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31 de dezembro de 2017

O Resgate no Mar (Parte 2) - Diana Gabaldon

(Título Original: Voyager
Tradutora: Geni Hirata
Editora: Saída de Emergência
Edição de: 2015)


3º Livro da Série Outlander


Claire Randall finalmente conseguiu voltar no tempo e reencontrar Jamie Fraser na Escócia do século XVIII, mas sua história está longe do final feliz. O casal terá que superar muitos obstáculos, de fantasmas a perseguições marítimas, mas o principal deles são os vinte anos que se passaram em suas respectivas épocas desde a última vez que se viram. 

Se a intensa paixão e o desejo entre eles não parecem ter diminuído nem um pouco, o mesmo não se pode dizer sobre a confiança. Jamie agora é um homem endurecido pelo que aconteceu após a Batalha de Culloden. Claire, por sua vez, precisa lidar com o segundo casamento de seu amado e suportar a saudade de Brianna, que ficou sozinha no ano de 1968. 

A união dos dois será posta à prova quando o sobrinho de Jamie for sequestrado. Juntos, eles precisarão singrar pelos mares e cruzar as Índias Ocidentais para resgatá-lo, provando mais uma vez que nada é capaz de deter uma história de amor que vence as fronteiras do tempo e do espaço.



Palavras de uma leitora...


- Às vezes eu desejo esganar alguns autores. É um sentimento comum, creio. Inúmeras vezes fervi de raiva da minha autora preferida (Florencia Bonelli), mas penso que nenhuma autora nunca me provocou tanta revolta quanto a Diana Gabaldon. Se a FB é sádica não sei nem como chamar a DG. 

"- Sabe o que é viver vinte anos sem coração? Ser apenas parcialmente humano e acostumar-se a viver com o que restou, preenchendo os buracos com qualquer coisa à mão?"

- Nada acaba fácil na primeira parte de O Resgate no Mar. Após serem vítimas de uma emboscada, é hora de Claire e Jamie tomarem a esperançosa e ao mesmo tempo difícil decisão de voltar para casa. Para Lallybroch, a terra em que Jamie cresceu e amava com todo seu coração, mas foi obrigado a transferir para seu sobrinho, nos tempos mais difíceis anteriores à Batalha de Culloden. Sabia que se mantivesse as terras para si, elas seriam tomadas pelos ingleses. Sem opção, a manteve na família da única maneira possível e não se arrependia. Mas retornar... como sonhara com este momento! 

Todavia, voltar para casa não era uma tarefa tão simples quanto parecia. Embora Lallybroch fosse um refúgio era também um local que guardava sérios segredos, de um passado de separação e recomeços. Como contar para a Claire toda a verdade? Como encarar a possibilidade de perdê-la outra vez? Não estava pronto. Talvez não estivesse nunca. 

"Eu teria dado a minha vida, por ela e por você. Se preciso, meu coração e minha alma, também..."

- Embora tenha incentivado a Claire a voltar para seu tempo, vinte anos atrás, Jamie nunca conseguiu se livrar da dor que parecia rasgar seu coração. Fizera o melhor por ela e pela filha que ela esperava. Mas como não sentir raiva, ciúmes, mágoa por ter sido outro a criar sua filha? Por ter sido outro a acordar dia após dia ao lado de sua mulher? Ninguém podia culpá-lo por odiá-la, mesmo que a amasse mais que a sua própria vida. Ninguém também poderia condená-lo por casar-se outra vez, quando acreditara que só voltaria a ver a Claire após sua morte. O fato dela reaparecer não mudava as coisas. Não alterava a passagem do tempo e tudo o que aconteceu naqueles vinte anos. Não era possível apagar o passado, muito menos voltar atrás. 

"Estávamos fazendo o melhor possível para nos matar, alimentados pela raiva de anos separados - a minha por ele ter me mandado embora, a dele por eu ter ido, a minha por Laoghaire, a dele por Frank."

- Claire não sabia o que esperar ao chegar a Lallybroch, mas certamente não era a recepção dúbia de Jenny, sua cunhada, alguém que tinha sido uma grande amiga num passado distante. De quem ela sentira imensa falta e desejava intensamente rever. Mas toda a amizade parecia ter se rompido com os anos, pois a Jenny que a recebeu não parecia querê-la por perto. Não parecia considerá-la mais nada. E tudo piora quando um segredo chocante é revelado de uma maneira inesperada, fazendo-a perceber que talvez já não conhecesse o homem por quem tinha voltado. Por quem, mais uma vez, ela largou tudo. Onde tinha ido parar a promessa de nunca mentirem um para o outro? Quem era o estranho que fizera amor com ela, mas guardara para si algo que os afetava diretamente, algo que ela não poderia perdoar?

Transtornada após descobrir que Jamie casara outra vez, que estava casado naquele momento e era pai de duas meninas, ela mal conseguia pensar. Estava preparada para aquela possibilidade. Antes de voltar, sabia o que poderia encontrar. Não era isso o que mais doía. Além da mentira, o que era insuportável era saber que ele reconstruíra sua vida ao lado de Laoghaire. De todas as mulheres que ele poderia ter escolhido, foi justamente ela. Aquela responsável por um dos piores momentos de Claire, quando ela foi acusada de bruxaria, julgada e quase condenada à morte na fogueira. Por culpa daquela mulher, de Laoghaire. Não! Ela poderia perdoar qualquer coisa, menos aquilo. 

"- Durante tantos anos - disse ele - por tanto tempo, eu fui tantas coisas, tantos homens diferentes. [...] Mas aqui - disse ele, tão baixinho que mal podia ouvi-lo -, aqui no escuro, com você... eu não tenho nenhum nome."

- Disposta a ir embora outra vez, para longe de toda dor que a atingia sempre que estava perto de Jamie, ela foge de Lallybroch. Mas existem decisões que não podem ser tomadas. Escolhas que a vida não nos permite fazer. Como se afastar novamente? Como deixar outra vez o único homem que seu corpo desejava, que seu coração amava e que ela recordava mesmo dormindo, mesmo inconsciente? Se existia destino, o seu, sem sombra de dúvidas, era ao lado dele. 

Ainda magoada por suas mentiras e pressentindo que ele ainda ocultava outros segredos, Claire fica. Mesmo sabendo que dificilmente teria paz ao seu lado. Podia recordar a tranquilidade da vida em sua época, o chuveiro elétrico, os confortos de um tempo avançado. Não era uma vida desagradável, mas era uma vida sem amor. Uma vida em que Jamie não existia. 

"- Eu o amo - disse, e não precisava dizer-lhe que eu realmente falava do fundo do coração."

O retorno de Claire ao século XVIII, ao lado de Jamie, não é pacífico. É tumultuado, recheado de saudades e revolta, amor e ódio, paixão e ciúmes... de sentimentos fortes e confusos. Mas nada se comparava ao que eles, juntos, ainda enfrentariam. O mesmo destino que os uniu, os separou por vinte longos anos. E ainda não estava satisfeito. Porque um amor como o deles parecia possuir a necessidade de sempre ser posto à prova.

- Imagino que a Claire e o Jamie não tenham problema de coração. Senão, com certeza, já estariam mortos há muito tempo. Não sei qual é o problema da Diana Gabaldon com eles. Caramba, será que nunca bastará para ela?! Os dois já comeram o pão que o diabo amassou e dançou em cima, mas a autora não parece satisfeita. Vocês que acompanham a série sabem tudo o que eles enfrentaram. Todo o sangue literalmente derramado, todos os momentos de agonia física e emocional, todos os fantasmas que nunca os abandonarão, as lembranças... e a separação. Mas vem a autora com mais problemas, mais dor! Tem hora que dá vontade de gritar de raiva. Não suporto mais ver meu casal sofrendo! Não aguento mais tantas reviravoltas! 

" - Deus sabe que há um feitiço em sua vida, Jamie, ou já teria morrido uma dúzia de vezes."

- Sem sombra de dúvidas! Foram tantas as vezes em que o Jamie esteve perto da morte que nem dá para contar. Sem mencionar a Claire que também escapou por bem pouco vezes sem conta. Mas em O Resgate no Mar é tiro, facada, sequestro, tentativa de estupro, epidemias, ameaça de execução por enforcamento, outra separação, quase afogamento no mar (uma, duas, três, quatro... vezes!). Fiquei me perguntando se o casal realmente passou mais tempo junto ou separado neste livro. Sério! E se eles são imortais. Porque nenhum ser humano normal escapa tantas vezes da morte. Nem mesmo possuindo uma tremenda sorte!rs

- No entanto, apesar de eu ter me irritado muito com a autora ao longo da leitura e todas as "aventuras" que o casal é obrigado a enfrentar (se tivessem escolha eles viveriam uma vida bem tranquila numa casinha de campo, criando seus filhos e esquecendo-se do mundo), este é o meu livro preferido da série.kkkkk... Verdade que acontecem coisas demais, ao ponto de tornarem-se um tanto quanto inverossímeis, impossíveis de acreditar. A autora exagerou. Mesmo assim, foi o livro que mais apreciei, a leitura que me tocou de um jeito especial. Os outros dois livros foram maravilhosos, mas O Resgate no Mar tem um lugar de destaque no meu coração. Talvez porque as emoções estavam mais fortes, talvez porque também vivi com eles a separação de vinte anos e os vi mudar, serem atingidos pelo passar do tempo. Depois de tudo o que vivemos juntos, é normal que a leitura do terceiro livro tenha sido mais forte, mais impactante. 

"- Amar você me levou ao inferno mais de uma vez, Sassenach; mas eu correria o risco outra vez, se necessário."

- O que sempre me faz voltar para Outlander? O que me prende tanto à série? Fácil de descobrir: o amor que uniu e separou Claire e Jamie. O amor que a fez atravessar dois séculos... mais de uma vez. O amor que os obrigou a sacrifícios dolorosos demais de recordar, que os fez desejar e aceitar a morte... se com isso pudessem salvar o outro. É um amor inexplicável, incondicional. Um amor que nada poderia matar. Eu mudo cada vez que leio a história deles. Cresço mais, me torno alguém melhor e com mais esperança. Os únicos personagens que já viveram coisas semelhantes ao que Claire e Jamie viveram e me tocaram tanto como eles foram aqueles construídos pela Florencia Bonelli. Nunca pensei que sentiria algo parecido com o que senti com Isaura e Roger, Micaela e Carlo, Rafaela e Artémio, Eliah e Mat... mas aí conheci Outlander... 

"Pensei rapidamente naquela lápide na Escócia, com seu nome gravado, e reconfortei-me com sua distância. Fosse quando fosse, nossa separação não aconteceria em breve. E mesmo quando e onde acontecesse - ainda deixaríamos Brianna."

- Quem nunca leu esta série realmente não faz ideia do que está perdendo. Existem livros que não fazem a menor diferença em nossa vida se não lemos. Livros que podemos passar pela vida sem conhecer. Mas existem outros... que não ler é como passar pela vida sem realmente viver. E não brinco quando digo isso. Existem histórias que necessitamos conhecer. Que nos transformam, que nos marcam profundamente. Carrego comigo cicatrizes de histórias que li. De histórias que se tornaram parte do que sou, que construíram a pessoa que sou hoje. Não me envergonho dessas marcas. As carrego com orgulho em meu coração. 

"- Então me beije, Claire - sussurrou ele. - E saiba que você significa mais para mim do que a própria vida e que não me arrependo de nada."

E assim termino o ano de 2017. :D Existe maneira melhor?! Faltando poucas horas para o final de um ano que foi difícil, desafiador e ao mesmo tempo maravilhoso em seus devidos momentos (risos), eu escolhi como último post do ano a resenha de O Resgate no Mar. Minha família me disse que sou louca, que necessito de tratamento, mas não me importei e larguei tudo que precisava fazer para sentar na frente do computador e falar do meu casal querido. E, como o Jamie não se arrepende de nada, eu também não me arrependo. :)

Adeus 2017!!!! Feliz Ano Novo, queridos!

16 de setembro de 2017

O Resgate no Mar (Parte 1) - Diana Gabaldon

(Título Original: Voyager
Tradutora: Geni Hirata
Editora: Saída de Emergência
Edição de: 2015)

3º Livro da Série Outlander 

Há vinte anos Claire Randall voltou no tempo e encontrou o amor de sua vida – Jamie Fraser, um escocês do século XVIII. Mas, desde que retornou à sua própria época, ela sempre pensou que ele tinha sido morto na Batalha de Culloden. 

Agora, em 1968, Claire descobre, com a ajuda de Roger Wakefield, evidências de que seu amado pode estar vivo. A lembrança do guerreiro escocês não a abandona… seu corpo e sua alma clamam por ele em seus sonhos. Claire terá que fazer uma escolha: voltar para Jamie ou ficar com Brianna, a filha dos dois. 

Jamie, por sua vez, está perdido. Os ingleses se recusaram a matá-lo depois de sufocarem a revolta de que ele fazia parte. Longe de sua amada e em meio a um país devastado pela guerra e pela fome, o rapaz precisa retomar sua vida. 

As intrigas ficam cada vez mais perigosas e, à medida que tempo e espaço se misturam, Claire e Jamie têm que encontrar a força e a coragem necessárias para enfrentar o desconhecido. Nesta viagem audaciosa, será que eles vão conseguir se reencontrar?



Palavras de uma leitora...


- Sei que demorei muito para ler a continuação da série. Mas vocês precisam entender que não sou a pessoa mais corajosa do mundo.rs Como disse no post Outlander - Série de Livros e de TV, estava com medo. Muito, na verdade. Tanta coisa aconteceu em A Libélula no Âmbar e saber que o casal passaria boa parte do livro três separado me fez adiar a leitura por tempo indeterminado.kkkkkk... Eu já tinha sofrido tanto... Só de pensar na dor que a Claire e o Jamie estariam sentindo... Foi demais para mim. 

E se vocês acham que adiei por muito tempo a leitura (um pouco mais de dois anos) o que diriam do que tenho feito com a Mat e o Eliah?!rs Li o primeiro e segundo livro da Trilogia Cavalo de Fogo em 2013. Até hoje não criei coragem para ler o último livro.kkkkk Penso bastante no meu casal querido. Este ano, então! Todavia, sigo não estando preparada para as torturas que sei que fazem parte do último livro. Ainda mais depois que li a história do Artémio e da Rafaela. Amo a Florencia Bonelli assim como também sou louca pelos livros da Diana Gabaldon, mas meu coração aguenta doses pequenas de sadismo por ano.rs E ver meus casais amados sofrendo, sendo feridos de maneiras insuportáveis não é algo que eu aprecie. 

"Claire. O nome cortou seu coração como uma faca, provocando uma dor mais torturante do que qualquer sofrimento que seu corpo já havia suportado."

Em A Viajante do Tempo, após passarem anos separados por conta da guerra, Claire e Frank resolvem viver a tão sonhada lua de mel. Assim, saem da Inglaterra para passar algum tempo na Escócia, conhecendo os mistérios e belezas daquela terra tão bonita que guardava os segredos de épocas devastadoras... A primeira e a Segunda Guerras Mundiais haviam passado, mas a Escócia, cerca de dois séculos antes, tinha vivido a sua própria destruição. 

Ao chegar à Escócia, em vez de recuperar o tempo perdido e finalmente conhecer de verdade a esposa, Frank decide aproveitar a viagem para aprofundar-se mais em seus estudos sobre os jacobitas, seus antepassados e a Batalha de Culloden, sem saber que estava prestes a perder a mulher que amava... e, talvez, para sempre.

Curiosa após ver um estranho ritual enquanto passeava com o marido, Claire não conseguiu tirar o lugar de sua cabeça. Algo a atraía, como se a chamasse. Não parando muito para pensar, retorna ao círculo de pedras na manhã seguinte, atravessando dois séculos antes que pudesse ter noção do que lhe acontecia. 

Agora na Escócia do século XVIII, perdida e confusa, seu caminho se cruza com o de Jamie Fraser... mudando para sempre a vida dos dois. Não queria estar ali. Queria voltar para casa, para o marido que deveria estar desesperado à sua procura. Aquele não era o seu lugar. Mas, conforme o tempo passa e ela vai conhecendo melhor o homem com o qual teria que se casar para salvar a própria vida, seu coração começa a não desejar o mesmo que sua mente. Como deixá-lo se bastava um toque para que ela esquecesse o mundo? Como pensar numa outra vida se ao estar em seus braços sentia que era aquilo que esperara por tanto tempo? Amava-o com seu sangue, seus ossos, todo seu corpo e alma. Não quisera amá-lo e se tivesse que pagar o preço por trair aquele que talvez ainda esperasse por ela... o pagaria com alegria, pois nada no mundo a faria deixar Jamie Fraser para trás... Nada. 

" - Eu vou protegê-la. Dele e de qualquer outra pessoa. Até a última gota do meu sangue [...]" 
[A Viajante do Tempo] 

Mas em A Libélula no Âmbar tudo foge ao controle de Claire e Jamie. Com a revolta jacobita estourando, segredos, intrigas, mentiras e assassinatos por toda parte, o destino interfere separando os dois. Eles fizeram tudo o que puderam para impedir aquela guerra. Traíram amigos, correram riscos numa tentativa desesperada de mudar a história. Como permitir que uma guerra que destruiria tantas vidas acontecesse? Como não fazer nada diante da certeza de que tantas pessoas queridas ficariam pelo caminho e que os que sobrevivessem desejariam estar mortos? Não podiam permitir, mas o tempo trataria de provar que a história não poderia ser mudada e que o que tivesse que acontecer... aconteceria.

Ainda tentando recuperar-se do pesadelo que viveram na França, enquanto lutavam para impedir a Batalha de Culloden, Claire e Jamie retornam à Escócia. Parte deles ficaria para sempre naquele país... como o bebê que morreu ali. Eram muitas as lembranças, mas recomeçar era necessário. E enquanto tivessem um ao outro suportariam o que fosse. 

Todavia, após Dougal Mackenzie, tio de Jamie, ouvir uma conversa reveladora entre os dois, tudo caminha rapidamente para a mais dolorosa separação. Forçado a matar o tio para salvá-la, Jamie sabia o que precisaria fazer em seguida. Destroçado, leva Claire até onde tudo começou... Ela precisaria ir embora. Salvar o filho que esperava. Porque o destino dele já estava selado. Morreria em Culloden, cumprindo a história. Mas ela precisaria salvar o bebê, para que tudo valesse a pena. Para que sua morte não fosse em vão. 

Ninguém um dia poderia entender ou sentir a dor que a sufocou ao atravessar aquelas pedras outra vez... De volta ao seu mundo. Ao seu marido. Sabendo que Jamie não sobreviveria. Sabendo que ele estava disposto a morrer na guerra. Como imaginar uma vida sem ele? Como seguir em frente se as lembranças não a deixavam? Seu corpo ansiava pelo dele, seu coração gritava seu nome. Queria só mais uma chance. Uma oportunidade de voltar para ele. Para reviver o que um dia os uniu. 

E assim... Vinte longos e insuportáveis anos se passam. Cumprindo a promessa que lhe fez, Claire cria a filha dos dois ao lado de Frank. Com o tempo habituara-se à dor e conseguira seguir em frente. Mesmo que o visse em todas as partes. Mesmo que nunca o tenha esquecido. 

Porém, quando Frank morre e ela decide retornar à Escócia para que Brianna conheça a sua história, revelações chocantes a fazem perceber que talvez Jamie não tenha morrido em Culloden... que talvez ainda fosse possível encontrá-lo. Teria coragem? Conseguiria deixar a filha dos dois e ir ao seu encontro? 

"Permaneci imóvel, a visão embaciada, e naquele instante ouvi meu coração se partir. Foi um pequeno som, nítido, como o estalido da quebra do caule de uma flor."
[A Libélula no Âmbar]


No final do segundo livro, Claire descobre que Jamie realmente não morreu na guerra. Dividida entre a dor por tantos anos de separação e a esperança de ainda poder vê-lo, começa uma busca frenética na História, numa tentativa de rastrear seu paradeiro e então tomar a mais difícil decisão de sua vida. Porque a esperança também era acompanhada pela angústia de ter que escolher entre ir ao seu encontro, se ele de fato ainda estivesse vivo, e ficar com Brianna, a filha que teria que deixar para trás se atravessasse as pedras outra vez. Como escolher? 

"- Jamie - disse em voz alta. Meu coração batia com força no meu peito. - Jamie - disse outra vez, mais serenamente."

- Quem leu o primeiro livro da série sabe que as coisas terminaram bem entre nosso casal. O que contribuiu para o choque enorme que levamos assim que iniciamos a leitura do segundo livro. Porque A Libélula no Âmbar já começa em 1968, vinte anos após a separação entre Claire e Jamie. Uma separação que não esperávamos, algo que não entendíamos e nos angustiava. Como assim? Vinte anos? O que diabos aconteceu? Perdi alguma coisa? Então, depois de nos mostrar um pouco da vida da Claire no presente, com a filha já adulta numa viagem pela Escócia com ela, retornamos ao passado... e então tudo faz sentido... 

Acaba que o casal não fica separado de verdade no livro 2. Sabemos que estão, mas a autora passa o livro quase todo mostrando o passado e isso nos dá a maravilhosa sensação de que estão juntos ainda, que tudo não passou de um pesadelo. Apenas no final do livro voltamos novamente para o presente... e aí a ficha cai. De uma maneira bem dolorosa. 

"A memória voltou de repente e ele soltou um urro. Estava enganado. Aquilo era o inferno. Mas James Fraser, afinal de contas, não estava morto."

Quando O Resgate no Mar começa, nos vemos novamente levados ao passado. Só que enquanto no segundo livro fomos ao período anterior à separação, aqui conhecemos o que se passou depois. E, acreditem, foi muita coisa. Muita. :( Conseguem imaginar o que é estar longe de quem amam? Não ouvir sua voz, não sentir o toque da sua pele, ver seu sorriso, suas manias, sentir sua presença? Querer chorar em seus braços e não poder? Viver durante anos sem saber o que aconteceu, contando apenas com possibilidades e fé. Se conseguem imaginar, então podem ter uma ideia do que Claire e Jamie passaram. Mas foi além disso. Porque a Batalha de Culloden aconteceu, deixando cinzas e dor por toda a parte. 

Ele ainda não sabia por que não tinha morrido. Confuso após despertar, sem saber se estava no inferno ou não, mas imaginando que estava morto, Jamie demorou um pouco para perceber que estava deitado ao lado dos corpos daqueles que perderam tudo naquela guerra. Amigos, inimigos... Os sangues se misturavam e eles pareciam ainda estar ali... A alma relutando em entender, em partir... Começando a sentir frio, é então atingido pela dor dilacerante. Todo seu corpo doía, mas sua perna queimava com a ferida que não demoraria a matá-lo se não recebesse ajuda. 

Não queria que o salvassem. Tudo o que desejava era que a morte chegasse logo. Porque a consciência também trouxe de volta as recordações... e a perda. Claire. Ela não estava mais ali. Não poderia encontrá-la. Nunca mais a veria. Cego pelo sofrimento, sem mais forças para continuar, deixou-se morrer. Mas o destino, fazendo novamente suas próprias escolhas, interferiu, fazendo com que ele vivesse... contra sua vontade. Será que não entendiam que ele queria partir? Que não existia vida sem ela? 

"As lágrimas escorreram lentamente por baixo de suas pálpebras cerradas e ele virou-se dolorosamente de lado, para escondê-las dos outros.
Deus, que ela esteja a salvo, rezou. Ela e a criança."

Uma antiga dívida de honra faz com que Jamie não seja executado pelos ingleses. Do seu canto no chão, com uma infecção que não demoraria muito tempo para matá-lo, Jamie foi obrigado a escutar os disparos que tiraram a vida daqueles que como ele tinham sobrevivido à batalha. As ordens da Coroa eram fuzilar todos os soldados inimigos que tinham sobrevivido, ou seja, os escoceses. Sem piedade, os soldados executaram um por um e Jamie só desejava que sua vez chegasse logo, mas ao ser reconhecido pelo homem encarregado pelos fuzilamentos, uma estranha ironia do destino faz com que ele seja poupado e levado clandestinamente até sua casa, para os braços de sua irmã. 

Quando fica bom o suficiente para entender que não morreria como desejava, pode então perceber... Aquele era o início... de uma vida sem ela. Claire. Conseguiria? Teria forças para seguir em frente, para continuar sem a mulher que jamais deixaria de amar? 

"- Ele deu você para mim - disse ela, tão baixo que eu mal conseguia ouvi-la. - Agora eu tenho que devolvê-la a ele, mamãe."

Um dia, mais de vinte anos atrás, ela atravessou aquelas mesmas pedras, quando não sabia o que fazia ou o que encontraria do outro lado. Conheceu uma nova vida e o homem que sentia que era parte de seu próprio corpo. Que nunca estaria completa sem ele. Mas... três anos depois, sentindo-se sangrar por dentro, as circunstâncias a levaram embora. Agora... estaria preparada para atravessá-las pela terceira vez? Encontraria a felicidade como da primeira vez ou o desespero que a atingiu na segunda? Não sabia. E tinha medo. Mas precisava ir... Precisava estar ao seu lado. Queria voltar a respirar. A sentir-se viva outra vez. 

"Não sei quanto temo ficamos ali sentados no chão, chorando nos braços um do outro com a saudade de vinte anos derramando-se pelos nossos rostos."

- Não dá, gente. Não dá para colocar em palavras tudo o que senti durante esta leitura. A forma como me envolvi com cada acontecimento, com as pequenas alegrias e as terríveis dores dos personagens. Meu Jamie sofreu tanto! :( Não sei bem se a autora o ama ou odeia, tendo a acreditar na segunda hipótese. Porque ele sofreu os tormentos do inferno antes da Claire, quando o Black Jack apareceu em sua vida provocando destruições que me dói só de lembrar. E aí ele conheceu a nossa mocinha e mais uma vez foi golpeado pela vida, indo parar nas mãos do mesmo monstro num pesadelo que sinto náuseas quando recordo, que ainda me provoca arrepios e desespero. Ao lado dela não vive só a dor e humilhação que o Black Jack lhe causa. Claro que não! A autora queria mais e então vem a França! Enfim... A Diana deve mesmo odiá-lo! Porque ele sobreviveu à Culloden, mas pagou um preço muito alto. Durante vários anos...

Todavia, mesmo revoltada com a autora por separar o casal por tantos anos e provocar todos os sofrimentos que marcaram a vida dos dois, este é o meu livro preferido da série até agora. :) Não sei explicar. Me envolvi tanto... Acompanhei cada momento como se estivesse dentro da história, como se pudesse realmente ver o que acontecia. Também vivi algo semelhante durante a leitura dos outros dois, mas tem algo especial neste aqui. Algo que me tocou de uma maneira diferente, que o tornou único. Que me fez desejar recomeçar a leitura imediatamente após terminá-la. Existem coisas impossíveis de explicar. Coisas que apenas sentimos. Essa é uma delas...

"- Culloden - disse ele, a palavra sussurrada uma evocação de tragédia. Morte. Vazio. A terrível separação que me tirara dele.
- Eu nunca mais o deixarei - murmurei. - Nunca mais."

- Quando o reencontro finalmente aconteceu... Eu não sabia se ria ou se chorava. Para piorar minha situação o Jamie desmaiou.kkkkkkkkk... Aí fiquei igual uma doida rindo e chorando ao mesmo tempo.rsrs Jamie nunca deixará de ser esse escocês deliciosamente irresistível. Um guerreiro corajoso, implacável quando necessário, mas fiel à Claire de uma maneira tão bonita que nos emociona até as lágrimas. Que lutava o máximo que conseguia contra as necessidades do corpo, pois quando precisava deitar-se com uma mulher sentia que a traía, mesmo que a esperança de voltar a vê-la nesta vida não existisse. Um homem que seria capaz de ir ao inferno para salvá-la, mas que vomitava ao atravessar o mar e desmaiava ao rever fantasmas.rs Um assassino quando necessário, um contrabandista, um rebelde, mas também alguém que "adotou" um pequeno chinês encrenqueiro, que criou um pequeno batedor de carteiras como seu próprio filho, que colocava as necessidades dos outros acima das suas, se hospedava num bordel e jamais se deitava com as prostitutas, pois as respeitava como pessoas, como seres humanos e tinha princípios arraigados. Este é o meu Jamie. Nunca mudaria. Acontecesse o que acontecesse, em sua essência ele sempre seria o mesmo. 

" - Não sinto medo há muito tempo, Sassenach - sussurrou ele. - Mas agora acho que estou sentindo. Porque agora eu tenho algo a perder."

- Paro por aqui, queridos. A resenha já ficou longa demais.kkkkkkk... Continuarei a falar deste livro na resenha da segunda parte. Como vocês sabem, o terceiro livro da série foi dividido em dois livros, Parte 1 e 2. Este volume de 567 páginas (estou contando com a numeração da última página da história e não do livro em si) é apenas a primeira parte.rsrs 

Infelizmente, não poderei começar a Parte 2 hoje e nem nos próximos dias. :( Algo que me deixa um tanto irritada. É que preciso ler o livro escolhido para o tema deste mês do Desafio 12 Meses Literários. Mas assim que terminar retorno para Claire e Jamie. :D

30 de janeiro de 2015

A Libélula no Âmbar - Diana Gabaldon

(Título Original: Dragonfly in Amber
Tradutora: Geni Hirata
Editora: Saída de Emergência
Edição de: 2014)

2º Livro da Série Outlander

Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistérios, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo... e sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII. 

O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?


Palavras de uma leitora...


"- Eu a encontrarei - murmurou ele em meu ouvido. - Eu prometo. Ainda que tenha que suportar duzentos anos de purgatório, duzentos anos sem você, esse será meu castigo, que eu mereci pelos meus crimes. Porque eu menti, matei e roubei; traí e quebrei a confiança. Mas há uma única coisa que deverá pesar a meu favor. Quando eu ficar diante de Deus, eu terei uma única coisa a dizer para contrabalançar o resto. 

Sua voz diminuiu até quase se transformar num sussurro, e seus braços apertaram-me com mais força. 

- Meu Deus, o Senhor me deu uma mulher especial e, Deus!, eu a amei demais."


- Eu já perdi a conta de quantas vezes respirei fundo. E não importa quantas vezes volte a fazer isso... não conseguirei acalmar as emoções que criam um grande tumulto em meu interior. Não conseguirei acalmar o amor. E nem o ódio. Nem a alegria ou a tristeza. A dor... os momentos em que a revolta era tal que eu queria rasgar e atacar fogo em páginas do livro. A impotência diante de acontecimentos que eu não poderia evitar.... A esperança... cada vez que o amor que unia Claire e Jamie fazia com que eles se reencontrassem. A paz e a leveza que uma troca de olhares ou sorriso entre eles provocava dentro de mim. Não. Respirar fundo não basta. E já percebi que chorar também não adianta. Este livro está cravado em mim... como o corte que marca a mão da Claire e do Jamie. Impossível de arrancar. Algo que o tempo pode suavizar... mas nunca apagar. 

"Permaneci imóvel, a visão embaciada, e naquele instante ouvi meu coração se partir. Foi um pequeno som, nítido, como o estalido da quebra do caule de uma flor."

- Eu pretendia fazer uma resenha breve e sensata... racional, sabe. E breve ela talvez seja. Mas... sensata ou racional? Não faço a menor ideia de como se começa a escrever algo assim. Sou sempre emoção. Mas é algo ainda mais presente dentro de mim depois deste livro. Depois de tudo que vivi com a Claire e o Jamie... cada segundo... cada lágrima, cada sorriso. Cada dor. E cada reencontro... Não importava o que acontecesse... de quantas maneiras diferentes a vida tratasse de separá-los, fosse física ou emocionalmente.... Eles sempre se encontravam novamente. E assim sempre seguiriam. 

"- Sangue do meu sangue... - murmurei.
- ... e carne da minha carne - respondeu ele baixinho. Nenhum de nós dois conseguiu terminar o voto, 'até o fim de nossas vidas', mas as palavras não pronunciadas pairaram dolorosamente entre nós."

- Meus momentos de maior desespero sempre vinham por causa do meu Jamie... meu querido Jamie. Você que leu A Viajante do Tempo... que viu tudo que aconteceu com ele... que foi obrigada a acompanhar cada momento... suas palavras enquanto ele recordava... preso da depressão e da vontade de simplesmente entregar os pontos e se deixar levar para onde quer que o destino o levasse após aquela vida... após seu coração parar de bater... Você... que acompanhou tudo isso... e ao ler A Libélula no Âmbar se deparou com alguém que já deveria ter ido para o inferno faz tempo... me diga: como eu poderia não me desesperar? Não sofrer ao ser obrigada a reviver tudo aquilo de novo? Minha vontade era protegê-lo. Proteger meu Jamie... impedi-lo de mergulhar na loucura que arriscaria sua vida e a de quem ele mais amava... uma loucura que não valia a pena. Porque quem pagaria o preço por aquilo seria ele. E a Claire. 

"- Não, minha Sassenach - disse ele à meia-voz. - Abra os olhos. Olhe para mim. Porque essa é a sua punição, como é a minha. Veja o que você fez comigo, como eu sei o que fiz a você. Olhe para mim. 

E eu olhei, aprisionada, presa a ele. Olhei, enquanto ele deixava cair a última de suas máscaras e me revelava as profundezas de seu próprio ser e os ferimentos de sua alma. Eu teria chorado pela sua dor, e pela minha, se pudesse. Mas seus olhos mantinham os meus presos, abertos e sem lágrimas, sem limites como o mar."

O destino... a fez viajar quase duzentos anos para encontrá-lo. Para encontrar seu coração. E em meio às dificuldades do século XVIII, às tentativas de assassinato, estupro e tortura... caçada às bruxas, intrigas, traições e perseguições... o amor deles sobreviveu. Amadureceu... se fortaleceu com cada golpe. Com cada momento em que era uma questão de vida ou morte... a morte de alguém pela vida deles. A própria vida... pela vida do outro. O amor que os unia não era simples. Nem passageiro. Era algo intenso... além do certo ou errado, dos princípios... do céu ou do inferno. Eles tanto matariam quanto morreriam um pelo outro. Seriam capazes das piores coisas... porque a única coisa que não poderiam suportar seria viver um sem outro. Perderem-se... sem saber que haviam feito tudo para salvar um ao outro. Eles até poderiam falhar... poderiam ser vencidos por todas as coisas que estavam contra eles... mas eles ao menos saberiam que tinham tentado. E que sempre estariam vivos... em suas lembranças.

" - Corte-me - disse com premência. - Bastante fundo para deixar uma cicatriz. Quero levar a marca do seu toque no meu corpo, ter alguma coisa sua que ficará para sempre comigo. Não tem importância se doer; nada pode doer mais do que deixá-lo. Ao menos, quando eu tocá-la, onde quer que eu esteja, poderei sentir seu toque em mim."

- O que será que dói mais? Nunca encontrar o verdadeiro amor... ou encontrá-lo apenas para perdê-lo depois? Para ver-se obrigado a passar pela vida sabendo que nunca mais verá esse amor... sabendo que tudo que lhe resta são as lembranças? Os momentos que viveram juntos e que, por mais que você queira, não podem regressar? 

"As lágrimas de uma profunda perda acordaram-me devagar, banhando meu rosto como o toque reconfortante de um pano úmido em mãos tranquilizadoras. Virei o rosto no travesseiro molhado e naveguei por um rio salgado para dentro das cavernas da dor relembrada, para as profundezas subterrâneas do sono."

- Talvez... doesse mais conhecer o amor e depois perdê-lo. Porém, ela não se arrependia. De nenhum momento. Se lhe fosse dada a opção de jamais conhecê-lo... de nunca saber quem ele foi... de jamais vir a fazer parte de sua vida... ela ainda atravessaria aquelas pedras para encontrá-lo. Mesmo que soubesse como tudo terminaria... ainda assim ela faria tudo de novo. Porque não importava o quanto doía... o que importava é que ela havia amado Jamie Fraser. E sempre amaria. 

"Se era saúde da mente ou do corpo, seu amor era necessário para mim como o ar ou o sangue."


- A história começa vinte anos após a separação entre a Claire e o Jamie. Uma separação que não é anunciada no primeiro livro. Que não é esperada. Apesar de tudo que eles viveram em A Viajante do Tempo, sabemos que eles terminam o livro juntos... depois que o amor dela o cura. Ainda que as cicatrizes não pudessem ser apagadas. Mas ela o traz de volta e tudo indica que um lindo recomeço os espera. Mas quando iniciamos esta segunda parte da história deles, percebemos que alguma coisa deu errada e provocou a separação. Uma longa separação. De toda uma vida... Percebemos que Brianna, o fruto deste lindo e doloroso amor, jamais conheceu seu verdadeiro pai. Cresceu acreditando que era filha de Frank Randall, o primeiro marido da Claire e o homem para o qual ela voltou após atravessar novamente as pedras da colina Craig na Dun. Porque ela havia prometido. Antes de partir... ela prometeu ao Jamie que voltaria para o Frank. E que protegeria a filha deles... a única parte que ela teria dele. 

Após vinte anos, Claire está de volta à Escócia. Ao lugar em que sua vida começara... e onde estavam os seus fantasmas. Finalmente chegara o momento de contar à Brianna a verdade... toda a verdade que ela ocultou porque Frank pediu. Mas agora que ele partiu, nada a impedia de dividir com a filha a história de sua vida. Uma história de amor... de perdas e dor também, mas acima de tudo... uma história de amor. 

E é assim que somos levados de volta ao passado e conhecemos as circunstâncias da separação entre Claire e Jamie. Passamos pela França do ano de 1744, com todas as intrigas da corte e as tentativas do nosso casal de evitar a revolução que massacraria milhares de escoceses e deixaria um passado de tristeza e destruição. Acompanhamos os jogos de poder, que transformava em suicídio qualquer confiança que se depositasse em alguém... e após acontecimentos que marcarão para sempre a vida deles (e de nós leitoras) retornamos para a Escócia... e para tudo que eles ainda viveriam antes de se separar. Também temos de volta neste livro um demônio que fugiu das profundezas do inferno e que insistia em atormentar a vida deles... e a nossa. Voltando a despertar em mim aquele ódio violento e os desejos de vê-lo morrer de forma lenta e muito, muito dolorosa. Sim. Você que também desejava que ele tivesse ficado no primeiro livro... sinto desapontá-lo. Black Jack mantém-se vivo e com bastante saúde, o desgraçado, neste livro. Sabe aqueles momentos em que desejei arrancar páginas do livro, fazê-las em pedaços e depois vê-las queimando em minha frente? Claro que a culpa é toda dele. Muitas vezes me vi fechando o livro e apertando-o com força desejando que fosse o pescoço do Black Jack. Para minha grande infelicidade... não era. 

- Já sinto os sintomas da Depressão Pós-Livro tomar conta de mim. Apesar de todos os altos e baixos, de todos os momentos em que sentia minha cabeça girar com os acontecimentos que insistiam em me pegar de surpresa... apesar da angústia que me tomava, da ira... dos momentos de intensa revolta... eu leria o livro de novo. Sem hesitar. Sem me arrepender. Pela Claire e o Jamie. Para estar com eles de novo. Eu queria todos os momentos de volta... O Jamie, com seu incrível humor e sua teimosia que me fazia desejar quebrar algo em sua cabeça.rsrsrs... A Claire, com seu ímã para problemas e sua interessante mania de conversar tranquilamente com pessoas que desejavam matá-la.kkkkk... É muito difícil me separar deles. Principalmente pela forma como o livro terminou. Eu esperava por algo que ainda não ocorre neste livro (que só acontecerá no terceiro livro da série)... e quando eu finalmente percebi que estava achando errado, a leitura chegou ao fim e eu fiquei parada, em choque. Não necessito dizer que as lágrimas vieram em seguida. Eu quero a Claire e o Jamie da maneira que eles sempre têm que estar... quero ver o amor deles superando tudo de novo. Não aceito menos. 

Uma história que não nos deixa indiferentes. Um livro que já começou marcando o meu ano. E a minha vida. Existem histórias que eu sei que permanecerão vivas em minha memória, e em meu coração, mesmo daqui a dez, vinte... cinquenta anos. Esta é uma delas. 

"- Nós estamos unidos, você e eu, e nada neste mundo me separará de você. - Sua mão ergueu-se para acariciar meus cabelos. - Lembra-se do voto de sangue que eu fiz a você quando nos casamos?

- Sim, acho que sim. 'Sangue do meu sangue, ossos dos meus ossos...'
- 'Eu lhe dou meu corpo para que sejamos um só' - concluiu ele. - Sim, e eu mantenho esse juramento, Sassenach, e você também.

Virou-me ligeiramente e sua mão fechou-se delicadamente sobre o pequeno volume no meu ventre.

- Sangue do meu sangue - murmurou ele - e ossos dos meus ossos. Você me carrega dentro de você, Claire, e não pode me abandonar, não importa o que aconteça. Você é minha, para sempre, quer queira ou não, quer me ame ou não. Minha, e eu não a deixarei partir. - Coloquei a mão sobre a dele, pressionando-a contra mim.

- Não - falei, num sussurro -, nem você pode me abandonar.

- Não - disse ele, esboçando um sorriso. - Pois tenho mantido o final do juramento também. - Segurou-me e inclinou a cabeça sobre meu ombro, para que eu pudesse sentir o hálito quente de suas palavras em meu ouvido, murmuradas na escuridão. - 'Eu lhe dou meu espírito, até o fim de nossas vidas."

10 de outubro de 2014

A Viajante do Tempo - Diana Gabaldon

(Título Original: Outlander
Tradutora: Geni Hirata
Editora: Saída de Emergência
Edição de: Agosto/2014)

1º Livro da Série Outlander


Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros.

Tão logo percebe que foi arrastada para o passado por forças que não compreende, Claire precisa enfrentar intrigas e perigos que podem ameaçar a sua vida e partir o seu coração. Ao conhecer Jamie, um jovem guerreiro escocês, sente-se cada vez mais dividida entre a fidelidade ao marido e o desejo. Será ela capaz de resistir a uma paixão arrebatadora e regressar ao presente?



Palavras de uma leitora...


"[...] os fantasmas estão à solta nos dias sagrados e podem ficar vagando por aí como quiserem, fazer o bem ou o mal, de acordo com sua vontade."

- Era para ser um recomeço. Uma chance de conhecer o homem com quem era casada. A guerra os havia separado poucos meses depois do casamento e durante vários anos permaneceram assim... dois estranhos unidos por alianças e assinaturas num pedaço de papel. Agora que a guerra havia finalmente chegado ao fim, tudo que Claire desejava era salvar seu casamento. Construir aquilo que não tivera a chance de construir. Uma família. Ao lado do homem que amava. 

Ela sabia que não seria fácil. Era tolo aquele que acreditava que a distância não significava nada quando se amava uma pessoa. O tempo... a distância podem provocar grandes estragos. Rachaduras, até mesmo no amor. Ela estava ciente dos danos que causara ao seu casamento, mas se aprendera algo em sua vida era jamais desistir. Não se daria por vencida enquanto não tentasse superar a distância que os anos criaram entre ela e o homem com quem planejara viver toda a sua vida. Mas o que ela jamais poderia imaginar é que teria que superar não só uma distância emocional, mas também temporal. Porque uma ironia do destino, os colocaria num mesmo lugar, mas separados pelo tempo. Por dois séculos

"A verdade é que nada se movia, nada mudava, nada parecia acontecer e, ainda assim, eu experimentava uma sensação de terror tão grande que perdi completamente a noção de quem ou quê eu era, de onde me encontrava. Estava no âmago do caos e nenhuma força física ou mental era útil contra isso."

Após ser atraída por uma rocha num círculo de pedras onde aconteciam rituais misteriosos, Claire se vê de repente na Escócia do século XVIII, no meio de um ataque sangrento e sem a menor ideia de como acordar daquele pesadelo. Aos poucos, percebe que não está sonhando ou tendo alucinações e antes que possa ter a chance de enlouquecer, é atacada por alguém que se parece com seu marido, agredida e sequestrada por um clã escocês que a leva para longe da sua única oportunidade de voltar para casa: o círculo de pedras. Porque se aquele maldito círculo a tinha levado para uma época que ela imaginava que só conheceria pelos livros de História, ele também deveria levá-la de volta. Isso se vivesse tempo suficiente para voltar. O que ela começava a achar pouco provável. 

"Uma figura saiu da escuridão tão perto de mim que eu quase esbarrei nela. Contendo um grito, virei-me para correr, mas a mão grande e forte agarrou meu braço, impedindo-me de fugir.
- Não se preocupe, dona. Sou eu.
- Era o que eu temia - disse asperamente embora na realidade ficasse aliviada por ser Jamie." 

No meio do caos que se tornara a sua vida, só havia uma certeza: fosse o que fosse que ela viesse a enfrentar, existia alguém que apesar de tê-la conhecido há tão pouco tempo e, como os outros, possuir um monte de perguntas sem resposta sobre ela... estaria ao seu lado. E por mais que ela relutasse em admitir, aquela certeza era estranhamente reconfortante. 

"Involuntariamente, estendi a mão, como se eu pudesse curá-lo e apagar as marcas com um toque dos dedos. Ele suspirou profundamente, mas não se moveu, enquanto eu percorria as cicatrizes profundas, uma a uma, como se quisesse mostrar-lhe a extensão dos danos que ele não podia ver. Finalmente, descansei as mãos o mais levemente possível sobre seus ombros em silêncio, procurando as palavras.

Ele colocou a própria mão sobre a minha e apertou-a levemente, como se compreendesse o que eu não conseguia dizer." 

- O amor não é à primeira vista. Acontece lenta e naturalmente, conforme a vida trata de colocar Jamie cada vez mais em seu caminho... em sua vida. E conforme algo dentro dela começa a inventar desculpas para vê-lo, para estar em sua presença, ainda que sem tocá-lo. Ela amava ouvi-lo, observá-lo enquanto ele trabalhava, vê-lo abrir um sorriso diante das próprias piadas e olhá-la daquela maneira que sempre provocava um sentimento estranho dentro dela. Não. Ainda não era amor. Mas ela sabia que o que separava aquela atração de um sentimento mais forte era tênue, frágil. Sabia que seria apenas uma questão de tempo. E isso a apavorava. Muito mais do que ela seria capaz de admitir para si mesma.

"Tive a impressão de que um estava sustentando o outro; se um de nós soltasse a mão ou desviasse os olhos, ambos cairiam. Estranhamente, a sensação era reconfortante. Onde quer que estivéssemos nos metendo, ao menos estávamos juntos nisso."

- Quando as circunstâncias e uma obsessão doentia colocam Claire em perigo, somente um casamento pode mantê-la em segurança e salvar sua vida. E ainda que ela soubesse que tudo aquilo não estava certo e lutasse com todas as forças contra o inevitável... uma parte de si desejava aquele casamento. Desejava ser de Jamie, poder estar em seus braços, sentir que algo ali era real, mesmo que numa outra vida ela já pertencesse a outro homem.

Claire se sentia dividida entre a vida que começava a construir no passado e a vida que possuía no futuro. Dividida entre ficar ou voltar. Entre os dois homens que ela amava. Que escolha fazer? Que vida escolher? Qualquer que fosse a sua decisão, ela sabia que tudo possuía um preço. Que jamais sairia intacta daquela situação. E que seu coração nunca iria se recuperar. 

"- Queria que você pudesse me acalmar, Sassenach, é o que desejo fervorosamente, pois tenho pouca paz em mim agora." 

-  Eu não ia fazer esta resenha. Era uma decisão que eu tinha tomado antes mesmo de terminar a leitura desta história. No máximo, pretendia escrever um post com os trechos mais impactantes com um ou dois comentários sobre o quanto eles eram importantes para mim. Sobre a maneira como me arrebataram. Pensei: "De que adianta tentar escrever algo que eu sei que jamais estará sequer aos pés desta história?" Seria inaceitável escrever algo que não fosse digno deles, por isso eu tinha tomado essa decisão. Mas acontece que até dos livros que eu odeio, eu faço resenha. Como poderia não compartilhar com vocês o quanto a história do Jamie e da Claire me marcou? Como poderia guardar para mim toda essa confusão de sentimentos, toda essa intensidade e saudade louca que já sinto deles? Não poderia. E ainda que eu saiba que minhas palavras jamais serão suficientes para expressar tudo que sinto, preciso escrever. Preciso dividir um pouco do meu amor por eles. Preciso dizer o quanto esse casal significa para mim. E porque eu jamais conseguirei esquecê-los. 

"- Eu mesmo posso suportar a dor - disse ele suavemente -, mas não aguentaria vê-la sofrer. Está acima das minhas forças."

- Jamie... Quem é Jamie Fraser? Um mocinho que ainda bem jovem pagou um alto preço por amar. Por querer proteger a sua família, a sua irmã. Só Deus poderia saber o quanto as lembranças do seu passado ainda eram capazes de derrubá-lo no chão e fazê-lo sentir um desespero que lutava dia após dia para superar. Era um homem marcado pela vida e pela crueldade humana. Mas que ainda assim era capaz de fazer piada de si mesmo e ver nas piores situações algo bom, um motivo para sorrir. Alguém que nunca amava pela metade e que seria capaz de dar a própria vida para proteger quem amava. Alguém que ao conhecer uma inglesa misteriosa e mandona, percebe que seu pai tinha razão ao dizer que ele saberia quando a encontrasse... quando encontrasse a mulher da sua vida. Aquela com a qual se casaria. E quando a oportunidade de unir a sua vida a dela aparece, ele não hesita. Claire era a mulher que ele tanto havia esperado. A única que possuiria seu coração. Ainda que ela partisse... ainda que ela não pudesse permanecer em sua vida... ele sabia que jamais a esqueceria. E fosse para onde fosse, ela carregaria consigo o seu coração. Ela seria para sempre a sua mulher, a sua Claire... ainda que não estivesse ao seu lado. 

Jamie me conquistou desde o princípio. Desde quando o vi pela primeira vez, com o seu bom humor, com o seu sorriso irresistível, com a sua capacidade de me roubar o fôlego sem ao menos tentar. Se já seria difícil escrever essa resenha por não possuir palavras, tudo fica mais complicado pelo fato de eu mal conseguir enxergar o que escrevo já que meus olhos estão tomados pelas lágrimas. Nunca. Nunca consigo falar sobre ele sem chorar. E somente quem conhece esta história é capaz  de entender isso. O Jamie me atingiu profundamente. Minha alma. Meu coração. A minha vida. E toda vez que ele sofria, eu sentia como se uma faca se cravasse dentro de mim. Me sentia impotente, inútil, desejando com todas as minhas forças entrar dentro da história e protegê-lo. Eu o amava mais cada vez que ele fazia o que era preciso para proteger a mulher que amava. Mas ao mesmo tempo, sofria demais. Porque qualquer dor que ele sentisse, me derrubava. Me matava um pouco mais. Não foi apenas amor que essa história me provocou. Eu também senti um ódio violento, que quase me sufocava, cada vez que a crueldade humana se aproveitava dos sentimentos profundos que uniam a Claire e o Jamie. Toda vez que o filho das profundezas do inferno (porque ele veio direto de lá. Nenhuma mulher poderia ter parido esse demônio) usava esse amor para feri-los, eu sentia um ódio assassino, uma vontade enorme de assassinar um certo personagem com minhas próprias mãos. Me senti numa montanha-russa lendo essa história. Com subidas e descidas cada vez mais rápidas, mais loucas. Eu amava e odiava com uma rapidez impressionante. Ia das lágrimas ao riso. Do desespero à calma. E ao mesmo tempo que sentia que precisava ler mais e mais páginas, estar mais e mais com o meu casal amado, sentia que precisava fechar o livro por alguns instantes senão acabaria enlouquecendo. Senão não conseguiria suportar. Foram tantas e tantas coisas que aconteceram... tantos e tantos momentos lindos. Tantos e tantos momentos desesperadores. Eu ainda não consegui voltar ao meu normal. Todas as minhas emoções continuam confusas. E meus nervos profundamente abalados. Eu já não tenho sequer a ilusão de seguirei sendo a mesma depois desta história. Não. Não tenho tal ilusão...

" - Eu vou protegê-la. Dele e de qualquer outra pessoa. Até a última gota do meu sangue [...]" 

- Jamie nunca foi homem de fazer promessas vãs. O que ele sentia, ele sentia intensamente. E tudo que prometia era com a intenção de cumprir. Por isso, eu me desesperava com algumas promessas que ele fazia. Cheguei a ter a sensação de que ele só podia estar tentando me matar. E acabaria conseguindo fazer isso.rsrsrs... Intenso. Verdadeiro. Apaixonante. Terno. Selvagem. Teimoso como só ele sabia ser. Tudo ele sempre sentia com paixão. Amava com uma paixão impressionante, lutava e se irritava com a mesma intensidade. E sempre disposto a desafiar quem achasse necessário, ainda que não estivesse numa posição muito favorável para fazer tal coisa. Ainda me lembro com um sorriso no rosto de como ele provocou o Black Jack anos antes de conhecer a Claire. A maneira como ele tirou aquele demônio do sério, num momento em que ninguém esperaria que ele fosse dizer o que disse.kkkkkkkkk... O que aconteceu depois não foi nada divertido, mas eu fiquei fascinada pela coragem do meu mocinho, pela sua determinação, pela sua garra. Conheço pouquíssimos mocinhos que aguentariam o que ele aguentou e ainda seguiriam lutando. Nada que vocês imaginem chega perto do que ele passou. Acreditem. Nem os spoilers que eu conhecia da história puderam me preparar para o que vi... E ainda que ele tenha caído, sempre se levantou. Sim. O ser humano (que ironicamente é chamado de "ser" "humano") quando se empenha em dobrar uma pessoa, pode conseguir. Pode destruir essa pessoa. Fazê-la em pedaços aparentemente impossíveis de serem colocados no lugar. Mas quando existe alguém disposto a nos estender a mão, quando um sentimento mais forte do que qualquer dor,  do qualquer sofrimento... mantém-se vivo dentro de nós, cada pedacinho pode voltar ao lugar. Ainda que as cicatrizes permaneçam. Ainda que doam. 

" - Ah, sim, Sassenach - respondeu ele, um pouco melancolicamente. - Eu sou seu senhor... e você é minha senhora. Parece que não posso possuir sua alma sem perder a minha."

- Ainda me pego suspirando ao lembrar dos momentos lindos que eles viveram juntos. Dos risos, dos momentos de paixão (em lugares inadequados.kkkkkk...), da maneira como conseguiam dizer tudo com uma simples troca de olhares, dos momentos em que eles apenas ficavam abraçados, nem nada dizer... sem nenhum toque mais íntimo e ainda assim eu sentia que existia ali uma conexão única. Lembro das brigas... lembro do quanto lutaram um pelo outro. E choro. Sempre choro. Seja de felicidade ou tristeza. Uma mescla dos dois. Porque não é possível ficar indiferente. Não é possível não se emocionar. Eu estou profundamente marcada por essa história. Não importa quantos livros lerei depois desse, quantas histórias lindas ainda conhecerei... Claire e Jamie seguirão sempre, sempre em meu coração. Jamais poderei esquecê-los.

"Quaisquer que fossem os problemas que pudéssemos enfrentar - e eu sabia que havia muitos - estávamos juntos. Para sempre. E isso era suficiente."

- Uma mocinha única, corajosa, que nunca desistia sem lutar. Que ainda que tudo parecesse sem saída, seguia insistindo, buscando a solução que ela sabia que estava oculta em algum lugar. Esta história não seria tão especial se ela fosse diferente. Se ela não fosse exatamente como é. A mocinha que me enche de orgulho, que me causa tanta admiração, respeito e carinho. Existem mocinhas que não merecem o amor dos mocinhos. Que não são dignas dos sacrifícios e da entrega deles ao que sentem por elas. Mas a Claire... ela não só merecia, mas me impressionava com a maneira como ela sabia valorizar tudo que o Jamie tinha feito por ela. Tudo que ele tinha aberto mão por amá-la... para protegê-la. Ela chegava a me deixar chocada com sua paixão, com seu amor. Eu sinceramente... ainda que conheça muitas mocinhas corajosas, guerreiras, capazes de fazer tantas coisas pelo mocinho amado... não consigo imaginá-las fazendo tudo que a Claire fez. Lutando como ela lutou. Pelo Jamie ela era capaz de qualquer coisa. Morreria e mataria por ele. Porque o que ela sentia por ele era mais forte do que tudo. Do que seus princípios, do que suas crenças, do que sua própria vida. Nada lhe importava mais do que ele. Posso dizer sem pensar duas vezes que eles nasceram um para o outro. Que a Claire necessitou viajar ao passado porque era lá que estava a sua alma gêmea, sua outra metade. Ainda que ela pudesse ser feliz em sua época, ainda que pudesse amar... jamais seria o mesmo. Porque ela era do Jamie. E sempre seria. Estivesse onde estivesse. Estavam unidos por algo mais forte do que o tempo. Tudo que viveram jamais poderia ser apagado. Nem mesmo a morte seria capaz de destruir aquele amor. O que eles sentiam iria além de qualquer vida.

"- Claire, você poderia... eu só queria... Claire, abrace-me com força. Se eu começar a tremer de novo agora, não vou conseguir parar. Claire, me abrace!"

"- É... difícil de explicar. É... é como... acho que é como se todo mundo tivesse um pequeno lugar no íntimo, talvez um lugar particular que guardasse para si mesmo. É como uma pequena fortaleza, onde vive a sua parte mais pessoal... talvez seja a sua alma, talvez apenas aquela parte que faz de você quem você é e ninguém mais."

- Sei que minha resenha (se é que se pode chamar isso de resenha) não chega nem aos pés desta história. É incapaz de expressar tudo que sinto e transmitir metade da magia desta história. Eu sei. Mas deem uma chance ao livro. Não consigo imaginar alguém lendo essa história e não sendo capaz de amá-la, de mergulhar dentro dela e jamais querer retornar. Ninguém consegue ficar indiferente ao Jamie e a Claire. É impossível conhecê-los e não amá-los!

- E para quem ainda não sabe, este ano a história de Jamie e Claire virou série de TV!!!! Outlander. Que só em seu primeiro episódio já se tornou um grande sucesso, com garantia de segunda temporada (e se Deus quiser, terá muitas outras temporadas!). 

"Achei que ele tivesse adormecido e surpreendi-me quando ouvi sua voz atrás de mim.
- Claire?
- Sim?
- Eu amo você."

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