do teu beijo me perseguir para sempre."


- Estou aqui pensando... E cheguei à conclusão de que, mesmo que eu viva cem anos, não serei capaz de esquecer essa história. Nem se vivesse mil anos poderia esquecê-la. Ainda sinto as minhas mãos trêmulas de angústia e emoção. Estavam geladas e úmidas e agora estão apenas geladas. Mesmo que a pior parte da história já tenha passado e eu já tenha lido o seu final, continuo emocionada demais até para escrever essa resenha. Acho que nunca vou superar esse livro. Agora entendo por que sentia que seria injusta se comparasse o Conn com o Roger. Não poderia colocar o Conn abaixo do meu querido Roger e por isso, evitei compará-los. Mas ambos são inesquecíveis da maneira deles. E A Conquistadora também me marcou de uma forma impossível de esquecer. A vida inteira lembrarei dos momentos em que estive com esse livro nas mãos e de tudo que senti durante a leitura. E o que senti depois. Não dá para colocar em palavras. Só quem leu esse livro pode entender o que estou sentindo nesse instante. Se disser que estou em lágrimas vocês vão me achar muito boba? Mas é a verdade. Depois de fechar o livro não pensei que abandonei a história e sim que o Conn, a Gelina, o Nimbus e essa belíssima e angustiante história de amor e vingança, ódio e paixão me abandonaram. Me senti muito sozinha depois de terminar de ler a história. Estou com uma vontade louca de recomeçar a ler o livro todo de novo. 

- Já sentiram uma dor quase física depois de terminar de ler uma história? Isso acontece quando ela é especial demais. Demais mesmo. Tão especial que até te deixa deprimida depois de lê-la. Senti uma espécie de depressão depois de ler o livro da Elizabeth e do Ian, da Victoria e do Jason e principalmente, depois de ler a história da Isaura e do meu Roger. E agora estou sentindo isso de novo. Chego a sentir pena do próximo livro que irei ler. E dos personagens que irei conhecer. Acho que corro sério de risco de compará-los com o Conn e a Gelina. Principalmente se ler um livro medieval. Já me vejo comparando toda guerreira com a Gelina e todo rei ou chefe de algum clã com o Conn. Será que algum vai conseguir ser um rei tão justo quanto ele? Duvido! Pretendo ler livros com reis daqui para frente, sempre que tiver uma oportunidade, mas nenhum vai chegar aos pés dele. Não vai conseguir. Eu sempre pensei que todo rei era louco e depois de ler esse livro, tenho certeza absoluta disso. É preciso ser louco para amar de forma tão impressionante assim. Só um louco apaixonado faria tudo que ele fez pela Gelina. E deixaria de fazer coisas que outros homens, em nome da "honra" e da "justiça" não hesitariam em fazer. A força do amor do Conn me fez pensar muitas vezes no meu Roger e imagina o quanto foi difícil para mim. Além de lutar contra as lágrimas por causa da intensidade da história do Conn e da Gelina, ainda tive que lutar contra as lágrimas provocadas pela saudade... saudade que sinto do meu Roger. E como se não bastasse, o Conn ainda é parecido com diversos mocinhos que já conheci (me lembra principalmente o Clayton.rsrs...). Mocinhos maravilhosos. E a mistura de todos eles o transformou num mocinho único e inesquecível. Um mocinho que roubou meu fôlego, meu coração, minha alma e não vai devolver nunca. O que faço com esses mocinhos? Vão todos me deixar sem lágrimas. Daqui há um tempo não terei mais lágrimas para chorar. 


"- Faz qualquer coisa por mim, minha Gelina - disse, arrastando as palavras. - Vou cair. Depois disso, peço-te que me mates ou me abandones."


- Por onde começo a falar com lógica? Estou com uma responsabilidade muito grande nas minhas mãos. Não posso de modo algum revelar muito sobre essa história. Não é justo. Vocês precisam ler esse livro e se eu contar demais, talvez alguns não achem necessidade de ler a história, já que terei contado tudo. Tenho que me controlar. Então, só posso falar o necessário. O suficiente para deixá-los loucos para conhecer a história. Uma responsabilidade enorme, pois estou emocionada demais e não me vejo capaz de encontrar as palavras certas... Acho que o Nimbus saberia bem como contar essa história, sem revelar demais. Sim. Melhor do que qualquer um e faria todos nós rirmos. Como me fez rir centenas de vezes e depois também me fez chorar demais. Ai, Nimbus! Como eu te adoro. 

- Bem... Vamos lá. 


Um pequeno resumo:


Ela só tinha onze anos quando seu mundo seguro e feliz se transformou num completo pesadelo. Banhado por sangue. O sangue dos seus pais. Foi com incredulidade e dor no coração que ela viu as vidas daqueles que ela mais amava serem destruídas sem qualquer chance de defesa. E por alguém em quem ela tanto tinha confiado. Pelo homem dos risonhos olhos azuis. O homem mais lindo que ela já tinha visto. E o mais cruel.

Seu pai teve a cabeça decapitada pelos soldados do homem de olhos azuis, logo depois do próprio homem de olhos azuis o fazer se ajoelhar na sua frente, lhe bater e dizer coisas horríveis. Após humilhar o pai de Gelina, ele foi embora sem se importar com o que seus homens fariam com sua família. Sem ficar para ter certeza de que as ordens seriam seguidas. Sem se importar com as duas crianças envolvidas naquela traição e que mesmo assim não tinham nada a ver com tudo aquilo. Ele simplesmente partiu. E Gelina teve que assistir todo o terror provocado por ele. 

Sua mãe ainda sofreu mais do que o seu pai. Só encontrou a morte depois de todos aqueles monstros fazerem com ela o que bem queriam. Só depois ela teve o direito de morrer. 

Gelina bem que gostaria de ter se juntado a mãe, de ter corrido para ela antes do seu fim e ter dito que estava bem. Que ela e Rodney tinham sobrevivido, mas ela foi impedida pelo irmão e após o terror chegar ao fim, ambos fugiram para a floresta, mas não sem antes pegar a espada de seu pai. 

Cinco anos se passaram. Cinco longos e duros anos. Nos quais Gelina lutou e lutou até se tornar uma guerreira invencível. Alguém capaz de matar com a mesma frieza com a qual destruíram seus sonhos e sua família. Toda a sua vida. Uma guerreira capaz de arrancar o coração de um ser humano e ainda conseguir sorrir depois disso. E ela se tornou exatamente o que queria. Alguém capaz de matar o cruel, desumano Conn, das Cem Batalhas. O homem que destruiu a sua vida. 


- Bem... O pai de Gelina, Rory Ó Monaghan, era um traidor. E não era a primeira vez que ele tinha traído o Conn, só que dessa vez era diferente. Dessa vez Conn tinha que agir. E agiu. Foi até o castelo de Rory e o humilhou, ordenando depois que ele e a esposa fossem levados até a sua fortaleza. Só que ele foi na frente e seus soldados, que não passavam de monstros, selvagens, não cumpriram as suas ordens. Em vez de levarem o casal até o Conn, resolveram fazer "justiça" com as próprias mãos. Conn não soube o que foi de Gelina e Rodney, os filhos do casal assassinado, até ser forçado a se encontrar com eles, cinco anos depois. 


"- Estás a sangrar outra vez. Queres matar-te?

Os olhos arrogantes dela fitaram os olhos azul-escuros dele.

- Não, Conn. Quero matar-te a ti. - Os lábios dela retorceram-se num sorriso.

Conn sentiu-se hipnotizado por aqueles olhos brilhantes, cor de esmeralda - uns olhos de mulher, amargos e revoltados, engastados num rosto de criança."


- Os soldados do Conn, que faziam parte do famoso Fianna, começaram a ser assassinados. Cruelmente assassinados. O pânico começou a tomar conta da corte e após o seu melhor amigo retornar sem vida, carregado por seu cavalo, Conn decidiu que ele próprio mataria o monstro sanguinário que estava ameaçando o seu povo. Só que ele não podia imaginar que não teria que enfrentar um monstro e sim uma criança de dezesseis anos, com o ódio na alma e a vontade de matar com suas próprias mãos o rei de Erin. E também não podia imaginar que acabaria se apaixonando por aquele anjo caído. Um anjo que tinha caído por sua causa. 

"- Dá-me o punhal, rapariga - disse num tom suave.

Uma onda de calor e dor percorreu Gelina. Pestanejou para aclarar a visão. Conn aproximou-se. O punhal tremia-lhe com violência nas mãos.

- Daqui o punhal só sai para o teu coração, se não me deixares em paz - ameaçou ela.

- Não tens hipóteses contra mim neste momento. E não me apetecia nada magoar-te.

- Antes maltratada pela tua espada do que pelos homens a quem me vais entregar. As armas que usariam contra mim seriam mais terríveis do que qualquer das que tu trazes.

Conn fechou os olhos por um breve instante.

- Falei sob a fúria e a pressa, rapariga. Só queria arrancar-te a verdade.

A gargalhada dela transformou-se num soluço.

- Mais mentiras. Saem tão facilmente de lábios macios como os teus. Continuas certo de que me convences com esses olhos azuis e amáveis. É tudo mentira. Uma mentira perversa. Dolorosa.

Sem baixar os olhos, Conn pousou a espada a seu lado. Levantou os braços num acto de rendição.

- O meu coração, milady. O meu coração pelo teu punhal. Em prova da minha lealdade."


- Prometi para mim mesma que não falaria demais e não vou. Só posso dizer que nunca li uma história como essa. Ela é diferente das histórias que já li. Nunca conheci uma mocinha capaz realmente de matar como a Gelina. De matar à sangue frio. Sem piedade. Sem remorso. E nem existe na História um rei tão apaixonante e capaz de dar todo o seu reino em troca do amor da mulher amada. 

- Gelina mata cinco homens antes do Conn conseguir pará-la. Ela já começa a história matando e, acreditem, é uma cena aterrorizante. Eu tive dificuldades para acreditar que uma menina tão magrinha e nova pudesse ser capaz de matar daquela forma. Que um anjinho que não deveria ter visto tanta maldade em sua vida, conseguisse dormir à noite depois de cometer aqueles crimes. Mas eu logo entendi por que ela os cometia. Por um sentimento chamado amor. O quê? Sim. Gelina não matava por ódio. E sim por amor. Pelo amor tão forte que ela sentia pelos pais que tinham morrido diante dos seus olhos. Gelina não sabia que aqueles homens que ela tinha matado eram inocentes. Que não tiveram nada a ver com o assassinato dos seus pais. Ela não sabia que o Fianna não era composto por homens do mesmo tipo. Ela só sabia que ainda doía demais. Que ela ainda conseguia ver aquela cena terrível diante dos seus olhos várias e várias vezes. Com a mesma clareza. Só sabia que tinha confiado em alguém que mandou assassinar seus pais. Que os traiu sem piedade. Ela não conhecia a verdadeira história. Não sabia que seu pai era um traidor. Ela só queria justiça e meu coração não pôde condená-la. Não posso. E não creio que seja justo alguém condená-la. Sei que muitos podem desprezar a Gelina pelas coisas que ela faz no início e ao longo da história. Ela não erra uma única vez. Ela não mata só no início do livro. Ela vai trair o Conn mesmo depois de lhe jurar lealdade (eu sei que disse que não vou falar demais e não vou!), vai errar feio, mas também vai pagar bem caro por cada erro. Ela também vai sofrer muito nas mãos do homem pelo qual vai se apaixonar e acreditem, isso será castigo mais do que suficiente. 

A Gelina conquistou o meu coração e se tornou minha querida logo no início. Foi fácil aceitá-la, fácil perdoá-la e muito difícil vê-la sofrendo. Nossa! Quando ela chorava eu tinha vontade de chorar também e de gritar para o Conn que ele estava cego. De bater nele e lhe xingar de todos os nomes ruins que existem. Mas eu não podia. Não tive coragem de xingar o Conn...

- Por quê? Porque eu sabia que ele tinha motivos para agir como agiu em alguns momentos durante a história. Eu sofri com algumas atitudes do Conn, mas o entendi e enxerguei seu sofrimento. Pude senti-lo. E me apaixonei perdidamente pelo homem que teve todas as oportunidades e todo o direito de acabar com a vida da Gelina e não foi capaz de fazê-lo. Pois se a matasse, estaria matando a si próprio. Eu senti muita pena e muito amor pelo homem que depois de magoar de modo tão cruel, sentiu tanta dor que a pediu que o matasse ou fugisse. Foram poucas as cenas que me marcaram de forma tão profunda como a cena na qual o Conn pede para a Gelina matá-lo. Foi uma cena que mexeu profundamente com as minhas emoções. Que me tocou de uma forma que sequer se pode explicar. E quando eles se reencontraram naquela masmorra eu não sei nem definir como me senti, gente. Foi horrível. Da mesma forma foi terrível quando a Gelina acordou naquele lugar, sem ele. Acho que naquele momento eu sofri tanto quanto a Gelina. Porque por mais que soubesse que o Conn estava cego, foi difícil aceitar que ele foi capaz de agir daquela forma. O Conn me magoou muito. Muito mesmo. Ele estuprou a Gelina, bateu nela, puxou seus cabelos e fez muitas outras coisas terríveis, mas eu não consegui odiá-lo. Fiquei magoada, sofri com suas atitudes, mas odiá-lo foi impossível. Vocês entenderão completamente meus motivos quando lerem o livro. É impossível odiar um homem que sofria tanto quanto quem ele fazia sofrer. Que chorava por causa dela. Que desejava que tudo fosse apenas um pesadelo. O Conn vai fazer a Gelina sofrer, gente. Muito. Mas terá motivos para isso. Por isso, peço que não julguem antes de conhecerem seus motivos. 


"Uma fúria gelada, branca, percorreu as suas veias e a energia resultante impeliu-a como louca para Conn. Desatou a bater-lhe, procurando derrubá-lo de todas as formas possíveis. Lágrimas a ferver rolaram-lhe pelas faces. As suas unhas abriram sulcos sangrentos nos braços dele.

Prendendo-a nos seus braços, Conn atirou-a ao chão e os dois rolaram, unidos num emaranhado de braços e pernas. O corpo dele pressionou o dela contra o chão, impedindo o mais breve gesto ou movimento. Os olhos de Conn pareciam de fogo e pela primeira vez Gelina perguntou a si mesma que tinha ela feito.

Conn queria matá-la. Queria despedaçá-la, calar para sempre a sua voz jovem e acusadora. Um qualquer lado cruel da sua pessoa queria empurrá-la para o abismo, para o passado que ela tentara ignorar tão audaciosamente. Quando ele desembainhou o punhal com o seu braço musculado, Gelina fechou os olhos com força e preparou-se para morrer."

- Estou aqui me perguntando se existe alguma lógica nessa resenha. Creio que não. Acho que me perdi e não sei se vou me achar a tempo de tentar escrever uma resenha decente. Digna da história. Comecei a escrever essa resenha logo após terminar de ler a história e creio que estou abalada demais ainda. Emocionada, entende? Mas mesmo que esperasse até a emoção passar um pouco, não acredito que conseguiria escrever uma resenha decente. Esse tipo de livro me deixa sem palavras e eu nunca consigo colocar em palavras tudo que sinto. É sempre impossível. São coisas que somente podemos sentir. Que não dá para escrever. Pelo menos, eu tentei. :)

- Não poderia terminar essa resenha sem falar de um personagem que também roubou meu coração e que provoca uma dorzinha nesse mesmo coração toda vez que penso nele. É o Nimbus. Meu querido bobo da corte, o anão mais incrível que já conheci. Um dos meus melhores amigos. Alguém que teve o azar de nascer anão e ter sonhos que ele próprio acreditou que não poderia realizar. Eu queria ler uma história só sobre ele. Sobre a vida dele. E queria que a Teresa Medeiros tivesse acreditado que ele merecia um romance. Eu não sou das que acreditam que existe tamanho, cor e posição social para o amor. Sou das que acreditam que não importa o seu tamanho, a sua cor, sua posição social ou se você tem alguma deficiência física ou mental... você merece o amor. Tem o direito de amar, ser amado e viver uma história de amor. Ser protagonista de uma história de amor com final feliz. Por isso, não achei justo o que a Teresa Medeiros fez. Não estou muito contente com ela. Estou furiosa. 

- O que mais posso falar sobre A Conquistadora para convencê-los a ler o livro? Sinto muito por não conseguir escrever tudo que gostaria. Queria ter as palavras certas, mas elas fugiram de mim. Só peço que vocês leiam o livro. Leiam! Irão saber direitinho o que sinto depois de lerem esse livro. Saberão por que não encontrei as palavras certas para tocar o coração de vocês. Saberão por que perdoei o Conn e a Gelina e por que estou sofrendo tanto por ter terminado de ler o livro. Definitivamente, sinto pena do próximo livro que vou ler. 

- Alguém aqui já ouviu a música "Amor de Engaño"? Eu recomendo que procurem essa música e a ouçam depois de conhecerem a história de amor, ódio, vingança e paixão existente entre o Conn e a Gelina. E se preparem para o final. Se preparem muito. E mesmo com toda a preparação ainda serão pegos de surpresa. Eu fui. E olha que eu sabia como o livro iria terminar. 

- Essa é uma história muito intensa. E tem um final inesperado. Não sei se vai agradar a todos. Eu mesma não sei ainda se aceito o final ou não. Não. Não é um final infeliz, mas, digamos, que seja como o final de A Carícia do Vento. Sim. O livro do nosso bandido preferido: Ráfaga. Não é um final esperado. Acho que ele contribuiu para aumentar minha depressão pós-livro. 


"- Dizem que magoa sempre. Teria magoado mesmo que não fosse essa a tua intenção.

- Oh, mas era essa a minha intenção - respondeu Conn com brusquidão. - Sabes com certeza que eu podia ter facilitado as coisas para ti. Ou talvez não saibas. - Os olhos dele fixaram-se nos dela com o espanto de uma criança. - Eu teria morrido por ti, Gelina. Em que te decepcionei? Por que razão me traíste? Se alguém me dissesse que eu ia um dia impor-te a minha vontade, teria matado essa pessoa."

- Mortes, ódio, traição, vingança, segredos, revelações abaladoras, amor, paixão, sofrimento e muitas outras coisas você encontra nessa história. Eu nunca diria que é uma história fácil. A leitura é fácil. Você pode acabar de ler o livro em poucas horas, mas a história é complicada. Vai fazer você rir muito, mas também vai te fazer chorar. E vai roubar o seu coração. Disso não tenha dúvidas. 

- Eu não poderia deixar de agradecer a minha querida amiga, Carlita, por ter me indicado essa história. E não só isso. Além de indicar a história, ela me deu a possibilidade de lê-la, me presenteando com o livro. É uma edição portuguesa. Infelizmente, esse livro não foi lançado aqui, mas eu espero que seja. A esperança é a última que morre. Espero que as editoras brasileiras acordem e corram atrás de escritoras como essa, que sabem criar uma história apaixonante e marcante. Impossível de ser esquecida. Muito, muito obrigada, Carlita! Eu nem sei explicar o que sinto por essa história. É muito mais do que amor. 


"- Se me deixares esta noite, Gelina, deixas-me para sempre. Nimbus ofereceu-se para te levar daqui para fora. Não suporto ter-te tão perto de mim e não poder tocar-te. Isso está a destruir-me. Se me vais deixar, vai agora... pois receio nunca mais te deixar ir."


Bjs e até breve!

26 de janeiro de 2012

A Chama e a Flor - Kathleen E. Woodiwiss


1º Livro da Série Família Birmingham


"A chama e a flor" é uma história de amor entre uma camponesa irlandesa (Heather) e um violento e auto-suficiente capitão ianque (Brandon), tendo como pano de fundo o submundo da poderosa Londres do século XVIII e os sonhos e mazelas de uma sociedade em formação numa América feudal."

Uma tentativa de estupro marca para sempre a vida de Heather.

Ao ver-se acuada por seu agressor, fere-o de morte. Horrorizada, foge e começa a vagar pelas ruas de Londres.
Acaba em um navio, onde o capitão, confundindo-a com uma prostituta, abusa dela.
Após algum tempo, Heather descobre que está grávida, e o capitão do navio deseja reparar a desonra tomando-a por esposa.
Pouco a pouco o inicial receio entre ambos dá espaço ao afeto, e amadurece a semente do amor.
Entretanto, o passado espreita, disposto a dar um golpe fatal a seus sonhos.



Palavras de uma leitora...



- Eu comecei a ler esse livro por pura curiosidade.rsrs... Tinha lido um comentário muito engraçado sobre ele no skoob e senti vontade de conhecer o tal "psicopata".kkkkkk... Essa palavra que a menina usou para descrever o mocinho, me fez lembrar de algo que eu tinha dito sobre o Clayton (de Whitney, Meu Amor) e eu cheguei a chorar de tanto rir.rsrs... Aí, não resisti e tive que conhecer o Brandon. Eu até esperava odiá-lo, mas isso não aconteceu. Talvez eu não esteja no meu normal ultimamente, mas achei esse mocinho bem mais suave do que outros que conheci (bem mais suave do que o Clayton e o Ráfaga, por exemplo.). É verdade que ele se comporta como um verdadeiro canalha no início do livro. Ele realmente estuprou a mocinha e mais de uma vez. Três no total. O que ele fez foi marcante e muito cruel. A mocinha sofreu, gritou, chorou e nada o fez parar. Ele ainda teve a cara de pau de brincar com algo que era muito sério. De fingir que o que fez não tinha importância, que não era grave. Ele se desculpou com a sua consciência ao dizer que acreditava que ela fosse prostituta, mas nada justifica. O que ele fez foi nojento e desumano. Ele não teve um pingo de piedade da mocinha, apesar de não ter agido com violência. Deu pouca importância ao que ela sentiu. Na verdade, não deu importância alguma. Suas lágrimas não o comoveram e ele ainda zombava da dor dela. É algo realmente capaz de esquentar nosso sangue, nos fazer desistir da leitura e odiar demais o mocinho. Mas... Se a cena é realmente tão revoltante e não há desculpas para a atitude do mocinho... Por que então eu o perdoei e acabei me apaixonando por ele?rsrs... Talvez porque eu tenha ficado louca. Não sei explicar. É só que depois de ter conhecido alguns mocinhos bem complicados e ter lido o livro do Roger (apesar do Roger jamais ter estuprado ou agredido a Isaura), eu estava disposta a conhecer o mocinho melhor antes de formar uma opinião sobre ele. E quase imediatamente ele ganhou meu coração.rsrs... É um tipo de carinho que não dá bem para explicar, pois o Brandon é complicado demais e é muito difícil entendê-lo. Acredito que numa outra época, alguns meses antes, eu sequer procuraria entendê-lo. Acredito que ele não teria a menor chance comigo e eu não teria paciência com as suas oscilações de humor... e suas brincadeiras irritantes. Do modo como ele brinca com tudo e mais um pouco. O Brandon é verdadeiramente irritante em vários momentos. Seu sorrisos debochados seriam capaz de esquentar demais o meu sangue no passado. Mas no caso desse livro, esse modo de levar as coisas, zombar de assuntos importantes, só me irritou demais realmente uma vez. Quase no final do livro. Achei que ele tinha ultrapassado o limite naquele momento. Que deixou escapar uma oportunidade valiosa de consertar um pouco o que tinha feito antes. Mas ele não fez isso. Levou na brincadeira mais uma vez e foi aí que eu realmente me aborreci seriamente com ele. Apesar de amá-lo, em momento algum eu esqueci o estupro. Só que eu vi nele algo além daquele canalha que tinha feito o que fez, entende? Não me "apeguei" ao estupro, não deixei que aquele ato condenasse o livro inteiro, antes de eu terminar de lê-lo. Acreditei que o mocinho merecia uma chance de mostrar que tinha o seu valor, apesar de qualquer coisa. Gente, não estou diminuindo o que ele fez. Não estou dizendo que foi certo e que não era importante. Nada disso. O que ele fez foi muito mais do que errado. A mocinha realmente não queria nada com ele. Ela realmente lutou, ela realmente sofreu e tudo que queria era distância dele. Eu não esqueci nada disso. Mas já que tinha perdoado outros mocinhos que tinham cometido esse crime gravíssimo, acreditei que ele também merecia uma chance de me mostrar que não era um monstro e continuei a leitura. Acabei me apegando muito ao mocinho.rsrs... Sim. Eu realmente me apaixonei por um mocinho que tinha cometido estupro e apesar de já ter perdoado algo assim antes, eu fiquei até um pouco chocada. Ainda mais porque ele não pagou pelo que fez. Nada que tenha passado, foi realmente um castigo. Se ele sofresse como o Clayton sofreu por exemplo, eu ainda não me sentiria culpada por tê-lo perdoado. Como é que é?! rsrs... Sim. Me sinto um pouco culpada por ter perdoado o Brandon. Porque se eu for bem sincera, ele não pagou pelo erro e nem procurou pedir perdão. Ele fez de conta que nunca tinha feito nada e zombou demais das coisas. Mas, se eu também for ser sincera o perdoei porque enxerguei que toda aquela zombaria era um modo de se defender de seus próprios erros. Um modo de procurar aliviar a consciência. Acredito que ele tinha inclusive medo de pedir perdão, por não saber como a mocinha reagiria diante de tudo. Negar para si próprio que tinha cometido o erro, era uma forma de se defender dele. A maior parte das vezes nas quais o Brandon sorriu daquele modo irritante, ele estava procurando se proteger de algo. Da fascinação que estava sentindo pela mocinha, do seu terrível crime, do amor que ele estava começando a sentir por ela... Não é correto fazer o que ele fazia. Se proteger, negando os fatos. Mas era uma característica dele e eu procurei entendê-lo. Além disso vi muita ternura no Brandon, amor, nos sorrisos carinhosos, nos olhares, no modo como ele ficava pensativo algumas vezes enquanto a observava. Na forma como tocava seus cabelos, na alegria que sentia quando ela sorria. Eu enxerguei amor nele. E o vi inclusive muito vulnerável diante desse sentimento inesperado. Ele não queria amá-la. Não queria se importar com ela, mas aconteceu. Aquela jovem que ele tanto tinha ferido, invadiu seu coração e ele não sabia nem o que fazer, como se aproximar dela. Aí, ficava irritado e dizia coisas que não queria dizer. Eu vi o Brandon como um menino teimoso e perdido em muitos momentos.rsrsrs... Houve momentos nos quais desejei protegê-lo de toda aquela confusão. Enfim... Ele me conquistou, gente. E não foi escolha minha. Simplesmente aconteceu.


Um pequeno resumo:


A história começa quando os pais da mocinha já faleceram e ela está com 17 anos. Ela vive com uma tia que é o demônio em forma de gente e já não aguenta mais tanto sofrimento. Ser surrada sempre que sua tia deseja, humilhada e explorada. Como se sequer fosse um ser humano. A tia da mocinha a odiava por ela ser tão bela como a falecida mãe. Ela tinha inveja da mocinha e por isso vivia maltratando-a dia e noite e todo aquele sofrimento, aquele inferno já durava dois anos. Tudo que a mocinha queria era ter uma oportunidade de sair daquele lugar. De recomeçar longe de tudo aquilo.


E quando o irmão da sua tia apareceu, disposto a levá-la com ele para Londres e lhe arrumar um emprego como professora de uma escola para senhoritas, Heather viu nele um anjo enviado para salvá-la. Confiante, ela partiu acreditando que a partir daquele momento nada mais seria igual. E realmente não foi. Heather saiu de um inferno para cair em outro ainda pior.



Ao chegarem em Londres, William finalmente mostrou suas garras. Tentou violentar a mocinha e num momento de desespero, ela pegou uma faca para se defender. Durante a luta, ele acabou conseguindo se apoderar da faca e quando a mocinha conseguiu se soltar das mãos dele, ele caiu... por cima da faca.


Desesperada e em choque, Heather fugiu sem olhar para trás. Fugiu sem saber para onde e o que fazia. Tudo parecia um pesadelo e ela só queria acordar. Estava com medo de tudo e acreditava que a qualquer momento a polícia iria encontrá-la e acusá-la de ter matado aquele homem. Por isso, quando dois homens se aproximaram, parecendo estar justamente a procura dela, Heather ficou tão assustada, que sequer resistiu. Acreditava que era a polícia e que estavam levando-a até o juiz, que iria decidir seu destino. Condená-la por um crime que ela sequer tinha cometido. Mas quem iria acreditar nela? Quem iria acreditar que aquele verme simplesmente caiu por cima da faca?


Aqueles dois homens, levaram Heather até o camarote de Brandon. Ele tinha acabado de chegar em Londres e depois de tanto tempo no mar, sem companhia feminina, precisava "aliviar" suas necessidades. Fazer sexo com alguma mulher, independente de quem fosse. Desde que fosse mulher e estivesse limpa...


Quando seus dois criados se aproximaram com Heather, ele sequer perdeu tempo. A luta da mocinha não foi nenhum impedimento para ele. Pelo contrário. Ele chegou a rir dos seus esforços, acreditando ser um jogo para excitá-lo ainda mais. E quando a possuiu e descobriu que ela era virgem, não sentiu um pingo de remorso. Continuou até saciar seus desejos e depois a deixou chorando.


Quando descobriu que ela era virgem e que estava apenas perdida, sua única preocupação foi com o fato dela pertencer a alguma família importante e ele acabar condenado por tê-la violentado. Mas quando ela esclarece que era pobre e não tinha quem se importasse com ela, Brandon fica aliviado e mais do que disposto a continuar violando-a. E comete o crime mais duas vezes, antes da mocinha finalmente conseguir escapar.


Heather, tomada pelo pânico e o ódio, conseguiu fugir daquele lugar e resolveu voltar para a casa da sua tia, mesmo sabendo que continuaria sofrendo ali. Mas qualquer coisa era melhor do que ter que suportar as coisas que Brandon fazia com ela. Do que ter que suportar toda aquela dor e humilhação.


Depois de muitas semanas, a tia de Heather acaba descobrindo que ela está grávida e ela se vê forçada a contar o que lhe tinha acontecido. Ou pelo menos, parte do que aconteceu. E a partir daí, um reencontro nada agradável se aproxima. Brandon, que nunca tinha sido forçado a fazer nada em sua vida, se vê obrigado a se casar com a mocinha, se não quiser apodrecer na prisão ou inclusive ser condenado à morte.


E um casamento por obrigação, onde as duas pessoas não queriam estar casadas só pode começar e terminar mal, não é? Ou será que não?


- Bem... Em resumo posso dizer que gostei muito desse livro apesar do início nauseante. Brandon não se arrependeu. Ou pelo menos, não quis admitir que tinha errado. Como posso dizer? Ele negou para si mesmo que tinha cometido algo de errado e por isso, em momento algum, pediu perdão a mocinha pelo que tinha feito. Tudo ficou por isso mesmo. Como se ele nunca tivesse feito nada, porém eu o perdoei. Sei que parece loucura, mas eu senti que podia perdoá-lo independente do que ele fez. Lhe dei outra chance e não posso dizer que me arrependi. Na minha opinião, apesar da falta de pedido de perdão e o modo como ele a tratou inicialmente, ele merece perdão. Não é um mocinho perfeito. Sequer posso dizer que ele é perfeito apesar de qualquer imperfeição.rsrs... Não é. Está muito longe disso, mas eu o amo mesmo assim e achei o relacionamento entre o casal, após o casamento, muito fofo. Tinha sim momentos em que eu desejava esganar o mocinho e até mesmo a mocinha, mas gostei muito de como as coisas ficaram depois do início. Do modo como Brandon precisou resistir, de como eles foram se conhecendo mais e se aproximando. Eu cheguei a rir muito com algumas cenas... algumas loucuras e diálogos desse casal. Me apaixonei por eles. Torci por eles e até acho que eles mereciam uma história melhor do que essa. Mereciam uma história bem melhor, pois apesar da história ser muito boa, a autora pecou pelo excesso.
 
A Kathleen exagerou demais nessa história, gente. A beleza impactante da mocinha (todos os homens a desejavam. TODOS. Quase paravam de respirar quando ela passava e queriam violentá-la.rsrs...), o excesso de narração inútil (a autora não precisava narrar tudo que narrou), chegando ao ponto de cansar o leitor... e o mais importante para mim: a forma como ela terminou a história. Queridos leitores, tenho que ser sincera com vocês, apesar de desejar que leiam o livro...rsrsrs... O final é ridículo. Eu não sabia se ria ou chorava.kkkk... Não tenho nem palavras para explicar o quanto achei tudo aquilo chocante, ridículo, desnecessário. Não sei no que ela estava pensando quando decidiu que o livro tinha que terminar como terminou, mas... Enfim..rsrs...
 
- Recomendo a leitura? Sim. Apesar dos exageros e do início cruel, não é um livro ruim. Não me arrependi de lê-lo, me diverti muito com ele, achei o casal adorável e o Brandon conquistou totalmente meu coração. Amo demais esse mocinho complexo e teimoso.rsrs... Só por ele eu seria capaz de reler o livro. E o livro não perdeu uma estrela por causa dele. Apesar de ter ficado muito furiosa com ele quase no final da história, por ele ter jogado fora uma oportunidade única de se explicar, de pedir perdão e encarar as coisas de maneira séria, o livro perdeu uma estrela porque teve muitas falhas. A soma de tudo fez com que eu considerasse que o livro não era digno de cinco estrelas. Apesar disso, ele está entre os favoritos.

- Sabiam que o Brandon me fez lembrar de uma música que minha irmã vive escutando?rsrs.. Não posso dizer que sou fã dessa música, apesar dela ter uma letra muito bonita. Mas é que eu não acredito no arrependimento que a música tenta passar, sabe? Não acredito que houve o arrependimento citado, mas lembrei da música.rsrs.. Ela é muito linda, sim. Só tenho problemas com ela por não acreditar que o cara se arrependeu.kkk...

Os trechos dos quais o Brandon me fez lembrar:

"Eu não vou ficar aqui

Vendo a gente se perder
Eu não posso admitir
Que um de nós tem que sofrer
Eu errei não vou negar
Mas perdoa por favor
Dá uma chance em nome do amor"

"Eu to pedindo desculpa por quê não cumpri meu papel

Desesperado, arrependido, pelo amor de Deus
Vida me dá mais uma chance minha vida
Não me abandone amor ainda

Tô tão envergonhado do que eu fiz
Por nada, não vou deixar de amar você por nada
Você é minha luz, a minha estrada
Eu vou lutar pra te fazer feliz!"


- Eu gostaria que o Brandon tivesse se desculpado, que tivesse ficado desesperado, arrependido. Que suplicasse o perdão da mocinha, que implorasse para ela não abandoná-lo, que dissesse pelo menos o que o cantor disse: "Tô tão envergonhado do que eu fiz." Não posso dizer que não fiquei chateada com ele por causa disso. Eu fiquei. Mas o amo, apesar de não achá-lo perfeito. Apesar de ver que ele pode ser um completo canalha algumas vezes. Enfim...


Bjs e até breve!
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