10 de fevereiro de 2020

O Amor de Um Duque - Lorraine Heath

Tempo de leitura:
Literatura Inglesa
Título Original: When a Duke Loves a Woman
Tradutora: Daniela Rigon
Editora: Harlequin
Edição de: 2019
Páginas: 320
8ª leitura de 2020

Série Sins of all Seasons - Livro 2
Sinopse: Gillie Trewlove sabe o valor da bondade de desconhecidos, já que foi abandonada ainda bebê na porta da mulher que a criou. Quando se depara com um homem sendo agredido em sua própria porta — ou melhor, no beco próximo da sua taverna —, ela não hesita em ajudá-lo. Porém, o homem é tão bonito que não pode pertencer a um lugar como Whitechapel, muito menos à cama de Gillie, na qual ele precisa ficar para se recuperar.
O duque de Thornley está tendo um péssimo dia. Ser abandonado no altar é humilhante, ser salvo de bandidos por uma mulher — ainda que uma mulher linda e corajosa — é mais ainda. Após ajudá-lo a se recuperar, Gillie concorda em acompanhá-lo pelas ruas sombrias de Londres em busca da noiva.
No entanto, cada momento juntos os leva ao limite do desejo, e faz o duque repensar sua escolha a respeito do casamento. Gillie sabe que a aristocracia nunca iria aceitar uma duquesa como ela, mas Thorne está disposto a provar que nenhum obstáculo é insuperável diante do amor de um duque.



Vocês também sentem que fevereiro está passando rápido demais?! Hoje já é dia 10 e este é o primeiro livro que consigo terminar de ler no mês. Neste ritmo não vou conseguir ler nem metade do que desejo!rs

"Inclinando-se perto do ouvido dele, ordenou:
- Não se atreva a morrer em meus braços."

Neste segundo volume da série Sins of all Seasons, temos como protagonistas Gillie e Thorne, duas pessoas que não poderiam ser mais diferentes. Abandonada na porta de sua mãe adotiva, conhecida na região por "cuidar" das crianças "rejeitadas" por pais nobres (em outras palavras: crianças bastardas), ela foi criada ao lado de quatro irmãos que possuíam origens tão obscuras quanto as dela e que tiveram que aprender a se defender sozinhos da intolerância e desdém de pessoas que os julgavam por seu nascimento, como se o erro de seus pais na verdade fosse deles, das crianças nascidas de relacionamentos proibidos.

Para agravar a situação, Gillie era mulher, o que representaria um risco para ela naquela região tão pobre e violenta. Por este motivo, sua mãe adotiva sempre a vestiu como menino, escondendo de todos sua condição de menina e ensinando à filha, conforme ela crescia, maneiras de esconder suas curvas e seus seios. Assim, ela se acostumou a sempre estar com os meninos, participando das mesmas brincadeiras e travessuras, bem como fazendo os mesmos trabalhos para ganhar uns trocados. Já adulta, com a ajuda de um de seus irmãos, que tinha conseguido vencer na vida, ela abriu uma taverna e a transformou em muito mais do que isso... Embora seu coração ansiasse por ter filhos um dia, ela sabia que nunca conseguiria confiar o suficiente num homem para isso. Sabia quais eram as consequências de acreditar em promessas. Todos os seus irmãos eram resultados de promessas quebradas. Não podia confiar. Não podia ser mais uma vítima da sedução de um homem. Não se casaria. Não teria filhos. Estava satisfeita com sua decisão. Afinal de contas, nunca se apaixonara. Deste mal ela não sofreria... Ou será que sim?!


"Quantas noites tinha ido dormir querendo ser abraçada, as mãos entrelaçadas às de outra pessoa? Tocar e ser tocada? Embora sempre dissesse que não tinha interesse em homens e que não aceitaria gentilmente os avanços de um, suas ações não diminuíam a solidão que sentia, não a faziam ansiar menos pelo que sabia que poderia acontecer entre um homem e uma mulher."

Thorne, duque de Thornley, cresceu sabendo o que esperavam dele, quais eram as suas obrigações. Por isso, no leito de morte de seu pai, prometera que cumpriria o acordo firmado em sua infância entre a sua família e a de sua futura noiva. Se casaria com Lavínia, para que as terras tão desejadas pelos duques que o antecederam finalmente fossem integradas ao patrimônio de sua família. Não desejava daquele relacionamento nada que não pudesse ter. Não acreditava no amor. Nunca experimentara tal sentimento antes, nem mesmo de sua mãe, que só sabia desaprovar tudo o que ele fazia. Seu pai talvez tivesse sido mais amoroso, mas era uma pessoa severa, exigente, e que não conhecia o significado da palavra "fidelidade". Assim, entendia que o que o uniria à Lavínia seria apenas a conveniência e estava certo que ela também não desejava nada diferente... Bem, pelo menos foi o que ele pensou até ser abandonado no altar por sua tão adequada noiva. E depois ter que percorrer áreas que nunca imaginou frequentar em busca da fugitiva.

Ao ser vítima de um brutal assalto e ser largado para morrer num beco escuro, Thorne realmente acreditou que aquele seria o seu fim. Mas uma bela mulher decidiu contrariar o destino...

"Um homem em seu quarto. Em sua cama. Com quase 30 anos de idade, nunca tivera um homem em nenhum dos dois lugaes. Nada de bom podia resultar da presença de um homem na cama de uma mulher."

Disposta a salvar a vida do estranho que encontrara quase morto nos fundos de sua taverna, Gillie quebrara todas as suas regras. Entre elas a de nunca entregar o seu coração... Não saberia dizer quando o sentimento começara... Em qual momento percebeu que o que a ligava a Thorne era muito mais do que a dedicação de uma boa samaritana. Ao tê-lo em sua cama, ferido e necessitando de sua ajuda, ao falar com ele, ao tocá-lo, ansiara por coisas nas quais se impedira de pensar por muitos anos. Começara a sonhar outra vez. O que de modo algum poderia acabar bem. Ela era uma dona de taverna, filha bastarda de pais desconhecidos. Ele era um duque. Ter o coração partido seria inevitável.

"Claro que nunca se casariam. Era um maldito duque, e ela, a  dona de uma taverna."

Esta é uma história da qual eu gostei muito. Muito mesmo. Diferente do primeiro livro e da maioria dos romances de época que já li, ele aborda com mais profundidade os problemas reais de pessoas que não faziam parte da "nobreza" da época. Pessoas que tinham que lutar todos os dias para sobreviver em meio ao frio e à fome. Através da nossa protagonista, somos apresentados a uma realidade que comove nosso coração e nos provoca uma grande sensação de impotência. Há um trecho que me partiu o coração, no qual vendo o quanto a Gillie se preocupava em alimentar qualquer um que demonstrasse estar com fome, o mocinho perguntou se ela já tinha passado fome em algum momento e ela disse que sim. Algo que Thorne nem sabia o que era, pois as condições do nascimento dele o fizeram ter privilégios e ser mantido protegido dos sofrimentos que boa parte da sociedade enfrentava.

Gillie é totalmente dedicada aos outros. Ela se importa. Poderia ter aberto a taverna em outro lugar, poderia ter ainda mais lucro se quisesse, pois não passava mais por dificuldades, seu irmão tinha se tornado muito rico e ajudava a família. Mas Gillie quis abrir a taverna ali naquela área pobre para dar emprego às pessoas, para ajudar o máximo que pudesse. Ela distribuía refeições todos os dias. Nos fundos da taverna, qualquer um que estivesse com fome poderia receber uma refeição quente e nutritiva. Sua família construíra um orfanato e ela meio que adotara uma criança (o menino não quis ficar no orfanato e estava sempre perto dela, como se a considerasse uma mãe). Enfim... Ela conhecia as privações da vida e tentava ajudar quem precisava. E sua mãe estava errada ao pensar que o fato de ela ser mulher seria perigoso ali naquele bairro. Todo mundo amava a Gillie. Todos a conheciam pelo nome. Todos a protegiam.

E é através de sua experiência de quase morte que o Thorne aprende o que realmente importa na vida. O quanto sua visão como duque era estreita, como levava uma vida fútil. E quanto mais conhece e admira a Gillie mais quer estar ao seu lado. Tê-la como sua mulher. O problema é que ela se sentia bem confortável no mundo em que vivia, rodeada de pessoas que a amavam, que não a julgavam por seu nascimento. Levá-la para o mundo dele, cheio de regras e hipocrisia, seria tirar dela a felicidade, pois ela jamais seria aceita pela nobreza.

"Tudo o que sabia era que ninguém jamais havia tocado seu coração e alma como ela. Ninguém nunca fora tão importante quanto ela."

A história de amor entre Gillie e Thorne é linda. Simplesmente linda! Este é um duque digno de ser considerado um. É um homem apaixonante, que se permite aprender muito com a sua amada e reconsiderar toda a vida que tinha levado até conhecê-la. Ele é humilde, ao ponto de se oferecer para ajudá-la a servir as pessoas na taverna (Sim! Ele não tem medo de trabalhar!), de ser atencioso com um menino órfão que o via como herói, de conversar com os outros de igual para igual, sem querer privilégios só por ter tido a sorte de nascer naquela família tradicional e respeitada. Em nenhum momento ele considerou a Gillie alguém inferior. Nunca a considerou indigna de ser sua esposa, ao contrário do que já vi aos montes em outros romances de época, em que os mocinhos só no último instante é que reconhecem que precisam das mocinhas e podem "perdoar" suas "falhas" para se casarem com elas. O Thorne considerava que ele é quem seria o sortudo se essa mocinha maravilhosa o aceitasse. Que ela era muito melhor do que ele como pessoa e merecia ser tratada como uma rainha. Tem como não se apaixonar por um mocinho tão incrivelmente apaixonante?! Suspiros...

"Ele abriu os olhos. 
- Eu lhe daria o mundo se pudesse."

A continuação desta série não me decepcionou. Apesar da história ser mais lenta no seu desenvolvimento e ser um tanto repetitiva em alguns momentos, é maravilhosa!!! Fiquei completamente louca pelos protagonistas, que me cativaram com sua personalidade e seu amor. Só posso desejar ter logo o terceiro livro em mãos para me perder na próxima história, que promete ser bem intensa!


-> DLL 20: Um livro romance de época



Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

8 comentários:

  1. Eu não sou muito chegada a romances de época, já gostei mais, agora eu passo um pouco longe, são tantos e as vezes parece tudo igual.
    Esse tem um plot muito interessante, ele aborda situações mais reais - como tu mesma disse e explorar dificuldades, o que acho interessante, não vi aquelas famílias abonadas de dinheiro.. hahahahahaha.

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  2. Olá!

    Esse é um dos meus favoritos da série. Li no mês passado e amei a leitura. Eu me apaixonei pela história e torci muito pelos personagens. Agora estou bem ansiosa para ler o terceiro livro, pelo o que vi também é maravilhoso.

    Beijos,
    Livros Engavetados

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  3. Olá

    Os romances da Harlequin são fantásticos e impossíveis de não arrebatar quem os ler. Ando lendo mais livros de romance de época porque ano passado foi fraco na leitura dos mesmos e essa série parece ser bem cativante e com personagens femininas marcantes.

    Beijos e sua resenha está maravilhosa!

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  4. Eu ainda não li nada da autora, mas estou vendo taaantos comentários recentemente sobre essa obra que estou completamente curiosa! O que me deixou com mais vontade de conhecer, foi o fato de você citar que é diferente de muitos romances de época por abordar personagens que não faziam parte da "nobreza" e focar em problemas reais. Tenho certeza que esse livro vai me conquistar muito! Adicionando agora mesmo na minha booklist.

    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

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  5. Oi Luna,
    Eu não sou muito fã de Romances de Época, mas sua ótima resenha me deixou com vontade de ler Amor de um Duque. O que mais chamou a minha atenção foi o fato dele abordar com mais profundidade os dramas dos personagens. Da para ler o livro sem ler os demais da série?
    Com amor, André
    www.garotosperdidos.com

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    Respostas
    1. Olá, André!

      Dá sim! São histórias independentes, então é possível ler O Amor de um Duque mesmo que você não tenha lido o livro anterior. :)

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  6. Oi Luna tudo bem ?
    Eu sempre prometo pra mim mesma que vou ler algo de época e falho miserávelmente, mas sei que em algum momento vou conseguir.
    Percebo que cada vez mais, os temas vão sendo mais aprofundados, como neste livro, os personagens mais abordados e mais densos.
    Mas algo que me incomoda é que sempre é uma série e não livro único.
    Mas gostei bastante.
    Fiquei curiosa em saber como o amigo aqui de cima, se da pra ler de forma independente.
    Beijos

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  7. Recentemente eu li "Amor de um Duque", é um livro bastante clichê, e muito embora eu ame muito clichês, esse deixou muito a desejar. A escrita de Lorraine Heath é um tanto oscilativa, 8 ou 80, mas na maioria das vezes 8. Contudo, eu acredito que a história poderia ter se desenvolvido melhor, até mais da metade do livro as personagens ainda se encontravam na mesma, sem muitas evoluções, deixando os últimos 3 ou 4 capítulos para desenrolar tudo, toda hora eu ficava me questionando "Meu Deus o livro já está nas últimas, quando que vai finalmente se desenrolar?", admito que fiquei bastante preocupada. A autora demonstrou uma negligência a respeito dos detalhes finais, até mesmo o que diz respeito as características físicas dos próprios personagens, ela descreveu uma coisa ou outra perdida, só pra terem uma ideia, no último capítulo é que foi mencionado a cor do cabelo da protagonista. Relatava a cor dos olhos de Gillie, sua altura e seu cabelo curto, se não me falha a memória, o formato de seu rosto também foi relatado (apenas), e o mesmo pode se dizer do Duque. A história não parece muito promissora se não temos uma visão clara dos personagens. O enredo prometia muita. Além disso, na minha humilde opinião, Lorraine Heart quis explorar cedo demais a atração física e sexual entre Gillie e Thorne, quando eu falo CEDO, quero dizer cedo MESMO. O homem ferido e sangrando na mesa e ela desejando-o, mesmo sabendo que existe gente pra tudo com gostos excêntricos, as circunstâncias dos dois naquele momento pedia bem MENOS. Encontrei tbm uns erros na digitação do livro, uma falha grande e por muitas vezes me sentia perdida no meio das conversas, sem saber quem dizia o que (pois embora houvesse o símbolo de travessão para indicar fala, poucas vezes foi mencionado QUEM disse). E uma última observação, quem já leu *O duque e eu, de Julia Quinn* vai achar semelhanças gritantes entre as obras, até mesmo absurdas. Até o fato da Autora querer continuar a série retratando os irmãos TREWLOVE, assim como Julia Quinn fez sobre os irmãos BRISGERTONS nos da muitas margens para questionar a veracidade de sua obra "Amor de um duque".

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