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18 de junho de 2024

Noite com o Inimigo - Abby Green



Literatura Inglesa
Título Original: One night with the enemy
Tradutora: Maria Vianna
Editora: Harlequin
Edição de: 2013
Páginas: 183

Sinopse: Madalena Vasquez e Nicolás Cristobal, apesar de pertencerem a famílias inimigas, sentem uma forte e irresistível atração. Mas Maddie é obrigada a rejeitar Nicolás ao saber de um terrível segredo, deixando-o furioso e humilhado.

Ele jamais conseguiu perdoar o que ela havia feito. Nem se livrar do desejo de vingança…
Ao voltar para assumir os negócios do pai, Maddie se vê endividada e a única pessoa que pode ajudá-la é Nicolás. Mas tudo o ele quer é fazê-la pagar por tê-lo feito sofrer!




Queridos leitores, sei que estou sumida. Meu último post data de 16 de março. Sim, é muito tempo! Mas quem me acompanha pelo Instagram conhece alguns dos motivos para eu não estar tão presente no blog, bem como acompanha algumas das minhas leituras. 

Não parei de ler. Na verdade, estou lendo bastante, fazendo várias leituras ao mesmo tempo. Acontece que também tenho estudado muito. Iniciei minha segunda graduação como parte das decisões tomadas este ano pelo bem da minha saúde mental e satisfação pessoal. Meu sonho profissional sempre foi cursar letras. E agora é o que estou fazendo. Estou tão feliz! Tem sido delicioso estar mergulhada nesta nova jornada.

Também estou fazendo alguns cursos de extensão e pós-graduações voltadas para a área do direito (minha primeira graduação), da saúde e da educação. Juntem tudo isso às obrigações profissionais e entenderão por que não estou conseguindo aparecer como gostaria.rsrs

Mas, como eu disse, estou lendo. Livros importantes, reflexivos, que estão me acrescentando muito. Só que... dentre minhas leituras, vocês não encontram muitos romances. Logo eu, que sou uma apaixonada pelas histórias de amor, praticamente não tenho lido nenhum romance. Estou participando de três clubes de leitura, todos eles voltados para livros clássicos, filosóficos, romances de formação e outros gêneros semelhantes. Falarei mais sobre eles no post sobre as leituras concluídas neste primeiro semestre do ano. A questão aqui é: eu estava sentindo falta dos romances para "respirar". Para aliviar meus dias. Para me fazer sonhar. Os romances sempre, sempre, SEMPRE terão um espaço especial em meu coração e em minha vida. Eles são simplesmente essenciais. 

E lá fui eu, numa madrugada recente, caçar na minha biblioteca do Kindle um romance de banca para ler. Confesso que escolhi pelo título, por sempre ter gostado de romances sobre "suposta" vingança.rs Aquelas típicas histórias de "odeio a mocinha por algo que aconteceu no passado e vou me aproximar apenas para fazê-la pagar pelo que fez. Não sinto mais nada. Estou curado, mas meu orgulho precisa da vingança." Aquele blá blá blá conhecido de muitos leitores dos queridos romances de banca. 

Como sempre acontece nestes romances, o que o imbecil do mocinho achava que sabia sobre o passado não era real, ele quebra a cara e precisa se redimir, a gente passa raiva porque ele nunca paga caro o suficiente por sua arrogância, no fim vivem felizes para sempre e partimos para o próximo romance, para passar raiva de novo.kkkkk Eu sentia falta disso. :D

Só que... Em Noite com o Inimigo as coisas são diferentes. E eu amei! Foi uma escolha certa, que me deixou com um quentinho no coração e um sorriso no rosto. Sorriso que veio após eu ter chorado com algumas cenas que me emocionaram. Acho que estava muito sensível no dia.rs

Madalena e Nicolas, como Romeu e Julieta, pertencem à famílias inimigas, que se detestam há gerações e durante a infância e adolescência eram proibidos até mesmo de olharem um para outro. 

Vítimas de lares violentos, acabam por desenvolver interesse um pelo outro, tanto pelo "proibido" quanto por existir semelhanças em suas vidas, pois ambos sabiam o que era não receber carinho dos pais e crescer temendo o próximo golpe. Assim, mesmo com o medo das consequências se fossem descobertos, os dois jovens começam a se encontrar e não demora para que o interesse inicial dê lugar ao amor. Um amor que acaba por destruir seus corações e abalar por completo as duas famílias...

Oito anos mais tarde, agora uma mulher recém-formada na faculdade, apesar da rejeição dos pais que em nada contribuíram para que ela tivesse algum futuro, tendo virado as costas para ela anos antes, Maddie é chamada a regressar a sua cidade natal pelo pai que resolvera se arrepender no leito de morte e pedir que ela resgatasse a propriedade os negócios da família que estavam praticamente arruinados. 

Tomar a decisão de retornar é muito difícil para nossa mocinha, que não só teria que lutar para salvar um legado que só lhe trouxe dor, mas também reencontrar o seu amor do passado, dono de quase todas as terras daquela região. E que jamais a perdoara pela forma como a história deles terminou. 

Quando Maddie chega para aceitar a última vontade do pai, já não consegue vê-lo com vida, pois ele só se arrependeu e lembrou de sua existência realmente no último momento e não teve forças para esperar pela sua chegada. Maddie desembarca direto para o cemitério e depois tem que encarar sozinha a longa batalha que lhe espera, pois para lutar por uma propriedade e uma vinícola em ruínas, precisa conseguir investidores num local dominado pelo nome da família do homem que a odeia. 

Então, temos uma história que gira inicialmente em torno de um reencontro de duas pessoas que se amaram no passado, mas que hoje se detestam e que, imaturos, em vez de enterrar o que passou, decidem conduzir cada passo baseados no ressentimento. Mas o livro não demora nada para tomar um rumo diferente 

Como posso explicar? As coisas não aconteceram como eu esperava. Embora o Nicolas tenha o passado bem vivo em seu coração e queira sim se vingar, reencontrar a Maddie traz de volta um sentimento que ele jurava que tinha destruído. Ele vai jurar para si mesma que já não a ama, mas a maior parte das atitudes do nosso mocinho serão evidentemente guiadas pelo amor que ele diz não sentir. 

Ele vai provocar a Maddie, falar coisas desagradáveis, mas em cada momento o leitor é capaz de perceber a dúvida, a preocupação, o carinho, a proteção e a necessidade de estar próximo dela. O Nicolas podia pensar o que fosse da mocinha, mas ele não se deixava cegar por isso, sabe? Ele alimentava o rancor, mas ao mesmo tempo enxergava o presente e o que estava acontecendo e se perguntava se realmente tudo o que achava que sabia... era real.rs 

Eu amei acompanhar como as coisas se desenvolvem entre eles. Os dois não tinham mais ninguém de suas famílias, mas seguiam carregando aquele peso do ódio de gerações, um peso sufocante. Quando estavam juntos, mesmo se escondendo por trás de desculpas, eles ficavam bem. Como se o peso sumisse. E a escritora foi brilhante em nos transmitir essa sensação, de nos fazer sentir o que se passava internmente com os personagens. 

Em muitos momentos, o Nicolas, que supostamente pretendia terminar de enterrar o nome da família da Maddie, foi justamente quem a ajudou.kkkkkk Ele cuidava dela quando deveria era ficar feliz por suas dificuldades, inexperiência e falta de apoio e recursos para salvar a propriedade e a vinícola, mas em vez disso ele acabava tomando decisões que em nada contribuíam para fazê-la desistir de cumprir a última vontade do pai. E, sinceramente, a Maddie não tinha condições nenhuma de salvar nada daquilo. Ela era recém-formada, não tinha realmente experiência, não tinha investidores, recursos financeiros e a região era toda dominada pelos negócios do Nicolas. Dizer que o fato de ela ser uma guerreira seria suficiente para fazê-la ser bem sucedida seria utopia. Então, eu ficava sim muito feliz quando ele a ajudava, mesmo que ele mentisse para si mesmo e dissesse que a ajuda fazia parte da vingança.kkkkkkk Ele não sabia nem mentir para si mesmo!

O que realmente se passava nestes momentos era o passado... Sabe aquele passado que os marcou e afetou toda sua vida? É o mesmo passado no qual estão guardados muitos momentos bons que eles viveram. Nicolas sabia que a menina que a Maddie um dia foi amava demais aquele lugar e sempre quis que o pai reconhecesse seu amor e lhe desse uma chance, em vez de rejeitá-la por não ter nascido homem. No fundo, apesar de todo o rancor, ele queria ajudá-la a realizar o sonho da menina que ela tinha sido e que ele ainda amava. Então, ele inventava desculpas para ajudá-la e mentia, inventando desculpas para a contradição entre suas palavras e atitudes.rs 

Maddie e Nicolas me fizeram muto bem. Me devolveram o romance que eu sentia falta nos livros. Pude rir e chorar com a história deles. Sonhar e desejar que eles fossem muito felizes e enterrassem para sempre todo o ódio que as duas famílias nutriram. Que destruíssem todo aquele legado de dor com a união dos dois e os filhos que nasceriam desse amor. Eu simplesmente amei esta história!

Se recomendo? Claro que sim! Apenas leiam!

Até breve, queridos!

15 de novembro de 2021

Amante do Deserto - Carol Marinelli



Literatura Inglesa
Título Original: Bound by the sultan's baby
Tradutora: Maria Vianna
Editora: Harlequin
Edição de: 2018
Páginas: 198 (Kindle Unlimited)

33ª leitura de 2021 (25ª resenha do ano)

Sinopse: Uma consequência escandalosa! Uma noite com Gabi não foi o suficiente para satisfazer o sultão Alim al-Lehan, mas ele precisa deixá-la, pois o dever o chama de volta à sua terra natal. Com o passar dos meses, as memórias do caso proibido se tornam impossíveis de ignorar. A única saída é convencer Gabi de que o caso pode continuar nas areias do deserto. Alim não esperava a recusa furiosa dela, ainda mais depois de descobrir que Gabi teve um bebê... o seu bebê! Agora, precisa mantê-la em sua vida, mais do que nunca. Mas ele terá que decidir se aceita as condições de Gabi: o casamento!




Já estamos na metade de novembro... O ano está chegando ao fim... Este está sendo um ano bem difícil para mim e minha família, e para milhões de outras pessoas, claro. Muitas coisas ruins aconteceram... Perdas, doenças... Perdemos um familiar (meu avô materno) em agosto e ainda é muito difícil lidar com essa ausência, com essa tristeza. Minha gatinha que eu cuido como se fosse uma filha, como se tivesse nascido de mim, descobri em fevereiro que sofre de doença renal. Descobri quando ela entrou em crise e parecia que eu iria perdê-la. Foi um golpe muito forte para mim. Mas nós passamos juntas pelo pior e ao longo dos meses ela se manteve estável, com os exames mostrando melhoras... mas agora em novembro seus exames mostraram uma piora, o que me desestabilizou. É como se alguém me sacudisse e eu não parasse de balançar por dentro. Nem sei explicar o que senti ao ver os resultados e o que venho sentindo desde então. Convivo com o medo, com um medo horrível. E, como se não bastasse, o cachorro da minha irmã, que consideramos parte da nossa família também, caiu doente. É como se tudo estivesse acontecendo ao mesmo tempo. 

Encontro refúgio primeiramente em Deus e depois na leitura, que me salvou tantas e tantas vezes ao longo dos meus anos como leitora. Sem os livros eu não poderia escapar da realidade, ter momentos de alívio, de sorrisos, momentos para sonhar acordada e acreditar que tudo vai ficar bem. 

E hoje de madrugada, quando eu não conseguia dormir por nada no mundo, com tantas coisas na cabeça, resolvi que era hora de ler outro livro da Carol Marinelli, já que minha experiência com seus romances foi bem positiva até agora. Em poucas horas devorei o livro, rindo com os personagens, me estressando com algumas situações e relaxando, deixando de pensar na minha vida para pensar na de Alim e Gabi, que em Amante do Deserto vivem um romance proibido. 

Gabi era uma jovem de 24 anos que sempre foi apaixonada por casamentos. Ainda adolescente começou a trabalhar, tendo que largar os estudos para ajudar nas despesas de casa, sendo filha de uma mãe solo que nunca lhe contou quem era o homem que a engravidou e abandonou, e fazendo questão de sempre lembrar a filha de tudo o que teve que sacrificar por ela. Gabi não se ressentia (pelo menos, tentava não se ressentir) e amava demais a mãe, jurando para si mesma que não repetiria a mesma história. Que seria dona de seu próprio negócio, que realizaria os seus sonhos e seria um orgulho para a mãe. 

Conseguiu um emprego com uma importante organizadora de casamentos e seu talento e criatividade a mantiveram empregada, mas também explorada pela chefe que a deixava sozinha para enfrentar as pesadas obrigações de eventos luxuosos e desgastantes para depois ficar com todo o crédito pelo sucesso. Gabi aguentava tudo em silêncio, pois seus sonhos a sustentavam... ainda mais depois de conhecer Alim, ao realizar alguns eventos em seu hotel. 

Ela sabia que pertencia a uma realidade bem diferente da dele. Que só poderia sonhar com seus beijos, com seus abraços, com uma vida ao seu lado. Nunca poderia viver tais momentos. Mas se contentava em vê-lo passar, em cumprimentá-lo, em ouvi-lo falar com ela com gentileza... Até a noite em que ele a tirou para dançar, fazendo questão de dizer o quanto era perigoso e que tudo não passaria de uma noite. Apenas uma noite...

Alim passou dois anos tentando esconder de si mesmo os sentimentos que nutria por Gabi. Jamais poderia ter nada sério com ela, seu destino era se casar com uma mulher de seu país, que conhecesse as tradições, que seguisse as regras do seu povo. Todos os seus casos não duravam mais que uma noite e lutou muito para não cair em tentação e propor um momento com ela... Sabia que ela aceitaria. Percebia seus olhares, que gostava dele... Seria injusto arriscar, mas impossível continuar resistindo. 

Ao viverem uma noite inesquecível, Alim quis refazer os planos. Não suportaria deixá-la ir tão rápido. Queria lhe oferecer um emprego, que ela deixasse a chefe que a explorava e trabalhasse com mais liberdade, que fosse dele por um ano. Depois seguiriam com suas vidas. Cada um para um lado. Mas teriam aquele tempo para se amarem...

Porém, como nem tudo pode ser como desejamos, nem mesmo quando se tem muito dinheiro e poder... A manhã seguinte traz um duro golpe para Alim, que termina com Gabi sem nenhuma explicação e retorna ao seu país, sem saber que os momentos que viveram trariam uma pequena e linda consequência...

Quando Alim ressurge em sua vida, vários meses após partir seu coração de modo tão cruel, Gabi não está disposta a ceder, mesmo que todo o seu ser queira estar em seus braços, ouvir que ele nunca a esqueceu e que poderão formar uma família juntos. Mas a realidade é bem diferente e ela sabe que precisa ser forte para não condenar a si mesma e o seu pequeno bebê a um futuro de sofrimento e humilhações. Mas Alim não está disposto a perdê-la... ainda mais depois de descobrir que se tornou pai. Só não sabe como mantê-la ao seu lado sem violar as leis do seu povo... quando ela jamais seria aprovada como sua esposa e nunca aceitaria ser sua concubina. Dividido entre o dever e o amor, ele precisa fazer uma difícil escolha...

Como bons leitores de romances, acostumados com histórias assim, nós já sabemos qual será a escolha dele, certo?rs O que não significa que o tonto vai decidir rapidamente e o felizes para sempre virá fácil. Nada disso! A autora faz nosso coração sofrer um pouco antes de juntar de uma vez por todas seu casal e em alguns momentos eu senti muita raiva do mocinho e uma vontade de gritar para a mocinha deixar de ser estúpida e se impor! Quando ela finalmente o fez, eu já estava estressada, mas mesmo assim gostei bastante.rsrs E em nenhum momento odiei nenhum dos dois. Senti raiva, como eu disse, mas não ódio.kkkkk

Eu senti raiva do Alim por querer ter a Gabi em sua vida da "sua maneira", sem pensar no quanto aquilo a destruiria com o passar dos anos. Como seria uma vida de vergonha e humilhações não só para ela, mas também para a criança. Isso me provocou uma raiva enorme, pois o amor não combina com tanto egoísmo. Uma pessoa que realmente ama não pensa apenas em si mesmo, em seus desejos, mas também nos sonhos e felicidade da pessoa amada. E ele estava pensando apenas no seu próprio prazer. Teria uma vida pública, ao lado de uma esposa escolhida pelos anciãos e por seu pai (porque pela lei ele não poderia escolher a própria esposa) e Gabi e o bebê seriam seu segredo, jamais reconhecidos, como se não existissem, como se fossem nada para o mundo. Ela seria privada de ter um marido, uma família aos olhos da sociedade e estaria para sempre disponível para ele, como se sequer fosse uma pessoa, um ser humano! Eu senti tanta, mas tanta raiva! Só quando percebi que ele não suportaria fazer isso com ela e nem consigo mesmo foi que minha raiva começou a diminuir. Quando ele se desdobrou para encontrar uma solução que não transformasse aquele amor em dor. Algo que não o fizesse perdê-la para sempre...

Gostei muito desta história! Foi uma ótima escolha e já estou ansiosa para ler o primeiro livro da trilogia (li tudo fora de ordem). Ainda assim reconheço que mesmo sendo muito boa, não é arrebatadora como a história presente no terceiro livro. Sophie e Bastiano... Que saudades desse casal!

O livro faz parte de uma série que não está identificada como série na capa nem nada, mas existem dois livros que têm ligação com ele, cujas histórias acontecem simultaneamente:

Inocente Mistério - Harlequin Paixão 497 (conta a história do Raul e da Lydia)
A Escolha da Paixão - Harlequin Paixão 499 (conta a história do Bastiano e da Sophie)

A ligação com Amante do Deserto se dá porque Raul é amigo/inimigo do Bastiano e vai até o hotel Grande Lucia disposto a comprá-lo apenas para competir com ele. É lá que conhece Lydia, a jovem com quem seu inimigo pretendia se casar. Alim é amigo do Bastiano e Gabi é melhor amiga da Sophie. A história dos três casais começa no hotel Grande Lucia, que pertence ao Alim. 


5 de outubro de 2021

Encanto da Luz - Nora Roberts


Literatura norte-americana
Título Original: One Man's Art
Tradutora: Daniela Rigon
Editora: Harlequin
Edição de: 2018
Páginas: 192
Série Os MacGregors - Livro 4

27ª leitura de 2021 (20ª resenha do ano)

Sinopse: UMA ARTISTA BRILHANTE QUE ESTÁ TENTANDO SE AFASTAR DO MUNDO PARA SE RECUPERAR DE UM TRAUMA FAMILIAR. UM HOMEM SOLITÁRIO E CÍNICO QUE MANTÉM TODOS A DISTÂNCIA. UMA ATRAÇÃO IMPOSSÍVEL DE RESISTIR VAI UNI-LOS E AJUDÁ-LOS A ENCONTRAR O AMOR. 

Gennie Grandeau é uma pintora de sucesso e muito reconhecida pelo país. Ela sempre gostou de estar entre as pessoas, mas um ano depois da morte de sua irmã, Gennie precisa se afastar da família e do reconhecimento para poder curar suas feridas. Ela só não esperava encontrar Grant Campbell e ter sua tranquilidade abalada. Ele é um ermitão vivendo em um farol afastado de tudo e todos. Grant não gosta de estar perto de pessoas, apesar de seu trabalho retratar o relacionamento e a interação entre elas. Depois do trauma da morte do pai, Grant se isolou de tudo para se preservar de um novo sofrimento. Mas somente a persistente Gennie é capaz de invadir suas terras, seu farol e até mesmo seu coração. 

Continuando com a série sobre a família MacGregor, Encanto da Luz apresenta uma nova história de membros da família que acham que estão no topo do mundo e que vivem entre o poder e a glória. Até que os seus corações sejam roubados.


 



Sim, já faz uns três anos que não leio nenhum livro da série. Na verdade, este é o único (dos livros da série relançados em formato de livraria) que eu ainda não tinha lido. Não me perguntem o motivo, pois não lembro.kkkkkk É provável que, na época, eu não tenha lido por não tê-lo. Eu ganhei a minha edição de Encanto da Luz de presente de uma amiga, em maio de 2018... Sim, de qualquer forma, demorei três anos para ler.kkkkkkk Sou um caso perdido!

Esta é uma série com livros independentes. Apesar de ter ligação entre eles por conta do parentesco ou proximidade com algum dos MacGregor, cada livro conta a história de um casal diferente. Assim, é perfeitamente possível lê-los fora de ordem, embora, regra geral, eu prefira seguir a ordem... o que nem sempre consigo.rs

Aqui conhecemos Gennie e Grant, um casal bastante improvável de dar certo, mas que acaba combinando justamente por suas diferenças. Gennie é uma artista reconhecida e bem-sucedida, que decide abandonar a cidade grande por um tempo para buscar descanso e inspiração numa região bem diferente da que ela costumava frequentar... onde tudo era mais simples, tranquilo e natural... 

E é justamente durante o seu "retiro" que ela conhece o mocinho... no meio de uma tempestade terrível, quando tudo o que precisava era de alguém que abrisse as portas para abrigá-la do frio e oferecesse uma refeição quente e uma cama por apenas uma noite, pois ela tinha se perdido e era impossível no meio daquela tormenta encontrar o chalé que tinha alugado. Mas é claro que não recebe a hospitalidade que tanto precisava... uma vez que foi parar no farol onde Grant morava e tudo o que ele menos suportava era ter a sua paz interrompida, não importando se era na forma de uma bela mulher, que com apenas um olhar ameaçava todo o seu autocontrole. 

Embora não a tenha jogado para o lado de fora com tempestade e tudo, Grant foi o mais grosseiro possível, deixando claro o quanto ela estava incomodando.kkkkkkk Como Gennie não era do tipo que leva desaforo para casa, os dois trocam várias farpas, mesmo que a química entre eles fosse evidente. E iniciam um jogo onde era fato que, mais cedo ou mais tarde, se queimariam...

Gostei muito desta história! É aquele tipo de romance para relaxar, para esquecer dos problemas e das leituras mais pesadas... Para sair de uma ressaca literária... Enfim... Uma história que nos provoca prazer, que nos diverte e apaixona. Eu me diverti demais com o casal, sorri muito por causa dele, torci para que parassem de levantar defesas um contra o outro e se entregassem ao que estavam sentindo. A vida é curta demais para ficar deixando de viver por medo da dor. E era isso que o Grant fazia ao se esconder do mundo naquele farol: por ter perdido o pai ainda adolescente e de forma tão brutal, ele tinha medo do amor. Tinha medo de amar alguém e perder essa pessoa. Entendo perfeitamente o sentimento. Mas muitas vezes ao fugirmos da vida por medo da dor acabamos na verdade provocando muita dor dentro de nós, sem mencionar o arrependimento por cada momento não vivido, por cada oportunidade que se escapou. 

Gennie também tinha perdido alguém muito querido, num acidente que ainda lhe provocava pesadelos. E ela passa uma boa parte da história se culpando pela morte dessa pessoa, por ser ela quem estava dirigindo. Mas diferente do Grant, ela não permite que a dor e a culpa a impeçam de sorrir, de apreciar os momentos bons e de se entregar às oportunidades. Ela ama a vida! Acredita no amor e nunca permitiria que ele simplesmente fugisse de tudo o que existia entre os dois.rs Amei muito a personalidade dela e a maneira como ele ficava perdido quando essa doidinha entrava em ação.rs

Como eu disse, é um ótimo livro para passar o tempo! A história nos encanta! Todavia, quem acompanha o blog provavelmente sabe que amo muito esta série e tenho que admitir que Encanto da Luz, por mais envolvente que seja, não supera nem se compara com nenhum dos outros livros que li do Clã MaGregor


Segundo a internet, os livros que fazem parte da série Os MaGregors são:

4- Encanto da Luz
5- Hoje e Sempre (flashback do romance entre Daniel e Anna)
6- Rebelde/Um Mundo Novo (de época!)
7- Instinto do Amor
8- Beijos que Conquistam
9- Amor Nunca é Demais
10- Um Vizinho Perfeito




21 de setembro de 2021

A Escolha da Paixão - Carol Marinelli


Literatura Inglesa
Título Original: Sicilian's baby of shame
Tradutor: Rafael Bonaldi
Editora: Harlequin
Edição de: 2018
Páginas: 187 (Kindle Unlimited)

26ª leitura de 2021 (19ª resenha do ano)

Sinopse: Seduzida, humilhada e grávida! Sophie sempre quis trabalhar no hotel Grande Lucia. E sabia bem quais eram as regras. Contudo, quando foi entregar o serviço de quarto para Bastiano, um magnata sem coração, ficou tentada a assumir o risco de entregar seu corpo a ele. Bastiano é um homem sem escrúpulos, disposto a tudo para alcançar seus objetivos, mas tem uma crise de consciência quando Sophie é demitida pela indiscrição dos dois e desaparece. Com os pensamentos preenchidos pela preocupação, Bastiano decide se assegurar que ela está bem. Quando a encontra, descobre que Sophie está trabalhando em um bar para um homem perigoso, foi deserdada e está grávida... do seu filho! Rejeitado pela própria família, Bastiano está determinado a assumir a criança... e seduzir a teimosa Sophie até que ela aceite usar sua aliança!




Quando um livro faz bem ao seu coração, ele é completamente digno de 5 estrelas. Todos os critérios são preenchidos.rs

Feliz. Foi assim que me senti ao terminar esta leitura. Não, o livro não é perfeito, possui algumas falhas, mas me fez bem. Me fez feliz. Me provocou sorrisos e lágrimas. Esqueci o mundo e não larguei a história até terminar de lê-la. Este livro mexeu com meu coração. Eu sentia quando os personagens sofriam. Sorria como uma boba quando estavam contentes... Simplesmente me envolvia por inteiro com as emoções deles. 

Tudo foi rápido e intenso. Por ser um livro de menos de 200 páginas, ele te joga do céu ao inferno quase ao mesmo tempo. Num instante, você está sorrindo, apaixonada pela paixão que une os protagonistas. Amando amá-los... (Apaixonada pela paixão, amando amá-los... Você está boba hoje, né, Luna? Sim!!! De tão feliz por CULPA da história!) e no instante seguinte acontece algo para te fazer chorar. Confesso que não esperava por aquilo e não sei quem ficou com o coração mais ferido, se a mocinha ou eu.kkkkkk Realmente chorei com a cena. Senti raiva e muita tristeza. E demorei mais tempo do que ela para perdoar.kkkkk

Neste livro temos a história de dois personagens muito fortes, daqueles que não conhecem o significado da palavra "desistir". Não se conformam com destino, não permitem que decidam o que podem ou não fazer, que futuro irão ou não ter. Tomam as rédeas de suas próprias vidas e constroem seus próprios caminhos, mesmo que isso signifique sofrer e perder até chegarem onde desejam. 

Sophie era uma jovem de 24 anos que cansou de viver a vida que seus pais e irmãos queriam. Foi obrigada a parar de estudar porque seu pai arranjou um emprego para ela numa padaria, ainda em sua adolescência. Tudo era sempre conforme a vontade deles e o mais absurdo foi escolherem até mesmo com quem ela iria se casar. Na cabeça deles, Sophie tinha que aceitar calada e com um sorriso doce no rosto, mesmo que seu futuro marido tivesse mais que o dobro de sua idade e planejasse mantê-la sempre grávida. 

Sem alternativa, ela fugiu de casa e da única realidade que conhecia e foi morar em Roma, mesmo sem ter um teto ou trabalho. Acabou por arranjar um emprego como camareira num grande e famoso hotel, que para ela era mais que um sonho: não recebia nenhuma maravilha de salário, mas era suficiente para dividir o aluguel com outras duas jovens e ter a independência que tanto buscava. Seu emprego a fazia feliz, pois a equipe inteira era gentil e se tornou uma espécie de família para ela. Se dava bem com quase todo mundo, até mesmo com os hóspedes. Sua única tristeza era não ser perdoada pelos pais, mas sabia que tinha feito a escolha certa. Não iria se casar por conveniência e condenar a si mesma a uma vida submissa a um homem que já detestava... Casaria apenas por amor e levaria a vida que bem entendesse. 

Bastiano Conti era um bilionário que tinha conhecido a pobreza e a rejeição por toda sua infância e adolescência. Tendo perdido a mãe ao nascer e sem saber quem era o seu pai, foi "acolhido" pelos tios maternos contra a vontade deles, apenas por obrigação. Qualquer presente ou guloseima era sempre dada aos filhos de seus tios e nunca dividido com ele. Sempre deixavam claro o quanto era um estorvo e que nunca seria querido por ninguém. 

Mesmo contra a vontade de sua família, fez amizade com Raul, um menino que também vinha de um lar problemático, cuja mãe era vítima de violência doméstica. Eles dividiam seus sonhos e frustrações e acreditavam que seriam amigos para sempre, até que uma grande tragédia os separou, transformando-os em inimigos... Uma inimizade que persistiu pela vida adulta e motivou até mesmo as suas escolhas de negócios. 

Foi por isso que Bastiano se hospedou no Hotel Grande Lucia, disposto a comprar o hotel apenas para frustrar os planos de Raul... e lá acabou conhecendo Sophie... alguém bem diferente de qualquer pessoa que já tivesse passado por sua vida. Ela era tão espontânea e sorridente, tão verdadeira e crédula... Por um dia resolveu ser o que ela acreditava que ele fosse. Uma relação com ela jamais teria futuro, mas poderia se permitir um dia... Apenas um dia sem ser o homem que todos desprezavam. 

"- Eu sinto como se conhecesse você - disse ela."

Mas os momentos de paixão, entrega e sorrisos não demoram a ter um amargo fim... Levando Bastiano de volta ao mundo de frieza e vazio que conhecia e fazendo Sophie conhecer a dor de ter seu coração feito em pedaços pela pessoa em quem escolheu confiar. Porém... quando o sentimento é mais forte que a vontade de duas pessoas feridas pela vida.... algumas pontes podem ser reconstruídas. 

Eu não sou a maior fã de histórias nas quais os casais acabaram de se conhecer e já vão para a cama e "do nada" estão apaixonados. Geralmente são histórias que parecem muito fúteis e se desenvolvem com aquela coisa de glamour, arrogância e humilhação: mocinho podre de rico, mocinha que fica deslumbrada pelo mundo dele, mocinho que pisa na mocinha por ela ser pobre e a tonta que aceita ser maltratada para depois ele dizer que sempre a amou. Geralmente essas histórias seguem esse caminho. E falo com conhecimento, pois já li centenas (sim, realmente centenas!) de livrinhos assim, já que os romances de banca sempre fizeram parte da minha vida e mesmo minhas autoras preferidas do gênero amam enredos do tipo.  Mas a Carol Marinelli conseguiu pegar uma trama já "batida" e escrever de uma forma que tornou tudo muito envolvente e nos fez acreditar na forma natural como aconteceu. Nos fez acreditar nos personagens, nos sentimentos deles, em como tudo aconteceu. 

"Sophie chegara sem aviso. Entrara no palco da vida dele, mas havia muitos escombros por ali, muitos danos, e ele não sabia como arrumar tudo."

Eu fiquei encantada já nas primeiras páginas! Sophie é aquele tipo de pessoa (sim, vou chamá-la de pessoa!) que faz sorrir todos que a conhecem. Ela se permite ser ela mesma em qualquer ambiente. Ser livre, ser feliz. Não se consumir por tristezas, mas se permitir ver o que de bom tem em cada dia. E embora tenha sido treinada para falar apenas o estritamente necessário com os hóspedes... ela não consegue.rs É assim que seu caminho se cruza com o de Bastiano. Ele tinha acordado de mal com a vida, com uma baita ressaca e Sophie foi levar o serviço de quarto, embora geralmente não ficasse responsável por aquele andar. Mas estava fazendo um favor para outra camareira e agiu da maneira espontânea que era sua característica. Bastiano acabou encantado com sua personalidade, com seu sorriso, com a forma como ela se preocupou com ele como pessoa e não como alguém que tinha dinheiro e era um hóspede. Ela o tratou como igual, mesmo sabendo que não eram.  

Antes que eles percebessem... estavam conversando. Contando coisas um para o outro e isso era totalmente surreal, inesperado. Um tanto louco, pois eram desconhecidos. Uma das primeiras cenas que amei foi quando ela desceu, pois seu turno tinha encerrado e passou na cozinha do hotel para comer alguma coisa deliciosa antes de ir para casa e quando o chef lhe ofereceu um brioche que tinha acabado de sair, ela resolveu fazer um prato para o Bastiano e levar até seu quarto, pois sabia que o café da manhã "chique" que ele próprio tinha pedido não o agradou. O que amei foi que ele ficou tocado pelo gesto dela e a convidou para tomar o café da manhã com ele, e ela sentou ao lado dele na cama com a maior naturalidade e voltaram a conversar como se não fossem camareira e hóspede, mas dois amigos que tivessem se reencontrado.kkkkk 

Claro que a química começa, né? Quando ela decide ir embora, pensa em como gostaria que sua primeira vez fosse com alguém de quem ela tivesse gostado como gostou dele. Sabia que não era amor nem nada, mas tinha prometido a si mesma que perderia a virgindade quando quisesse e com quem ela sentisse vontade. Que seria uma escolha sua. E ela queria muito escolhê-lo... 

"[...] Estou me guardando para alguém que eu queira, na hora que eu quiser."

As coisas acabam seguindo esse rumo. E tudo é tão... Suspiros... Eu amei! Amei o quanto ele se importou com ela, amei como eles realmente pareciam se conhecer, embora nunca antes tivessem se visto. Me apaixonei por tudo ter sido mais que sexo, por ter tido cumplicidade, sorrisos, brincadeiras, conversas... A cena na banheira foi bem divertida! Ela não foi um caso de um dia para ele, por mais que ele tentasse se convencer que sim. E quando tudo terminou... Eu chorei. Chorei muito. De verdade.

O relacionamento não acaba exatamente naquela noite, como a sinopse dá a entender, mas não vou contar como tudo acontece. Só que o momento da separação, que eu nunca imaginei que seria daquele jeito, foi extremamente doloroso. O motivo do Bastiano foi forte, mas eu não esperava que ele fosse agir assim com ela. Justamente com ela! E depois ele sente raiva de si mesmo por ter dado tanta importância a algo que o fez perdê-la. É complicado. Porque nós leitores sabíamos de algo que ele não sabia e é meio injusto eu esperar que ele SOUBESSE, que ele simplesmente acreditasse nela. Mas a verdade é que eu queria que ele tivesse acreditado e ponto final! Dane-se que a conhecesse há pouco tempo! Ele tinha que ter confiado nela. E eu fiquei destroçada. A Sophie leva tempo para perdoá-lo, mas ainda considero que poderia ter demorado mais.kkkkkk Eu sei que ele sofreu. Sei que ele tentou consertar as coisas, sei que jamais se considerou superior à ela nem nada. Que a respeitava, que se preocupava, que queria o bem dela. Mas eu estava com raiva! E quando estou assim quero que os mocinhos sofram mais do que as autoras permitem.rs 

"Jamais vou me esquecer de você."

A relação deles é muito linda. A forma como se reencontram... Como ele nunca deixou de pensar nela. Como se preocupava até com as menores coisas. Eu amei muito o Bastiano. Ele é um mocinho digno de ser chamado assim. O erro dele não apaga tudo o que ele e Sophie construíram neste livro. Ele assumiu seu erro, tentou realmente consertar tudo, ser uma pessoa melhor por ela e pelo filho que iria nascer (a sinopse já revela a gravidez, então não é spoiler). Foi impossível não amar este casal! Eles me conquistaram por completo! 

Já viram que se pudesse eu ficava aqui o dia inteiro falando sobre a história, né?!rsrs É delicioso amar uma história, poder esquecer da vida... Poder apenas esquecer tudo e me dedicar por inteiro ao mundo dos personagens. E encontrar no livro tantos motivos para sorrir. Suspiros...

Somente após terminar a leitura foi que eu descobri que o livro faz parte de uma série e que provavelmente comecei pelo último.rs Não está identificado como série na capa nem nada, mas existem dois livros que têm ligação com ele, cujas histórias acontecem simultaneamente, mas têm seus desfechos antes desta:

Inocente Mistério - Harlequin Paixão 497 (conta a história do Raul e da Lydia)
Amante do Deserto - Harlequin Paixão 498 (conta a história do Alim e da Gabi)

A ligação com A Escolha da Paixão se dá porque Raul é amigo/inimigo do Bastiano e Lydia foi a mocinha com quem ele pretendia se casar. Alim também é amigo do Bastiano e Gabi é melhor amiga da Sophie. A história dos três casais começa no hotel Grande Lucia, que pertence ao Alim. 




26 de novembro de 2020

Legado de Lágrimas - Lynne Graham


Literatura Irlandesa 
Título Original: Claimed for the Leonelli Legacy
Editora: Harlequin
Edição de: 2018
Páginas: 125 (e-book)

67ª leitura de 2020 (58ª resenha do ano)

Sinopse: Una chica inocente… Tia Grayson no había salido nunca del convento brasileño en el que vivía, hasta que Max Leonelli fue a buscarla con la sorprendente noticia de que era la heredera de una gran fortuna en Inglaterra, y la hizo arder de deseo con tan solo tocarla.


Un multimillonario… El abuelo de Tia quería casar a su protegida con su heredero, pero Max no era de los que se casaban. Hasta que la belleza de Tia hizo que reconsiderase su decisión.

¿Y un bebé? Max debía llevar a Tia a casa, pero la atracción era tan fuerte entre ambos que no pudieron resistirse a una noche de placer. La posibilidad de que esa noche hubiese tenido consecuencias dio a Max la oportunidad perfecta de convencer a Tia de que se casase con él.



Não sei se rio ou choro, sinceramente!rs Creio que não foi lá uma boa ideia ter apostado nesta história... 

Ao longo dos meus anos como leitora, li todos os livros da Lynne Graham já publicados no Brasil (o que é muita, muita coisa!!!) e até mesmo alguns que não chegaram aqui. É uma das minhas autoras preferidas, mas seus livros, para quem bem os conhece, não são fáceis. O machismo reina na maioria das obras e a vontade que sentimos é de esganar os mocinhos, bem como certos parentes das mocinhas. Existem ocasiões em que desejamos esganar as mocinhas também por serem tão tapadas, tão imbecis ao permitirem que os outros façam delas o que bem quiserem. 

E por que amo tanto a autora se existem tantas coisas que me incomodam em suas obras?! Talvez por loucura, masoquismo ou algo do gênero.rsrs A verdade é que ela escreve muitíssimo bem e é uma daquelas escritoras que mexem bastante com nossas emoções durante a leitura ao ponto de, querendo ou não, "viciarmos" em suas obras.rs E do mesmo jeito que sabe criar ogros, ela também, QUANDO QUER, cria mocinhos maravilhosos, que nos chocam por serem tão diferentes do "padrão" de "mocinhos-vilões" da autora. 

Mas... Creio que alguma coisa mudou em mim. Antes, ao ler romances, eu conseguia separar ficção da realidade com uma facilidade enorme. Por mais que desprezasse certas atitudes dos personagens (não só os da autora, mas de livros de outros autores também) e dissesse isso com todas as letras nas resenhas (explodindo com frequência e até exagerando na minha fúria ao escrever), eu era capaz de separar. De não trazer com frequência para a realidade situações que algumas vezes "funcionam" na ficção, mas que jamais poderiam ser aceitáveis na vida real. Sempre considerei que o leitor tem que saber separar as coisas, quando isso é possível, quando não é um exercício intolerável para a experiêcia de leitura. 

Acontece que existem coisas que não dá mais para separar. E, infelizmente, isso atinge as obras da Lynne Graham, autora por quem sempre terei um carinho enorme. A vida inteira a amarei, porque ela escreve muito bem, me envolve, mexe com minhas emoções, me faz "enxergar" seus personagens e me conectar com eles mesmo em histórias que possuem menos de duzentas páginas. Só que... Não consigo mais tolerar atitudes machistas de seus personagens sendo consideradas "normais" e sendo sempre as mocinhas aquelas que precisam ceder para "serem felizes para sempre". 

São elas que precisam recuar, compreender, desistir de seus sonhos... tudo para satisfazer o machismo dos mocinhos que amam, tudo em nome da felicidade. Quando começamos a notar isso (pois existem vezes que ficamos tão envolvidas pelo "romance" que nem percebemos os absurdos das histórias) a leitura deixa de ser algo prazeroso, o romance deixa de nos fascinar... Eu, pelo menos, passo a me sentir "sufocada" ao notar a quantidade de opressão que as mocinhas suportam e aceitam como se só aceitando pudessem ser felizes. E é exatamente isso que encontramos em Legado de Lágrimas, livro que até onde eu sei ainda não foi publicado no Brasil. Ele está disponível em espanhol na Amazon, no formato e-book. 

Esta resenha terá SPOILER. A partir de agora!
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Em Legado de Lágrimas temos a história de Constancia (Tia) Grayson, uma jovem de vinte e dois anos que passou a vida inteira trancada num convento e que mesmo depois de adulta permanece sob a proteção de seus muros, pois não conhece outra realidade de vida, não possui recursos ou apoio para sair dali e realizar o sonho de ser professora, de fazer uma graduação e conquistar a independência que tanto desejava. 

Abandonada pela mãe ainda pequena, teve o azar de ser criada por um pai extremamente machista e insensível que quis ser missionário e "ajudar os outros", enquanto deixava a filha na segurança do convento, de onde não queria que ela saísse jamais. Seu objetivo era que a filha se tornasse freira, que se mantivesse pura para sempre, tivesse ou não vocação. Os sonhos dela não lhe importavam. Ela como ser humano não lhe interessava de modo algum.

Todavia, para mudar o destino da protagonista, existia um avô paterno que por mais de duas décadas fingiu que ela não existia, mas que ao se ver com pouco tempo de vida "se lembra" da existência dela e decide mandar que a procurem e a levem para morar com ele, com a promessa de que ela herdaria toda sua fortuna, o que era seu direito como única parente viva (o pai da mocinha tinha falecido). Ele, então, pede que seja Max, seu braço direito nos negócios, quem busque Tia e de preferência dê um jeito de convencê-la rapidamente a se casar com ele, pois como ela era uma mulher e que ainda por cima passou a vida inteira trancada, os negócios estariam ameaçados se ela herdasse tudo sem ser casada, sem ter alguém que cuidasse dela e de seus bens. 

Max Leonelli era um homem de vinte e oito anos com um passado traumático e que aos doze ou treze anos de idade foi adotado pela tia materna, após um acontecimento brutal, e passou a morar na propriedade do avô de Tia. Embora não morasse na casa principal, mas sim no alojamento dos funcionários, Andrew pagou pelos seus estudos e mesmo depois de adulto e de conquistar sua própria fortuna com muito esforço e sacrifícios, ele continuava a se sentir em dívida com aquele homem, o que será seu principal motivo para ceder quando Andrew pede que ele venha até o Brasil (onde ficava o convento em que Tia estava) para buscar sua neta. 

Ao se conhecerem, Tia e Max sentem atração à primeira vista. Ela nunca tinha tido contato com rapazes de sua idade, muito menos com um homem tão lindo e confiante, tão dono de si e que parecia dominar qualquer ambiente no qual estivesse. Era tudo uma novidade para ela e foi natural ceder à atração que ele despertou. Max, por sua vez, fica fascinado por conta da imensa beleza da mocinha. Em questão de poucas horas estão envolvidos e em poucos dias já são marido e mulher e de viagem marcada para a Inglaterra, onde a nova fase da vida da mocinha terá início... Tudo da maneira mais rápida... Como se estivessem na Fórmula 1. 

Vou desconsiderar o pai da mocinha, que é o machista mais óbvio do livro e que, felizmente, não precisamos aguentar, pois quando a história começa ele já está descansando em paz. Não falarei dele, pois pelo que mencionei acima já dá para perceber o caráter da criatura que a Tia teve o azar de ter como pai. 

O livro já começa nos provocando asco com a conversa entre Andrew (avô da protagonista) e o Max, quando dá para notar que o único interesse do "zeloso" avô pela neta há tanto tempo esquecida, é a questão do sangue, de querer que alguém do seu sangue fique com o império que ele construiu. Ele não a vê como um ser humano capaz, alguém que possa aprender a administrar o que vai herdar nem nada. Na verdade, ele nem quer isso, pois ela é mulher. Ele quer que o Max a seduza e se case com ela, o que seria fácil (ele dá a entender), pois a jovem cresceu no convento, enquanto Max tinha bastante experiência. Assim, através do casamento, sua neta seria "protegida" do mundo e seus bens estariam sob o controle de Max. Mas até aí, em nossa ingenuidade como leitores, nós acreditamos que Tia realmente vai herdar o que é seu direito, por mais que o avô fizesse aquele acordo nojento com o mocinho. Só que... na leitura do testamento percebemos até onde aquele avô era capaz de ir em seu comportamento repugnante. 

Sim, já adianto que ele não deixará praticamente nada para a neta, apenas uma de suas casas e o dinheiro suficiente para a manutenção da referida propriedade. Casa esta que ela sequer poderá vender, pois deverá ficar para os seus filhos. Todos os demais bens ficam para o Max, numa clara tentativa de manter a mocinha constantemente sob o controle de um homem: primeiro do pai, depois do avô e por último do Max. Ela não teria nada que o Max não quisesse, exceto a casa, claro! E mesmo que ocorresse um divórcio, o testamento autorizava que o Max decidisse o que ela teria ou não após a separação. Tudo estaria nas mãos dele, pois Tia tinha sido entregue aos seus cuidados. 

Mas voltemos ao casamento relâmpago e a desistência, por parte da mocinha, dos seus sonhos, que não incluíam casamento e maternidade. Pelo menos num futuro próximo. A autora deixa claro que Tia queria independência, queria experimentar a liberdade que nunca teve. Que não pensava em se casar e nem ter filhos tão cedo. Mas aí o mocinho a seduz e "esquece" de usar preservativo. Ele nunca antes na vida tinha esquecido, nem mesmo quando adolescente!!! Mas aí com a mocinha ele teve amnésia, se esqueceu, coitadinho, de usar camisinha. Não foi sua culpa, claro que não! E aí imediatamente ele DECIDE que eles têm que se casar, e bem rápido, pois a mocinha pode ter ficado grávida. E aí não podemos esquecer que a garota em questão, apesar de ter vinte e dois anos, não conhecia nada da vida. Obviamente ela não usava anticoncepcional e se viu diante de uma situação que com certeza a assustou, que era a possibilidade de ficar grávida e sozinha no mundo se não aceitasse a "generosa" oferta de casamento. Claro que ela não pensou em contraceptivo de emergência (a chamada pílula do dia seguinte), pois nunca sequer tinha ouvido falar disso. Ou seja, tudo cooperava para o bem do mocinho.

Tia não fica animada com a ideia de casamento e gravidez, pois isso ia contra o que ela sonhava para sua vida naquele momento, ainda mais considerando que seria um casamento com um desconhecido. O que ela sabia do Max? Nada. Mas ela acaba se casando, com medo de ficar sozinha com um bebê. Ela até sugere que eles esperem um tempo, para ver se ela realmente ficou grávida, e assim talvez fosse desnecessário se casar. Mas o Max vem com a desculpa que seria uma DECEPÇÃO para o avô dela se eles tivessem que se casar quando todos pudessem fazer as contas e perceber que ela engravidou antes do casamento. Mocinha criada no convento, lembram? Religião, costumes, tudo era importante para ela. E apelar para isso era uma ótima forma de convencê-la a tudo que ele quisesse. 

E claro que as coisas não serão um mar de rosas para a mocinha. Porque quando de fato ela descobrir que está grávida, poucos meses depois do casamento, a reação do Max será péssima. Como se ela o tivesse colocado numa armadilha (sim, ele é muito engraçadinho, não acham?!), já que ele não quer ser pai. O apoio que ela deveria receber não chega. É como se ela fosse culpada da gravidez, como se a responsabilidade fosse unicamente dela. E tudo isso por causa dos traumas do passado dele. Que sim, são fortes. Realmente ele teve uma infância de horror, mas a mocinha não tinha nada a ver com isso, nem o bebê que ela esperava. Enfim...

Quando percebemos o quanto este livro é problemático não conseguimos sequer enxergar o romance, o amor entre os personagens. Não acreditei no amor deles. Não acreditei no dela porque ela foi levada ao casamento, porque em tudo foi muito bem manipulada. E não houve momento naquela relação desigual e confusa no qual pudesse ter surgido o amor. Nem trabalhar ela podia porque era algo que desagradaria o marido. Quando ela menciona que quer trabalhar, ele já trata de deixar "no ar" (mas não de maneira explícita) o quanto ficaria decepcionado com aquilo e a mocinha recua, diz para si mesma que está apenas adiando por um tempo... E da parte dele também não pude acreditar, pois suas atitudes não falavam de amor. Ele "cuidava" dela, nunca a maltratou, nem física ou psicologicamente. Nada era explícito. Nem mesmo a acusação sobre a gravidez foi explícita. Foram seus olhares, sua evidente "decepção". Seu silêncio, seu afastamento. Ao ponto da mocinha fugir, com medo de ter que criar uma criança num lar em que teria uma constante "tensão", onde a criança sempre sentiria que existia algo errado, embora não ficasse claro o quê. 

Não contarei como o livro termina, mas posso dizer que não, a mocinha não irá conquistar a independência que sonhou. Recuar, ceder... É o que sempre acontece nestes casos para que a mocinha tenha o seu "felizes para sempre". É a mocinha quem abre mão de tudo para agradar o mocinho. Não consigo mais enxergar romance em algo assim. Não consigo mais deixar "passar" tantos absurdos. Mesmo que ame a autora, mesmo que seja uma escritora muito querida por mim.

Recomendo a história?! Claro que não. A escrita da Lynne é maravilhosa, a história é envolvente se você deixa "passar" tudo o que mencionei. Mas não tenho como recomendar um livro que fez eu me sentir sufocada, que lamentei profundamente por tudo o que a mocinha aceitou. Quando minha vontade era dizer que ela não precisava daquele tipo de relação para ser feliz. Que estava na hora de não permitir mais que homem algum tomasse decisões por ela. Que não deveria voltar para ele, muito menos quando ele deixou claro que tudo continuaria sendo do jeito dele. 

Os romances, as histórias de amor, sempre serão o meu gênero preferido, pois sou uma eterna romântica e amo demais estes livros cheios de paixão, que me arrebatam e encantam! Mas... histórias absurdas como Legado de Lágrimas eu dispenso. Não quero ler livros assim, não. Nem para passar raiva!rs


-> DLL 20: Do seu gênero favorito

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