13 de março de 2021

O Castelo de Otranto - Horace Walpole

Tempo de leitura:


Literatura Inglesa
Título Original: The Castle of Otranto
Tradutor: Oscar Nestarez
Editora: Escotilha
Edição de: 2019
Páginas: 111 (e-book)

5ª leitura de 2021 (5ª resenha do ano)

Sinopse: O LIVRO QUE AJUDOU A FUNDAR O GÓTICO E O TERROR MODERNO

"Um conjunto de vívidos personagens ao estilo Harry Potter, aventuras sobrenaturais em cofres e adegas e eventos surpreendentes e inexplicáveis." – Telegraph


O principado de Otranto é governado pela família de Manfredo, herdeiro do título de príncipe e também de uma profecia. E, por causa disso, obcecado com sua linhagem – a única maneira de manter seu poderio. No entanto, às vésperas de concretizar o casamento de seu filho, estranhos fenômenos passam a assolar o castelo, culminando num terror sem fim.


Um clássico não se torna clássico à toa. E "O castelo de Otranto" é prova disso. Aqui nasce o pilar do gótico, do sobrenatural e do horror, responsável por influenciar nomes como Edgar Allan Poe, H.P. Lovecraft e Bram Stoker.


Esta edição, fielmente traduzida pelo autor e pesquisador Oscar Nestarez (que também é colunista da Revista Galileu), conta com extras como nota da editora, introdução do editor clássico e prefácios para a primeira e segunda edições.




Durante quase toda minha vida eu nem sabia que este livro existia. Foi somente há uns dois ou três anos que ouvi falar dele pela primeira vez e fiquei bem interessada, por ser considerado o fundador da literatura gótica, inspirando autores como Edgar Allan Poe e Bram Stoker. 

A minha curiosidade falou bem alto e resolvi dar uma oportunidade a este clássico. Confesso que com muitas expectativas, mesmo sem querer esperar demais. Sobretudo porque ainda não é um gênero que estou habituada a ler, ainda mais quando envolve "fantasmas" e outros elementos sobrenaturais. Sigo sendo muito medrosa.kkkkkk

Mas iniciei a leitura... e me surpreendi com a narrativa fácil e que fluía tão bem. Porém, o que a escrita do autor tinha de envolvente, seus personagens tinham de absurdos. Uns capazes das maiores maldades por terem poder para brincar com a vida das pessoas; e o que mais me irritava nesses vilões era a intromissão do autor na história, nos apontando motivos para justificá-los e compreender o imperdoável. Já outros personagens queriam ser santos e se sujeitavam a tudo, o que também tornou a história intragável para mim. Eram dois extremos que explodiriam com qualquer história: personagens cruéis livres para fazer o que quisessem, pois os bons nem sequer lutavam contra eles. O desfecho esperado seria o da vitória do mal, uma vez que os bons não resistiam. E livros assim deixam um gosto amargo na minha boca. 

Nesta história, que se passa no período medieval, temos um príncipe que parece nutrir um "ódio" todo especial pelas mulheres, que ele trata como se fossem suas propriedades, sem sentimentos e menos valiosas que o objeto mais medíocre sob seu poder. Sua esposa, apesar de ser constantemente maltratada o idolatra, chegando ao ponto de dizer que o ama até mais do que a seus próprios filhos e sendo o capacho no qual ele tanto ama pisar. 

A filha dele, Matilda, já está acostumada com os maus-tratos recebidos e nunca o enfrenta, temendo estar em sua presença e apenas sofrendo ao ver a maneira como a mãe, a quem tanto ama, é tratada. Matilda não quer se casar, pois não quer passar para as mãos de outro tirano, sonhando em entregar-se ao convento, onde poderia ter um pouco de alegria em sua vida. 

A única pessoa com quem Manfredo se importa é com seu filho, um rapaz com uma saúde muito fraca, mas que por ser homem é a esperança dele de dar continuidade a sua linhagem e evitar uma antiga profecia. Embora o rapaz ainda seja muito novo, o pai se apressa em casá-lo com uma bela e saudável jovem chamada Isabella, para que logo fossem providenciados os herdeiros (que deveriam ser meninos). Acontece que algo misterioso, violento e trágico acontece no dia do casamento, levando o príncipe ao desespero e à loucura... disposto a tudo para conseguir o que queria... não importando quem ele teria que machucar ou destruir no caminho. 

E a história vai girar em torno disso: da maldade do príncipe, a apatia das mulheres da família (tirando Isabella que é bastante corajosa mesmo acreditando não ser forte) e os estranhos fenômenos que ocorrem no castelo. Não é bem um livro de terror, mas tem toda a aura gótica esperada da história, já que foi o autor quem fundou a literatura do gênero. 

Se eu gostei do livro? Não muito. Eu me irritei bastante com os personagens e isso influenciou negativamente a história. 


-> DLL 21: Um livro clássico


Observação: Esta resenha já estava pronta há várias semanas, mas por estar enfrentando sérios problemas de saúde na família, eu não tive ânimo ou tempo de vir aqui para editá-la antes de publicar (algumas vezes faço as resenhas no blog e deixo no rascunho para depois com tempo editar). 2021 não começou bem e estou passando por problemas que têm me desgastado muito física e emocionalmente. Mas tenho fé que tudo ficará bem. 

Não abandonarei o blog. Logo, logo me organizarei para escrever a resenha de "A Garota do Lago" e finalizar algumas leituras que ficaram abandonadas nas últimas semanas. 

 

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

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