10 de outubro de 2020

O Homem de Giz - C. J. Tudor

Tempo de leitura:



 Literatura Inglesa
Título Original: The Chalk Man
Tradutor: Alexandre Raposo 
Editora: Intrínseca
Edição de: 2018
Páginas: 272

55ª leitura de 2020 (50ª resenha do ano)

Sinopse: Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King


Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.

Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.

Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.




Pensando bem aqui enquanto começo a escrever esta resenha chego à conclusão de que fui muito generosa ao dar 3 estrelas a este livro...

Esta história fez muito sucesso poucos anos atrás e claro que eu fiquei com vontade de ler (porque thrillers me atraem), mas decidi esperar o hype passar e só agora resolvi arriscar a leitura. Esperando, sinceramente, que fosse gostar. Que seria uma história que me perturbaria e até mesmo provocaria medo (não é à toa que a deixei para o mês do horror). Todavia, o livro se mostrou uma grande decepção. 

Nele temos Ed Adams como protagonista, um homem de 42 anos, que nunca esqueceu os acontecimentos de 30 anos atrás. A história inteira é contada pela perspectiva dele, o que contribuiu para o tédio que senti durante a maior parte da leitura. Ed não é um personagem muito objetivo. Ele dá muitas voltas e se repete até chegar a algum lugar, ou até levar nós leitores a algum lugar nesta história tão... previsível. 

Ed estava levando sua vida normalmente, bebendo cada vez mais (e mentindo para si mesmo ao dizer que não tinha problemas com bebida) e relembrando um passado que marcou a vida de seus amigos e dele, um passado nunca fechado, pois faltavam respostas que nem todos se preocupavam em descobrir. Até que Mickey, um dos seus amigos de infância, reaparece na cidade, após tantos anos, para uma visita aparentemente motivada pela saudade daqueles que foram seus companheiros de aventuras. 

Mas logo após a chegada de Mickey, um comentário do visitante desencadeia uma série de acontecimentos na vida de Ed e ele decide encontrar todas as respostas antes que fosse tarde demais. Quem realmente tinha matado aquela garota, trinta anos antes, e desmembrado seu corpo? Será que o assassino ainda estava vivo? Seria ele o responsável pelo envio misterioso do desenho de giz macabro que seus amigos e ele receberam? Será que ele... mataria novamente? 

A história tinha potencial. E isso é o que torna a experiência de leitura ainda pior, pois a história tinha tudo para ser do tipo de tirar o fôlego, mas (na minha opinião, claro) a autora se perdeu na narrativa e criou uma trama muito previsível e cansativa, com um protagonista que dava voltas e voltas e parecia ele próprio cansado, entediado. Ed contava os acontecimentos, intercalando presente e passado (ano de 2016 e 1986), como se estivesse com vontade de dormir. Sério! Era essa a impressão que eu tinha. Um personagem que não foi muito bem construído e contribuiu bastante para o tédio que o livro me provocou. 

Eu reconheço que o prólogo é muito envolvente, do tipo que nos faz querer devorar o livro para obter todas as respostas. Mas logo que terminamos a leitura do prólogo e passeamos pelos acontecimentos do ano de 2016 e o Ed nos leva a 1986, sempre intercalando presente e passado, as coisas começam a desandar. Apenas na reta final o livro ganha fôlego, as cenas ficam frenéticas e pensamos "agora sim vai acontecer algo incrível, agora sim a leitura vai valer a pena!", mas o Ed é tão imbecil que os acontecimentos finais acabam por ser mais do que decepcionantes. 

Como eu disse, as coisas são muito previsíveis neste livro. Eu já tinha adivinhado a maioria dos segredos bem antes do final, até mesmo quem era o assassino de trinta anos atrás. Estava óbvio demais, inclusive a motivação. Porque a autora deu excessivas pistas do que havia se passado, quem tinha feito e o motivo. Estava mais claro que água. Mas claro que o Ed demorou uma eternidade para descobrir. E por falar nele, a autora seguiu o padrão de alguns suspenses: criou um personagem não confiável. Ed não é nada confiável, tanto por seus problemas de memória (que são muitos) quanto por suas "manias", que ele carrega desde a infância. E foi graças a essas "manias" que a autora entregou um dos acontecimentos do prólogo logo de cara. Assim que descobrimos o que o Ed costumava fazer na infância já percebemos muita coisa. Enfim, tudo é óbvio neste livro. 

Se recomendo a leitura?! Não. Mas minha opinião é apenas isso: simplesmente minha opinião sobre a leitura e nada mais. Não sou crítica literária. E gosto é muito pessoal. Sei que existem muitas pessoas que amaram a história, que consideram o livro um dos seus favoritos. A história não funcionou para mim, mas pode perfeitamente te agradar. 



-> DLL 20: Um livro de capa preta



Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

3 comentários:

  1. Oi. :)
    Estou nessa vibe de livros de terror, mas fiquei desapontada em saber que vc não curtiu a leitura. Não tem nada pior do que vc ler um livro com toda expectativa, e ele se mostrar uma decepção.
    Já havia visto a capa no insta algumas vezes, e sendo sincera a sinopse me deixou curiosa, mas ainda bem que li sua resenha a tempo, antes de ter comprado o livro kkk.
    Adorooo resenhas sinceras, tá de parabéns!

    Beijos,
    Manuscrito de Cabeceira

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  2. Olá, tudo bem?
    Eu sempre gostei livros de suspense e terror, inclusive comprei "O homem de giz" assim que lançou, mas infelizmente até hoje não consegui ler, sei que algumas pessoas gostaram muito e outras como você ficaram desapontadas, isso é uma pena quando acontece. Gostei da sua resenha e sinceridade.
    Abraço!

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  3. Olá, tudo bom?
    Li um outro livro da autora (O que aconteceu com Annie) e tive a mesma impressão que você, mesmo que em obras diferentes. A autora tem premissas incríveis, com muito potencial, mas peca muito no desenvolvimento, deixando a desejar na construção dos personagens e da trama, que acaba ficando entediada e sem muitas surpresas no fim das contas. Eu também não recomendo a obra da autora que li e pela sua resenha já tive a certeza de que O Homem de giz não é para mim.
    Ótima resenha!
    Beijos!

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