1 de novembro de 2021

A Noite das Bruxas - Agatha Christie

Tempo de leitura:



Literatura Inglesa
Título Original: Hallowe'en Party
Tradutor: Bruno Alexander 
Editora: L&PM Pocket
Edição de: 2014
Páginas: 236 (e-book)

31ª leitura de 2021 (24ª resenha do ano)

Sinopse: Era a vez da viúva Rowena Drake ser a anfitriã da tradicional festa de Halloween do vilarejo. Durante os preparativos, Joyce, uma irrequieta menina de treze anos, gaba-se por já ter testemunhado um assassinato. Ninguém lhe dá ouvidos e tudo transcorre bem em meio a brincadeiras do dia das bruxas, até que um crime interrompe a diversão.

Hercule Poirot prepara-se para uma noite entediante quando é surpreendido por uma ligação aflita de sua velha amiga e escritora de livros policiais Ariadne Oliver, convicta de que só ele poderia desvendar esse mistério antes que um novo crime aconteça... Publicado em 1969, A noite das bruxas é um romance da maturidade de Agatha Christie e uma das últimas obras escritas pela Rainha do Crime.





No mês de outubro eu resolvi fazer algumas leituras temáticas e vocês viram por aqui resenhas de O Vilarejo, de Raphael Montes; do clássico Psicose, de Robert Bloch; e de Ensaio sobre a Cegueira, do José Saramago, que apesar de não ter lido especialmente para o mês do Halloween, se encaixou completamente por conta de todo o horror presente na história. 

Li todos os livros temáticos que gostaria no mês passado?rs Não! Faltaram 3, mas vou concluir a leitura deles entre novembro e dezembro. O que eu sim pretendia ter resenhado ontem era A Noite das Bruxas, porém não terminei o livro a tempo de fazer a resenha. Na verdade, cerca de 30% da leitura acabou ficando para hoje, mas considero leitura de outubro por ter lido a maior parte do livro no mês passado e ter terminado o restante logo na manhã do dia de hoje.kkkkkk

Eu estava muito empolgada por esta leitura, confesso! Criei muitas expectativas, não só pela maravilhosa experiência que foi ler E Não Sobrou Nenhum, mas também porque depois de um longo tempo voltaria a ler um livro protagonizado pelo meu querido Hercule Poirot. 

Nesta história temos uma festa de Halloween feita para que as crianças do bairro se divertissem. Ela é organizada pela senhora Rowena Drake, uma mulher muito respeitada na região, com a colaboração de mães e professoras que queriam que suas crianças tivessem uma noite inesquecível. 

Algumas crianças e adolescentes também participaram dos preparativos ao longo do dia, entre eles Joyce, uma menina de treze anos que, impressionada pela presença de uma grande escritora de romances policiais (Ariadne Oliver, personagem que eu encontrei antes no livro Os Elefantes não Esquecem e que é claramente inspirada na própria autora Agatha Christie.rs), decide contar que já testemunhara um assassinato. Embora ninguém tenha acreditado em sua história (ou assim pareceu), à noite, quando a festa teve início, um crime chocante foi cometido: Joyce foi encontrada assassinada num dos cômodos da casa. Afogada. Algo que colocava todos os presentes como suspeitos... não só daquele crime, mas do assassinato que a menina, horas antes, confessara ter visto. Afinal de contas, que outro motivo haveria para que ela fosse morta do que o medo do assassino de ser pego por um crime do passado do qual ele acreditara ter escapado impune?

"Já aconteceu de o senhor dar uma mordida numa bela maçã vermelha e depois ver, lá no meio, algo nojento se levantar e sacudir a cabeça em sua direção? Grande parte dos seres humanos é assim."

A polícia local não parecia encontrar conexão entre os dois acontecimentos, até porque não acreditavam que a menina realmente tivesse testemunhado algum crime no passado, já que ela era conhecida como uma criança muito mentirosa, que estava sempre inventando coisas. Mas Ariadne Oliver, que esteve presente tanto no momento em que Joyce soltara a declaração bombástica quanto durante a festa infantil a convite de uma amiga que ajudara nos preparativos, sentia que Joyce não mentira. Embora no momento ela também tenha duvidado do que a menina dissera, sua morte mudava todo o cenário. Existia um assassino que matou no passado... e essa pessoa assassinara a menina para silenciá-la. 

Disposta a descobrir a identidade do assassino antes que ele acabasse matando de novo, Ariadne entra em contato com Hercule Poirot e o "intima" a viajar até à cidade em que a tragédia acontecera para interrogar as pessoas e desvendar o brutal crime. Quem entre todas aquelas pessoas aparentemente "boas" seria o assassino?! E que assassinato ele teria cometido no passado, que tentava ocultar a qualquer preço? 

"Poirot agora tinha consciência do perigo - perigo que poderia vir para alguém a qualquer momento, a menos que fossem tomadas providências para evitá-lo. Um grande perigo."

No início, eu apreciei muito a história. Como disse, estava muito empolgada, cheia de expectativas, imaginando que seria mais um dos tantos sucessos da autora e minha experiência de leitura de seus livros, na maioria das vezes, é bastante positiva. Continuei gostando muito do livro quase até o final, na verdade, quando descobri que quase todas as minhas suspeitas se confirmavam. Foi aí que fiquei um tanto decepcionada. Porque não era que eu tivesse me esforçado para descobrir quem era o assassino e fosse uma maravilha ter acertado. Não. A questão que me decepcionou foi que o assassino era tão óbvio e tudo conduziu fácil até ele que eu queria muito ter errado. Queria descobrir que a pessoa era alguém em quem eu nem tinha pensado. E não havia nenhum outro elemento no livro que pudesse atenuar a decepção pelo assassino e seus motivos estarem tão na cara do leitor, entende?

Foi uma narrativa muito simples, com um mistério que até uma criança poderia resolver!rs Não é isso que estou acostumada a encontrar nos livros da autora e fiquei frustrada por ver o Hercule Poirot desperdiçando suas "células cinzentas" com uma trama tão inferior aos seus grandes sucessos.

Mesmo assim, não posso dizer que me arrependo de ter lido o livro. Eu sou muito fã da autora e do Hercule Poirot e sentia tantas saudades dele que a história já valeu só pela felicidade de revê-lo, de reencontrá-lo. :) 

Mas isso não significa que o livro é ruim, gente, e que só valeu a pena por ter o Hercule Poirot nele. Eu é que me decepcionei pelo mistério não ser realmente um mistério. Existem acontecimentos no livro que nos impressionam e chocam pela maldade humana, por alguém ser capaz de matar tão friamente uma criança. Nunca deixo de me surpreender com a crueldade do ser humano, com a maneira como podemos fazer as piores coisas para "proteger" nossos próprios interesses. A autora sempre conta em seus livros histórias que facilmente poderiam acontecer na vida real. E acontecem, né? Não é à toa que não consigo mais ficar assistindo jornais, que prefiro evitar ao máximo as notícias... Há muita maldade neste mundo em que vivemos. 



Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

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