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23 de dezembro de 2017

Das Coisas Inesquecíveis de 2017



2017 está nos dizendo adeus. E confesso que fico feliz por isso.rsrs Foi um ano maravilhoso em vários aspectos, mas em outros... Não sentirei falta. 

Este ano muitas coisas mudaram em minha vida. Mudanças positivas em sua maioria, mas sou a pessoa que menos gosta de mudanças neste mundo.kkkkkk... Sempre disse isso e até quem não me conhece muito bem sabe. Algumas situações se alteraram para sempre. Sinto que estou crescendo cada dia mais. Avançando. Só que é inevitável que certos momentos e pessoas fiquem para trás no caminho. Que deixem de fazer parte da minha vida, não importa o quanto eu deseje o contrário. 

Não esquecerei minha despedida do meu antigo estágio. Fiquei lá por dois anos e só disse adeus no momento em que meu contrato terminou. Como eu estagiava num órgão público não havia a possibilidade de ser efetivada, por mais que amasse cada instante que vivi lá. Fiz amizades incríveis, conheci pessoas maravilhosas e foi com lágrimas nos olhos e um doloroso nó na garganta que deixei aquele cantinho que já considerava meu. Minha ex-chefe e colegas de trabalho foram as melhores que eu poderia ter conhecido. Sei o quanto é difícil encontrar um ambiente de trabalho agradável hoje em dia, com pessoas que não tentem te apunhalar pelas costas ou te derrubar de outras formas. Sei que fui privilegiada e valorizo a oportunidade linda que tive. Minha despedida foi triste, mas bela. E tenho um pouco de cada uma delas nas lembranças que carrego e nos livros que me deram de presente com dedicatórias lindas. 

Não esquecerei a oportunidade que tive de iniciar um novo estágio na semana imediatamente seguinte àquela em que o outro terminou. Tudo é diferente, claro. Pessoas diferentes, ambiente completamente distinto também. E tudo é ainda muito recente para que eu já tenha me adaptado. Ainda assim tenho aprendido muito e sei que com o tempo me acostumarei com esta mudança. 

Sem sombra de dúvidas, 2017 foi positivo na minha área profissional, nos meus estudos. Encerrei uma fase importante e em 2018, se tudo der certo, terminarei minha graduação. É claro que estou muito feliz. Mas é hora de falar de outras coisas...rsrs

Impossível será esquecer todos os livros especiais que tive a oportunidade de ler este ano. Querida Sue é apenas um exemplo. Não li tanto quanto gostaria e minha meta de leituras foi quase um fracasso, mas tive o privilégio de ler histórias arrebatadoras e que estarão sempre em meu coração. 

Como não mencionar também as séries fantásticas que comecei ou continuei? Gilmore Girls preencheu várias das minhas noites com risos, descontração, puros momentos de alegria. Sinto saudades. Quero demais seguir assistindo essa série!

Também comecei a ver duas novas novelas. Muy Padres, que conta de maneira um tanto divertida os dramas familiares de três pais complexos e imaturos (risos) e... Amor Proibido, que começou no último dia 18 e já me prendeu como poucas. Quem acompanha meu blog sabe que jurei que não assistiria essa novela se a Band a exibisse. Que não sou masoquista, que não iria querer sofrer como sofri com Ezel e blá, blá, blá...kkkkkkkkk Só que não resisto, gente! Não consigo!rsrs As novelas turcas exercem todo um fascínio sobre mim. Nunca sou capaz de não vê-las. É evidente que chorarei até me desidratar, mas a verei até o seu amargo fim. 

Este também foi um ano excelente para os livros clássicos na minha vida. Nunca li tantos clássicos como em 2017 e fiquei tão feliz com esta experiência que num dos posts que farei em breve vocês terão uma ideia dos meus desafios para o novo ano que se aproxima. :) Além disso, também li muitos contos, algo que não tinha o hábito de fazer. Eu escrevo contos. Todavia, ler era outra história. Então me propus a apostar em livros de contos e foi algo realmente maravilhoso! Não quero mais parar! :D

Também foi extremamente positivo participar do Projeto Escrevendo sem Medo. Graças a ele, voltei a me dedicar mais à escrita, retomar antigos projetos e me aventurar por histórias novas e outros estilos literários. Até escrevi um poema, vê se pode!kkkkkk... Foi delicioso me desafiar assim! Este texto que agora escrevo é o último deste projeto. Espero que ano que vem tenhamos mais! 

Não deixo de agradecer a Deus por todas as coisas boas que me aconteceram e partilhei com vocês e também por todas as outras que apenas guardo para mim. Tudo o que sou eu devo a Ele. Tudo o que conquisto é graças a Ele e não me envergonho de admitir. Não sou absolutamente nada sozinha. 

Também agradeço a vocês, meus leitores tão maravilhosos que me aguentam todos esses anos. Obrigada pelas visitas, pelos comentários, pelos emails que me enviam, pela amizade linda que me oferecem. Amo muito vocês! Sei que não estou me dedicando ao blog como gostaria, mas eu sempre tento. É apenas a correria do dia a dia que me impede de aparecer como eu desejaria. Que me impede de ler mais, resenhar mais, trazer mais novidades pro blog. Mas seguirei tentando. Quem sabe um dia consiga me organizar de um jeito que dê certo?!rs

- Ainda aparecerei aqui em 2017, por isso não lhes desejo Feliz Natal e Ano Novo agora. :D



- Este é meu décimo segundo texto para o Projeto Escrevendo sem Medo

Este projeto foi criado pela Thamiris do blog Historiar. Clique aqui para conhecê-lo melhor. 

17 de novembro de 2017

A minha estação do ano favorita




Era para este tema ser fácil, verdade?! Mas eu sempre tenho que dificultar as coisas!rsrs

Não sei bem se tenho uma estação preferida. Possuo sentimentos em relação a cada uma das quatro, sendo a que detesto justamente a única que não mencionarei aqui. Será que adivinham?




Ah, primavera! Sempre a encarei como o início de tudo. A estação da vida, da alegria, dos sonhos... da esperança. Ela é o princípio e não importa como as coisas fiquem difíceis quando seu período se encerra, ela sempre retornará... com sua típica felicidade e otimismo. É assim que a vejo. Ela me enche de bons sentimentos. Me faz pensar positivo e seguir adiante. Afinal de contas, a vida está só começando. É sempre possível recomeçar... virar a página. Trocar o livro se necessário! :)



Depois que o verão passa, deixando seus rastros de destruição (já perceberam qual estação detesto, não é mesmo? Como amar a estação do calor insuportável e das chuvas que deixam tantas e tantas pessoas desabrigadas, isso quando não as mata?! Nunca amarei tal estação) vem o outono, com seu ar nostálgico... cheio de melancolia. As folhas estão caindo assim como alguns sonhos que se construíram na primavera. Todavia, parando para pensar, é a estação que prefiro. É a minha favorita. Vejo algo de mim nesta estação. Como se ela me compreendesse.kkkkkkkk... Ela representa o momento de sentar, olhar para trás... para tudo o que se passou e refletir sobre o que ainda desejamos manter ou deixar para lá, guardado numa caixa no fundo das lembranças, num lugar que, talvez, não tenhamos a intenção de revisitar um dia. É a estação em que reavaliamos o que sonhamos com tanta empolgação na primavera. É quando somos sentimentais, mas também racionais. Pesamos o passado, o presente e o que realmente queremos para o futuro. É a estação da reflexão e da ponderação. Assim como da saudade. 



Quem mora no Brasil, na região sudeste como eu, por exemplo, talvez lhe diga que aqui só temos duas estações bem definidas: verão e inverno. Não há dúvidas que o verão é a estação em que o calor atinge seu apogeu. É insuportável. Costumo desejar que passe bem rápido e é o período em que fico mais tensa, estressada, desejando fugir do Brasil.kkkkk... Mas quando o inverno chega... eu caio doente, com certeza. É a estação em que passo mais tempo gripada, com a garganta inflamada, com virose atrás de virose... Enfim... O inverno não gosta de mim. Todavia, eu não teria nada contra ele se não fosse a estação mais fria aqui no sudeste. Se não suporto o calor tenho verdadeiro pânico do frio.rsrs

Mas o inverno, apesar de todas as suas desvantagens, é a estação do meu nascimento.kkkkkkk... Deveria ser a minha estação. E tenho sim uma conexão com ela. Se fosse pensar numa estação que melhor define a minha personalidade na maior parte do tempo não pensaria duas vezes antes de escolher o inverno. Tenho uma parcela significativa de outono em mim e outra mínima de primavera (nada de verão!!!), mas tenho muito de inverno.rs  O que não é suficiente para torná-la minha estação preferida, claro. Ainda fico com o outono. :)

Uma curiosidade? Desde que li O Morro dos Ventos Uivantes pela primeira vez o associo com esta estação. Sinto como se a história inteira se passasse no inverno.  




- Este é meu décimo primeiro texto para o Projeto Escrevendo sem Medo

Este projeto foi criado pela Thamiris do blog Historiar. Clique aqui para conhecê-lo melhor. 

23 de outubro de 2017

A criança que eu fui...


A criança que eu fui gostaria de estar perto da pessoa que eu sou hoje?


Este é o tema mais difícil do desafio. Pelo menos para mim. E não necessito pensar muito na resposta. Definitivamente, a criança que fui um dia não gostaria de estar perto de quem sou hoje. 

Ela teria vergonha. Estaria decepcionada se me visse hoje. Se, de alguma parte, puder me enxergar, certamente se pergunta o que fiz com ela. Como pude esquecê-la assim... Deixar para trás tantas coisas que ela sonhou e compartilhou comigo. 

Sorrio ao recordá-la, embora meus olhos se encham de lágrimas. Ela era tão corajosa quando precisava ser. Mais emotiva do que sou hoje, porém também uma guerreira forte. Que brigava com unhas e dentes pelo que queria. Que acreditava no amanhã e lutava por ele. Sabia exatamente o que queria ser e ninguém seria capaz de fazê-la mudar de ideia. Ela seria médica. Curaria as pessoas. Se casaria pouco depois de completar dezoito anos e teria quatro filhos. Também adotaria. Toda sua vida estava planejada até os mínimos detalhes. 

Muitas vezes ela deitava no chão e sonhava com isso. Com o vestido branco, com os bebês que teria, com a casa cheia de crianças correndo para lá e para cá. Era um sonho clichê. Tradicional. Mas era o que ela queria mais que tudo. E tinha certeza que conseguiria. Esta é uma das coisas que mais invejo nela: a forma como ela tinha certeza das coisas. Como não vislumbrava impossível. 

A vida dela não era um mar de rosas. Todo o contrário. Teve muitos problemas, mas ela tinha a força que nunca terei. Está aí uma frase que ela não usaria: "nunca terei". Isso não existia para ela! Os outros poderiam dizer o que fosse e ela choraria quando ninguém estivesse olhando, profundamente magoada pelas palavras negativas que lhe dissessem, todavia nada seria capaz de roubar sua esperança. Ela acreditava no que poderia ser. Ela nunca deixou de acreditar. 

Não restou nada dela em mim. Num determinado momento, simplesmente a deixei partir. Negando-lhe seus sonhos. Fazendo escolhas que ela jamais faria. 

Não sou uma pessoa crescida, como diria o Pequeno Príncipe. Ainda brinco com os meus priminhos. Sou a única adulta que vira criança perto deles e entra na brincadeira. Sou quem eles sempre querem ter por perto e sempre digo que a Vitória deve ter sido minha filha numa outra vida, pois é grudada em mim. Ainda sei amar intensamente. Ainda grito, pulo e danço quando estou feliz. Mas...

Sinto falta daquela menina. Dos sonhos dela. De sua esperança. Ela acreditava e eu já não acredito mais. Não no mesmo que ela.

Ela só sabia amar, mesmo que às vezes quisesse odiar. Eu? Ainda sei amar, mas também aprendi a odiar. 

Sinto falta da inocência dela, da maneira como ela via o mundo. Dos seus risos sinceros, das explosões espontâneas quando estava triste. Mas tenho que aceitar que ela se foi para sempre...


- Este é meu décimo texto para o Projeto Escrevendo sem Medo. O tema mais difícil de todos. 


Este projeto foi criado pela Thamiris do blog Historiar. Clique aqui para conhecê-lo melhor. 

22 de setembro de 2017

Precisamos falar sobre...


Discriminação/Preconceito

Eu estava há dias pensando sobre o que falar. Eram tantas as opções que não me decidia. Mas após refletir por algum tempo, olhando atentamente para este mundo, fiz a minha escolha.

Acho incrível, realmente admirável a capacidade que temos de usurpar o lugar de Deus. Nos sentindo no direito de olhar para o outro e o julgarmos, baseados no que nós consideramos certo, agindo conforme nossa vontade do momento.

Nós discriminamos, julgamos, apedrejamos, fazendo o que o próprio Jesus Cristo se negou a fazer. "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela". E ele, sendo o único ali sem pecado, perdoou a mulher que aqueles homens que olharam para os erros dela e não para os seus próprios erros, queriam apedrejar. Jesus em nenhum momento desejou condenar a Humanidade, veio ensinar amor. Toda a sua vida na Terra, Ele falou de amor. É irônico que nós, que nos consideramos seus seguidores, façamos o completo oposto.

Muitos se sentem muito bem abrindo a boca para falar dos homossexuais. "Porque é pecado, porque Deus proibiu isso na Bíblia". Sério, querido? E essa foi a única coisa que Deus proibiu, certo? Mais nada, não é mesmo? Seria engraçada se não fosse irritante a maneira seletiva das pessoas lerem a Bíblia, retirando somente aquilo que lhes interessa e ignorando todo o resto, sobretudo os ensinamentos de Jesus Cristo no Novo Testamento. É tanta hipocrisia que vejo em muitos daqueles que se sentem cheios de "verdade" e "poder" ao citar as Escrituras que penso que nada se aprendeu, que de nada valeu Jesus ter se sacrificado por nós. E é triste. Demais.

Ainda nos dias de hoje negros, mulheres, crianças, pobres, deficientes físicos e mentais e diversas outras pessoas são discriminadas por aqueles que não enxergam que não possuem moral alguma ou qualquer direito de julgar ou discriminar alguém. Animais são chutados, torturados, tratados como objetos quando não me recordo de Jesus ter ensinado em momento algum a crueldade. 

Jesus amou as crianças, dizendo que delas é o Reino de Deus e até hoje pais espancam seus filhos, destroem sua infância, causam marcas que elas levarão por toda a vida e o mais irônico é que muitos depois leem a Bíblia, oram e se sentem servos de Deus. 

Ele respeitou e amou as mulheres, vendo-as como seres humanos, preocupando-se com elas e não deixando sua mãe Maria, a Escolhida, desamparada. Antes de expirar naquela cruz, pediu ao discípulo a quem amava que cuidasse dela, que a partir daquele momento ela era sua mãe e ele, seu filho. E nós desrespeitamos e maltratamos as mulheres todo o tempo, viramos as costas para nossas mães, desprezamos aquelas que nos deram a vida. Não seguimos o exemplo de Jesus, mas abrimos nossas bocas hipócritas para nos considerarmos seus seguidores.

Jesus nunca ignorou aqueles caídos pela estrada, curou aqueles que necessitavam, entendeu a dor e o desespero deles, não olhando torto para ninguém que era deficiente físico ou mental. Todo o tempo, Ele amou e se importou. Enquanto muitos até os dias de hoje zombam dos deficientes, desprezam, humilham ou simplesmente ignoram. 

Vemos alguém sofrendo, precisando de ajuda e olhamos para o outro lado, pois temos nossos próprios problemas, porque não temos tempo para ajudar ninguém. Somos individualistas e egoístas. Mas deixa eu lembrar algo que talvez tenhamos esquecido: Jesus não precisava ter feito absolutamente nada por nós. Ele sequer precisava de nós. E ainda assim temos a cara de pau de pensarmos apenas em nós mesmos. 

Aquele que tinha direito de julgar não julgou. Aquele que tinha direito de discriminar, jamais fez distinção de pessoas. Quem tinha todos os motivos para nos odiar, o tempo inteiro nos amou. Realmente, ao que parece, não aprendemos nada.

Toda vez que vejo alguém citar a Bíblia para defender determinada posição preconceituosa, discriminadora, insensível e desumana, sinto repulsa e vergonha. Citam a Bíblia para o mal quando ela deveria ser um instrumento de perdão e amor.

Não. Não aprendemos nada. E isso porque simplesmente não quisemos aprender.

Enquanto sofria por pecados que não eram seus, Jesus pediu a Deus que perdoasse aquelas pessoas que lhe faziam mal, pois elas não sabiam o que faziam. Mais uma vez perdoando aqueles que não mereciam.

A verdade, porém, é que nós sabemos exatamente o que fazemos. Sempre soubemos. E continuamos preferindo fazer o mal ao outro quando fazer o bem não custaria nada. Não somos dignos de nenhum perdão. Sejamos sinceros: não somos mesmo. 


- Este é o meu nono texto para o Projeto Escrevendo sem Medo. O tema de setembro é complexo e nos incentiva a falar de determinados assuntos. Não foi fácil. Nem um pouco.

Não quis falar de religião, mas do maior exemplo de amor que o mundo já viu. Não importa de qual religião a pessoa seja, até mesmo se ela não tiver religião ou não acreditar em Deus, com certeza já ouviu falar de Jesus. 

Este projeto foi criado pela Thamiris do blog Historiar. Clique aqui para conhecê-lo melhor. 


E encerro com uma música que amo muito:
Música: Minha Essência
Cantor: Thiago Brado

21 de agosto de 2017

Carta Anônima [Escrevendo sem Medo]


Eu gosto tanto de você, que até prefiro esconder.


Te amar não estava nos meus planos. Na verdade, a minha intenção sempre foi desprezá-lo. Como amar alguém como você? Um ser que não deveria ser considerado humano. Cruel, mesquinho, egoísta. Alguém que quase destruiu quem eu amava. Quem sempre amarei. Como perdoá-lo pelo que fez? Achei que nunca conseguiria. 

Durante os primeiros meses após conhecê-lo... Após você surgir em minha vida abruptamente... Eu te odiei com todas as minhas forças. Tudo o que queria era que você tivesse o fim merecido. Que existisse um pouco de justiça neste mundo. Jurei que não choraria. Que ficaria até mesmo feliz quando a vida cobrasse o preço por suas atitudes. Mas quando me vi diante do seu final... não pude suportar! Simplesmente não pude. Precisei fazer alguma coisa. Alterar tudo. Suplicar para que você tivesse uma segunda chance. E a verdade é que não me arrependo. 

Toda vez que revisitar o seu passado, eu chorarei. Sofrerei terrivelmente por cada um dos seus erros, por aquilo que não tem volta ou conserto. Com suas próprias mãos, você destruiu uma parte de si. Do seu futuro. Descontou a raiva do mundo em uma pessoa inocente. Quantas vezes ela te implorou para mudar? Quantas vezes disse "por favor"? Valeu a pena tudo o que fez? Se sente melhor sendo o que é? 

A verdade é que não. Mesmo que não diga com todas as palavras, sei que se arrepende. Sei que o coração que você acreditava não possuir hoje te lembra, a cada batida, tudo o que perdeu... e quanta dor provocou. Sua consciência está pesada. Não há uma noite em que possa dormir um sono tranquilo. Procura em todos os lugares aquilo que só encontrará no momento em que puder perdoar a si mesmo. Não é só do perdão dela que necessita. Mais do que tudo, precisa absolver-se. Todavia, você é seu mais severo juiz. E com o tempo, os outros perceberão que não há por que odiá-lo se todo o ódio que sente por si mesmo já é mais do que suficiente. 

Quando olho em seus olhos, sinto vontade de consolá-lo. E nesses momentos, mais do que em todos os outros, uma enorme angústia toma conta de mim. Porque parece errado amá-lo. E, no fundo, gostaria de poder evitar. Não quero confortá-lo. Não quero entendê-lo. Não poderia perdoá-lo. É por ela que tenho que sentir. Como sentir compaixão do seu maior algoz? Não posso traí-la assim. Ela não merece que eu te ame. Nem você merece, não importa todo o seu arrependimento. Porque nada, absolutamente nada, vai trazer de volta o tempo perdido. Nada pode apagar o que você fez. Sofrer não consertará as coisas. É impossível. 

Já faz dez anos que te conheço. Ou quase isso. Eu também a conheci no mesmo dia, embora alguns minutos antes. Estava ouvindo Nada es para Siempre, daquele cantor que você sabe que amo. Talvez tivesse que me sentir responsável por tudo o que você fez contra ela. Porque se ela te conheceu foi por minha causa. Foi minha culpa. Mas até você, mesmo nos seus momentos mais egoístas, teria que admitir que nunca tive nenhum controle sobre suas atitudes. Era mil vezes mais forte que eu. Não podia pará-lo. 

Toda vez que eu chorava por ela me confortava dizendo que poderia ao menos influenciar o seu fim. Que poderia contribuir para que você pagasse. Era o meu maior conforto. Antecipava o momento. Cheguei a dizer que comemoraria. Dançaria, gritaria de felicidade, abriria uma champanhe. Mas quando o dia chegou.... Bem... Você já sabe o que aconteceu. Eu te estendi a mão. Te dei mais uma chance. 

Mas eu te dei apenas uma possibilidade de recomeço. O resto é com você... Às vezes me pergunto como será o fim da sua história. Espero sinceramente que saiba aproveitar essa oportunidade...

Te amo. Demais. Dolorosamente. E sim, tenho vergonha de admitir. Prefiro esconder. De você e de todo o mundo. Um dia, quando você for realmente digno do meu amor, te direi o que sinto. Sem hesitação. Sem vergonha. Por enquanto... é o meu segredo. Um amor que não quis sentir. Que detesto sentir. Um amor que me machuca. 


- Este é meu oitavo texto para o Projeto Escrevendo sem Medo. O tema de agosto parecia fácil. Só parecia!kkkkkkk... Quando parei para pensar... cheguei à conclusão que não existia ninguém que eu amasse e não tivesse coragem de admitir. Todas as pessoas que amo, sabem que são amadas, que são queridas por mim. Existiria alguém que eu tivesse vergonha de amar? E aí eu descobri que sim. Uma pessoa. Se considerarmos que um dos significados de "pessoa" é personagem. :D

Como já contei aqui, eu escrevo. De maneira bem amadora, é verdade, mas escrevo!kkkkkk... E entre os personagens que já criei, existe um que me dói reconhecer que amo. Um personagem que me magoou demais e mesmo assim não pude matar. Na primeira versão dessa história que escrevi, ele morreria. Era minha vingança, minha justiça. Só que muita coisa aconteceu ao longo do tempo... e não consegui. Simplesmente não pude matá-lo. E me senti muito mal na época (até hoje me sinto) porque era como se eu tivesse traído a minha protagonista. Depois de tudo o que ela passou por causa dele, ele tinha que morrer. Mas não mando em meu coração. :( 

Este projeto foi criado pela Thamiris do blog Historiar. Clique aqui para conhecê-lo melhor. 

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