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14 de dezembro de 2022

Lírios de Sangue - Carmem O.




Literatura Brasileira
Editora: Novo Século
Edição de: 2016
Páginas: 144

Sinopse: Até onde vai sua dor? Sua percepção da realidade? Seu lirismo?
Despretensiosamente, Lírios de sangue é o relato simples e talvez poético daqueles que estão no momento mais crítico de suas vidas: o confronto com a doença, com as fraquezas do corpo, com nossa mente desnuda de defesas. Nossa fragilidade exposta, escancarada. 

São relatos de quem vive diariamente essa condição humana. 

Há uma entrega, uam aceitação dos dois lados. O paciente e o médico. Aprendizado mútuo de ambos. No final, cúmplices, querem o mesmo objetivo: VIVER. 

E cada um, inevitavelmente, levará um pouco do outro por onde for. 





Um dia, hace años, eu contei aqui como um determinado livro me "atraiu", me "escolheu" num momento da vida em que tanto necessivava das palavras que transbordavam de suas páginas. 

Tardes de Maio é o nome dele.... Do livro que falava de dor, perdas, recomeços... Da poesia que está em tudo, até na morte. Da passagem, do adeus, mas também da vida. Naquele momento, minha Luana ainda estava viva. Não havia doença. Não havia desespero. Não sentia o gosto amargo do imenso pânico de perdê-la. Nem as facadas do luto. 

Agora... Aconteceu de novo. A Carmem O. passou novamente por minha vida, com seus textos tão impactantes. Lírios de sangue... Faz sentido, né? Que às vésperas do mês de dezembro, às vésperas do primeiro ano de morte da minha princesa, este livro tenha esbarrado em mim. Não foi coincidência. Foi o destino falando. Outra vez. 

"Há analgésico para essa dor
Há paz para o seu conflito
Pena que você sorri tão pouco"

Era noite de 29 de novembro de 2022... Só Aquele que me roubou minha pequena sabe como eu estava me sentindo, atormentada pelo fato que o mês de dezembro estava chegando... As lembranças não paravam de me golpear com força, com crueldade. Imagens que só quem já presenciou a morte de uma pessoa ou animalzinho querido consegue entender... Eu estava desnorteada. Estava no ônibus, voltando do trabalho e sentindo que não conseguiria sequer chegar em casa antes de desabar em prantos. 

Foi quando desci do ônibus e em vez de pegar o próximo na rodoviária, caminhei para o shopping... querendo apenas andar e andar. Parei numa feira de livros localizada no térreo. E meus olhos imediatamente foram atraídos pela cor vermelha. Ele estava ali, me esperando: Lírios de sangue

"A vida sempre será um sopro
Um sopro difícil de entender."

Lembro que peguei o livro e o apertei contra o peito antes de ir até o caixa para pagar. Sentia uma necessidade urgente de abri-lo e iniciar a leitura. De encontrar nele o conforto que eu estava buscando. Queria ser confortada, sentir-me "abraçada" pelas palavras... sentir que alguém compreendia o que eu estava sentindo. O vazio. O medo. A dor...

Concluí a leitura em 30.11.22. Acho que chorei com quase todas as crônicas e poesias presentes no livro. Me emocionei demais com as diversas histórias de pessoas lutando pela vida ou simplesmente entendendo que o momento chegara, que era hora de partir... Nossa! Este livro me "quebrou" em pedacinhos, mas também me fez um bem tão grande que eu não saberia como expressar em palavras. 

"Teve que se fechar em si mesma por puro mecanismo de defesa. E assim construiu seu Muro de Berlim, de onde via, espectadora, sua guerra fria entre a vida e a morte."

Como eu disse ao fazer a resenha de Tardes de Maio em setembro de 2019: A autora desta coletânea de crônicas e poemas é uma cardiologista que trabalha com pacientes críticos, alguém que já esteve em contato muitas vezes com a dor e a morte. Através de sua própria experiência de vida e relembrando pacientes que teve a oportunidade de conhecer, nos traz esses textos tão simples, mas tão profundos ao mesmo tempo. Muitas das crônicas tratam de pacientes, de momentos vividos no hospital, vidas que se foram, outras que possivelmente se recuperaram... Cada texto tem algo que nos cativa, que nos provoca uma confusão de emoções. Você não sabe sequer explicar o que sente... é algo que toma conta do seu coração e te faz pensar e pensar em muitas coisas.

O que eu disse naquela época se aplica tambem ao livro Lírios de sangue, pois são crônicas e poemas baseados na experiência da autora como médica que lida diariamente com pacientes em estado grave, e tem a oportunidade de testemunhar diversas histórias, e de aprender muito com aqueles que estão quase de partida. 

"Saudades. Tenho de tudo. Do que foi, do que poderia ter sido e do que ainda será. Tenho saudades hoje dos que vejo todos os dias e daqueles que nunca mais verei."

Não sei dizer qual crônica me emocionou mais... Eram tantas realidades diferentes. Dores dos que vão, dos que ficam e precisam lidar com a saudade... Lutas diárias contra a depressão, contra o lúpus, contra o diabetes, o câncer... Perdas e vitórias. Sorrisos e lágrimas. Eu chorava até mesmo quando a autora terminava uma crônica com um "final feliz", quando determinado paciente conseguia sobreviver. Me dava uma emoção tão grande, pois era uma segunda chance. Era precioso saber que alguém tinha recebido uma segunda chance. 

Carmem O. tem o dom de nos tocar profundamente com suas palavras, de nos golpear com realidades duras e terríveis, ao mesmo tempo em que nos faz valorizar o sol, a chuva, o vento que bagunça nossos cabelos. Valorizar o fato de respirarmos. De ainda estarmos aqui, por mais difícil que seja a vida. 

Nunca vai ser fácil viver. Sempre existirão perdas. É inevitável. Mas o sol sempre nascerá depois da tempestade, não é verdade? Ainda que demore um pouco. Ele vai nascer. Belo, iluminando nossos dias cinzentos. 

"Viver é flertar constantemente com nossa fragilidade
Escancarada em nossa cara, luminosa, como um letreiro de motel. 
Não somos especiais. 
Super-heróis de ninguém
Carne
Ossos 
Dor.
Aproveite. 
Amanhã
Pode não chegar."

Ler este livro quando eu estava cheia de dor foi um presente da Vida, do Destino e, quem sabe, de Deus, por mais que meu relacionamento com Ele não esteja muito bom. Sei que este livro não surgiu em meu caminho à toa. Eu precisava dele. Precisava do seu conforto.

Escolhi o dia de hoje, 14 de dezembro, para publicar esta resenha. O motivo vocês podem imaginar: hoje completa um ano que minha princesa se foi. Que partiu deste mundo e me deixou sozinha. 

Sabe no que quero acreditar hoje? Que ela me vê do Céu. E que está feliz. Que não há nenhuma dor. Que ela brinca e pula com outros gatinhos enquanto Jesus olha sorrindo. Que ela dorme do lado dEle, como sempre dormiu do meu lado na cama. 

Há quem não entenda este amor todo que sinto pela minha princesa. "Era só uma gata, um animal, não era gente." Já ouvi muito isso. E eu não sinto raiva de ninguém que não compreende o que sinto. Não preciso que entendam. Não escolhi amar minha pequena filha. Ela me escolheu e preencheu minha vida com tanto amor, que seria impossível não amá-la com todas as minhas forças. Sempre irei amá-la. Sempre sentirei sua falta. Mas quero estar bem. Porque eu prometi, um ano atrás, enquanto ela partia, que ficaria bem. Que seria feliz para que ela pudesse estar em paz. E que um dia estaríamos juntas de novo. Sei que estaremos. Um dia, quando minha hora também chegar, eu irei para junto dela. E nunca mais haverá uma separação. Nunca mais haverá dor. 

Um ano sem você, minha filha... Apenas sem sua presença física. Porque dentro de mim você sempre estará viva. Nunca esquecerei os lindos momentos que vivemos juntas. Você sempre será o meu anjo. Te amo. Para sempre. 



2 de setembro de 2019

Tardes de Maio - Carmen O.

Literatura Brasileira
Editora: Novo Século
Edição de: 2017
Páginas: 240
Selo: Talentos da Literatura Brasileira

Sinopse: Tardes de Maio é um livro que conta de maneira suave, seja "cronificando" ou poetizando, a vida/morte das pessoas nos seus momentos mais caros. O que poderia ser mais significativo do que os instantes finais daqueles que amamos? Como você se imaginaria vivenciando um processo de entrega e desprendimento da vida? O que mudaria para você? Sua vida faria mais sentido? São essas questões que nos permeiam e nunca temos tempo (ou temos medo) para refletir. A vida nos é dada para momentos de pura beleza e significado. A morte, também. Carmen O. nos apresenta uma miscelânea de crônicas e poemas de uma forma leve e solta. Palavras jogadas ao vento para que cheguem ao coração de cada um que estiver disposto a sentir.



Já experimentou ler um livro simplesmente por ler? Não porque é do seu gênero ou autor preferido. Não porque foi publicado por aquela editora que ama. Ou porque foi fortemente recomendado por um amigo ou alguém com gostos literários parecidos. Não porque todo mundo estava lendo e falando do livro. Mas sim ler simplesmente por ler. Uma história da qual nunca ouviu falar. Recomendada por ninguém. De um autor que você nunca leu. Apenas deixar o livro te escolher. Foi o que eu fiz. 

Tardes de Maio me escolheu numa feira de livros. Existiam vários livros conhecidos, histórias que já me foram indicadas, que eram famosas e tudo o mais. Porém, naquele dia em particular, meu estado emocional pedia por algo diferente. Não queria livro famoso. Não queria história que estivesse na minha lista de desejados. Eu queria apenas deixar que algum livro "falasse comigo". Foi quando a capa dele chamou a minha atenção. Não sabia quem era Carmen O. e ninguém nunca tinha me recomendado o livro. Ele estava embalado, então, não tinha como folheá-lo, mas li a sinopse e foi o suficiente para confirmar as minhas suspeitas de que Tardes de Maio estava me chamando, querendo que o trouxesse para casa, que lhe desse uma chance. Eu não podia decepcioná-lo. Afinal de contas, não é todo dia que um livro escolhe você.rs 

1 de julho de 2019

Contos e Crônicas lidos - Junho/2019


Em junho eu resolvi começar pelas crônicas. Geralmente leio primeiro contos para só no final do mês ler uma crônica e outra. Mas eu estava com saudades do Caio Fernando Abreu e resolvi mergulhar nas palavras dele no dia 12/06. Sonho com o dia em que terei uma coletânea com todos os contos e crônicas deste autor. Este livro que tenho é muito curto, tem duzentas e poucas páginas, enquanto a obra dele é vasta. 

"Sentado à beira do caminho, o homem cansado ficou quieto, espiando a vida que passava."

Esta foi a primeira crônica que li no mês, intitulada Uma fábula chatinha. Apesar de terminar de uma forma um tanto engraçada, ela me fez refletir bastante sobre a vida, sobre como tudo é fugaz. Vale realmente a pena lê-la. 

E falando em textos que nos fazem refletir, Querem acabar comigo diz tantas verdades que eu fechei o livro e fiquei pensando durante um longo tempo... É isto que tanto aprecio no autor: a capacidade de nos transportar para dentro do texto, para nos conectar e nos fazer pensar em nossas escolhas, nossos erros, nossa realidade... o que permitimos que os outros nos façam. Amo demais os textos dele!

2 de maio de 2019

Contos e Crônicas lidos - Abril/2019



Olá, queridos!

Eu continuo lendo muitos contos e amando cada vez mais a experiência. :D São contos muito diferentes uns dos outros e que quase sempre me ensinam algo, me fazem refletir. 

Em A mulher que era amiga de fantasmas conhecemos a história de uma jovem que perdeu a irmã gêmea quando ainda eram crianças. A menina se afogou e foi a partir deste momento que elas se tornaram inseparáveis, uma vez que ela passou a conversar e brincar com a irmã morta, pois sua peculiaridade (o nome desta coletânea é Contos Peculiares, só para lembrar) é ver e falar com pessoas mortas, com fantasmas. 

Apesar do tema um tanto assustador e triste, o conto na verdade nos faz rir muito. Porque a personagem passa por situações tão inusitadas que é impossível segurar o riso, sobretudo quando ela decide conquistar novos amigos fantasmas, pois sua irmã precisava resolver alguns assuntos no além-mundo e já não poderia mais estar ao seu lado. Se sentindo sozinha e sendo vista como "estranha" pelas pessoas vivas decide estabelecer laços de amizade com outros fantasmas, só que tudo dá muito errado.rs O conto não tem nenhuma intenção de ser triste, parece ter justamente o objetivo de fazer rir e o final foi desejado, mas não esperado. Gostei muito de como tudo terminou, sobretudo porque sou uma romântica (e o final é bem bonito).

30 de março de 2019

Contos e Crônicas lidos - Março/2019



Olá, queridos!

Eu consegui!!! :D Já cumpri a meta de ler 12 contos este ano. Mas claro que continuarei com este post mensal, pois gostei demais de partilhar com vocês minhas apostas neste gênero. 

Minha nova meta agora é finalizar a leitura de várias destas coletâneas até o final do ano, sabe? Querem saber quantos contos faltam?!rsrs

Contos Peculiares - Ransom Riggs - faltam 6.
Contos Escolhidos - Machado de Assis - faltam 16.
Negrinha - Monteiro Lobato - faltam 10.
Contos de Terror, de Mistério e de Morte - Edgar Allan Poe - faltam 19.
A vida como ela é.... em 100 inéditos - Nelson Rodrigues - faltam 97 (será mais difícil de concluir até dezembro.kkkkkk)
Contos Estranhos - Bram Stoker - faltam 7. 

- Estes são os principais que pretendo finalizar até dezembro, mas ainda existem outros.rs
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