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21 de outubro de 2018

Senhorita Aurora - Babi A. Sette

(Editora: Verus
Edição de: 2018)

Nicole é uma jovem bailarina e está prestes a realizar seu sonho: estrear no papel principal em uma peça na Companhia de Ballet de Londres. Tudo estaria perfeito se não fosse pela presença de um dos seus diretores, o temido Daniel Hunter, um maestro prodígio de temperamento difícil, com um humor sombrio e que desperta em Nicole sentimentos contraditórios. 

Quando uma tempestade de neve isola os dois em uma mansão centenária, Nicole e Daniel serão obrigados a encarar não apenas os segredos que atormentam o maestro, mas também uma paixão proibida - e avassaladora - que nasce entre eles. 

Entre a tão sonhada carreira na dança, um amor intenso como ela nunca sentiu e a própria segurança, Nicole se verá diante de escolhas que parecem impossíveis. E caberá a ela resgatar Daniel de seu próprio passado...

Senhorita Aurora é um romance poderoso, tocante e perturbador, que mostra que todos merecem uma segunda chance, até mesmo alguém com fama de monstro.



Palavras de uma leitora...



- Querem a verdade? Pois a verdade é que acho que não conseguirei escrever esta resenha. Ainda estou chorando. Meus olhos estão embaçados e mal dá para enxergar o que escrevo. 

Vocês sabem que odiei profundamente A Promessa da Rosa (e, gente, isso não é spoiler!) e que amei com todo o meu coração O Despertar do Lírio. Assim era minha relação com as histórias da Babi: ódio por uma, amor intenso por outra. E várias pessoas recomendaram que eu lesse Senhorita Aurora. Que era uma história muito diferente das outras duas. Mas aquelas que me recomendaram de maneira mais significativa foram a Flaveth (quem me deu spoiler do segredo do Daniel após eu implorar!kkkkkkkk...) e a Vanessa, que já tinha me recomendado as outras duas histórias que li da autora. E elas me convenceram.kkkkkk... Eu comprei o livro cheia de expectativas e medo também, confesso. E agradeço tanto! Elas me proporcionaram uma leitura maravilhosa, daquele tipo que nos arrebata, que nos envolve por inteiro e nos faz viver com os personagens, sentir absolutamente tudo como se fosse conosco. Em nossa carne, em nosso coração. Meninas, não poderia deixar de lhes agradecer por uma recomendação tão importante! Este livro me transformou. Mudou a forma como eu via muitas coisas. E assim vai ser realmente bem difícil escrever, pois não paro de chorar.kkkkkk Não são lágrimas de tristeza. São daquela emoção boa, sabe? Quando um livro toca um ponto dentro de nós que não sabemos nos expressar de outra forma que não seja através das lágrimas... que tanto falam, que tanto revelam.

- Não pretendo escrever muito para que possam ler a resenha até o fim.rs Quero que vocês sintam a vontade de apostar nesta história. Quero que desejem largar tudo e mergulhar nela. 

Ouço as músicas na minha mente. Vejo os passos de dança, vejo os sorrisos, as lágrimas deles, os abraços nos momentos que mais necessitavam sentir um ao outro, saber que poderiam enfrentar qualquer coisa juntos. Vejo o Daniel sentado em frente ao piano, tocando... e consigo ouvir. E relembrar o quanto aquele momento foi significativo para os dois. Não consigo não me emocionar. 

"Enquanto eu danço, estou em um mundo onde não existem problemas."

Nicole era uma jovem de vinte anos que lutou muito para chegar onde estava: como parte do corpo de balé da Companhia de Ballet de Londres. Quem não conhecesse sua história poderia pensar que foi fácil, que ela provavelmente contara com privilégios, com todo o dinheiro e as oportunidades necessárias. Mas não. Nada foi assim. Sua mãe teve que passar muitas noites em claro, costurando para fora, para que sua filha pudesse realizar aquele sonho. Para que pudesse estudar balé e ultrapassar os obstáculos que insistiram em aparecer. Ser uma das poucas selecionadas foi uma vitória não só para ela, mas também para sua mãe, que jamais tinha deixado de acreditar. Então, pela primeira vez, ela saiu do Brasil para conquistar um mundo de possibilidades que se apresentava. Para ser a protagonista de sua própria história. E nem mesmo o medo do desconhecido a fez hesitar. Conseguiria. Ela só precisava manter a força e a esperança que a impulsionaram ao longo de todos aqueles anos. 

Embora já fosse parte do grupo profissional há dois anos, a maior oportunidade de sua vida surgia com os testes para o papel de Aurora no balé A Bela Adormecida. Seria uma apresentação incrível, de comemoração pelo aniversário do teatro e ela desejava aquele papel mais do que qualquer coisa. Muitas pessoas têm sonhos, uns maiores que outros. Nicole tinha apenas um: dançar sempre. Ser a bailarina que sempre desejou, o anjo da sua mãe. O balé não era simplesmente uma profissão, era toda sua vida. Quando dançava... tudo deixava de existir. Sobre o palco desnudava sua alma. 

"Você dança com o coração e a alma. Isso nenhuma escola, por melhor que seja, pode ensinar. Você nasceu bailarina."

Todavia, ao caminhar para a etapa final que decidiria quem ficaria com o papel de Aurora ela não poderia imaginar como sua vida se transformaria nos próximos meses. Tudo o que se passaria... E como um homem aparentemente insensível e distante a faria compreender que o balé poderia ser parte de sua vida, mas que seu coração queria mais. Queria amar

Seu caminho havia se cruzado com o dele três anos antes, dentro do avião que a levava para longe de casa. Como saber? Que aquele homem arrogante, o mais grosseiro que já conhecera, apareceria novamente em sua vida? Não só como o maestro que regeria o balé para o qual se preparava, mas sobretudo como aquele que a faria descobrir o amor. Daniel era um enigma. Seu comportamento era como muros de defesa contra os outros. Fazendo com que as pessoas o desprezassem. E embora em vários momentos ela até tenha desejado matá-lo algo acontecia quando estavam no mesmo ambiente. Algo que não saberia explicar. E tudo muda e atinge um ponto sem retorno quando ela o escuta... naquele dia... na frente do piano. Ali... naquele instante... ela soube que não voltaria atrás. 

"Alguns segundos mudam o rumo de uma existência inteira."

- Será que existe alguma coerência nesta resenha? Não sei. Estou tentando, gente. Tentando muito colocar em palavras o que sinto. Mas está tão difícil! Eu não consigo controlar a emoção. Simplesmente não posso. Desculpe. 

Bem... Conforme fui conhecendo a Nicole fui ficando um pouco desanimada. A achei imatura para sua idade e comecei a construir "reservas". Só pensava: Cresça, Nicole! Me faça simpatizar com você, algo que ainda não aconteceu. O resultado? Eu me arrependi. Muito. Me arrependi profundamente do quanto desejei que ela crescesse. Porque não parei para pensar que amadurecemos conforme a vida vai nos dando umas quantas porradas. Nada nunca é fácil neste mundo. E o processo de crescimento também não é. Quando aprendi a amar a Nicole aprendi a sofrer com ela também. Cada lágrima que ela derramou eu chorei junto. E eu me apeguei tanto a ela que desejei que ela não tivesse amadurecido. Quis voltar no tempo e impedi-la de sofrer. Mas a verdade é que o mundo não é um conto de fadas, nem mesmo em um livro inspirado por um (A Bela e a Fera). 

- Nicole é uma protagonista que no início não nos diz muito apenas para nos surpreender depois. Não vou negar que no começo vocês talvez não gostem muito dela, mas aguardem... porque depois vão se perguntar como puderam não enxergar tudo o que ela tinha em seu interior. Toda aquela força, a garra que impulsiona a história e transforma a realidade de muitos, principalmente do Daniel. Ela se tornou uma querida para mim. Uma personagem que nunca poderei esquecer. Nem as lições que ela me ensinou. 

"Eu queria ajudá-lo a desenterrar seu coração, que, eu sabia, estava sufocado debaixo daquela culpa. Se fosse preciso cavar com minhas próprias mãos e resgatá-lo, eu faria isso."

Daniel... O que falar dele? Nossa! Se a Nicole me conquistou, ele simplesmente levou meu coração com ele. Não dá para expressar tudo o que sinto por este personagem. Tudo o que provocou dentro de mim. É mais que especial. Ele... me mostrou o quanto não enxergo muita coisa nesta vida. Como existem realidades tão distintas. Pessoas passando por problemas que tornariam todos os meus insignificantes. Ele, como a Nicole, também me ensinou muito. Sobre a vida, sobre eu mesma... sobre o amor. Quando se ama de verdade alguém se faz coisas como o que estes dois fizeram. Você não abandona. Não desiste. Nem mesmo quando o outro faz de tudo para te manter longe. Você não consegue desistir porque sabe que precisam enfrentar aqueles momentos juntos, que não se ama só nos momentos bons. Sabe aquelas promessas: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença? Não são clichês. São a pura realidade. Se pergunte e responda (com sinceridade) se você estaria com alguém em tais situações. Se seu amor suportaria os momentos difíceis e aí saberá se realmente é amor. Senhorita Aurora transborda tal sentimento. Conforme viramos as páginas... nos transformamos. Não temos a menor chance contra esta história.rs Eu me rendi. Nem tentei lutar. Deixei que o livro me levasse até onde desejasse. Me entreguei por completo. E foi uma das melhores experiências de leitura da minha vida. 

"Este é apenas um capítulo triste da nossa história... Eu nunca vou desistir de tentar fazer você virar essa página."

- Não revelarei nenhum segredo do livro. E nem pensem que os personagens só sofrem. Nada disso. O livro é muito bem equilibrado. Existem momentos que nos fazem gargalhar e os personagens sabem fazer piada de seus próprios problemas, o que nos proporciona cenas bem divertidas. Sem mencionar a Natalie, a melhor amiga da protagonista. Ela sempre conseguia me fazer rir.kkkkkk O livro não é recheado de tristezas, ele é cheio de amor isso sim. Mas é uma história próxima da realidade. E a vida não é fácil e ponto. Para ninguém. Temos que superar cada desafio, cada queda, cada momento em que pensamos em desistir. Num dia choramos e no outro sorrimos. Uma hora perdemos e noutra conquistamos. O livro nos mostra isso. Nos dá uns quantos socos no estômago e também nos faz suspirar e sonhar acordados com o amor dos protagonistas. :) Sonho e realidade tudo junto e misturado.rsrs Mas não. O amor não é uma utopia. Ele existe sim... se a espécie humana ainda não conseguiu o grande feito de se destruir é porque ainda existe amor neste mundo. E eu acredito realmente nisso. 

Acho que esta resenha ficou bem confusa e incoerente. Mas só o que gostaria de lhes dizer é que se querem ler um romance daqueles capazes de lhes arrebatar, de fazer com que vocês esqueçam o mundo e vivam a história dos personagens devem apostar neste livro. Nele encontramos de tudo: sonhos, esperanças, perdas, conquistas, amor, paixão, lágrimas e sorrisos... Não posso falar certas coisas para não dar spoilers, mas lhes digo que inclusive encontrarão um tema quase nunca mencionado em livro algum. Eu jamais tinha lido um romance que falasse sobre isso. Preparem seus corações! :) Mas garanto que vão amar! Não consigo imaginar alguém lendo este livro e não se apaixonando perdidamente por ele. É uma história inesquecível. Daquelas joias raras que encontramos quando mais necessitamos. 

"Talvez o segredo não esteja em esquecer uma desilusão, uma perda, um "não" da vida, algo que traz dor, e sim em colocar esperança nos espaços vazios deixados pelo que se foi e, quem sabe, dar outro significado às perdas."

- Embora a autora tenha dito que o livro é uma releitura de A Bela e a Fera, o Daniel, com toda a sua personalidade complexa e sua história de vida, me lembrou muito o meu querido Erik de O Fantasma da Ópera (o filme interpretado pelo Gerard Butler. O clássico que inspirou o filme eu ainda não li). Além disso, ele é um "anjo da música". É um maestro e a música está muito presente no livro. Em várias ocasiões me vi transportada para o filme, embora as histórias sejam realmente bem diferentes. Penso que foi todo o clima, as músicas lindas, as danças e a personalidade difícil do mocinho que me lembraram o filme. 

Por falar em música, cada capítulo é aberto pelo trecho de uma música. Não consegui ouvir todas enquanto lia, mas as que me permiti escutar foram simplesmente belíssimas. Eu me apaixonei por elas. 

"Sabia que nossa história, assim como qualquer outra, não seria sempre perfeita, que ainda existiriam desafios a ser superados, momentos tristes com os quais teríamos de aprender a lidar e lições a serem absorvidas, mas que, no fim, nós faríamos tudo valer a pena. Sim, eu tinha absoluta certeza de que faríamos."

Não li este livro sozinha. O momento perfeito para lê-lo surgiu quando a Vanessa me contou que a autora estava organizando uma leitura coletiva dele no WhatsApp. Vocês sabem que amo isso de ler em grupo, por isso nem pensei duas vezes. A leitura começou no dia 08/10, mas eu só pude iniciar no dia 12/10. E ela se encerra amanhã, dia 22/10, com o último debate. Eu preferi fazer a resenha hoje mesmo, pouco depois de terminar de lê-lo. Mas vou participar do debate amanhã, é claro. :D Foi lindo poder conversar com tantas pessoas ao longo da leitura. Simplesmente maravilhoso! 

É isso, queridos. Peço perdão por não ter conseguido escrever uma resenha digna do livro, mas fiz o que podia. O que a emoção permitiu que eu escrevesse. Vocês só terão uma real noção do quanto este livro é especial quando o lerem. Só lendo poderão compreender. 

8 de abril de 2018

O Despertar do Lírio - Babi A. Sette

(Editora: Novo Século
Edição de: 2016)

Série Flores da Temporada - Livro 2


Lilian Radcliffe é uma jovem viúva e está feliz com sua vida isenta de emoções. Culpa do luto que não larga? Lilian jurou fidelidade ao marido no leito de morte.

Paralelamente, conhecemos Simon Thorn, homem frio e libertino, dono do maior antro de jogos de Londres. Ele está a um passo de realizar seu plano de vingança contra o culpado pela fama de assassino que recebera anos atrás. O problema é que o canalha está morto, e ele terá de usar a sua viúva recatada a fim de atingir seus objetivos.

De um lado, ela precisa manter sua honra intacta; de outro, ele quer seduzi-la e desmoralizá-la. No entanto, Lilian nunca se sentiu tão vulnerável e atraída por um homem. E Simon, por sua vez, demonstra sentimentos que nunca imaginara sentir por uma mulher. A vingança e a honra se abalam quando nasce entre ambos uma paixão incontrolável. Mas, para ficarem juntos, terão de enfrentar segredos e mágoas profundas, um castelo trancado há seis anos, palco de uma morte misteriosa e, sobretudo, encarar os fantasmas do passado que assombram suas consciências. 



Palavras de uma leitora...



"[...] ele tinha algo de sombrio. 
Podia até não ser o barão assassino como era conhecido, mas Lilian soube que deveria se manter afastada dele ou correria riscos que ela não queria nem mesmo listar."

Eu não deveria estar aqui. Era para estar dormindo, tenho que acordar cedo. Mas sinto que não seria certo estar em qualquer outra parte. Não quando estou tão conectada à história, quando tudo em mim é emoção. 

Ainda estou chorando. Claro que ninguém deveria confiar em minhas lágrimas para dizer se um livro é bom ou ruim. Sou chorona desde que me entendo por gente. Choro se o céu está azul e se estiver cinza choro ainda mais.kkkkk Mas se sinto tudo intensamente minhas emoções ficam ainda mais loucas quando se trata de livros. Eu odeio com força, mas quando amo... é de verdade. Com todo o coração. 

"[...] sentia algo ainda maior, uma necessidade louca de protegê-la, de tirá-la dos olhos de todos, de levá-la embora junto a si, carregá-la nos braços, sumir."

Vocês sabem o ódio violento que A Promessa da Rosa provocou em mim. Que não perdoei o Arthur, que quis esfolá-lo em praça pública e matá-lo com minhas próprias mãos. E que ele afetou minhas leituras subsequentes. Quando pensava no livro dele meu sangue fervia e sentia que poderia fazer o livro em pedaços, que seria apenas uma questão de tempo até ter um ataque e estraçalhá-lo.  

Quando o mês de abril começou e eu tive que cumprir a meta de ler O Despertar do Lírio, continuação da série Flores da Temporada, que contaria a história da Lilian, irmã da protagonista de A Promessa da Rosa, eu levantei todas as minhas defesas contra o livro. Iniciei a leitura cheia de reservas, repulsa, ódio puro mesmo. E quando, logo no prólogo, a autora veio com uma cena em que o Arthur aparecia quase tive um troço. 

Simplesmente não era para ter acontecido. Com tudo contra esta história, com todo o ódio que eu estava disposta a sentir por ela, depois do inferno em que a autora me fez mergulhar com o primeiro livro, não era para eu ter amado a história de amor entre a Lilian e o Simon. Não era. Mas aconteceu. Estou rendida. Totalmente entregue a tanto amor. Mas como não amá-los? Como não ser arrebatada por protagonistas tão apaixonantes e capazes de tudo pelo amor que sentem um pelo outro? Pessoas que lutaram contra todos, até contra si mesmos, para serem felizes. Para se permitirem uma segunda chance. 

"Lilian deixou a peça mais importante nas mãos de Simon; ela deixou com ele não o orgulho ou a honra que acreditava antes ser o que tinha de mais vital. Lilian deixou com ele o seu coração."

- Não quero que esta resenha fique longa demais. Quero que a leiam até o fim. Que sintam pelo menos um pouquinho do que encontrarão nesta linda história de amor e superação, de perdão e recomeço. Não farei um resumo da história. Deixo que a sinopse se encarregue disso. 

A vida pode te derrubar. Seus golpes geralmente são fortes. Se ela quer que você caia então vai bater com  força. E se certificar de que permaneça no chão

- Quando conheci o Simon no primeiro livro eu gostei dele. Foram breves as suas aparições e não me prepararam para o choque que levei quando finalmente o revi em seu próprio livro. Me perguntei quem diabos era aquela pessoa. E fiquei furiosa. Muito. Aquele homem cínico, libertino, que participava de "momentos" tão degradantes não era o personagem que eu tinha conhecido. E sua sede de vingança contra uma mulher que nada lhe fez, a vontade que ele tinha de arruiná-la publicamente, de destroçar tudo aquilo que era importante para ela me incomodou. Só que prossegui com a leitura e quando cheguei na página 34 finalmente percebi: era uma releitura. A autora, por algum motivo que ainda não entendo (mas fico feliz por ela ter sido tão ousada.kkkkkk), se desafiou a escrever uma espécie de releitura de um dos maiores e mais sórdidos clássicos mundiais: As Relações Perigosas, de Choderlos de Laclos. Não reconhecem? Pensem então numa minissérie da Globo, exibida dois anos atrás, intitulada Ligações Perigosas. Recordaram? Pois bem... 

Quando notei as semelhanças e a existência dos personagens principais de um dos meus clássicos preferidos pensei com ironia: "Pago para ver. Vou pagar para ver a autora transformar uma história originalmente trágica e sombria num romance apaixonante." Eu não estava confiante, confesso. Ainda sentia raiva da autora (por mais irracional que seja) por conta da sacanagem do primeiro livro, por ela ter feito com que me envolvesse por uma história em que o protagonista masculino era um verme da pior espécie. Estava determinada a soltar os cachorros sobre O Despertar do Lírio. Gritar todo o meu ódio aos quatro ventos e fazer uma resenha BEM negativa, revoltada inclusive por ela pegar meu clássico e estragá-lo. Mas a autora me fez pagar a língua.kkkkkkk... Ela não só transformou o livro num romance arrebatador como conseguiu fazer uma leitora que a odiava passar a amá-la.kkkkk... Oh, mundo louco!

"- Perdoe-me, Lilian - ele disse com a voz rouca.
- Pelo quê?
- Apenas me perdoe."

Quando se aproximou da Lilian, o Simon realmente tinha a intenção de se vingar. Foram anos nutrindo um ódio pelo homem que destruiu sua vida, que o fez ser acusado por todos de um crime que não cometeu. Homem esse que agora estava morto e não podia mais responder por seus atos. A única forma de sentir-se pelo menos um pouco vingado era utilizando a viúva do desgraçado, a mulher recatada, pudica e intocável, que toda a sociedade admirava e respeitava. Poderia ser injusto, mas isso já não lhe importava mais. Se tinham tirado todos os seus sonhos, destruído de uma só vez tudo em que ele acreditava por que não poderia fazer o mesmo? Não sentiria remorsos. Era incapaz de sentimentos. Há anos deixara de ter um coração. 

Pelo menos, era nisso que ele acreditava, claro.rsrs Mas logo que o Simon conhece a Lilian pessoalmente algo dentro dele responde. E não estou falando apenas de desejo. Ele se sentiu atraído por ela, apesar da nossa mocinha se esconder sob camadas e camadas de uma roupa ridícula e que a cobria por inteiro. Seus olhos, a maneira sincera como ela sorria, a forma como ruborizava facilmente e a verdade que transparecia de suas palavras o envolveu. Lilian era um alento num mundo de falsidades. Tudo nela era autêntico. Fazia com que ele sentisse coisas que não imaginava mais desejar, que não queria. Enquanto a sociedade o desprezava abertamente, jogando o passado em sua cara, Lilian acreditava nele, enxergava uma humanidade que ninguém mais via. Para todos ele era o barão assassino. Para Lilian... era um ser humano ferido, alguém que ela estava disposta a curar. 

"- Eu a amo, vai ficar tudo bem. Eu a amo, meu amor, vai ficar tudo bem, tudo bem - ele repetia como uma oração.
Nem se deu conta do que declarava em voz alta, para si mesmo, para todos os deuses se eles assim desejassem ouvir."

Quanto mais profundamente conhecia o Simon maior era o meu medo. Sentia pavor de a autora estragá-lo, de transformá-lo em alguém que eu não suportaria. Não queria odiá-lo. Não poderia. Mas... todo o meu pânico foi em vão. O Simon jamais seria capaz de ferir a Lilian, nunca faria à ela o grande mal que o Arthur fez à Kathe. Ele era um homem de verdade. E nem o mundo cruel no qual se afundou após a morte da primeira esposa e a acusação implacável da sociedade foi capaz de apagar a sua essência. Com ele a Lilian sempre se sentiria amada, protegida, desejada... ele seria seu lar. 

Ele a fez conhecer a si mesma, não ter medo de mostrar-se sem reservas, de ser tudo o que poderia ser. Não a julgava por suas vontades, por seus medos, pela vida que teve antes ou desejava ter. Com ele... poderia ser ela mesma. Podia ser mulher. Quando eles se amavam, quando se tocavam de várias maneiras diferentes e em qualquer parte, eu sorria encantada! Eram lindas! As cenas de amor dos dois eram perfeitas! Intensas, explícitas, mas que não nos faziam duvidar nem por um instante de que realmente existia amor ali. Que faziam amor. Ele a amava e adorava com seu corpo. Recebia o que ela entregava com toda sua alma e dava o que possuía. Em cada beijo uma confissão, em cada carícia uma parte de um coração ferido que ela estava curando. 

"- Não, Lilian, se você morresse, me levaria junto. - Ele semicerrou os olhos tentando esconder a emoção. - Meu coração está ligado ao seu, entende?"

Não existem palavras que possam transmitir um por cento sequer de tudo o que vivemos ao lados dos personagens, de tudo o que eles passam e a maneira como encontram um no outro o que tanto esperavam sem saber. Ambos tinham sido machucados pela vida, pelas pessoas que amaram, por um mundo de aparências e hipocrisias. Eles nem sabiam que ainda acreditavam no amor, que ainda desejavam ser queridos por alguém, sentir-se amados. Mas quando percebem... tudo deixa de existir. O passado fica como deveria estar: enterrado. A vingança, o ódio, a vontade de machucar como tinha sido machucado... tudo morre. O Simon... Deus! Não tenho como falar tudo o que ele faz! Poucos mocinhos são assim. Tão loucamente apaixonados... capazes de entregar tudo pela mulher amada. E ele tinha sido tão destroçado... Tudo o que fizeram com ele... Nossa! Eu não poderia culpá-lo se ele não acreditasse em mais nada. Ele tinha todos os motivos do mundo para nunca mais permitir que o amor o deixasse vulnerável. Mas quando se apaixona por ela... Ele se entrega por inteiro. De uma forma que nos rouba o fôlego. Eu morria cada vez que ele olhava para ela, todas as vezes em que a defendia com unhas e dentes, sempre que a amava com tanta paixão e ternura. Cada momento era único. Inesquecível. 

"- É aqui a minha casa - ele sussurrou enquanto a amava. - Eu a amo."

Ambos crescem muito ao longo do livro. A construção dos personagens foi de um cuidado enorme. A autora se dedicou a fazer uma história coerente, para que realmente acreditássemos em tudo o que acontecia entre o casal, para que o amor deles nos tocasse. No início, eu não dava nada pela Lilian. Era uma personagem apagada, que parecia se contentar com uma vida vazia. E a autora nos dá essa imagem da personagem para depois ir nos revelando mais e fazê-la se revelar diante dos nossos olhos. A Lilian muda demais. E não é de uma vez, não é forçado. Ela cresce com cada experiência, com o amor que o Simon lhe dava, com o choque recebido por algumas verdades que foi forçada a encarar... Fiquei muito surpresa. Foi delicioso acompanhar o processo de amadurecimento dela, vê-la desabrochar, mostrar todo o potencial que manteve oculto do mundo. Ela se torna uma personagem incrível, daquelas que eu admiro. Se tem uma coisa que lamento é um dia tê-la julgado, visto apenas a aparência. E se não tivesse dado uma chance à história dela nunca descobriria a mocinha maravilhosa que ela era e o quanto a sua história me roubaria o fôlego, não conheceria o Simon... Não teria a chance de me apaixonar por um dos melhores mocinhos que existe. E já não sou capaz de imaginar um mundo em que não conheça este personagem. Ah, Simon! Como te amo! Como sofro por tudo o que você passou e me encho de felicidade por ter conseguido se reconstruir das cinzas. Se tem alguém que merecia ser feliz era você. Poucas mocinhas têm a chance de serem tão amadas como a Lilian será por você

"[...] eu vou amá-la, suave e devagar, com força e rápido, até você ter certeza e ficar gravado em sua pele que só estou em paz e feliz quando estou em casa."

Eu queria falar muito mais... Queria tanto!kkkkkk... Mas está na hora de encerrar a resenha, certo?rs

8 de março de 2018

A Promessa da Rosa - Babi A. Sette

(Editora: Novo Século
Edição de: 2016)


Série Flores da Temporada - Livro 1


Século XIX: status, vestidos pomposos, carruagens, bailes… Kathelyn Stanwell, a irresistível filha de um conde, seria a debutante perfeita, exceto pelo fato de que ela detesta a nobreza; é corajosa, idealista e geniosa. Nutre o sonho de ser livre para escolher o próprio destino, dentre eles inclui o de não casar-se cedo. No entanto, em um baile de máscaras, um homem intrigante entra em cena… Arthur Harold é bonito, rico e obstinado.

Supondo, por sua aparência, que ele não pertence ao seu mundo, a impulsiva Kathelyn o convida a entrar no jardim – passeio proibido para jovens damas. Nunca mais se veriam, ela estava segura disso. Entretanto, ele é o nono duque de Belmont, alguém bem diferente do homem que idealizava. De um instante a outro, o que parecia a aventura de uma noite se transforma em uma paixão sem limites.

Porém, a traição causada pela inveja e uma sucessão de mal-entendidos dão origem ao ciúme e muitas reviravoltas. Kathelyn será desafiada, não mais pelas regras sociais ou pelo direito de trilhar o próprio caminho, e, sim, pela única coisa capaz de vencer até mesmo a sua força de vontade e enorme teimosia: o seu coração.



Palavras de uma leitora...



- Se você leu meu desabafo no facebook e está com medo de a resenha conter spoiler, não se preocupe! Seu medo faz todo o sentido!kkkkk... Realmente esta resenha terá. Sinto tanta raiva, uma revolta tão grande que será impossível me controlar. Todavia, eu avisarei quando o spoiler começar. Haverá um aviso em destaque, prometo! :)

Você olhou para esta capa maravilhosa e pensou: "Nossa! A história deve ser incrível, apaixonante, o tipo de livro que estou precisando ler para voltar a acreditar no amor! Já quero ler!" Pensou? Pois sinto te informar que se você iniciar a leitura com tal ideia vai sofrer uma baita decepção. Acredite! Eu estou passando por isso. Criei expectativas grandes em torno deste livro e quebrei a minha cara. Ainda não superei o tombo. Se me arrependo de lê-lo? Com toda a certeza do mundo!

Era uma vez uma linda jovem de dezessete anos, cheia de vida e sonhos, determinada a casar-se por amor. Inteligente, apaixonada por livros, História e artes, sabia que era diferente de todas as moças da nobreza britânica do século XIX. Mas não se importava. Queria viver... apaixonar-se perdidamente e ser correspondida em seus sentimentos. Será que era realmente pedir demais? Será que era um pecado tão grande desejar sentir-se amada? Não suportaria passar todos os seus anos presa a um casamento por conveniência. Não era o que queria para seu futuro. Deixou isso mais do que claro para sua família, embora soubesse que, no fim das contas, era nas mãos do seu pai que estava a sua vida e a escolha de quem a desposaria. 

Em sua primeira temporada em Londres já despertara o interesse de possíveis pretendentes, por mais que seu comportamento peculiar, sua rebeldia e seus constantes sorrisos tenham desagradado boa parte da sociedade, que só aguardava uma oportunidade de apagar a alegria de seu rosto. Os homens a devoravam com os olhos e, em sua inocência, ela nem notava. Era invejada pelas mulheres, até mesmo por aquelas que possuíam laços de sangue com ela, e não percebia. Era tão simples em sua ingenuidade, acreditando que os outros tinham a mesma generosidade e compaixão que ela... que quando finalmente notasse quem eram as pessoas ao seu redor... seria tarde demais.

Foi num baile de máscaras que ela o conheceu. Ainda estava de castigo por sua última rebeldia, mas convencera os pais a deixá-la participar daquele baile. Embora tal evento deslumbrasse as mulheres, tudo o que Kathelyn queria era visitar o escritório de seu anfitrião e conhecer suas raras obras de artes, suas antiguidades gregas. Sonhava com aquele momento. Como poderia saber? Como imaginaria que aquela noite marcaria para sempre a sua vida? 

Ele a seguiu até ali. Não tirava os olhos dela desde que a vira pela primeira vez e ficou intrigado quando ela se esgueirou por aquele corredor até o escritório do visconde. Sua curiosidade logo deu lugar para dúvidas e pré-julgamentos. 

" - Por favor, deixe-me ir.
- Diga o que fazia aqui? - ele falou próximo à sua orelha.
- Eu... Eu apenas... Queria olhar."

Ao trocar algumas palavras com ela e perceber o grande conhecimento que ela tinha sobre Artes e culturas, bem como de História, percebeu também que ela não era uma dama. E tendo tal ideia sobre ela não era nenhum insulto aproximar-se mais... e mais. 

De início, Kathelyn teve medo dele. Ele encostava as mãos nela, tocava em seu corpo e por mais que não fossem intimidades era muito mais do que qualquer homem se atrevera. Porém, algo estava se passando no seu interior. Sem saber bem o que sentia e sem defesas para um sentimento desconhecido, ela se deixou guiar por ele naquela noite... acordando somente instantes antes dele conseguir o que queria. 

Furioso por ela não ter permitido que ele a possuísse no jardim, sem nem saber seu nome ou ter qualquer consideração (pois se ela não era uma dama aquilo não seria errado), jurou para si mesmo que a arrancaria do baile à força e a faria aprender a jamais se comportar daquela maneira. Porque o certo, é claro, seria permitir que ele tomasse o que queria. 

"Iria arrancá-la do baile à força. Ensinaria àquela provocadora inconsequente que ela não poderia se divertir com qualquer homem e sair incólume."

Não sabiam a identidade um do outro, mas o destino, irônico e cruel, trataria de fazê-los se encontrar outra vez... E, agora sabendo quem ela era e que não poderia tê-la em sua cama sem um contrato de casamento, Arthur, um duque dos pés à cabeça, trata de garantir que ela seja sua, num acordo com o pai da moça. 

Ah, ele a cortejaria. A faria se apaixonar por ele, mas não abriria mão das garantias. Ela não precisaria saber que seu pai já a entregara a ele. Não havia a menor necessidade de informá-la. 

Quanto mais frequente são as visitas do duque à sua casa e os passeios que insiste em fazer com ela, maior é o envolvimento de Kathelyn. Estava se apaixonando pela primeira vez e, na doçura do primeiro amor, não se importou com mais nada. Não via nada de errado no fato dele beijá-la com paixão na frente de toda a sociedade e tocar seu corpo como se já o conhecesse intimamente... Ele seria seu marido, a tinha pedido em casamento. E se seus pais permitiam, então realmente não era errado. Não podia saber... o que seria dela se ele voltasse atrás... se rompesse o compromisso... Não. Ela não fazia ideia da tragédia que atingiria sua vida. 

Era para ser seu conto de fadas. A realização do seu maior sonho. Mas se tornaria um pesadelo do qual ela não conseguiria acordar. Porque o homem para o qual ela se entregou sem reservas, a quem deu todo seu amor e confiança, seria o vilão da sua história. O destruidor de tudo o que um dia ela teve De absolutamente tudo. Aquele que a faria conhecer o inferno. 

"[...] Caso não consiga me convencer do contrário, saiba que terminarei o que começamos aquela noite no jardim."

- Essa frase tão "linda" é dita durante uma conversa, ainda no início do relacionamento. Ele disse para a mocinha, do alto de sua arrogância e desrespeito pelas mulheres, que se ela não conseguisse provar para ele que era uma dama, ele não teria nenhum problema em terminar o que começou no jardim, na noite em que se viram pela primeira vez. Porque somente uma dama merece respeito, sabe? Se a mulher não era tão privilegiada o que merecia? Ora, ser usada por ele. Atender suas vontades. 

Embora tenha iniciado a leitura do livro cheia de expectativas, acreditando com todo o meu coração que o amaria, tudo começou a mudar logo que conheci o Arthur. Tive o pressentimento de que ele causaria muitos danos. Dava para sentir algo obscuro no personagem. Ia além da arrogância dele, de sua posição como duque e do fato de ele se prender tanto aos costumes dos seus iguais. Tinha algo nele que me fazia mal. E ao me sentir dessa forma eu me peguntei se não tinha cometido um grave erro ao iniciar esta leitura. 

Mas eu não quis acreditar no que os meus sentidos gritavam. Achei que era coisa da minha cabeça, que o mocinho iria evoluir ao longo da história e provaria que era a pessoa certa para a Kathelyn, que a amaria como ninguém e a protegeria de tudo e todos. Realmente acreditei nisso. E quando ela sofreu aquele acidente e ele ficou tão louco de preocupação, eu suspirei. Disse para mim mesma: "Viu? Para que tanto medo?! É claro que ele é maravilhoso!" Só que o que veio depois... me mostrou, de maneira bastante dolorosa, que eu deveria ter seguido os meus instintos iniciais e abandonado a leitura. Assim não teria ficado tão destroçada, tão atormentada com a série de desgraças que esse filho de chocadeira causa. 

O que disse até agora não é spoiler. 

O QUE DIREI A PARTIR DESTE INSTANTE SERÁ! DAQUI PARA BAIXO HAVERÁ SPOILER!!!! Se não quer saber segredos do livro, pare de ler a resenha imediatamente!

E se você já leu o livro e o amou, ficou perdidamente apaixonada pela história e não suportaria que alguém falasse mal dela, também recomendo que pare de ler a resenha. Porque não existe a menor possibilidade de eu não desabafar pelo menos um pouco do ódio violento que sinto por esse desgraçado, filho da p..., verme dos infernos. Não mesmo. Preciso desabafar senão não conseguirei me livrar de todos os sentimentos ruins que este livro me provocou. Da dor na qual mergulhei por culpa dele. 

"Quase qualquer coisa é perdoável quando se tem um ducado lhe amparando."

E o Arthur bem sabia disso. Conhecia todas as hipocrisias de sua época e partilhava delas. Conhecia o valor de uma mulher e como obter o que desejava. Uma coisa que ele não conhecia? O significado da palavra amor. Nem mesmo se comesse um dicionário saberia. 

Em meus anos de leitora conheci mocinhos desprezíveis, baixos, cretinos, que sapatearam em cima das mocinhas, as humilharam e as fizeram derramar lágrimas que doíam em mim. Fiz resenhas sobre muitos livros assim e quem segue meu blog desde o princípio sabe de quais resenhas estou falando. Um dos livros mais marcantes com mocinhos assim foi Amor e Vingança, único livro que li da Sophia Johnson. Por que será que nunca mais li nada da autora? Tamanho foi o ódio que aquele livro me provocou que eu jurei para mim mesma que nunca mais leria nada dela. Se todos os livros do mundo deixassem de existir e eu só tivesse livros da Sophia Johnson para ler, deixaria de ser uma leitora. E falo muito sério! Não existe a menor chance de eu voltar a lê-la. A respeito muito como escritora. Só que o mesmo direito que ela tem de escrever um "romance" sobre um homem abusivo, violento e vingativo, que no final consegue o felizes para sempre ao lado da mocinha na qual ele tanto pisou, eu também tenho de não ler tais obras. Ela escreve o que ela quer. Eu leio o que quero. Simples assim.

E me pergunto, com uma dor no coração, se a Babi A. Sette conseguirá ficar na mesma categoria que essa escritora para mim. Se também será uma escritora que me recusarei a voltar a ler... Realmente não quero que isso aconteça. Quero me apaixonar pelas obras da autora. Só que isso vai depender do próximo livro da série. Que só lerei, gente, porque já o tenho. Se fosse por A Promessa da Rosa, a Babi já teria lugar garantido entre as escritoras que não voltaria a ler nunca. Mas como tenho aqui o segundo livro da série, ela conseguiu uma segunda chance comigo. 

- O que você não faria pela pessoa que ama? Pense em alguém que você ama muito e que confia em você. Teria coragem de abandonar essa pessoa? De entregá-la de bandeja nas mãos daqueles que você sabe (e sabe muito bem) que querem devorá-la, fazê-la em pedaços e só aguardavam uma oportunidade? Trairia dessa maneira alguém que confiou tão completamente em você? Uma coisa eu tenho como certa: quem ama não trai. Sei o blá, blá, blá que algumas pessoas falariam tentando me convencer do contrário, que existem circunstâncias e circunstâncias, etc e tal. Mas é uma certeza que tenho: quem ama não trai. Porque quando você ama alguém, você pode até odiá-la, desejar esganá-la em certos momentos, gritar um monte de besteiras em momentos de raiva, mas você nunca trairia essa pessoa. Porque o amor não permite. A traição não anda junto com o amor. 

E não. Não estou falando da traição mais comum do mundo. De deitar-se com outra pessoa, render-se às tentações do corpo e quebrar as promessas que fez, enganando seu par com outra pessoa. Não. Estou falando de algo diferente e muito mais grave. Estou falando de entregar alguém que você ama, de abandonar essa pessoa à própria sorte, de destruir a vida de alguém que você dizia amar. E que te amou. Que confiou. Ninguém destrói a vida de quem ama. Então, não existe maneira da autora me convencer que o Arthur um dia amou a Kathelyn. Ele sentia desejo, cobiça, queria ser seu dono, marcá-la como sua. Mas nada disso se confunde com amor. 

"- Quem é você, Belmont? - Ela empertigou-se ao perguntar, não o deixaria ver o quão afetada estava. Não deixaria."

- Quando penso no passado da Kathelyn, em toda sua inocência, em seus sonhos de um casamento por amor, como um perfeito conto de fadas, a dor que sinto é ainda maior. Ver alguém, cujo único erro que cometeu foi confiar nas pessoas erradas, ser destruída como ela foi é insuportável. Sei que existem muitas pessoas que sentem prazer com a desgraça alheia... e não é de hoje. Lembrem-se das fogueiras, das pessoas que eram queimadas. Lembrem-se daqueles que eram guilhotinados, açoitados até a morte... até mesmo crucificados. Existiam pessoas vibrando, aplaudindo, pedindo mais. Não é de hoje que as pessoas se divertem com o sofrimento dos outros. Mas, graças a Deus, eu não sou assim. E a dor da Kathelyn me feriu. Muito. Chorei com ela, senti meu coração se romper quando o dela foi rompido. Era como se tudo aquilo estivesse acontecendo comigo. E o que mais doía, o que era realmente insuportável era saber quem era o causador de tudo aquilo. Que tinha sido o homem que ela amou que fez aquilo com ela. 

Mas, Luna, pelo amor de Deus, o que o Arthur fez de tão grave?! Por que você o odeia tanto?! Será que consigo resumir? Foram muitas as coisas que ele fez.... Mas por que o odeio? Quando foi que ele conquistou o direito de ser um dos mocinhos que eu gostaria de ver morto no final do livro? Bem... Isso aconteceu no dia em que ele entrou em contato com um jornal de grande circulação e anunciou o término do relacionamento com a Kathelyn, sem nem dizer nada para ela. 

Só isso?! Você o odeia só por que ele rompeu o noivado? Pense de novo, gente! Não estamos falando do século XXI. Estamos na Inglaterra do século XIX, no meio de uma sociedade hipócrita e predadora, que não desperdiçaria jamais a chance de destruir alguém, de arruinar por completo uma jovem, pelo simples prazer de ver a sua queda. 

Quando anunciou o noivado, o Arthur sabia que se um dia o rompesse, a Kathelyn ficaria arruinada. Não por um simples rompimento, mas por todas as exibições dele ao longo do noivado. Todas as vezes que ele fez questão de tocá-la na frente da sociedade, de beijá-la como aqueles nobres beijavam suas amantes. Ele tocava em seu corpo abertamente, rompia todas as regras e os pais da Kathe não faziam nada porque tinham a garantia de um contrato, porque sabiam que ele iria se casar com ela e assim sua filha não corria nenhum perigo real. Mas aí ele rompe. E vai embora do país logo em seguida. Sem uma palavra. Sem uma explicação. 

O rompimento foi como uma acusação. A sociedade enxergou naquele término a condenação da mocinha. Se o duque tinha terminado o relacionamento era porque ela era uma perdida, porque provavelmente tinha entregado a ele (e quem sabe quantos outros) aquilo que deveria ter resguardado. Ele continuou sendo tratado com respeito. Era o certo da história. Ela? Para todos, era uma meretriz. Uma mulher sem honra que merecia o desprezo de todos. E que deveria se contentar em esquentar a cama dos homens. Seria para sempre uma amante. Jamais uma esposa. 

"A sociedade jamais levantaria para defender uma mulher quando um homem a acusa"

A sociedade cai com tudo em cima da Kathe. Vocês não fazem ideia do que ela passou. De como foi terrível o que fizeram com ela. E o Arthur sabia que isso aconteceria. E não se importou. Mais do que isso. Mais do que não se importar foi o que ele ainda fez depois. 

Embora tenha ficado destruída pela maneira como passou a ser tratada pelo rompimento do "mocinho", embora não pudesse mais sequer sair de casa e soubesse que não poderia mais se casar ou ter filhos, que todas as suas chances estavam acabadas, ela ainda tentou pensar positivo. Sim, seus sonhos de um casamento por amor estavam mortos. Sequer um casamento por conveniência um dia teria. Mas pelo menos tinha sua família. Eles a protegeriam, ela poderia ficar dentro de casa e o amor deles lhes bastaria. Ah, quanta ingenuidade!

Ao receber o comunicado do duque (nosso querido, maravilhoso Arthur) de que tinha um mês para pagar uma fortuna como multa pelo rompimento do noivado (foi o Arthur quem rompeu, mas exigia do pai da mocinha uma indenização por isso), o pai da Kathe surtou. Jogou para cima dela toda a culpa. Que ela tinha permitido que ele a beijasse em público, que ela tinha dado liberdade a ele, que ela tinha arruinado tudo e arrastado a família para a lama. Como o escândalo que envolveu a Kathe os atingia e pagar aquela fortuna como multa seria um golpe insuperável em suas finanças, o pai, que um dia a carregou no colo, brincou com ela, leu histórias antes dela dormir e a chamou de "minha princesinha" lhe virou as costas. Não. Não só isso. A jogou na rua. Só com a roupa do corpo. Deixando claro que ela não era mais sua filha, que não tinha mais pai, mãe ou irmã. E que não poderia levar consigo nem uma peça de roupa além daquela que a vestia e um centavo sequer. Sairia daquele jeito e iria para a rua que era o seu lugar. 

"- Saia desta casa como a meretriz que você é, com a cabeça baixa, porque mesmo esse queixo erguido que a boa vida lhe deu será dobrado pelo que ela lhe reserva.
- Para onde irei? - Sai em voz alta, mas a pergunta foi feita para si mesma. O conde que ouviu respondeu-a.
- Para onde vão as mulheres sem honra, para a rua, para o bordel, para o inferno, se assim desejar."

- Ela tinha apenas 17 anos. E foi ali que morreu. Naquele dia, quando o segundo homem que amava (seu pai) também lhe traiu. Quando a jogou na rua, sem ter para onde ir e como manter-se. Sabendo (assim como Arthur sabia que a estava destruindo) que a filha provavelmente teria que se prostituir se não quisesse morrer de fome. 

E aí o livro dá um salto de três anos. 

Ela se prostituiu? Aquela menina de dezessete anos, que cometeu o grande pecado de amar e confiar num homem e na própria família, teve que virar a meretriz que todos queriam para poder não morrer de fome? Não exatamente. Mas não venham me dizer que há honra na degradação, que ela se tornou poderosa por desempenhar o papel que foi obrigada a desempenhar. Não. Eu não aceito isso. E nem ela aceitava. Porque tinha nojo de si mesma quando se olhava no espelho. E se eu não quisesse o Arthur morto antes teria desejado vê-lo queimando no inferno quando vi no que a Kathe teve que se transformar. 

Embora não tenha chegado a vender o corpo para comer ou se tornado a "protegida" de algum nobre, foi obrigada a desempenhar um papel em que era tudo isso para a sociedade. Não a da Inglaterra. Mas da Holanda e depois da França.

- Quando foi jogada na rua pela família, após a traição do Arthur, ela não sabia o que iria fazer. Sua preceptora foi a única, dentre todas as pessoas, que não a abandonou. Então, ela partiu para a Holanda, disposta a tentar que seu amigo de infância a ajudasse. E ele realmente ajudou. De verdade. Com a ajuda dele se tornou uma famosa cantora de ópera, mas teve que se proteger por trás de um papel. Kathelyn deixou de existir. Construiu uma nova identidade. Tornou-se madame Borelli, uma jovem viúva, que foi amante do príncipe da Holanda e depois se envolveu com outros nobres importantes. Na Inglaterra isso não lhe asseguraria nenhuma proteção. Mas na França tal história, tal passado era a única maneira de ela poder circular livremente. Esteve na cama de muitos, embora não tenha estado na de nenhum. Desempenhou esse papel, mesmo sentindo-se podre por dentro. Sabia que jamais tinha feito nada daquilo, que sequer tinha sido tocada dessa maneira por alguém, mas para o mundo, para aqueles que a admiravam e desejavam, ela era alguém sempre disposta a ter "um protetor". 

Bem... Ao dizer que a Kathelyn nunca foi tocada daquela maneira por ninguém, eu não quis dizer que ela não foi tocada. Minha vontade de matar o mocinho só aumenta com cada lembrança. Sabem o que aconteceu com ela antes de conseguir chegar na Holanda? Pediu ajuda aos parentes. Não tinha nenhum dinheiro, passava fome, estava fraca e suja, mal suportando. Então... depois de receber uma recusa de ajuda de muitos, chega até seu primo Rafael, que cresceu com ela, implorando que ele lhe empreste o dinheiro para a viagem. Ele a recebe bem, claro. Ela toma um banho, come uma verdadeira refeição pela primeira vez em muito tempo e ele tenta oferecer dinheiro em troca de sexo. Ela recusa. Ele a estupra. Acreditem, quando ela conta tudo isso... é uma cena que marca a nossa mente, o nosso coração. Dói profundamente apenas lembrar. 

Tão fácil sentir compaixão pelo Arthur, não é? Pobre mocinho! Se arrependeu tanto, coitado! Enxergar o sofrimento da Kathelyn, se solidarizar com quem realmente sofreu nessa história toda, ah, isso é mais difícil, certo? 

É quando está na França que seu caminho se cruza novamente com o do Arthur. E o que vocês pensam que ele faz? Aquilo era tudo o que ele poderia desejar. Se ela já tinha estado com tantos, então era realmente a vagabunda que ele sempre julgou que fosse. Mas nem mesmo a fúria por ela ter se atrevido a se entregar a outros o impediu de querer tê-la. Na verdade, o motivou mais. Queria usá-la como os outros. Queria se satisfazer e se tivesse que chantageá-la para isso, não teria o menor escrúpulo. Afinal de contas, que direito ela teria de recusá-lo? Que diferença faria mais um?

"Não era mulher para se ter como esposa.
Era mulher para ser a amante."

- Claro que ele consegue o que queria. Embora jamais tenha se entregado a outros homens, Kathelyn nunca deixou de amá-lo. Mesmo que fosse um amor profundamente machucado. Ela não conseguia se afastar. Quando ele estava perto ela deixava que ele fizesse o que queria dela. Tentava resistir, lembrar de todo o mal que ele lhe fez, mas estava presa à doença que era o seu amor por ele. Mesmo que soubesse que só queria usá-la, que a ameaçava, que não tinha um pingo de respeito por ela, ainda assim ela não era capaz de superá-lo. De dizer:  "Chega! Você vai sair da minha vida de uma vez por todas!". Não. E isso só a destrói mais. 

Até os nobres da França, que sonhavam com a chance de tê-la em suas camas, a respeitavam mais do que o Arthur. Eles a veneravam, a tratavam como uma rainha, esperando que um dia ela aceitasse algum deles como protetor. E se eram recusados, não a difamavam por isso. Enquanto o Arthur, que tanto dizia para si mesmo que a amava, estava sempre expondo-a, gritando xingamentos, chamando a atenção dos outros para ela e a humilhando publicamente. Ele causou todas as dores dela. Ela perdeu a família, os amigos (embora não fossem amigos de verdade), a reputação, a irmã (que era sua melhor amiga e ela nunca mais pôde ver)... perdeu até o direito de estar de luto pela morte da mãe. Sim. A mãe dela, que teve que ver a filha ser jogada na rua, morreu um ano depois. Seu pai enlouqueceu, perdeu tudo o que tinha. Sua irmã teve que se casar por conveniência para não se ver arruinada também. Tudo o que ela tinha se acabou por tê-lo conhecido, por tê-lo amado. E ele? Se algo mudou na vida dele foi para melhor. Ela foi a prejudicada. Ele, o vitorioso. 

Cadê o romance desta história? É uma história de amor? Só se for de um amor unilateral. O Arthur é um perfeito anti-herói. Um egoísta dos pés à cabeça, que só pensava nos próprios desejos, em suas próprias vontades e em sua suposta honra. Nunca parou para pensar no dano que causava à ela. Nunca deu a mínima para isso. Não me digam que ele se arrependeu. Que mudou. Que pagou caro por tudo o que fez ela passar, porque isso não aconteceu. Ele "se arrependeu" porque a autora precisava disso para o felizes para sempre que ela pintou. Na essência, esse personagem jamais mudou. E nenhum arrependimento basta se ele não sofreu. Se não se arrastou sobre cacos de vidro como eu queria. Se vocês me acompanham no face, sabem que eu disse que não o perdoaria nem se ele se arrastasse sobre cacos de vidro. Só que ele nem chega perto de sofrer. Ele não paga pelo que fez. 

Ah, Luna! É que você não leu o spin off, é belíssimo! Verá como mudará de opinião se ler! Não leria nem sob tortura. Para mim, chega de Arthur. Não quero nem passar perto desse spin off. 

- Não falta talento na Babi A. Sette. Ela é uma escritora extremamente talentosa, dá para perceber a cada página. E estou falando bem sério. A escrita dela é envolvente, tem um toque de poesia e é cheia de mágica, de cenas que conseguimos realmente visualizar. Compreendo por que é tão querida pelos fãs. E se um autor consegue mexer completamente com as emoções do leitor, provocar uma bagunça nos sentimentos dele, é porque é incrível. Admiro muito a escrita dela. O que detonou o livro para mim foi ela criar um traste como mocinho, um homem abusivo, que destroça por inteiro a mocinha e depois ainda se sente no direito de causar mais dor, e depois escrever um final feliz para os dois, como se tudo o que ele fez não fosse nada. Como se a família dela também não tivesse sido destruída pelo que ele fez. Foi como se tudo o que ele fez fosse certo e merecesse um prêmio por isso. 

- Li que alguns leitores acharam que tinha um grande empoderamento feminino no livro, por causa da volta por cima que a Kathelyn dá, por ela ter conseguido seguir em frente. Mas não entendo. Realmente não entendo que empoderamento foi esse, se ela teve que se sujeitar a ser vista como meretriz, se teve que fingir ser amante para ter algum espaço no mundo, alguma liberdade. Se abriu mão novamente de si mesma para ser tudo o que o Arthur queria. Se o perdoou e ficou com ele mesmo sabendo que sua vida teria sido bem diferente se jamais o tivesse conhecido. Se ela era facilmente manipulada por ele, onde estava o seu poder? Me entristeceu muito ver a Kathelyn sendo tão dependente dele, necessitando sempre de qualquer migalha que aquele homem estivesse disposto a lhe dar. 

"Chorava porque a única pessoa que ela queria que a salvasse daquela tortura, que a levasse embora para um mundo longe de tudo aquilo, era um rosto que vinha e voltava e emergia de dentro sem que ela concedesse. Era o rosto do homem que ela queria odiar naquele momento. Era o rosto de Arthur."

- Sei que a autora é brasileira, que é uma escritora nacional. E o que penso é que seus livros merecem o mesmo que os livros das escritoras estrangeiras: sinceridade. Não faço resenhas mentirosas. Digo exatamente o que senti pelo livro. Nem os livros das minhas escritoras amadas escapam de uma resenha sincera, tanto que existem livros de escritoras que amo que estão na minha lista de livros odiados. Não é porque a Babi é nacional que direi que amei um livro que eu odiei com todas as minhas forças. 

- Também sei que nunca esquecerei esta história. Que me lembrarei do sabor amargo que ela deixou na minha boca, da angústia que senti, de todas as lágrimas que derramei pela mocinha, desejando salvá-la de toda aquela situação. Espero que O Despertar do Lírio (que lerei daqui a um mês, se Deus quiser) arranque as marcas que esse livro deixou. E que salve os livros da autora para mim. Se O Despertar do Lírio não der certo, se eu encontrar nele outro mocinho do tipo do Arthur, outro canalha assim, não terão mais livros da autora em minha estante, em minha vida. 

"As pessoas acham que a rosa é comum demais. Preferem a raridade das orquídeas ou a fragilidade das camélias. O que me intriga nisso é que ela é perfeita, e, por ser perfeita, todos a querem. Então, quando a possuem, ela passa a ser vulgar. Comum."

- Não avaliei o livro no Skoob. O que não é nada bom. Só que existem tantas coisas que deveriam ser consideradas na hora de dar estrelas ao livro, que preferi não avaliar. Qualquer estrela seria algo injusto. Se eu desse uma estrela (que significa ruim no Skoob) seria injusto com a escrita da autora, pois é realmente uma escrita belíssima. Ela sabe como conduzir o livro, como desenvolvê-lo, como criar cenas envolventes. Como eu disse, quem detona o livro é o mocinho que ela criou. Então... para não ser injusta de nenhuma maneria na hora de dar estrelas preferi não dar estrela alguma. 



Leitura do mês do Desafio 12 Meses Literários. Tema escolhido: Romance de Época
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