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30 de agosto de 2019

Contos e Crônicas lidos - Agosto/2019



Finalmente concluí a leitura do livro Contos Escolhidos, do Machado de Assis, onde estão reunidos trinta contos, em sua maioria, incríveis. Em 2017 li dez desses contos, passei 2018 sem ler nenhum e retomei com força este ano, lendo os vinte restantes ao longo dos últimos meses. :)

"Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão."

Pai contra mãe é um conto que li pela primeira vez na faculdade, alguns anos atrás. Tínhamos que lê-lo e debater sobre os assuntos abordados na história e o importante título, que por si só já chamava a atenção. 

Lembro que tive certa dificuldade com o texto, pois acredito que era minha primeira experiência de leitura completa de um texto do autor.rs Mas agora, ao relê-lo, a leitura fluiu de forma tranquila, embora siga sendo um dos contos mais marcantes que já li do Machado de Assis. 

Temos como protagonista/antagonista deste conto, Cândido Neves, um vagabundo, por assim dizer, que nunca parava em emprego algum porque inventava várias desculpas para não ficar. 

Acontece que o sujeito resolve se casar com uma jovenzinha chamada Clara, mesmo não tendo condições de sustentá-la. Pior que isso, contra todos os conselhos, resolvem ter um bebê, sem ter dinheiro para alimentá-lo.

29 de julho de 2019

Contos lidos - Julho/2019



Este mês não li muitos contos. Foram apenas cinco: dois do Machado de Assis, um do Monteiro Lobato e dois da Clarice Lispector. Foi um mês longo, mas apesar disso muito corrido, o que dificultou manter em dia algumas leituras. 

Em Miss Dollar, do Machado de Assis, conhecemos a cadelinha cujo nome dá título ao conto. Apesar de sua participação ser importante, ela não é a real protagonista, mas sim o Dr. Mendonça, um homem apaixonado por cachorros e que dá abrigo para a pequena Miss Dollar, até que descobre quem são seus verdadeiros donos. Então, se colocando no lugar daquelas pessoas que estavam infelizes sem a cadelinha amada, ele vai até a residência delas e lhes entrega a pequena. Acontece que isso o faz conhecer Margarida, uma jovem viúva pela qual ele se apaixona perdidamente. Aqui temos Machado de Assis no seu melhor (e raro) estilo romântico.rs

Marcha Fúnebre traz a história de um homem que recebe a notícia da morte de seu inimigo. Embora não gostasse do falecido, ele não deixa de sentir certa compaixão e fica pensando no fato do outro ter sofrido muito antes de morrer, vez que vinha definhando há tempos. Ele então fica com isso na cabeça, pensando que desejaria para si mesmo uma morte súbita, algo que mal sentisse. E o conto vai se desenvolver em torno das reflexões dele. 

Já do Monteiro Lobato li o conto A facada imortal que demorei bastante para entender e necessitei de uma segunda leitura para finalmente "decifrar" o texto. Isso porque não sabia o que era "fazer sangrar", "facada" e coisas assim, no contexto da história. Só depois de ler pela segunda vez é que compreendi que o personagem principal do conto, Indalício, era um jovem que tinha como "dom" utilizar sua lábia para arrancar dinheiro dos outros. Mas ele não o fazia como alguém que pede esmola. Não. Ele o fazia de modo astuto e elegante, fazia a pessoa lhe "emprestar" o dinheiro (sem que ele tivesse a intenção de devolver) atingindo de alguma forma o ponto fraco daquela pessoa, fosse bajulando, apelando para a vaidade do outro... Só que existia um amigo, Raul, que era um pão-duro, alguém que não emprestava nada para ninguém e a quem todos sabiam que Indalício nunca conseguiria enganar. Então, Indalício resolve que esse será seu desafio, fazer Raul ceder. 



Come, meu filho é um conto curtinho, de menos de duas páginas, que eu achei divertido. Nele temos um menino que para ludibriar a mãe que quer que ele coma (mas ele não quer comer), começa a falar sem parar sobre diversos assuntos. Como o fato de ensinarem que a Terra é redonda, sobre pepino parecer irreal e algumas coisas não terem gosto daquilo que são chamadas, e para ele definitivamente carne não tem gosto de carne.rs

Perdoando Deus é um conto mais complexo, que nos faz refletir bastante sobre o que conhecemos de nós mesmos. A protagonista está caminhando num dia bonito, em que se sente em paz consigo mesma, se sente livre, percebendo o mundo, o mar, os edifícios, tudo ao seu redor. E ela se sente tão em paz e conectada com a natureza e com o próprio Deus, que sente que pode amar tudo, de forma natural, um carinho tão puro quanto o de uma mãe. E ela vai pensando nisso até quase pisar num rato morto. E é quando se revolta. Porque de tudo que poderia cruzar seu caminho foi justamente um rato, um animal que lhe provocava pânico desde que se entendia por gente. E ali estava a prova de que não era possível amar "tudo e todas as coisas". 

"E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar?"

Depois que a raiva passa o episódio lhe provoca novas reflexões e é aí que o conto se torna mais profundo. Eu amo a forma como a Clarice Lispector nos faz olhar para dentro de nós, pensar em coisas sobre as quais não refletiríamos normalmente. Por que amamos Deus? Por que amamos alguém? O que algo ou alguém precisa ter para despertar nosso amor?

"É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é." 

Apesar de ter lido poucos contos este mês, os que li valeram a pena. :) 


1 de julho de 2019

Contos e Crônicas lidos - Junho/2019


Em junho eu resolvi começar pelas crônicas. Geralmente leio primeiro contos para só no final do mês ler uma crônica e outra. Mas eu estava com saudades do Caio Fernando Abreu e resolvi mergulhar nas palavras dele no dia 12/06. Sonho com o dia em que terei uma coletânea com todos os contos e crônicas deste autor. Este livro que tenho é muito curto, tem duzentas e poucas páginas, enquanto a obra dele é vasta. 

"Sentado à beira do caminho, o homem cansado ficou quieto, espiando a vida que passava."

Esta foi a primeira crônica que li no mês, intitulada Uma fábula chatinha. Apesar de terminar de uma forma um tanto engraçada, ela me fez refletir bastante sobre a vida, sobre como tudo é fugaz. Vale realmente a pena lê-la. 

E falando em textos que nos fazem refletir, Querem acabar comigo diz tantas verdades que eu fechei o livro e fiquei pensando durante um longo tempo... É isto que tanto aprecio no autor: a capacidade de nos transportar para dentro do texto, para nos conectar e nos fazer pensar em nossas escolhas, nossos erros, nossa realidade... o que permitimos que os outros nos façam. Amo demais os textos dele!

21 de maio de 2019

Contos lidos - Maio/2019


Olá, meus queridos!

Decidida a continuar com o meu projeto de leitura de contos, logo no dia 05/05 apostei nos contos Verba Testamentária, Conto Alexandrino e Noite de Almirante, todos de Machado de Assis e presentes na coletânea Contos Escolhidos

Verba Testamentária conta a história de Nicolau, que dispõe em seu testamento como última vontade que seu caixão seja fabricado por Joaquim Soares, alguém considerado por todos como um péssimo profissional. Sua disposição acaba por provocar um grande alvoroço, bem como a indignação (ou inveja) dos outros fabricantes de caixões e a notícia daquela última vontade tão excêntrica percorre uma longa distância, sendo discutida na imprensa, chegando até as províncias... Enfim... As pessoas não o entendiam, mas a maioria considerava a atitude como uma manifestação de bondade. 

Ocorre que Nicolau, segundo o conto, não era um homem normal. Padecia, desde a infância, de uma "falha orgânica" que o tornava extremamente agressivo com os outros meninos, desde que eles tivessem brinquedos melhores, fossem bonitos, tivessem um ar gentil, fossem inteligentes, ou seja, tivessem qualquer qualidade que os tornasse melhores que ele. Era algo que Nicolau não conseguia controlar e seu pai tentou de tudo para corrigi-lo, desde surras até trancá-lo em casa. Mas ele cresceu e a "doença" permaneceu. Todavia, com a maturidade, ele deixou de agredir as pessoas e passou a se consumir com a dor que o sucesso dos outros provocava dentro dele. O tormento não era só emocional, mas também físico e seus únicos familiares vivos (irmã e cunhado) faziam de tudo para tornar sua vida mais suportável. 

2 de maio de 2019

Contos e Crônicas lidos - Abril/2019



Olá, queridos!

Eu continuo lendo muitos contos e amando cada vez mais a experiência. :D São contos muito diferentes uns dos outros e que quase sempre me ensinam algo, me fazem refletir. 

Em A mulher que era amiga de fantasmas conhecemos a história de uma jovem que perdeu a irmã gêmea quando ainda eram crianças. A menina se afogou e foi a partir deste momento que elas se tornaram inseparáveis, uma vez que ela passou a conversar e brincar com a irmã morta, pois sua peculiaridade (o nome desta coletânea é Contos Peculiares, só para lembrar) é ver e falar com pessoas mortas, com fantasmas. 

Apesar do tema um tanto assustador e triste, o conto na verdade nos faz rir muito. Porque a personagem passa por situações tão inusitadas que é impossível segurar o riso, sobretudo quando ela decide conquistar novos amigos fantasmas, pois sua irmã precisava resolver alguns assuntos no além-mundo e já não poderia mais estar ao seu lado. Se sentindo sozinha e sendo vista como "estranha" pelas pessoas vivas decide estabelecer laços de amizade com outros fantasmas, só que tudo dá muito errado.rs O conto não tem nenhuma intenção de ser triste, parece ter justamente o objetivo de fazer rir e o final foi desejado, mas não esperado. Gostei muito de como tudo terminou, sobretudo porque sou uma romântica (e o final é bem bonito).
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