Tradutor: Fernando de Castro Ferro
Editora: Bertrand Brasil
Edição de: 2013
Páginas: 126
Prêmio Pulitzer / Prêmio Nobel de Literatura
2ª leitura de 2020
Sinopse: Best-seller em todo o mundo e também no Brasil, O velho e o mar conta a história de um pescador que, depois de 84 dias sem apanhar um só peixe, acaba fisgando um de tamanho descomunal, que lhe oferece inusitada resistência e contra cuja força tem de opor a de seus braços, a de seu corpo, e, mais do que tudo, a de seu espírito.
Um homem só, no mar alto, com seus sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com certa ternura o peixe com que trava ingente luta até levá-lo a uma derrota leal e honesta.
Uma obra-prima da literatura contemporânea, dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.
Eu já tinha ouvido falar bastante deste livro, embora não soubesse de fato o que se passava na história. Sabia apenas que era a história de um pescador e que todo mundo que lia se emocionava. Somente quando li consegui compreender por que se tornou um dos grandes clássicos da literatura, por que atinge tantos corações até hoje.
"Tudo o que nele existia era velho, com exceção dos olhos que eram da cor do mar, alegres e indomáveis."
Esta é a história de Santiago, um homem bem idoso e muito pobre, que não possui ninguém no mundo, exceto um garoto que o admira e o trata como seu mestre. Era aquele garoto quem, todos os dias, arranjava algo para ele comer e beber e fazia de tudo para suprir um pouco as suas necessidades e lhe dar ânimo. Tempos antes, Manolin (o garoto) trabalhara ao lado de Santiago, como seu ajudante, e com ele aprendera tudo o que sabia sobre a pesca. Todavia, quando uma fase muito ruim veio para o senhor, a família do menino não quis mais que ele perdesse seu tempo com um "azarado" e o colocaram para trabalhar com outro pescador. Assim, Santiago ia diariamente pescar sozinho e já faziam 84 dias que não conseguia apanhar nenhum peixe. O que, de modo algum, o faria desistir.
"Embrulhou-se na manta e deitou-se sobre o colchão, que consistia quase exclusivamente de velhos jornais ressequidos pelo tempo."
Num determinado dia bem cedo, após tomar café graças ao zelo do menino que era a única pessoa ali que realmente se preocupava em cuidar dele, Santiago foi outra vez para o mar. Tinha esperanças. Achava que sua fase ruim chegaria ao final, que naquele dia apanharia um peixe dos grandes, como nos seus velhos tempos.
Perdido em pensamentos e recordações, e cada vez mais distante da região onde morava e de qualquer outra praia, foi surpreendido ao sentir que fisgara um peixe. Empolgado, percebeu que era um peixe bem grande, embora ainda não tivesse tido a oportunidade de vê-lo. Mas o que era para ser motivo de pura e simples felicidade, se transforma numa grande batalha, pois o peixe não tinha a menor intenção de ser morto e lutaria até suas últimas forças para vencer Santiago.
"O homem não vale lá muito comparado aos grandes pássaros e animais. Eu por mim gostaria muito mais de ser aquele peixe lá embaixo na escuridão do mar."
Eu nunca poderia imaginar que este livro me faria chorar. Que eu me emocionaria tanto com Santiago, Manolin e até mesmo com aquele grande peixe. Esta é uma história simples, mas que nos toca justamente com sua simplicidade, com a sabedoria de um senhor tão sozinho na vida, cheio de motivos para desistir, mas que mesmo assim mantém a esperança e luta dia após dia. Que tem sempre uma palavra gentil, que não reclama e nem maldiz a própria sorte. Santiago é um exemplo para mim. Com ele aprendi muito sobre persistência, sobre não desistir dos meus sonhos, daquilo que desejo para minha vida. A questão para ele não era nem conseguir atingir o seu objetivo no fim (apanhar o peixe), mas sim não desistir, ter esperanças, lutar até suas últimas forças. Não importava o que acontecesse, ele manteria a fé. Porque poderia dizer para si mesmo depois que tentara, que fizera o seu máximo.
"É uma estupidez não ter esperanças", pensou. "Além disso acho que é um pecado perder a esperança."
Quando ele fisgou aquele peixe, eu fiquei tão feliz, pensando que a sorte finalmente sorrira para ele, que ele conseguiria vendê-lo e ter dinheiro para se alimentar direito, para dormir numa cama de verdade e ter dias mais tranquilos. Mas aí tudo começou a dar terrivelmente errado. O peixe era grande demais e exigia de Santiago uma força que ele não tinha, por ser já tão idoso e não se alimentar bem. Eu comecei a chorar e me desesperar com a história, passando a ter medo de chegar no fim e me deparar com um desfecho que não aguentaria.
Era horrível ver o Santiago lutar tanto. O dia virava noite, tornava a ser dia e noite novamente, e ele no meio do mar, sozinho, lutando contra um peixe que poderia acabar com o que restava de sua vida. Cada vez que as mãos dele sangravam era um golpe no meu coração. Eu desejava gritar: "Deixe esse peixe para lá! Volte para casa, você vai acabar morrendo!" Senti muito desespero, uma angústia enorme durante a leitura, temendo muito pela vida do Santiago, desejando que ele tivesse um final feliz, pois merecia demais. E a vida não tinha sido nada justa com ele.
De todos os trechos que marquei, este acima foi o que mais me tocou. Lembro de ter pensado, com tristeza: "Eu também, Santiago. Também tenho esperanças de você não precisar mais lutar. De que de alguma forma consiga ter uma vida melhor, que seus últimos anos sejam mais fáceis." Era de partir o coração vê-lo mentindo para o Manolin, dizendo que tinha uma panela de arroz com peixe para comer, quando o menino bem sabia que aquilo não era verdade, que ele não tinha absolutamente nada em casa. Que se o menino não levasse, ele passaria o dia inteiro com fome e sem dizer nada para ninguém. Me comoveu muitíssimo ver o carinho enorme que o Manolin tinha pelo Santiago, a forma como o respeitava e animava, como cuidava dele... Não tinha a menor obrigação e fazia simplesmente por amor. Era como um anjo, uma dessas raras pessoas que nem parecem humanas de tão boas que são. Manolin conquistou um lugar especial em meu coração. E quando ele chorou eu desejei pegá-lo no colo e dizer que tudo ficaria bem.
Era horrível ver o Santiago lutar tanto. O dia virava noite, tornava a ser dia e noite novamente, e ele no meio do mar, sozinho, lutando contra um peixe que poderia acabar com o que restava de sua vida. Cada vez que as mãos dele sangravam era um golpe no meu coração. Eu desejava gritar: "Deixe esse peixe para lá! Volte para casa, você vai acabar morrendo!" Senti muito desespero, uma angústia enorme durante a leitura, temendo muito pela vida do Santiago, desejando que ele tivesse um final feliz, pois merecia demais. E a vida não tinha sido nada justa com ele.
"Tenho esperanças de não ser obrigado a lutar outra vez", pensou o velho. "Tenho tantas esperanças de não ter de voltar a lutar."
De todos os trechos que marquei, este acima foi o que mais me tocou. Lembro de ter pensado, com tristeza: "Eu também, Santiago. Também tenho esperanças de você não precisar mais lutar. De que de alguma forma consiga ter uma vida melhor, que seus últimos anos sejam mais fáceis." Era de partir o coração vê-lo mentindo para o Manolin, dizendo que tinha uma panela de arroz com peixe para comer, quando o menino bem sabia que aquilo não era verdade, que ele não tinha absolutamente nada em casa. Que se o menino não levasse, ele passaria o dia inteiro com fome e sem dizer nada para ninguém. Me comoveu muitíssimo ver o carinho enorme que o Manolin tinha pelo Santiago, a forma como o respeitava e animava, como cuidava dele... Não tinha a menor obrigação e fazia simplesmente por amor. Era como um anjo, uma dessas raras pessoas que nem parecem humanas de tão boas que são. Manolin conquistou um lugar especial em meu coração. E quando ele chorou eu desejei pegá-lo no colo e dizer que tudo ficaria bem.
"Além disso", pensou, "tudo mata tudo de uma maneira ou de outra. Pescar mata-me tal como me faz viver. O garoto é que me mantém na vida", pensou. [...]"
É um livro que recomendo para todos! A história nos emociona desde as primeiras páginas. Até mesmo a batalha entre Santiago e o peixe bagunça nossos sentimentos, pois ele passa a nutrir uma espécie de afeto pelo peixe e isso nos contagia, ainda que desejemos com todo o nosso coração que o Santiago consiga vencê-lo. Ele tem um respeito enorme pela natureza e pelos animais, reconhecendo o quanto somos pequenos diante da imensidão do mundo e do poder da natureza. Sua luta contra o peixe é honesta, ele jamais se sentiu superior ou quis maltratá-lo, mas precisava dele como alimento, ainda mais vivendo numa região onde aquele era o principal alimento (quase o único), bem como a fonte de renda, pois os pescadores também viviam do dinheiro que conseguiam da pesca, para comprar o que precisavam para sobreviver.
Posso dizer, com certeza, que comecei 2020 com ótimas leituras e que O Velho e o Mar já tem lugar entre os melhores livros que li na vida.
-> DLL 20: Um livro de capa branca
Oi, Luna.
ResponderExcluirEsse é um livro que está na minha lista há muito tempo, mas vivo adiando a leitura.
Simplesmente ainda não sei se estou preparada para essa história! Todo mundo que já leu diz o quanto é emocionante e sua resenha só me confirmou isso... É por isso que estou enrolando para ler! Acho que vou me acabar de chorar e não estou no pique por enquanto! Rs...
Mesmo assim, fiquei super feliz por você ter encarado esse desafio!
beijos
Camis - blog Leitora Compulsiva
Olá, tudo bem? Amo histórias emocionantes e com certeza irei conferir esta, confesso que a capa não ma atraiu muito, mas a sua resenha ficou tão maravilhosa que ele já se tornou um dos meus desejados!
ResponderExcluirUm beijo.