2 de agosto de 2020

Para Sempre - Kim e Krickitt Carpenter

Tempo de leitura:


Literatura norte-americana
Título Original: The vow
Tradutor: Ivar Panazzolo Júnior
Editora: Novo Conceito
Edição de: 2012
Páginas: 144

41ª leitura de 2020 (40ª resenha do ano) 

Sinopse: A vida que Kim e Krickitt Carpenter conheciam mudou completamente no dia 24 de novembro de 1993, dois meses após o seu casamento, quando a traseira do seu carro foi atingida por uma caminhonete que transitava em alta velocidade. Um ferimento sério na cabeça deixou Krickitt em coma por várias semanas. Quando finalmente despertou, parte da sua memória estava comprometida e ela não conseguia se lembrar de seu marido. Ela não fazia a menor ideia de quem ele era. Essencialmente, a "Krickitt" com quem Kim havia se casado morreu no acidente, e naquele momento ele precisava reconquistar a mulher que amava. Para sempre é uma história verdadeira sobre a reconstrução de um casamento depois de um evento traumático que poderia ter feito a maioria das outras pessoas desistir, mas que para eles foi a chance de um novo começo.




Quem olhando para esta capa não se lembra do filme?! A história da moça que ficou com amnésia após sofrer um acidente de carro e que não se lembrava mais que era casada conquistou milhares de fãs logo após seu lançamento. Um filme que eu assistia muito no passado. E que me encantava! Todo o amor do mocinho, seu sofrimento e sua dedicação em reconquistar aquela que tanto o tinha amado... E foi justamente por amar muito o filme que acabei adquirindo o livro, que contaria a história real de Kim e Krickitt Carpenter, que tiveram suas vidas profundamente modificadas após um sério acidente de carro. 

Eu tenho o livro desde 2012 e só agora em julho realizei a leitura.rsrs Não me perguntem os motivos para ter levado oito anos para ler a história, pois nem eu sei explicar!kkkkkk O importante é que finalmente li. 

Kim e Krickitt nunca imaginaram que se conheceriam, muito menos daquela maneira. Através de um telefonema. Para uma loja de produtos esportivos. Kim era técnico de beisebol de uma universidade e estava precisando de uma jaqueta nova, então telefonou para encomendá-la. Krickitt era atendente na referida loja e a conversa que tudo tinha de profissional acabou por encantá-lo. A voz dela... simplesmente mexeu com ele. A partir daquele momento ele sentiu uma necessidade de sempre ligar para a loja, com as mais estúpidas desculpas, só para poder ouvir sua voz... conversar com ela. 

Não demorou para que eles percebessem que aquela situação não poderia continuar. Estava na hora de trocarem os números de telefones pessoais e pararem de fingir que só queriam falar de produtos esportivos. As conversas foram se tornando mais íntimas, não desejavam desligar mesmo depois de horas conversando e o próximo passo seria conhecerem-se pessoalmente. 

Mesmo com a distância e as dificuldades para se verem, o relacionamento prosseguiu, tornando-se cada vez mai sério. Até que eles perceberam que precisavam se casar. Dar o passo que tanto desejavam, já que se amavam e acreditavam que Deus os tinha unido. E, no dia 18 de setembro de 1993, o casamento finalmente aconteceu, um dia que ficaria para sempre na memória de quase todos ali presentes, felizes por aquele casal tão jovem e tão apaixonado. 

Após a lua de mel e o início de uma vida a dois, o casal resolveu viajar para a casa dos pais de Krickitt onde deveriam passar o primeiro Dia de Ação de Graças como marido e mulher. Estavam muito animados, os pais dela os aguardavam com ansiedade e não havia nada que pudesse dar errado. Mas no caminho, Kim começou a passar mal e Krickitt se ofereceu para dirigir no lugar dele. Ele deitou-se no banco de trás, pois não suportava sequer ficar sentado. Krickitt sentou-se no banco do motorista e um amigo para quem estavam dando carona, se sentou no banco ao lado. Naquele momento, eles jamais poderiam imaginar que não chegariam à casa dos pais dela. Que um caminhão teria problemas no motor, diminuiria repentinamente a velocidade normal e causaria um acidente muito grave, que deixaria Krickitt entre a vida e a morte. 

Ao perceber o caminhão em sua frente (que estava oculto pela fumaça preta provocada pelo defeito, fumaça essa que não poderia ser vista naquela hora da noite), Krickitt tentou frear e desviar, mas uma caminhonete estava logo atrás dela. O carro bateu no caminhão e começou a girar enquanto ela tentava manter o controle, mas foi aí que a caminhonete atingiu o lado do motorisa. 

"O impacto fez com que nosso carro saísse voando pelos ares. Ele voou por 30 metros, chocou-se contra o chão e rolou lateralmente, capotou uma vez e meia e deslizou por 32 metros, de cabeça para baixo, antes de parar no acostamento da estrada."

As investigações posteriores desvendaram como tudo aconteceu, a causa do acidente e o caminho que o carro percorreu antes de parar totalmente, com três pessoas dentro dele. Mas quando tudo parou de girar e ele deixou de ser jogado de um lado para o outro dentro do veículo, tudo o que quis saber é se Krickitt estava bem. Não lhe importavam seus próprios ferimentos (que eram graves), mas apenas ouvir a voz da sua mulher. Porém, por mais que ele gritasse ela não respondia. Havia apenas silêncio. 

"Naquele momento, a única coisa que eu precisava saber era que minha esposa não estava morta."

Foi muito difícil para a equipe de resgate conseguir tirá-la de dentro do carro. Seus ferimentos eram muito sérios e cada segundo era precioso. Todos fizeram o possível para salvar sua vida, mas desde o início já não tinham muita esperança. Ela foi transferida de um hospital para outro mais especializado, mesmo com o risco de morrer no caminho. Mas era tudo o que poderiam fazer para lutar por ela, ainda que as chances de sobrevivência fossem mínimas. 

A equipe que atendeu Krickitt nunca tinha visto ninguém sobreviver a ferimentos tão graves na cabeça. Por isso, após fazerem todo o possível para salvar sua vida, permitiram que seus familiares tivessem livre acesso à ela... para que pudessem se despedir. 

"- Fizemos tudo que era possível, mas a condição da sua esposa não melhorou. Ela está além da possibilidade de auxílio médico - explicou ela. 'Talvez ela esteja além da possibilidade de auxílio médico', pensei. 'Mas ainda posso pedir a Deus'."

A fé era tudo o que Kim e toda a família dos dois tinham naquele momento. Os médicos não acreditavam em sua sobrevivência, já a davam como causa perdida. E ele não conseguia imaginar uma vida sem a mulher com a qual estava casado há apenas dois meses. Então, ele pediu a Deus. Suplicou que Ele salvasse a vida dela. 

Diante da grande chance de perder a mulher que tanto amava e daquela forma tão trágica, a dor fez Kim pensar em suicídio. Mas da mesma forma que o pensamento veio, ele se foi, pois uma paz, um consolo muito grande o invadiu. Mesmo com todo o desespero, ele sentiu aquela Presença e a certeza de que não estava sozinho. Que era possível passar por tudo aquilo. 

Para a surpresa dos médicos, Krickitt estava resistindo. Eles acreditavam que ela morreria nas próximas horas e por isso permitiram que os familiares a vissem, mas ela seguia lutando. Então, seu quadro começou a melhorar. Cinco dias depois do acidente, ela foi transferida da UTI para um quarto normal e não precisava mais do auxílio de aparelhos para mantê-la viva. O pior havia passado. 

Todavia, os ferimentos em sua cabeça cobrariam um preço muito alto... E colocariam em prova aquele casamento ainda tão recente. Porque o tempo, os cuidados médicos especializados e a dedicação, a fariam voltar a andar e recuperar o controle do seu corpo, mas... a memória de todo o seu relacionamento com Kim e, consequentemente, seu casamento... ficaria perdida para sempre. Ela não se lembraria dele. Não se lembraria de um dia tê-lo amado e aceitado ser sua mulher. 

Se esta história fosse ficção, ela já nos emocionaria. Imagine, então, como é ler sabendo que tudo é real. Que tudo isso realmente aconteceu com esse casal. Que além de terem passado por um acidente tão horrível que quase arrancou a vida da Krickitt e que também deixou o Kim muito ferido, eles ainda tiveram que lidar com o fato de que aquela tragédia tinha roubado tudo o que viveram juntos. Cada lembrança. Cada momento. 

"Krickitt era a minha esposa, em tempos tranquilos ou tempos difíceis. E aqueles eram, provavelmente, os piores tempos para nós."

Por não conseguir se lembrar do Kim, durante sua recuperação ela vai tratá-lo quase com indiferença em alguns momentos e com hostilidade em outros. Os ferimentos na cabeça também atingiram a parte responsável pelo controle das emoções, por isso, ao acordar, Krickitt não parece mais a mesma pessoa. Aquela garota doce, educada, incapaz de magoar alguém não existia mais. Em seu lugar estava uma jovem que se descontrolava por tudo e que voltava sobretudo suas frustrações contra o Kim, quem todos diziam que era seu marido e ela não conseguia acreditar, pois não se lembrava. O que, claro, aumentava o sofrimento dos dois. 

Neste livro, contado pela perspectiva do Kim, nós conhecemos os acontecimentos que antecederam o casamento, tudo o que passaram com o acidente e apenas um pouco de como foi a vida depois, de como ele conseguiu recuperá-la. E por isso dei 3 estrelas. Acho que o livro se concentrou muito nos detalhes referentes ao acidente e a recuperação (que eram sim muito importantes), mas pouco falou da relação dos dois depois. Sabemos que existiram momentos bem difíceis, nos quais o Kim não acreditava mais que seu casamento daria certo, nos quais ele pensava que ela acabaria por querer o divórcio. Sabemos que a Krickitt o rejeitava, que chegava a dizer mesmo que o odiava e que tinham brigas horríveis. Mas como ele a reconquistou? Isso não fica muito claro. Em que momento ela percebeu que queria continuar, que mesmo sem lembranças desejava manter aquela relação, recomeçar ao seu lado, construir novas memórias. 

"Todos têm problemas com os quais devem lidar; no nosso caso, simplesmente estávamos passando por tudo aquilo pela segunda vez, e a segunda vez era ainda mais difícil."

É emocionante ler sobre o desespero dele, sua dor tão grande, o fato de ele não ter desistido quando as pessoas esperavam que o melhor fosse realmente terminar o relacionamento, cada um seguir em frente para um lado. Sobretudo quando ela passou a morar com os pais e ele teve que voltar para o seu trabalho que ficava muito longe da residência dos pais dela. As dificuldades financeiras provocadas pelo tratamento que custou bem caro e o fato da seguradora não querer arcar com os prejuízos... Tudo estava contra aquele relacionamento. Existiam problemas demais e ele estava emocionalmente mal, ao ponto de seu patrão e amigo recomendar que ele procurasse atendimento especializado, que se consultasse com um psicólogo. Nós ficamos muito tocados por tudo o que ele passou, mas eu também queria ler a perspectiva dela, da Krickitt. Queria saber como foi para ela passar por tudo aquilo. 

O livro é muito diferente do filme. Faz vários anos desde a última vez que assisti (e preciso ver de novo!), mas lembro que no filme quase tudo era diferente. Fiquei com a sensação de que mantiveram apenas a amnésia e o fato de ele lutar pelo casamento deles. De resto, cada fato da vida do casal verdadeiro foi alterado. E eu não gostei disso, mas como amo o filme vou manter como duas histórias separadas na minha cabeça.rs


-> DLL 20: Um livro mais antigo da estante

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

6 comentários:

  1. Olá, tudo bem? Ahhh, que felicidade ver a resenha desse livro por aqui... Esse foi o primeiro livro que li inteiro (tirando os infantis), e é graças a ele que hoje sou uma leitora e romântica incurável, hahaha. Adorei!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  2. Oi, Luna.
    Me lembro de quando esse livro foi lançado, mas nunca me animei a fazer a leitura. Tenho um problema com histórias sobre casos reais! Acabo sofrendo muito quando sei que tudo aconteceu de verdade com alguém, sabe?! Já assisti o filme, mas foi mais fácil de lidar... Acho que eu ficaria muito mal lendo o livro!!
    Beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  3. Oi, Luna!
    lembro desse filme e do livro, acho que até lembro do final do livro, mas não posso dizer que seja um dos meus favoritos, mesmo sabendo se tratar de uma história real. É que saiu algo meio agridoce, fiquei com aquela sensação de perda... Achei legal vc separar o filme e o livro como duas histórias diferentes, eu já fiz isso com algumas obras também. rsrs
    bjos
    Lucy - Por essas páginas

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  4. Li esse livro em 2013 e não curti muito. Particularmente me lembro do viés cristão que permeia a narrativa e eu detesto isso em histórias, sejam elas ficção ou não, então não aproveitei nada a leitura. Inclusive, lendo a sua resenha, acho que ficou melhor que o livro... rs

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  5. Quando assisti o livro a impressão que tive é que ela ficou com ele mais por pena mesmo.

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  6. Oi. :)
    Eu sinceramente na época que foi lançado o livro, fiquei louca pra ler.
    Quando ganhei de presente não foi o que eu tinha esperado, não curti tanto quanto eu achava que iria. Não que a estória seja ruim, mas sei lá... não curti muito.
    Adorei sua resenha, parabéns.

    Beijos.
    Manuscrito de Cabeceira

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